terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Matéria-prima do crescimento




Matéria-prima do crescimento

Previsões apontam investimentos de US$ 470 bilhões no setor de mineração brasileiro durante o período de 2008 a 2015. Um número recorde, que reforça a contribuição das empresas canadenses e nacionais para a expansão acelerada do mercado



Ferro, cobre, níquel, alumínio, bauxita, ouro, fosfato, zinco, nióbio. A variedade de minérios encontrados em solo brasileiro já seria suficiente para justificar os números de um dos setores que atualmente mais crescem no país. A quantidade de investimentos e de projetos colocados em prática, no entanto, comprova o boom da produção mineral nos últimos anos, que, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), correspondeu a R$ 46 bilhões, em 2007, representando um aumento de 21% em relação aos R$ 38 bilhões obtidos em 2006. Se, além da extração, os valores da indústria e da transformação mineral forem considerados, o total chega a R$ 126 bilhões, ou seja, 9,5% maior do que os R$ 115 bilhões registrados no ano anterior.

“Desde 2001, presenciamos o crescimento do setor em decorrência do aumento da demanda mundial, principalmente da China, Índia, Coréia, Alemanha e do Japão”, afirma Paulo Camillo Vargas Penna, presidente do Ibram. Na China, por exemplo, a busca por minérios – especialmente o de ferro – é resultado do forte processo de urbanização e de desenvolvimento industrial do país. “A previsão é a de que, nos próximos 25 anos, cerca de 800 milhões de chineses migrem da área rural para a urbana”, explica.

A maior parte da produção nacional é, portanto, destinada ao comércio exterior. Das 350 milhões de toneladas de minério de ferro produzidas em 2007, apenas 20% – ou cerca de 70 milhões – permaneceram no mercado interno. O produto mais exportado, porém, foi o ferro-nióbio, que correspondeu a 76 mil toneladas no ano passado – o equivalente a 95% da produção mundial. Deste total, mais de 71,8 mil toneladas desembarcaram em terras estrangeiras, gerando para o Brasil uma receita de US$ 1,06 bilhão. A perspectiva é a de que o crescimento permaneça acelerado nos próximos anos. “As previsões indicam que, de 2008 a 2012, os investimentos cheguem a US$ 47 bilhões, quase 90% acima do previsto no ano passado, que era de US$ 25 bilhões para o período 2007–2011”, afirma Penna.

Em meio a um cenário positivo, a contribuição das empresas estrangeiras – em especial das canadenses – para o desenvolvimento do setor ganha destaque. “Um exemplo é a Kinross, que este ano deve se tornar a maior produtora de ouro do Brasil”, considera Penna, ao citar ainda a atuação das junior companies – pequenas empresas que geralmente contam com um ativo mineral. “Essas companhias desenvolvem pesquisas de identificação de reservas para vendê-las a companhias maiores”, completa.

Décimo terceiro produtor mundial de ouro, com aproximadamente 47 toneladas, o Brasil exportou, em 2007, 36 toneladas do minério – um aumento de 6,5% em relação a 2006 –, sendo Estados Unidos (92%), Reino Unido (6%), Canadá (2%) e Emirados Árabes (2%) seus maiores importadores. Posicionada entre as principais produtoras de ouro do país, a Kinross atua em território nacional desde 2003, depois de adquirir ações da TVX Gold, de assumir o controle acionário da Rio Paracatu Mineração (RPM), em Minas Gerais, e de comprar 50% da Mina de Crixás, em Goiás, que hoje produz cerca de 6 t/ano do minério.

A empresa pretende ampliar sua presença no Brasil investindo US$ 540 milhões no Projeto Expansão – na Mina Morro do Ouro –, que visa triplicar a produção da RPM de 5 t/ano para 15 t/ano, a partir de setembro.

Assim como a Kinross, a Yamana Gold aposta no potencial do país, contando, atualmente, com as unidades Serra da Borda Mineração e Metalurgia, em Mato Grosso; Mineração Maracá, em Goiás; e Jacobina Mineração e Mineração Fazenda Brasileiro, na Bahia. “O Brasil apresenta um parque industrial capacitado e competitivo, grandes reservas e uma boa relação entre governo e setor”, avalia Arão Portugal, vice-presidente de administração da empresa, ao revelar os motivos que atraíram, por exemplo, investimentos de US$ 177 milhões na Mineração Maracá – cuja produção comercial de concentrado de cobre com ouro contido foi declarada em 2007 – e de US$ 60 milhões na Serra da Borda.

“Em 2008, o orçamento mundial da Yamana é de US$ 83 milhões, sendo 50% do valor aplicado no Brasil”, conta Portugal, ao destacar, além dos projetos de ampliação, a exploração de uma nova mina: a Pilar de Goiás. “Até o fim do ano, esperamos chegar a 1,3 milhão de onças de ouro, com a meta de aumentar, em 2012, a produção para 2,2 milhões”, completa.

Entre os investimentos previstos para até 2012, mais de US$ 1 bilhão será aplicado na exploração do ouro, segundo o Ibram, que destaca a atuação da junior company Jaguar Mining – por meio da subsidiária Mineração Serras do Oeste (MSol) – nas minas de Paciência e do Pilar, em Minas Gerais. “Temos projetos em outras regiões do estado e no Ceará”, conta Adriano Nascimento, vice-presidente de exploração e engenharia da MSol. Cleber Macedo, diretor-financeiro da empresa, informa que os recursos, em 2007, foram de US$ 73 milhões – 32% a mais do que o registrado em 2006.

“Formamos uma joint venture com a Xstrata no Ceará e adquirimos áreas da Vale na região de Caeté”, explica, ao revelar a venda de 67 mil onças de ouro no mercado externo no ano passado – um aumento de 91% em relação a 2006. “Até 2012, o recurso previsto é de US$ 560 milhões. Cerca de US$ 140 milhões serão investidos em 2008, pois esperamos vender 150 mil onças de ouro”, acrescenta.

Com uma produção tão acelerada quanto a do ouro – correspondente a 200 mil toneladas em 2007 –, o cobre é um dos metais básicos explorados pela Aura Minerals, que hoje avalia a viabilidade da jazida Serrote da Laje, em Alagoas. “Pretendemos iniciar a produção no local até 2011. Além deste projeto, realizamos pesquisas em outras 30 regiões de Alagoas”, diz Carlos Bertoni, managing director da empresa. No ano passado, a Serrote da Laje exigiu investimentos de R$ 17 milhões – 456% mais do que em 2006. “Em 2008, os números devem chegar a R$ 25 milhões”, adianta Bertoni, ao revelar as ações de preservação ambiental na região. “Minimizamos as possibilidades de desmatamento, atingindo somente as áreas essenciais para a atividade, além de reaproveitar todo o material suprimido”, acrescenta.

Fonte primária – A existência de diamantes em fonte primária – originários dos quimberlitos – tem atraído investimentos em pesquisas da Brazilian Diamonds, responsável pela descoberta do minério em São Roque de Minas, em Minas Gerais. “Os quimberlitos requerem grandes investimentos em pesquisa, já que apenas uma a cada mil rochas apresenta o minério. Hoje, estamos em processo de licenciamento, visando instalar uma mina no local”, informa Érico Ribeiro, diretor-administrativo e financeiro da empresa no Brasil. Além do Projeto Canastra 1, a companhia dedica-se a outros estudos.

Além de diamantes, a anglo-australiana Rio Tinto é reconhecida por sua atuação nos segmentos de alumínio, cobre, minério de ferro, minerais energéticos (carvão e urânio) e industriais (bórax, dióxido de titânio, sal e talco). No Brasil desde 1971, a empresa agora investe na capacidade da mina em Corumbá, em Mato Grosso do Sul, depois de anunciar recursos de US$ 2,15 bilhões para expandir a produção de minério de ferro – que deverá saltar dos 2 milhões de t/ano para 12,8 milhões de t/ano em 2010 – chegando futuramente a 23,2 milhões de toneladas. O objetivo é ampliar sua participação em mercados da América Latina e no Oriente Médio. No segmento de alumínio – que, segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), terá um consumo doméstico de produtos transformados de mais de um milhão de toneladas em 2008 –, a companhia conta com a atuação da Rio Tinto Alcan, após a aquisição da canadense Alcan por US$ 3,8 bilhões, em 2007. Unidas, as duas potências ganharam uma capacidade produtiva de 4,4 milhões de t/ano, impulsionando os números mundiais do mercado.

Aliada aos recordes em investimentos, a atuação das mineradoras nacionais contribui para consolidar a imagem do país no exterior. Este é o caso da Vale, que, desde a aquisição da Inco, em 2006, aplica seu know how no Canadá por meio da Vale Inco. “Quando adquirimos a Inco, projetamos a tonelada do níquel a US$ 9 mil/t. Hoje, ela está em US$ 18 mil/t, o dobro do previsto. Este foi, portanto, um negócio que valeu a pena”, diz Roger Agnelli, presidente da Vale, ao destacar que os recursos de US$ 59 bilhões programados para até 2012 serão elevados nos próximos meses. A meta é alavancar a produção de minérios, como o carvão e o cobre. Para o carvão, por exemplo, a alternativa é dar início à fase 2 do projeto em Moatize, em Moçambique, que poderá elevar a produção de 15 mil toneladas para 40 mil toneladas em 2012, enquanto para o cobre é possível dobrar o projeto de Salobo, no Pará, de 100 mil toneladas para 200 mil toneladas anuais.

“Já consolidamos 12 joint ventures com empresas juniores e majors, formando um portfólio de 68 projetos nos países onde atuamos”, afirma o diretor de exploração mineral da Votorantim Metais (VM), Jones Belther, ao explicar a presença da empresa na Bolívia, no Peru, na Argentina, na Colômbia e no Canadá. “Nossa meta é descobrir novos depósitos de zinco, níquel, ferro e carvão”, esclarece. No Brasil, a VM atualmente analisa a viabilidade de Montes Claros de Goiás (níquel), no oeste de Goiás, e de Aripuanã (zinco e conteúdos subordinados de cobre, chumbo, prata e ouro), no noroeste de Mato Grosso, com produção estimada para 2011 e 2012, respectivamente, entre outros projetos. “O investimento previsto para 2008 é de R$ 150 milhões, sendo R$ 107 milhões destinados ao Brasil”, acrescenta o executivo.

A aquisição, em julho, de metade da produção de concentrado de níquel da australiana Mirabela do Brasil por US$ 1 bilhão impulsionará a produção de Fortaleza de Minas (MG), que passará das atuais 6 mil t/ano para 18 mil t em 2009, enquanto o projeto de Bongará, no Peru, – viabilizado por meio de joint venture com a canadense Solitario Resources – absorverá quase R$ 24 milhões, em 2008. Nos demais países, a VM busca novas oportunidades de negócios. “O investimento no Canadá este ano é de US$ 2 milhões, e, para os próximos anos, os planos são de US$ 10 milhões/ano”, diz Belther.

Tendo por acionistas a Vale e a BHP Billiton, a Samarco Mineração, por sua vez, está voltada para a lavra, o beneficiamento, o transporte, a pelotização e a exportação de minério de ferro. O principal produto da companhia – que mantém a unidade industrial de Germano, em Ouro Preto e Mariana (MG), e a de Ponta Ubu, em Anchieta (ES) – é a pelota de minério de ferro, exportada para o Oriente Médio e a África (23%); o Japão, a Malásia, a Indonésia e Taiwan (22%); a China (21%), a Europa (20%) e as Américas (14%). “Para aumentar a produção em 54%, inauguramos um mineroduto de 398 quilômetros, capacitado para transportar 16 t/ano de polpa do minério para o Espírito Santo. Além disso, construímos outra usina de concentração, na unidade em Mariana, que permite processar 23,5 milhões de t/ano. Os investimentos foram de R$ 3,1 bilhões, incluindo a usina no Espírito Santo”, conta Ricardo Vescovi, diretor de operações da Samarco.

Ao abranger desde a extração do minério de ferro até a sua transformação em produtos como o ferro gusa e o aço, a MMX Mineração e Metálicos – do Grupo EBX – também é um dos destaques nacionais do setor, representada pelas unidades MMX Corumbá, MMX Amapá e MMX Minas-Rio. Recentemente, a companhia anunciou a venda do controle do capital da IronX – subsidiária que controla o projeto de minério de ferro Minas-Rio e o sistema de minério de ferro Amapá – para a Anglo American, em uma operação avaliada em mais de R$ 8 bilhões.

Estudos de viabilidade – Mais do que acelerar a produção, os investimentos no setor têm gerado oportunidades para as consultorias e prestadoras de serviço, impulsionando ainda mais a presença canadense no Brasil. Entre elas, a Minerconsult Engenharia – pertencente ao grupo quebequense SNC-Lavalin – elabora estudos de viabilidade para empresas como Vale, Anglo American, Samarco e Kinross, incluindo todas as fases de engenharia e construção. “Atuamos nas modalidades EPCM – Engineering, Procurement and Construction – e Alliance, que consiste na formação de um time integrado com o cliente, disponibilizando a expertise técnica da SNC-Lavalin”, afirma Paulo Afonso Resende, diretor-técnico da Minerconsult, ao citar que os procedimentos de engenharia têm o apoio de modernas ferramentas. “Utilizamos a tecnologia 3D e programas de gestão integrada, incluindo módulos de informação, planejamento, elaboração e controle de orçamentos e gestão de suprimentos”, informa.

Fundado em Toronto, o Grupo Golder aplica sua experiência no país desde 1998, por meio da subsidiária Golder Associates Brasil. A equipe de engenheiros, geólogos e cientistas ambientais, segundo Eduardo Chapadeiro, gerente da área de ciências ambientais, oferece assessoria em monitoramento ambiental, controle de emissões atmosféricas, investigação de contaminação de solo e de água subterrânea, planos de fechamento de minas, entre outros. “Desenvolvemos para a Kinross projetos de reabilitação e revitalização do Córrego Rico, em Paracatu”, exemplifica.

Em engenharia, os destaques são os estudos de utilização de novas tecnologias de manuseio e a disposição final de rejeitos produzidos em plantas de beneficiamento de minérios.

Atuando no Brasil nas áreas de mineração e metalurgia, a Hatch também opera mundialmente nos segmentos de energia e infra-estrutura. “Oferecemos conhecimento sobre o beneficiamento dos minérios ao processo de metalurgia para metais ferrosos e não-ferrosos, incluindo a estruturação de empreendimentos de grande porte – acima de US$ 1 bilhão – para áreas como infra-estrutura de minas, plantas metalúrgicas e a logística de transporte dos minérios”, explica Flavio Galvão, diretor da unidade de negócios Base Metals, ao citar o desenvolvimento de estudos de viabilidade, a elaboração de programas de engenharia e as construções de plantas. “Todos os projetos contam com ações de preservação ambiental integradas à sustentabilidade e às necessidades da comunidade”, esclarece.

Distribuidora das empresas canadenses CME Blasting & Mining Equipment e HLS Hard Line Solutions, a CME do Brasil oferece às mineradoras tecnologia em forma de equipamentos que geram mais eficiência e produtividade. “A CME Blasting fabrica afiadoras de bits – ferramentas de perfuração de rocha – e a HLS desenvolve controles remotos e sistemas de comunicação que dão mais segurança aos operadores e permitem monitorar as minas a distância, por meio de sensores”, esclarece o diretor-comercial, Fernando Lamêgo Duarte.

Além de consultoria, o crescimento do setor tem ampliado a atuação dos escritórios de advocacia. Pedro Garcia, especialista em direito minerário, societário e antitruste do Veirano Advogados, registra a participação do escritório em cerca de 40 processos de aquisição de mineradoras, além de arrendamento de direitos minerários, estruturação e financiamento de projetos de pesquisa e lavra e assessoria no lançamento de ações no país e no exterior. “Os clientes estrangeiros precisam de orientação específica, uma vez que a legislação de mineração no Brasil é altamente complexa”, explica.

Affonso Aurino Barros da Cunha, sócio na área de mineração do Tozzini Freire, destaca o respeito das mineradoras estrangeiras pelos preceitos legais do país.

“Isso pode ser vital, principalmente para as empresas recém-chegadas e com projetos em áreas muito remotas”, analisa.

O escritório oferece desde suporte em direito minerário até o apoio em operações de aquisição. “Para companhias de pequeno e de médio porte fornecemos serviços de auditoria de títulos minerários e de projetos em geral – como questões ambientais, de energia e de logística”, completa.

“Em razão do aquecimento do mercado nos últimos anos, várias companhias estrangeiras têm procurado oportunidades no país, especialmente as junior companies”, diz Carlos Vilhena, sócio responsável pela área de mineração do Pinheiro Neto Advogados, ao considerar a geologia e a capacitação profissional como fatores atrativos. “O Brasil dispõe de uma oferta de serviços e de equipamentos de altíssima qualidade”, acrescenta.

A aquisição de 49% de participação na MMX Minas-Rio pela Anglo American, no valor de US$ 1,15 bilhão, é um dos exemplos recentes da atuação do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados. “Na segunda fase de negociações, temos assessorado a Anglo American na aquisição do controle acionário da IronX, que detém 51% do projeto de minério de ferro da Minas-Rio e 70% do projeto do Amapá”, conta a advogada Maria Cecília Cury Chaddad, ao considerar, ainda, a assessoria prestada ao Credit Suisse e ao Pactual na oferta pública inicial de ações da MMX, em 2007. Umas das tendências, por sinal, é a consolidação de ativos. Segundo Garcia, do Veirano Advogados, as informações divulgadas pelas principais empresas de auditoria indicam que as fusões e aquisições no setor, nos últimos anos, superaram os US$ 150 bilhões. Maria Cecília, do Machado Meyer, por sua vez, destaca a verticalização da cadeia produtiva, em que as empresas siderúrgicas – visando ao aumento de competitividade na produção – buscam o acesso direto aos insumos. “A aquisição de minas pertencentes à J. Mendes pela Usiminas ilustra bem essa situação”, cita, ao indicar um dos movimentos futuros deste mercado.

Grupo canadense quer extrair ouro ao lado de Belo Monte

Grupo canadense quer extrair ouro ao lado de Belo Monte
Por André Borges | De Brasília
O rio Xingu vai deixar de ser palco exclusivo de Belo Monte, a polêmica geradora de energia em construção no Pará. Em uma região conhecida como Volta Grande do Xingu, na mesma área onde está sendo erguida a maior hidrelétrica do país, avança discretamente um megaprojeto de exploração de ouro. O plano da mineradora já está em uma etapa adiantada de licenciamento ambiental e será executado pela empresa canadense Belo Sun Mining, companhia sediada em Toronto que pretende transformar o Xingu no "maior programa de exploração de ouro do Brasil".

O projeto é ambicioso. A Belo Sun, que pertence ao grupo canadense Forbes & Manhattan Inc., um banco de capital fechado que desenvolve projetos internacionais de mineração, pretende investir US$ 1,076 bilhão na extração e beneficiamento de ouro. O volume do metal já estimado explica o motivo do aporte bilionário e a disposição dos empresários em levar adiante um projeto que tem tudo para ampliar as polêmicas socioambientais na região. A produção média prevista para a planta de beneficiamento, segundo o relatório de impacto ambiental da Belo Sun, é de 4.684 quilos de ouro por ano. Isso significa um faturamento anual de R$ 538,6 milhões, conforme cotação atual do metal feita pela BM&FBovespa.

A lavra do ouro nas margens do Xingu será feita a céu aberto, porque "se trata de uma jazida próxima à superfície, com condições geológicas favoráveis". Segundo o relatório ambiental da Belo Sun, chegou a ser verificada a alternativa de fazer também uma lavra subterrânea, mas "esta foi descartada devido, principalmente, aos custos associados."

Para tirar ouro do Xingu, a empresa vai revirar 37,80 milhões de toneladas de minério tratado nos 11 primeiros anos de exploração da mina. As previsões, no entanto, são de que a exploração avance por até 20 anos. Pelos cálculos da Belo Sun, haverá aproximadamente 2.100 empregados próprios e terceirizados no pico das obras.

O calendário da exploração já está detalhado. Na semana passada, foi realizada a primeira audiência pública sobre o projeto no município de Senador José Porfírio, onde será explorada a jazida. Uma segunda e última audiência está marcada para o dia 25 de outubro. Todo processo de licenciamento ambiental está sendo conduzido pela Secretaria de Meio Ambiente do Pará. O cronograma da Belo Sun prevê a obtenção da licença prévia do empreendimento até o fim deste ano. A licença de instalação, que permite o avanço inicial da obra, é aguardada para o primeiro semestre do ano que vem, com início do empreendimento a partir de junho de 2013. A exploração efetiva do ouro começaria no primeiro trimestre de 2015, quando sai a licença de operação.

Todas informações foram confirmadas pelo vice-presidente de exploração da Belo Sun no Brasil, Hélio Diniz, que fica baseado em Minas Gerais. Em entrevista ao Valor, Diniz disse o "Projeto Volta Grande" é o primeiro empreendimento da companhia canadense no Brasil e que a sua execução não tem nenhum tipo de ligação com a construção da hidrelétrica de Belo Monte ou com sócios da usina.

"Somos uma operação independente, sem qualquer tipo de ligação com a hidrelétrica. Nosso negócio é a mineração do ouro e trabalhamos exclusivamente nesse projeto", disse Diniz.

O "plano de aproveitamento econômico" da mina, segundo o executivo, ficará pronto daqui a seis meses. Nos próximos dias, a Belo Sun abrirá escritórios em Belém e em Altamira. Hélio Diniz disse que, atualmente, há cerca de 150 funcionários da empresa espalhados na Volta Grande do Xingu, região que é cortada pelos municípios de Senador José Porfírio, Vitória do Xingu e Altamira.
O local previsto para receber a mina está localizado na margem direita do rio, poucos quilômetros abaixo do ponto onde será erguida a barragem da hidrelétrica de Belo Monte, no sítio Pimental. A exploração da jazida, segundo Diniz, não avançará sobre o leito do rio. "A mina fica próxima do Xingu, mas não há nenhuma ação direta no rio."

Para financiar seu projeto, os canadenses pretendem captar recursos financeiros no Brasil. De acordo com o vice-presidente de exploração da Belo Sun, será analisada a possibilidade de obter financiamento no BNDES. "Podemos ainda analisar a alternativa de abrir o capital da empresa na Bovespa. São ações que serão devidamente estudadas por nós."

Segundo a Belo Sun, o futuro reservado para a região da mina, quando a exploração de ouro for finalmente desativada, será o aproveitamento do projeto focado no "turismo alternativo", apoiado por um "programa de reabilitação e revegetação". Na audiência pública realizada na semana passada, onde compareceram cerca de 300 pessoas, a empresa informou que haverá realocação de pessoas da área afetada pelo empreendimento e que a construção de casas será financiada pela Caixa Econômica Federal. A Belo Sun listou 21 programas socioambientais para mitigar os impactos que serão causados à região e à vida da população.

A mineração na Amazônia

A mineração na Amazônia

A amazônia tem uma contribuição significativa na atividade de extração e transformação mineral realizada em território brasileiro, considerando a ocorrência na região de diverso minerais que influenciam na balança comercial do país, sendo o Pará o segundo maior Estado exportador de minérios.
A extração do Nióbio colocou o Brasil em 1º lugar ranking internacional, em 2º com a extração do Ferro, Manganês e Aluminio(bauxita), e em 5º com o Caulim e Estanho. O Estado do Amazonas participa com 12% do Nióbio extraído no Brasil, e com 60% do Estanho.
O minério de Ferro de Carajás, sudeste do Pará, representa 26% da extração nacional, colocando o Estado atrás apenas de Minas Gerais. O Manganês da Mina do Azul, em Carajás, e da Buritirama, em Marabá, contribuíram com mais de 50% da extração de 2,4 milhões de toneladas em 2008.
O Estado do Pará é responsável por 100% da extração nacional dos minérios de Caulim, 85% de bauxita, 60% do cobre e 10% do Ouro, nas regiões Nordeste, Oeste e Sudeste..
A tendência para 2009, dependendo das condições da crise na economia mundial, é de que haja um crescimento significativo na extração de Bauxita, Cobre, Níquel, Fosfato e Ferro, considerando a entrada em operação das minas de Cobre e Níquel, da Vale, em Carajás, a mina de Bauxita da Alcoa em Juruti, e o salto da extração de Ferro de Carajás para 126 milhões de toneladas/ano.
Na Amazônia Legal a extração mineral responde por 25% do total das exportações, a transformação responde por 21%. Os estados do Pará e Maranhão, em 2008 responderam por 26% das exportações, com destaque para o ferro, cobre e manganês, que representaram 89% da comercialização de minério da Amazônia ao exterior.
A situação dos minérios mais extraídos na Amazônia, é esta: em primeiro lugar o ferro(35,2%), em segundo a alumina -bauxita(17,6%), em terceiro o alumínio(15,1%) e em quarto o cobre(11,3%).
Na pauta de transformação, destacaram-se as exportações de ferro gusa, alumínio e alumina, que representam 88% da exportação deste segmento na Amazônia Legal.
O extrativismo mineral representou 59,2% dos US$ 8 bilhões produzidos pela indústria mineral do Estado do Pará. O município de Parauapebas participou com 35,8%(minério de ferro), Barcarena com 33,3%(alumina e alumínio), Canaã dos Carajás com 10%(cobre), Marabá com 7,1%(ferro gusa e manganês),Oriximiná com 6,3%(bauxita), e outros com menor participação.
A extração e transformação mineral na amazônia tem contribuído para o crescimento do PIB nos municípios, vejamos o caso dos 10 primeiros colocados no Estado do Pará: 1º lugar, Belém(28,21%), 2º, Barcarena(8,03%), 3º, Parauapebas(6,72%), 4º, Marabá(5,91%), 5º, Ananideua(5,56%), 9º, Canaã dos Carajás(1,58%), e 10º, Oriximiná(1,42%).
Tratando-se de reservas, conhecidas, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial em Bauxita, com depósitos concentrados em três distritos principais: Trombetas(médio Amazonas), Almeirim(baixo Amazonas) e Paragominas-Tiracambú(plataforma Bragantina).
Expressivos depósitos de Caulim estão distribuídos em três principais distritos: Manaus(médio Amazonas), Almeirim(baixo Amazonas) e Capim(plataforma Bragantina). Ouro e Cassiterita, estão distribuídos pelas mais diversas áreas da região amazônica.
As jazidas de Ferro de Carajás, com seus 18 bilhões de toneladas de minério, corresponde à maior concentração de alto teor já localizada no planeta. Distribuídas em quatro setores principais: serra Norte, serra Sul, serra Leste e serra de São Félix ou serra Arqueada.
A pesquisa, extração e transformação mineral no estado do Pará ocorrem em quatro principais regiões: no Oeste, envolvendo os municípios de Oriximiná, Juruti, Monte alegre, Alenque e Óbidos; Nordeste, de Paragominas, São Domingos do Capim a Barcarena; Sudeste, Marabá, Cuiriomópolis, Parauapebas e Canaã dos Carajás; e Sul, Xinguara, Ourilândia, Tucumã, São Félix do Xingu, Rio Maria, Floresta do Araguaia, Santa Maria das Barreiras e Conceição do Araguaia.
As principais empresas de extração e transformação atuando no Pará, são: Vale, Anglo Americam, Alcoa, Albrás, Alunorte, Rio Tinto, Mineração Rio do Norte, CBA, Imerys Rio Capim Caulim S.A, Caulim da Amazônia S.A(CADAM/Vale), Pará Pigmentos S.A(PPSA/Vale), Xtrata e Caraíba Metais.
A CONTRADIÇÃO
A mineração na Amazônia tem se dado de forma espoliatória e predatória, desterritorializando populações tradicionais, degradando o meio ambiente, com poluição do ar, do solo, das bacias hídricas, desflorestamento, a destruição dos habitats naturais dos animais silvestres e destruição dos sitios arqueológicos.
São projetos dirigidos de fora para dentro da região sem que os povos amazônidas tenham a oportunidade de discutir e opinar sobre a viabilidade e necessidade dos empreendimentos.
Os núcleos urbanos próximos das áreas a serem mineradas passam por rápidas e indesejáveis transformações com o crescimento da população que migra motivada pela expectativa da empregabilidade. Os efeitos até então incontroláveis tem sido a elevação do índice de prostituição, da violência e de acidentes de trânsito.
As empresas aproveitam da conivência e submissão do Estado, das precárias condições que vivem a maioria das populações dos municípios onde elas se instalam, para através da manipulação da consciência das pessoas, com o discurso da chegada do desenvolvimento, criar um ambiente favorável para sua implantação.
Uma situação emblemática, que até hoje gera impacto negativo, foi a exploração do manganês, em Macapá. Depois da retirada de quase todo o manganês ficaram as crateras de até 170 metros de profundidade e um estoque de 70.000 toneladas de rejeitos, proveniente da extração de 34 milhões de toneladas de manganês, do processo de pelotização, com um percentual de arcênio muito superior ao encontrado no minério in natura.
Percebe-se pelas diversas experiências que o impacto da mineração é localizado, desestruturante e ao mesmo estruturante, ao modo que interessa às empresas. Desestrutura as comunidades locais, urbanas e rurais, provocando a migração de pessoas vindas de outras regiões e do campo para a cidade.
O aumento sem controle da população no entorno dos projetos constituindo grandes aglomerados nos núcleos urbanos, o aumento da criminalidade, o comércio de drogas, a superlotação nas escolas e a falta de serviços de atendimento à saúde para tanta gente, são impactos mais visíveis.
Sobre a população da área de Influência Direta(AID) da Vale, na região de Carajás, considerando os anos de 2000, 2005 e a projeção para 2010, os dados mostram um crescimento do ano de 2000 para 2005, no total da área, de 22,9%, e uma projeção de crescimento do ano de 2005 para o ano de 2010, de 92,9%. Registrando um total de habitantes no ano de 2000, de 344.386, no ano de 2005, de 423.361, e a projeção para o ano de 2010, de 817.268 habitantes.
Embora o crescimento da população total da área, do ano de 2000 para 2005, tenha sido de 22,95, mas no município de Canaã o crescimento foi de 88,3%, saltando de 10.921 para 20.570 habitantes.
A projeção do aumento populacional para 2010, no total da área, é de 92,9, mas é bom ressaltar que os índices por município variam de 61,2 %(Tucumã) a 197,9%(Canaã). Os maiores índices de crescimento populacional previstos são dos municípios de Parauapebas(107,3%), Ourilândia(139,1%) e Canaã(197,9%). Os outros municípios são: Marabá(81,2%), Eldorado(67,2%), e Curionópolis(77,2%).

A mineração na Amazônia

A mineração na Amazônia

A amazônia tem uma contribuição significativa na atividade de extração e transformação mineral realizada em território brasileiro, considerando a ocorrência na região de diverso minerais que influenciam na balança comercial do país, sendo o Pará o segundo maior Estado exportador de minérios.
A extração do Nióbio colocou o Brasil em 1º lugar ranking internacional, em 2º com a extração do Ferro, Manganês e Aluminio(bauxita), e em 5º com o Caulim e Estanho. O Estado do Amazonas participa com 12% do Nióbio extraído no Brasil, e com 60% do Estanho.
O minério de Ferro de Carajás, sudeste do Pará, representa 26% da extração nacional, colocando o Estado atrás apenas de Minas Gerais. O Manganês da Mina do Azul, em Carajás, e da Buritirama, em Marabá, contribuíram com mais de 50% da extração de 2,4 milhões de toneladas em 2008.
O Estado do Pará é responsável por 100% da extração nacional dos minérios de Caulim, 85% de bauxita, 60% do cobre e 10% do Ouro, nas regiões Nordeste, Oeste e Sudeste..
A tendência para 2009, dependendo das condições da crise na economia mundial, é de que haja um crescimento significativo na extração de Bauxita, Cobre, Níquel, Fosfato e Ferro, considerando a entrada em operação das minas de Cobre e Níquel, da Vale, em Carajás, a mina de Bauxita da Alcoa em Juruti, e o salto da extração de Ferro de Carajás para 126 milhões de toneladas/ano.
Na Amazônia Legal a extração mineral responde por 25% do total das exportações, a transformação responde por 21%. Os estados do Pará e Maranhão, em 2008 responderam por 26% das exportações, com destaque para o ferro, cobre e manganês, que representaram 89% da comercialização de minério da Amazônia ao exterior.
A situação dos minérios mais extraídos na Amazônia, é esta: em primeiro lugar o ferro(35,2%), em segundo a alumina -bauxita(17,6%), em terceiro o alumínio(15,1%) e em quarto o cobre(11,3%).
Na pauta de transformação, destacaram-se as exportações de ferro gusa, alumínio e alumina, que representam 88% da exportação deste segmento na Amazônia Legal.
O extrativismo mineral representou 59,2% dos US$ 8 bilhões produzidos pela indústria mineral do Estado do Pará. O município de Parauapebas participou com 35,8%(minério de ferro), Barcarena com 33,3%(alumina e alumínio), Canaã dos Carajás com 10%(cobre), Marabá com 7,1%(ferro gusa e manganês),Oriximiná com 6,3%(bauxita), e outros com menor participação.
A extração e transformação mineral na amazônia tem contribuído para o crescimento do PIB nos municípios, vejamos o caso dos 10 primeiros colocados no Estado do Pará: 1º lugar, Belém(28,21%), 2º, Barcarena(8,03%), 3º, Parauapebas(6,72%), 4º, Marabá(5,91%), 5º, Ananideua(5,56%), 9º, Canaã dos Carajás(1,58%), e 10º, Oriximiná(1,42%).
Tratando-se de reservas, conhecidas, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial em Bauxita, com depósitos concentrados em três distritos principais: Trombetas(médio Amazonas), Almeirim(baixo Amazonas) e Paragominas-Tiracambú(plataforma Bragantina).
Expressivos depósitos de Caulim estão distribuídos em três principais distritos: Manaus(médio Amazonas), Almeirim(baixo Amazonas) e Capim(plataforma Bragantina). Ouro e Cassiterita, estão distribuídos pelas mais diversas áreas da região amazônica.
As jazidas de Ferro de Carajás, com seus 18 bilhões de toneladas de minério, corresponde à maior concentração de alto teor já localizada no planeta. Distribuídas em quatro setores principais: serra Norte, serra Sul, serra Leste e serra de São Félix ou serra Arqueada.
A pesquisa, extração e transformação mineral no estado do Pará ocorrem em quatro principais regiões: no Oeste, envolvendo os municípios de Oriximiná, Juruti, Monte alegre, Alenque e Óbidos; Nordeste, de Paragominas, São Domingos do Capim a Barcarena; Sudeste, Marabá, Cuiriomópolis, Parauapebas e Canaã dos Carajás; e Sul, Xinguara, Ourilândia, Tucumã, São Félix do Xingu, Rio Maria, Floresta do Araguaia, Santa Maria das Barreiras e Conceição do Araguaia.
As principais empresas de extração e transformação atuando no Pará, são: Vale, Anglo Americam, Alcoa, Albrás, Alunorte, Rio Tinto, Mineração Rio do Norte, CBA, Imerys Rio Capim Caulim S.A, Caulim da Amazônia S.A(CADAM/Vale), Pará Pigmentos S.A(PPSA/Vale), Xtrata e Caraíba Metais.
A CONTRADIÇÃO
A mineração na Amazônia tem se dado de forma espoliatória e predatória, desterritorializando populações tradicionais, degradando o meio ambiente, com poluição do ar, do solo, das bacias hídricas, desflorestamento, a destruição dos habitats naturais dos animais silvestres e destruição dos sitios arqueológicos.
São projetos dirigidos de fora para dentro da região sem que os povos amazônidas tenham a oportunidade de discutir e opinar sobre a viabilidade e necessidade dos empreendimentos.
Os núcleos urbanos próximos das áreas a serem mineradas passam por rápidas e indesejáveis transformações com o crescimento da população que migra motivada pela expectativa da empregabilidade. Os efeitos até então incontroláveis tem sido a elevação do índice de prostituição, da violência e de acidentes de trânsito.
As empresas aproveitam da conivência e submissão do Estado, das precárias condições que vivem a maioria das populações dos municípios onde elas se instalam, para através da manipulação da consciência das pessoas, com o discurso da chegada do desenvolvimento, criar um ambiente favorável para sua implantação.
Uma situação emblemática, que até hoje gera impacto negativo, foi a exploração do manganês, em Macapá. Depois da retirada de quase todo o manganês ficaram as crateras de até 170 metros de profundidade e um estoque de 70.000 toneladas de rejeitos, proveniente da extração de 34 milhões de toneladas de manganês, do processo de pelotização, com um percentual de arcênio muito superior ao encontrado no minério in natura.
Percebe-se pelas diversas experiências que o impacto da mineração é localizado, desestruturante e ao mesmo estruturante, ao modo que interessa às empresas. Desestrutura as comunidades locais, urbanas e rurais, provocando a migração de pessoas vindas de outras regiões e do campo para a cidade.
O aumento sem controle da população no entorno dos projetos constituindo grandes aglomerados nos núcleos urbanos, o aumento da criminalidade, o comércio de drogas, a superlotação nas escolas e a falta de serviços de atendimento à saúde para tanta gente, são impactos mais visíveis.
Sobre a população da área de Influência Direta(AID) da Vale, na região de Carajás, considerando os anos de 2000, 2005 e a projeção para 2010, os dados mostram um crescimento do ano de 2000 para 2005, no total da área, de 22,9%, e uma projeção de crescimento do ano de 2005 para o ano de 2010, de 92,9%. Registrando um total de habitantes no ano de 2000, de 344.386, no ano de 2005, de 423.361, e a projeção para o ano de 2010, de 817.268 habitantes.
Embora o crescimento da população total da área, do ano de 2000 para 2005, tenha sido de 22,95, mas no município de Canaã o crescimento foi de 88,3%, saltando de 10.921 para 20.570 habitantes.
A projeção do aumento populacional para 2010, no total da área, é de 92,9, mas é bom ressaltar que os índices por município variam de 61,2 %(Tucumã) a 197,9%(Canaã). Os maiores índices de crescimento populacional previstos são dos municípios de Parauapebas(107,3%), Ourilândia(139,1%) e Canaã(197,9%). Os outros municípios são: Marabá(81,2%), Eldorado(67,2%), e Curionópolis(77,2%).

Letseng o kimberlito dos grandes diamantes

Letseng o kimberlito dos grandes diamantes
Encravado no Lesotho, um reino africano independente dentro da África do Sul, se encontra uma das maravilhas da geologia: o kimberlito de Letseng. O kimberlito tem várias características ímpares como ser a mina de diamantes mais alta do planeta. Mas o que realmente caracteriza Letseng é o seu extremamente baixo teor de diamantes, de menos de 2 quilates por 100 toneladas e as suas extraordinárias pedras que são as mais valiosas entre todas produzidas em outras minas do planeta. Enquanto o preço médio dos diamantes produzidos nas minas do mundo é de US$81/quilate em Letseng o preço médio é de US$1.894/quilate. Letseng é famoso por seus enormes diamantes de alta qualidade. Foi esta mina que produziu diamantes clássicos como o Lesotho Promise uma pedra branca excepcional, de 603 quilates, em 2006.
A mina é controlada pela Gem Diamonds que não cansa de anunciar descobertas de grandes pedras como a de 478 quilates em 2008, um diamante ímpar de altíssima qualidade tipo IID.
A última grande descoberta de Letseng foi anunciada nessa semana: dois diamantes de mais de 160 quilates (162,06 e 161,74)  que foram recuperados poucos dias atrás.

Meio ambiente: Google lança o Global Forest Watch. Agora, a verdade sobre a verdadeira devastação ambiental da mineração aparece

Meio ambiente: Google lança o Global Forest Watch. Agora, a verdade sobre a verdadeira  devastação ambiental da mineração aparece
Se você acredita que a mineração é a grande vilã, responsável pela devastação ambiental e pelo fim das florestas do planeta é bom rever os seus conceitos. A mineração praticamente não devasta quando comparada com os grandes destruidores das florestas: as fazendas e projetos agropecuários.
Quem diz isso não somos nós: são as excelentes imagens do novo projeto de monitoramento que o  Google e o World Resources Institute lançaram.
É o Global Forest Watch ,  a mais nova ferramenta que permite o monitoramento online, de todas as florestas do mundo. Com essa ferramenta qualquer um poderá ver o que está ocorrendo com as florestas e, também, onde estão sendo feitas os reflorestamentos e os novos plantios.  O Global Forest Watch mostra em vermelho a devastação e em azul as áreas onde as florestas estão sendo recuperadas. A ferramenta permite um GIS com landsat de várias épocas, imagens de satélite e mapas atualizados mostrando onde está a devastação e o novo plantio.
Não dá para mentir ou contar histórias. Agora você pode ver por si mesmo e entender a real situação sobre um determinado lugar.
Só para exemplificar eu peguei a região de Carajás onde estão algumas das maiores minas do Brasil e do mundo.
Talvez você acredite que está havendo uma imensa devastação nessas áreas e que a floresta já deve ter sido toda, irremediavelmente, cortada. O que as imagens do  Global Forest Watch nos mostram, (veja ao lado) é uma situação totalmente diferente do que nós imaginamos. Vemos em verde uma imensa floresta preservada, graças aos esforços e investimentos das mineradoras. Se não fosse pela mineração, que proibiu a entrada dos fazendeiros, essa região teria sido totalmente transformada em pasto. Cercando a zona verde, onde a floresta está mantida, existe um mar vermelho que são as áreas onde os fazendeiros desmataram e plantaram o pasto. Um verdadeiro desastre ecológico que não foi evitado pelas autoridades apesar das leis. Onde estão as áreas de preservação preconizadas pela lei, as reservas legais que deveriam ser de 80% na Amazônia? O que se vê é menos de 5% de área preservada.
No meio da floresta mal conseguimos ver as enormes minas de Carajás (ferro e a Vila com aeroporto), Salobo (cobre e ouro), Sossego (cobre e ouro) Bahia (ouro e cobre) e Azul (manganês).
Mais ao sul é possível ver uma das maiores jazidas de minério de ferro do mundo a Serra Sul, que ainda não está em operação.
Só para efeito de comparação essas jazidas produzem dezenas de bilhões de dólares por ano e produzirão mais de 1 trilhão de dólares em produtos até o final das suas vidas úteis. No final as áreas serão reabilitadas e a floresta voltará a imperar.
Se compararmos a área ocupada pelas imensas e ricas minas com as áreas em vermelho ocupadas pelas fazendas veremos que a mineração produz milhares de vezes mais do que estas por hectare utilizado e, naturalmente, devasta muitíssimo menos.
Graças ao projeto Global Forest Watch fica resgatada a imagem da mineração que, como se vê não é esse bicho papão que muitos andam propagando mundo afora.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

OURO, DIAMANTES, ETC...;OCORRENCIAS MINERAIS NO BRASIL , ATRAVÉS DOS TEMPOS

OURO, DIAMANTES, ETC...;OCORRENCIAS MINERAIS NO BRASIL , ATRAVÉS DOS TEMPOS

                                        

 TEM MUITO MAIS INFORMAÇÕES ( TENHO QUE CONVERTER OS ARQUIVOS )

                                                                  OURO
Os garimpos de ouro, que no século XIX desenvolveram-se apenas em duas áreas do Amazonas (Amapá e Gurupi), começaram a adquirir importância produtiva na década de 1960, com a descoberta dos aluviões do Distrito Aurífero do Tapajós, situado no sudoeste do estado do Pará. Entretanto, somente no início da década de 1980, com a descoberta de ouro na região de Carajás, é que se alastrou uma grande "corrida do ouro", que ultrapassou as fronteiras da Amazônia brasileira, envolvendo quase um milhão de garimpeiros. A explosão dessa atividade garimpeira foi motivada por vários fatores, destacando-se o agravamento da miséria de boa parte da população brasileira, principalmente a rural e nordestina, decorrente da falta de uma solução adequada para a questão agrária. A elevação do preço do ouro — ampliada no Brasil, até poucos anos atrás, pela diferença excessiva entre as cotações do dólar oficial e do mercado paralelo —, o atrativo despertado pela ampla divulgação na imprensa da descoberta de depósitos ricos como serra Pelada e a complacência — e mesmo um certo estímulo — das autoridades governamentais, durante a década passada, foram fatores que também contribuíram para a expansão da atividade garimpeira por toda a Amazônia.
Entretanto, devido à exaustão dos depósitos superficiais mais ricos, acompanhada pela queda do preço do ouro e sensível redução da diferença cambial, esse modelo social e econômico de ocupação da Amazônia encontra-se em rápido declínio.
Muitos dos depósitos auríferos secundários — eluviões, aluviões ou leitos dos rios — estão relacionados com jazimentos primários passíveis do aproveitamento econômico. Parte dos empresários do garimpo, desde que com orientação e políticas adequadas, poderão transformar-se em pequenos ou médios mineradores. Algumas tentativas governamentais nesse sentido foram implementadas na "Reserva Garimpeira do Tapajós", mas ainda sem resultados expressivos. Essa região foi responsável, nos últimos trinta anos, por uma produção da ordem de 400 toneladas, a maior de toda história do Brasil resultante de atividade artesanal. Houve mais de mil locais com atividade garimpeira, distribuídos numa área da ordem de 80 mil quilômetros quadrados. Apesar disso, os geólogos brasileiros estão divididos quanto à real potencialidade da região: uns acreditam que os indícios são muitos fortes para a existência de grandes depósitos; outros lembram que, como ocorreu na "corrida de ouro" do Alasca, uma infinidade de pequenos depósitos primários podem dar origem a concentrações residuais muito ricas.
Contudo, seja qual for o resultado empresarial da produção de ouro na Amazônia, os milhares de migrantes que foram atraídos pela "febre do ouro" da década passada estão engrossando as legiões dos "sem terra", que clamam por uma solução para a questão agrária, num país com dimensões continentais, mas onde as elites dominantes, desde o tempo das "capitanias hereditárias", têm na posse de grandes extensões territoriais uma das formas de seu poder político. O garimpo na Amazônia correspondeu a simples paliativo, apenas adiando por duas décadas — conforme já era previsível na época — a necessidade de uma solução para a questão agrária.
Além da reserva do Tapajós, a atividade garimpeira foi mais atuante ao sul de Carajás (Andorinhas, Tucumã e Cumarú), na região do rio Gurupi, no Amapá, no norte do estado de Mato Grosso (Juruena e Teles Pires), no alto rio Negro (Cabeça do Cachorro), em Rondônia (rio Madeira) e em Roraima (Surucucus e vizinhanças).
Ao sul de Carajás, o ouro está associado a seqüências de greenstone belts. Algumas ocorrências estão sendo pesquisadas por empresas, como as situadas nas proximidades da serra das Andorinhas. Também há pesquisa empresarial na região do Gurupi. Entretanto, apenas no antigo garimpo do Lourenço, no Amapá, houve atividade produtiva por empresa de mineração [Fig. 4].
Os ricos aluviões estaníferos de Rondônia foram responsáveis pela primeira "corrida garimpeira" da Amazônia, na década de 1960 — cerca de 10 mil garimpeiros estiveram envolvidos na produção de cassiterita, número bastante expressivo para a época. No final de década, a garimpagem foi proibida pelo governo federal, passando a produção para a mineração empresarial.
Na década de 1970, surgiram novos distritos estaníferos na Amazônia. Nas proximidades do rio Xingú, a oeste de Carajás, no estado do Pará, a descoberta foi feita por empresas de mineração, mas houve invasão garimpeira temporária. Posteriormente, a explotação foi completada por mineradoras. Na serra de Surucucus, no extremo oeste do estado de Roraima, na fronteira com a Venezuela, a descoberta foi conseqüência de levantamentos radarmétricos realizados pelo governo federal. A invasão garimpeira ocorrida em 1976 correspondeu ao primeiro contato de atividade produtiva capitalista com os índios ianománi. Por ser um contigente pequeno, da ordem de 800 pessoas, foi possível a rápida desativação do garimpo, sem grandes seqüelas para os ianománi - isso ocorreu com a "corrida do ouro" da década seguinte.
Somente no início dos anos 1980 é que foram descobertos os mais expressivos depósitos de cassiterita da Amazônia. A jazida do Pitinga, no estado do Amazonas, está em produção por uma empresa de mineração e a de Bom Futuro, no estado de Rondônia, continua com atividade garimpeira, apesar dos esforços governamentais para regularizar uma atividade empresarial [Fig. 4].
A sensível queda do preço do estanho no mercado internacional tem desestimulado a abertura de minas, bem como a busca de novos depósitos.
Os corpos graníticos da Amazônia também são potenciais para depósitos de zircônio, nióbio, tântalo, tungstênio e terras-raras. Na mina do Pitinga há mineralizações associadas de columbita-tantalita, zirconita e criolita. No sudeste do estado do Pará há pequenos depósitos de volframita, que foram explorados parcialmente através da garimpagem.
Na Amazônia são conhecidos três complexos alcalino-ultrabásicos potenciais para depósitos de titânio, fosfato, nióbio e terras-raras: Seis Lagos, no estado do Amazonas, e Maicuru e Maraconaí, no estado do Pará. Em Seis Lagos há um grande potencial em nióbio. O complexo de Maicuru está associado a um corpo de cabornatito; além de suas reservas de fosfato, há um considerável potencial em titânio, mas sob a forma de anatásio, mineral para o qual ainda não há tecnologia que permita o seu aproveitamento industrial em bases econômicas [Fig. 4].
                


                                             DIAMANTES
No passado, houve garimpos de diamante no rio Tocantins, nas proximidades da cidade de Marabá. Hoje, a pequena produção de diamante está restrita à atividade garimpeira no norte de Roraima, na fronteira com a Venezuela, e à pequena mineração no estado de Mato Grosso. Há notícias de ocorrências de mineralizações primárias de diamante, associadas a kimberlitos, sem haver, contudo, produção
 sses estudos permitiram a seleção de mais de cem alvos com potencialidade para ocorrências de cobre, alguns com programas de pesquisa em desenvolvimento (Gameleira, Sossego, Liberdade, etc.). Os depósitos têm como característica fundamental a associação com magnetita e ouro. Alguns apresentam semelhanças com o tipo pórfiro [Figs. 7 e 8].
Após a privatização da CVRD, a partir de alvos pré-selecionados pelos levantamentos aerogeofísicos, dois novos depósitos foram selecionados e estão em fase final de avaliação: Cristalino e 118.
A CVRD readquiriu o controle total da jazida do Sossego (durante a fase de pesquisa, 50% estava sob o controle da Phelps Dodge) e está iniciando a implantação da lavra. Será a primeira mina de cobre de Carajás.
pesquisa da anomalia de cobre do igarapé Bahia possibilitou a descoberta, em 1985, de um depósito residual de ouro, resultante da atuação dos processos de laterização em rochas vulcânicas básicas mineralizadas a cobre e ouro. Corresponde à mais importante jazida de ouro pesquisada até o presente na Amazônia. Sua lavra foi iniciada em 1991; sua capacidade atual de produção é de 10 toneladas por ano, o que a classifica como a maior mina de ouro do Brasil. Os recursos totais em ouro, na zona intemperizada, eram da ordem de 100 toneladas.
No leste da província, entre as jazidas de manganês do Sereno e de ferro de serra Leste, situa-se expressivo depósito de ouro — onde, no início da década de 1980, surgiu uma das mais espetaculares áreas de produção artesanal do mundo contemporâneo. O garimpo de serra Pelada chegou a ter 60 mil homens em atividade, numa cava que atingiu 200 metros de diâmetro e 80 metros de profundidade. Durante seis anos, foram produzidas cerca de 50 toneladas de ouro. Entretanto, mais do que a quantidade, o que impressiona nesse depósito é a concentração do ouro: durante o garimpo, foram retirados blocos com até 60 quilos. Associado ao ouro, há platina, paládio e ródio. Com o encerramento da produção garimpeira, foram reiniciadas as pesquisas geológicas para se verificar a possibilidade de implantação da mineração [Figs. 7 e 8].
Deverá haver expressiva produção de ouro, como subproduto da mineração dos depósitos de cobre de Carajás. Na lavra da jazida do Salobo, está prevista a recuperação de 8 toneladas de ouro, para uma produção anual de 200 mil toneladas de cobre.
Os processos de laterização, que atuaram nos corpos ultramáficos de Carajás, deram origem a três depósitos limoníticos e garnieríticos de níquel: Vermelho, Onça e Puma. Entretanto, os recursos avaliados ainda não permitiram a sua explotação em bases econômicas [Figs. 7 e 8].
Além dos elementos citados, a região apresenta potencialidade para depósitos de zinco, estanho e, eventualmente, diamante. Entretanto, sua evolução metalogenética determinou uma vocação preferencial para ferro e cobre, com ouro subordinado.
Deve ser lembrado que o programa de exploração geológica em Carajás encontra-se na sua terceira onda. Na primeira, no final da década de 1960 e início dos anos 1970, foram localizados os depósitos minerais com fortes indícios superficiais: ferro, manganês e níquel. Com a entrada da DOCEGEO, em 1974, a utilização de técnicas mais aprimoradas de geoquímica e geofísica possibilitou um novo ciclo de descobertas: cobre-ouro do Salobo e Pojuca, e ouro do Igarapé Bahia e Andorinhas. A partir de década de 1990, a introdução de tecnologia de ponta em geofísica e a utilização de softwares especializados para a integração rápida, e com inúmeras simulações, dos dados de geologia, geoquímica e geofísica, permitiram a elaboração de um novo modelo metalogenético para a província. A primeira conclusão desse processo foi a identificação do seu alto potencial para cobre e ouro, associado a óxidos de ferro, muitas vezes magnéticos — a descoberta do expressivo depósito de cobre e ouro do Corpo Alemão, junto à mina de ouro do igarapé Bahia, foi a primeira comprovação dessa hipótese.
A província mineral de Carajás é considerada uma das mais importantes anomalias metalogenéticas da crosta terrestre, comparável, em potencial mineral e econômico, às regiões do Abitibi Belt, no Canadá, e de Witerwatersrand, na África do Sul. Tem a seu favor a imaturidade do nosso conhecimento geológico, pouco mais de 30 anos, enquanto que as demais províncias apresentam mais de um século de história. Mesmo assim, sua produção de minério de ferro, manganês e ouro corresponde a um valor bruto da ordem de US$ 1 bilhão por ano.
Considerações finais
O conhecimento da geologia da Amazônia, de modo geral, ainda é bastante preliminar — no mesmo nível em que os países com mineração desenvolvida encontravam-se no início do século XX. Tornam-se necessários maiores investimentos em estudos básicos, bem como para o desenvolvimento de uma tecnologia de prospecção e pesquisa adaptada à realidade regional, para que se possa ter um melhor conhecimento de seus recursos minerais.
Mesmo assim, os trabalhos executados nas três últimas décadas já obtiveram expressivos testemunhos da riqueza de seu subsolo. A fertilidade de alguns de seus ambientes geológicos — onde jazidas de classe mundial já foram dimensionadas — indicam que a Amazônia deverá ocupar posição de destaque na produção de alguns bens minerais, tais como minério de ferro, alumínio, cobre, ouro, manganês, caulim, estanho e, eventualmente, gás.
A mineração empresarial caracteriza-se pelo uso intensivo de capital e tecnologia, mas com baixa utilização de mão-de-obra, normalmente especializada. Entretanto, essa atividade tem contribuído para o crescimento regional, através da infra-estrutura implantada, dos empregos indiretos gerados e dos impostos pagos. Indiretamente, tem agravado o problema social da região, por criar pólos de atração e facilidades para a penetração das correntes migratórias.
Por outro lado, o garimpo utiliza mão-de-obra intensiva, geralmente despreparada, e tecnologia primitiva. A atividade garimpeira ocupou um grande contingente de trabalhadores, porém de imigrantes, transferindo a miséria do Nordeste para a Amazônia.
O aproveitamento da riqueza mineral tem sido responsabilizado pelos problemas ambientais e sociais impostos à região nos últimos anos. Na realidade, a Amazônia passou a fazer parte das opções dos marginalizados pelo processo socioeconômico brasileiro, que tentam encontrar caminhos de sobrevivência no garimpo, na posse da terra ou na periferia dos grandes projetos e das cidades.
Como a atividade garimpeira encontra-se em declínio, seus trabalhadores estão engrossando as legiões dos "sem terra". Torna-se necessário criar opções econômicas que permitam a participação dessa população — como, por exemplo, o desenvolvimento agrícola sustentado das terras férteis e o reflorestamento das zonas degradadas da região. Os simples assentamento dessa população em lotes, sem qualquer orientação técnica e científica, vai contribuir para agravar os problemas ambientais e sociais.
A discussão da problemática ambiental, relacionada com a extração mineral na Amazônia, tem sido exacerbada em função dos conflitos decorrentes da atividade garimpeira. De fato, merecem cuidado e preocupação os danos causados por centenas de milhares de homens, que no período de duas décadas vasculharam boa parte das drenagens da região.
Considerando que o garimpo normalmente atua em depósitos minerais superficiais, a área desmatada é bastante significativa — mas muito inferior à das queimadas motivadas pela posse da terra. Na exploração do cascalho mineralizado, feita normalmente com uso de jatos de água, há remoção de uma quantidade maior de material argiloso, que é lançado nos pequenos e grandes rios, tornando-os barrentos.
Entretanto, o problema ambiental que tem causado maior polêmica está relacionado com o uso do mercúrio na concentração do ouro. Além da situação do próprio garimpeiro envolvido na amalgamação do ouro, foi levantada a possibilidade de ter havido contaminação dos peixes nas regiões com maior atividade garimpeira, como na bacia do Tapajós. Felizmente, estudos recentes sugerem que a metilização do mercúrio, e sua entrada na cadeia biológica, ocorreu apenas em casos isolados, e uma maior conscientização dos garimpeiros tem reduzido a contaminação profissional.
A expansão garimpeira também contribuiu de maneira direta para a disseminação da malária na região, tanto em função do aumento da população nas áreas de risco, agravado pelas condições sanitárias do garimpo, como pela constante migração de seus habitantes.
O caos da atividade garimpeira impede a apuração das responsabilidades pelo danos ambientais do passado, mas torna necessário um maior controle e fiscalização pelas autoridades governamentais no presente.
Quanto à mineração empresarial, os principais projetos implantados na Amazônia têm apresentado controle ambientais bastante satisfatórios. Nas minas de Carajás — ferro, manganês e ouro — o desmatamento tem ficado restrito às áreas de mineração e acesso, tendo havido reflorestamento, com espécies locais, das zonas não mais utilizadas. A construção de barragens de rejeito impedem que os resíduos sólidos da mineração sejam lançados na drenagem regional.
A Companhia Vale do Rio Doce, enquanto era estatal e com a participação de institutos de pesquisa e universidades, patrocinou estudos da flora, da fauna, dos sítios arqueológicos, bem como desenvolveu programas de apoio às comunidades indígenas nas áreas sob influência do projeto Carajás. Com a empresa privatizada, espera-se que os novos donos continuem seguindo a mesma política.
Tudo isso não impediu que a área do projeto corresponda a uma verdadeira "ilha" de preservação ambiental, rodeada por um cinturão de ocupação, motivada pelos mais diversos objetivos — posse da terra, pecuária, extração da madeira e garimpagem.
Superados os equívocos iniciais, as demais áreas de mineração da Amazônia — manganês de serra do Navio, caulim do Jari e do Capim, bauxita do Trombetas e cassiterita do Pitinga — também apresentam cuidados ambientais satisfatórios.
Algumas áreas da Amazônia apresentam vocação natural para uma industrialização baseada nos insumos minerais. No caso específico de Carajás — onde, ao lado da riqueza mineral da própria província, somam-se os distritos da bauxita de Paragominas-Tiracambú e de caulim do Capim — deverão ser contemplados os projetos relacionados com a siderurgia, metalurgia do alumínio, silício, cobre e níquel, e refino do ouro, bem como a fabricação de papel [Fig. 8].
É necessário que se encontrem novas soluções para a questão energética da região. As grandes hidrelétricas têm apresentado altos custos financeiros e ambientais, que comprometem todo o processo de desenvolvimento. Alternativas poderiam ser encontradas na utilização sustentada da biomassa e do gás natural. O crescimento industrial da Amazônia vai depender de disponibilidade energética competitiva, mas de fontes ecologicamente corretas, para que seus produtos não sofram rejeição nos mercados cada vez mais seletivos e críticos.
Os recursos minerais da Amazônia somente poderão dar maior contribuição ao desenvolvimento nacional — e regional — quando o processo de industrialização do país permitir a elaboração de produtos finais com elevado grau de tecnologia agregada. Só assim será possível uma melhor remuneração para os produtos de origem mineral, que tenham maior competitividade nos mutantes mercados atuais, num mundo onde há enorme diferença entre exportar potato chips ou micro chips.
Investimentos terão que ser feitos para o desenvolvimento de uma competência científica e tecnológica na Amazônia, voltada para a sua realidade e seus recursos. E, antes de tudo, é necessário que sejam feitos esforços para a valorização do homem da região, para que ele possa participar — com responsabilidade — e usufruir — com qualidade de vida — do aproveitamento de suas riquezas.
A Amazônia precisa ser melhor conhecida em toda sua complexidade física e biológica para que a utilização de seus recursos realmente possa significar evolução econômica e social da população do Brasil, e da própria humanidade.
Talvez a avidez por lucros a curto prazo e a qualquer preço desses tempos de globalização econômica insensível venha a contribuir para acelerar o saque de seu patrimônio mineral e biológico — e essas preocupações venham a ser lembradas apenas como um sonho utópico de alguns cientistas.

Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro

Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro

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Os minerais e as rochas sempre estiveram presentes na vida do homem, por exemplo, o sílex no machado e na ponta das flechas de nossos ancestrais; a turquesa nas jóias dos faraós; o betume nas tochas que ardiam nas cidades egípcias.

Os nomes utilizados na escala de tempo da pré-história do homem demonstram a importância dos minerais e das rochas no desenvolvimento da civilização: Idade da Pedra, Idade do Bronze e Idade do Ferro.

Os bens minerais podem ser considerados como "frutos da terra". A exploração de minérios de forma indiscriminada pode ocasionar, entretanto, a destruição da flora, a extinção da fauna, a erosão dos solos e a poluição do ar e das águas. As rochas e os minerais levaram até bilhões de anos para formarem-se e devem, portanto, ser extraídos de maneira racional, pois ocorrem em quantidade finita e não renovável. Os processos de formação dos recursos minerais são incompatíveis com a escala de tempo do homem. Os minerais e rochas são "frutos da terra" que não dão duas safras.
Conceitos

Os recursos minerais englobam materiais rochosos que podem ser utilizados pelo homem. Como parte do recurso mineral, a reserva mineral representa um determinado volume de rochas com caraterísticas próprias, passível de aproveitamento econômico. Em outras palavras, recurso é "o que temos" e reserva é "o quanto temos".

A pesquisa de um indício mineral pode fornecer a localização de uma ocorrência mineral, se a presença das substâncias de interesse não for economicamente aproveitável nas condições atuais. Ou, então, resultar na descoberta do depósito mineral que compreende, por sua vez, uma massa ou volume de rocha que contém minerais ou elementos químicos em concentração anômala, quer dizer, superior quando comparada a distribuição média na crosta terrestre, que permite caracterizá-los como de interesse econômico. O grau de concentração da substância mineral no depósito é dado pelo teor e somente a partir de um determinado valor será extraída com lucro. Assim, a jazida mineral consiste do depósito mineral em que ficou estabelecida a explotação, ou seja, a viabilidade econômica de extração das substâncias úteis.

A atividade que visa a descoberta de minérios denomina-se prospecção mineral, geralmente realizada em três etapas sucessivas. A primeira fase envolve o reconhecimento geológico para seleção de alvos; na segunda fase são feitos estudos detalhados dos alvos; e por fim, na última fase, o alvo é avaliado em termos econômicos.

O conjunto de operações coordenadas para aproveitamento do material da jazida é denominado lavra. A mina vem a ser a jazida mineral em lavra. A mina pode ser a céu aberto, subterrânea ou mista. A lavra pode ser executada de modo artesanal e rudimentar como nos garimpos ou realizada mecanicamente e em grande escala como nas minerações.

A avaliação da potencialidade do depósito mineral depende de vários fatores, mas principalmente de volume significativo e de teor adequado do minério para garantir seu suprimento a longo prazo. Minério é definido, portanto, em bases econômicas e representa agregado de minerais de ocorrência natural, a partir do qual uma ou mais substâncias úteis podem ser extraídas com expectativa de lucro. Outros fatores devem ser levados em consideração para viabilidade do depósito mineral, por exemplo, localização do corpo mineralizado, disponibilidade de energia elétrica e água, infra-estrutura da região, mão-de-obra, custos de extração, preço do minério, meios de transporte, oferta e demanda do mercado, taxação governamental, questões políticas e sociais e impacto ambiental.

É necessário, na grande maioria dos casos, que o minério seja submetido a processos industriais que permita sua utilização. A tecnologia empregada no beneficiamento de minérios depende das propriedades do material, como composição mineralógica do agregado, dimensões e forma das partículas minerais, sub-produtos associados e impurezas indesejáveis.

O beneficimento de minérios consiste na obtenção do concentrado e do rejeito, através de operações que envolvem cominuição, classificação por tamanho, separação, desaguamento e secagem. O concentrado é um produto com elevado teor da substância de interesse e com especificação apropriada. O rejeito é o material que não tem aplicação e será descartado.

Desse modo, várias etapas devem ser seguidas, desde a pesquisa de minérios até o estabelecimento e operação da mina. Os trabalhos começam com a prospecção mineral para descoberta do depósito de determinada substância de interesse. Depois, são realizados os estudos de viabilidade para comprovar a economicidade do depósito e caracterizá-lo como jazida mineral. O desenvolvimento da mina é feito com a implantação da infra-estrutura necessária. A mineração consiste basicamente da extração do minério, seguida dos processos de beneficiamento do mesmo. Após o transporte do produto para o mercado consumidor, faz-se a sua comercialização.

Classificação dos Bens Minerais

O bens minerais podem ser classificados de acordo com as reservas, produção e consumo de determinados países. Mas isso tem caráter transitório, quer dizer, o que é abundante em determinada época pode se tornar escasso em outra. O contrário também tem validade com a descoberta de novos depósitos minerais.

Os minérios excedentes, a julgar pela razão produção/consumo, podem ser exportados, por um longo prazo, sem risco para o abastecimento do mercado interno de determinado país. Como minérios excedentes, o Brasil tem, hoje em dia, nióbio, ferro, grafita, manganês, níquel, caulim e outros.

Os minérios suficientes suprem as necessidades da demanda de um país, por um intervalo de tempo relativamente longo, podendo ser exportados em determinadas circunstâncias. Das substâncias minerais produzidas no Brasil, apenas 14% são tidas como suficientes, por exemplo, barita, gipsita e fedspatos.

Os minérios insuficientes ou escassos são aqueles inexistentes ou que não ocorrem em quantidade necessária para atender a demanda de consumo interno do país, necessitando freqüência na importação. O Brasil precisa importar, atualmente, fosfato, enxofre, potássio, chumbo e combustíveis fósseis.

Já a razão reserva/produção anual é utilizada para estimativa de duração das reservas minerais conhecidas, tomando-se, como referência, o intervalo de 20 anos, que coincide com o tempo necessário para descoberta de novos depósitos minerais e o estabelecimento de minas. Desse modo, as reservas podem ser classificadas como: abundantes, suficientes e reservas carentes. No Brasil, as menores estimativas de reservas são para ouro, estanho e zinco, e as maiores expectativas ficam com argilas refratárias, caulim e magnesita.

A conservação dos recursos minerais (sabendo usar, não vai faltar) deve se dar por racionalização na utilização dos minérios, poupança no uso das substâncias escassas, reciclagem dos materiais e substituição dos minérios raros pelos mais abundantes.

Classificação dos Minérios

O minério, como uma rocha, tem dois tipos de materiais associados: o mineral de interesse, denominado mineral de minério ou mineral minério e o mineral de ganga ou ganga, que não tem valor econômico.

Esse conceito, entretanto, não é absoluto e isso quer dizer que o mineral de interesse de determinado minério pode ser ganga em outro e vice-versa. Vejamos, o principal minério de ferro brasileiro é o itabirito, que contém basicamente hematita e quartzo. Nesse caso, a hematita constitui o mineral de minério e o quartzo é considerado ganga. Nas indústrias de vidro, o quartzo das areias é o mineral de interesse.

De acordo com a natureza das substâncias, os minérios podem ser classificados como: metálicos, não-metálicos e energéticos.

Os minérios metálicos são fontes de elementos metálicos, podendo ser divididos em ferrosos e não-ferrosos. No grupo dos minérios ferrosos estão elementos como ferro, manganês, cromo, níquel, cobalto e vanádio, entre outros, utilizados para fabricação de ferroligas. Os minérios não-ferrosos podem ser divididos em básicos (cobre, chumbo, zinco e estanho), leves (alumínio, magnésio e titânio) e preciosos (ouro, prata, platina e paládio).

O grupo dos minérios não-metálicos também é conhecido como MRI - minerais e rochas industriais. Essa classe é muito abrangente, incluindo materiais de construção (areia, casacalho, brita e rochas ornamentais), materais para indústria química (enxofre, fluorita e pirita), fertilizantes (NPK - nitrato, fosfato e potássio), cimento (calcário), cerâmica (argilas, feldspatos e sílica), refratários (cromita e magnesita), abrasivos (córindon, diamante e alumina), isolantes (amianto e mica), fundentes (carbonato e fluorita), pigmentos (titânio e ocre), gemas (diamante, esmeralda, água-marinha, rubi, safira e turmalina) e águas minerais.

Os minérios energéticos são substâncias que podem ser usadas como fonte de energia e englobam os materiais nucleares e os combustíveis fósseis. Os materiais nucleares são minerais que contém elementos radioativos como urânio e tório. Os combustíveis fósseis têm origem na acumulação de microrganismos em sedimentos, estes transformados posteriormente em rochas sedimentares por processos diagenéticos, sendo divididos em sólidos, como a série turfa-linhito-carvão mineral-antracito, e líquidos e gasosos, como o óleo e o gás natural do petróleo (moléculas compostas por carbono e hidrogênio).
Esquerda: Amostra de Monazita (Fonte: Home Page da INB-Indústrias Nucleares do Brasil).
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Esquerda: Amostra de Ilmenita (Fonte: Home Page da INB-Indústrias Nucleares do Brasil).
Direita: Amostra de Zirconita (Fonte: Home Page da INB-Indústrias Nucleares do Brasil).
Principais Bens Minerais do Estado do Rio de Janeiro

O Estado do Rio de Janeiro caracteriza-se pela disponibilidade de recursos minerais não-metálicos, especialmente material para construção civil e água mineral. Destaca-se, também, pelas grandes reservas de óleo e gás natural da Bacia de Campos, responsável pela maior produção de petróleo do país. No que diz respeito aos recursos minerais metálicos, destacam-se as areias portadoras de rutilo, ilmenita e zirconita.

Os principais recursos minerais do Estado do Rio de Janeiro estão relacionados a seguir, juntamente com as ocorrências típicas no território fluminense.

Águas Minerais: são procedentes de fontes naturais ou captadas, possuem características físico-químicas distintas das águas comuns e dotadas de propriedades terapêuticas. O Estado do Rio de Janeiro conta com águas minerais das seguintes variedades: potáveis de mesa e radioativas na fonte (Petrópolis, Teresópolis, Magé, Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Rio Bonito, Nova Iguaçu, Seropédica e Rio Claro); fluoretadas (Miguel Pereira, Carmo, Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu, Magé, São Gonçalo e Nova Iguaçu); alcalino-bicarbonatadas e alcalino-terrosas (Paraíba do Sul, Cantagalo, Itaperuna e Cardoso Moreira), carbogasosas (Itaperuna, Santo Antônio de Pádua e São Fidélis); e raras (Três Rios, Cachoeiras de Macacu, Santo Antônio de Pádua e Macaé).

Areia Monazítica: concentração natural de minerais pesados que pode ocorrer ao longo do litoral (depósitos de praia) e em determinados trechos de rios (depósitos fluviais). Minerais pesados têm alta densidade, elevada estabilidade química e grande resistência física ao transporte. No Estado do Rio de Janeiro, a principal jazida de areia monazítica encontra-se em Buena, município de São Francisco do Itabapoana. Outros depósitos menores ocorrem em Parati, Angra dos Reis, Cabo Frio e Campos dos Goytacazes. Pequenos depósitos fluviais ocorrem em Sapucaia e Valença. Essas areias são constituídas principalmente monazita, zircão, ilmenita e rutilo.

monazita: fosfato de elementos de terras raras (ETR), com quantidades variáveis de tório e urânio, apresentando radioatividade. Várias utilizações, principalmente na fabricação de vidros especiais (tubo de televisão, catalizadores para "cracking" do petróleo e fibras óticas).

zircão: silicato de zircônio, podendo conter háfnio. Utilizado na fabricação de produtos refratários, moldes de fundição e peças para reatores nucleares. ilmenita: óxido de ferro e titânio. Tem ampla aplicação na indústria aeroespacial, como ligas em motores e turbinas.

rutilo: óxido de titânio. Usado principalmente na fabricação de pigmentos nas indústrias de tintas.

Areia Quartzosa: material composto essencialmente por grãos de quartzo depositados ao longo dos rios (areias fluviais) ou da costa (areias litorâneas ou de praia). As areais fluviais são impuras, constituídas por grãos angulosos e pouco selecionados, misturados a torrões de argila, fragmentos de rochas e detritos orgânicos. Já as areias litorâneas, devido ao retrabalhamento, possuem grãos bem arredondados e selecionados, podendo ter fragmentos de conchas e sais marinhos. As areias de praia são utilizadas na indústria de fundição (moldagem); como abrasivo (para jateamento e fabricação de lixas); na obtenção de farinha de sílica (carga tanto em produtos de limpeza como em tintas); e na siderurgia para fabricação de ferro-silício. No Estado do Rio de Janeiro, os principais depósitos de areias litorâneas localizam-se em Macaé, Cabo Frio, Araruama, Maricá e Parati. As areias fluviais, usadas na construção civil, ocorrem em todos os municípios, porém grande parte da produção está próxima aos grandes centros urbanos. Os principais municípios produtores são Seropédica, Itaguaí, Queimados, Nova Iguaçu, Paracambi, Rio de Janeiro, Barra Mansa, Três Rios, Casimiro de Abreu e Silva Jardim.

Argilas: material composto de partículas extremamente finas denominadas argilo-minerais. Quando molhadas são plásticas, mas secas e convenientemente aquecidas tomam-se rígidas. Geralmente, resultam da alteração química supergênica de rochas feldspáticas e passam por processos de tratamentos. As argilas são usadas principalmente para: cerâmica vermelha ou estrutural (tijolos, telhas, manilhas, ladrilhos e azulejos); cerâmica branca (louça sanitária e doméstica, pastilhas e também azulejos e ladrilhos); cerâmica especial (fins artísticos). Também são empregadas nas indústrias de cimento, papel, cosméticos e farmacêutica, veículo para inseticidas e tratamento de substâncias oleosas (petróleo). Os principais municípios produtores são: Campos dos Goytacazes, Rio Bonito, Itaboraí, Três Rios e Paraíba do Sul.

Esquerda: Extração de areia quartzosa (Seropédica)
Direita: Extração de argila (Campos dos Goytacazes)
Barita ou Baritina: é um sulfato e praticamente a única fonte de bário. Tem sua principal aplicação na indústria petrolífera, sendo adicionada à lama de perfuração das sondas, com a finalidade de equilibrar a pressão de fluidos dos poços. Utiliza-se também na fabricação de tintas, vidros, cerâmica, papel, plásticos, asfalto e borracha. No município de Seropédica tem uma pequena ocorrência de barita, sob a forma de veio hidrotermal, assim como em Tribobó.

Bauxita: é o principal minério para obtenção de alumínio. Trata-se de uma mistura de minerais ricos em hidróxidos de alumínio, geralmente gibbsita, boemita e diásporo, contendo impurezas de óxidos de ferro e titânio, sílica e argilominerais. No Estado do Rio de Janeiro, as ocorrências de bauxita são derivadas do intemperismo químico de rochas de complexos alcalinos, situados nos municípios de Resende (Itatiaia e Morro Redondo), Nova Iguaçu (Mendanha) e Rio Bonito.

Brita ou Pedras Britadas: compreendem fragmentos rochosos no intervalo granulométrico entre 10 cm a 6 mm. São usadas principalmente no concreto para construção civil e no asfalto para revestimento de estradas. No que diz respeito à qualidade dos materiais, são utilizadas rochas cristalinas de alta resistência mecânica, baixa porosidade, composição mineralógica favorável e sem minerais de alteração, por exemplo, granitos, gnaisses, basaltos, quartzitos e calcários cristalinos. Os maiores produtores de brita estão no noroeste fluminense e nos municípios de Rio de Janeiro, Nova Iguaçu e Magé.

Calcário: rocha de origem sedimentar constituída predominantemente de carbonato de cálcio. Em função da estrutura e/ou presença de outro composto, recebe denominações variadas: calcário dolomítico (calcário com dolomita); calcário pisolítico (com pequenas esferas de origem química, cimentadas entre si); calcário margoso (mistura de calcário e argila); calcário fossilífero (contém fósseis). O calcário tem sua principal utilização na fabricação de cimento, corretivo de solos, obtenção da cal que é usada, por sua vez, na construção civil, indústria química e purificação de águas. Também tem aplicação na indústria de borracha, vidros e muito apreciada como rocha ornamental. Quando o calcário passa por pelo processo de metamorfismo, passa a denominar-se mármore. No Estado do Rio de Janeiro, as maiores reservas e produção de mármore para cimento são encontradas no munícípio de Cantagalo. Até a década de 80, em Itaboraí, calcário foi explotado para a indústria cimenteira.


Esquerda: Pedreira de Brita na Região Metropolitana (Nova Iguaçu)
Direita: Mármores Calcíticos para Cimento (Cantagalo)
Caulim: é o termo comercial para argilas constituídas principalmente por caulinita (silicato de alumínio hidratado). Provém da alteração de rochas ricas em feldspatos. Devido à baixa reatividade química, alvura, e maciez tem larga utilização, por exemplo, indústrias de papel, têxteis, cosméticos, borracha, porcelanas e veículo para inseticidas. As baixadas Fluminense e Campista possuem consideráveis depósitos de caulim.

Conchas Calcárias: trata-se de calcário conchífero muito puro de origem orgânica. As conchas se acumulam em pequenas lentes ao longo das praias ou formam depósitos consideráveis em lagunas. Até recentemente, eram extraídas conchas da Lagoa de Araruama, para obtenção de barrilha (bicarbonato de sódio), material este empregado na fabricação de sabões, tecidos, vidros e fibras sintéticas.

Córindon (óxido de alumínio): Devido sua elevada dureza, é usado como abrasivo no polimento. No Estado do Rio de Janeiro, raríssimas vezes ocorre com qualidade gemológica de grande valor, nas variedades vermelha (rubi) ou azul (safira). Há uma ocorrência de córindon (tipo safira) associado às rochas alcalinas, no município de Duque de Caxias.

Diatomito: Rocha sedimentar constituída de carapaças silicosas de algas diatomáceas. São porosas e quando puras, brancas. Tem sua principal utilização como abrasivo suave para polimento, absorvente para nitroglicerina líquida, na filtração de líquidos, como isolante térmico e como suporte para inseticidas. Em Campos existem jazidas de diatomito.

Feldspato (aluminossilicato de potássio, sódio e cálcio): É um dos principais minerais constituintes das rochas. Nos pegmatitos os cristais são grandes e muitas vezes incluem cristais de quartzo, mica, turmalina, etc. Ocorre em São Gonçalo, Niterói, Itaboraí, Porciúncula, Cantagalo, Casimiro de Abreu, Campos, etc. É utilizado principalmente na manufatura de porcelana, indústria de vidro, na fabricação de esmaltes, azulejos, papel, entre outros.

Fluorita (fluoreto de cálcio): Apresenta-se em cristais de cores variadas. É utilizada principalmente como fundente em metalurgia, em cerâmica, na indústria química e na fluoretação de águas. Ocorre em Tanguá e Rio Bonito. Único minério explorado em mina subterrânea no RJ.

Garnierita: É um termo geral para silicatos hidratados de níquel. É a única fonte de níquel dos minérios lateríticos. O campo de aplicação do níquel é muito vasto devido às suas propriedades físicas e de alta resistência à corrosão. Suas principais aplicações são em ligas ferrosas e não ferrosas, indústria automobilística, indústria química, indústria aeronáutica, fabricação de aços inoxidáveis, ímãs permanentes, etc. Em Areal há uma pequena ocorrência sem valor econômico.

Gnaisse: Rocha metamórfica constituída principalmente por quartzo, feldspato e micas. É utilizado quase sempre como brita, as vezes em revestimentos e pisos. Ocorre praticamente em todo Estado.

Grafita (carbono): Mineral de cor escura, mole (dureza 1,5) e untuoso ao tato. Apresenta-se geralmente em palhetas e pequenos cristais lamelares. Ocorre sempre em rochas metamórficas diversas. É utilizado na fabricação de minas de lápis, cadinhos refratários, tintas anti-ferrugem e lubrificantes secos. Há diversas ocorrências em São Fidélis e Itaperuna, tendo sido algumas delas lavradas durante a Segunda Guerra Mundial.

Granito: Rocha ígnea intrusiva predominantemente constituída de quartzo, feldspato e micas. É utilizado na fabricação de brita, paralelepípedos, placas para revestimento, pisos e na decoração. Da mesma forma que o Gnaisse, ocorre em praticamente todo Estado. Na Região Metropolitana existem inúmeras pedreiras.

Muscovita (aluminossilicato básico de potássio): Possui a propriedade de se partir com facilidade, se separando em lamelas finíssimas. Como o quartzo e o feldspato, é um dos principais constituintes dos pegmatitos. Tem utilização como isolante térmico e elétrico e, quando moída, é empregada na fabricação de tintas de proteção contra a ferrugem.

Ouro (Au): Apresenta-se na natureza quase sempre como metal nativo. Possui cor amarelo-brilhante, brilho metálico e dureza baixa (3). No Estado do Rio o ouro já produzido provém dos rios Paraíba do Sul, Muriaé, Itabapoana, Pomba e Negro. A garimpagem está proibida no Estado do Rio devido à utilização do mercúrio pelos garimpeiros durante a retirada do ouro do concentrado de minerais pesados. Utilizado na fabricação de moedas e jóias, odontologia, galvanoplastia, fotografia, indústria eletrônica e química e como lastro de reservas da economia.

Petróleo: Óleo mineral natural de cor e viscosidade variadas. A matéria-prima do petróleo constitui-se de restos de vegetais de origem marinha depositados em bacias oceânicas e progressivamente recobertas por sedimentos, transformando-se lentamente em hidrocarbonetos.

Através do refino do petróleo obtém-se inúmeros derivados como a gasolina, a querosene, o óleo diesel, gás, além de outros que são utilizados na produção de plásticos, fertilizantes, etc. Na Bacia de Campos é extraída a maior parte do petróleo produzido no Brasil.
Esquerda: Fluorita - Entrada de uma galeria escavada em brecha magmática
(Fonte Boletim Técnico n.º1 - Fluorita de Tanguá - DRM-RJ)
Direita: Fotografia de Plataforma de Petróleo na Bacia de Campos (Fonte: Home Page da Petrobrás)
Quartzo (óxido de silício): O quartzo é um dos principais minerais constituintes das rochas. Apresenta-se sob forma maciça ou em cristais. A ametista é a variedade violeta do quartzo. Ocorre em pegmatitos e filões hidrotermais. Sua utilização como gema é conhecida desde a Antiguidade. Há uma pequena ocorrência em Campos, porém sem interesse gemológico. É utilizado na indústria eletrônica e ótica.

Rochas Ornamentais e de Revestimentol:As rochas ornamentais e de revestimento, também designadas pedras naturais, rochas lapídeas, rochas dimensionais e materiais de cantaria, abrangem os tipos litológicos que podem ser extraídos em blocos ou placas, cortados em formas variadas e beneficiados através de esquadrejamento, polimento, lustro, etc. (in CETEM/ABIROCHAS, 2001). Três tipos podem ser distinguidos:

a) Mármores: rochas calcárias ou dolimíticas, sedimentares ou metamórficas, que possam receber desdobramento, seguido de polimento, apicotamento ou flameamento;
b) Granitos: nome comercial dado a qualquer rocha não calcária ou dolomítica, que apresenta boas condições de desdobramento, seguido de polimento, apicotamento ou flameamento; e
c) Rochas de Revestimento: compreendem outros materiais de revestimento na construção civil, não sujeitos a processo industrial de desdobramento de blocos, tais como: ardósias, arenitos, basaltos, gnaisses, quartzitos, serpentinitos, além de outras passíveis de serem extraídas já em forma laminada ou que sejam utilizadas em revestimento independente da mencionada forma. (ConDet, 1999)

Sal Marinho (cloreto de sódio): Também chamado de halita, é um dos produtos naturais de uso mais remoto pelo homem. O sal é utilizado na alimentação humana, na indústria química, na indústria de conservação de alimentos, de borracha, etc. Ocorre dissolvido nos oceanos ou no estado sólido em depósitos resultantes da evaporação dos mares em períodos geológicos anteriores. Em ambos os casos, sempre acompanhado de outros sais (de magnésio, de potássio, de cálcio, entre outros). A obtenção do sal proveniente dos oceanos se dá através da utilização da energia solar. É produzido nos municípios de Araruama, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Saquarema.

Esquerda: Rochas para Revestimento (Santo Antônio de Pádua)
Direita: Sal Marinho - cloreto de sódio (São Pedro da Aldeia)
Sílex: Rocha composta principalmente de calcedônia (SiO2). É utilizada como material triturante em moinhos de bola. Ocorre em São Gonçalo.

Turfa: Matéria vegetal constituída principalmente por musgos e plantas de pântanos acumulados embaixo da água, onde não há oxidação. Como o petróleo, a turfa é um combustível fóssil. Pode ser utilizada tanto na produção de calor para consumo direto, como em usinas termoelétricas. Também tem uso na agricultura como condicionador de solos. Ocorre em várias regiões do Estado, desde Campos até Resende.

DIAMANTE

DIAMANTE

Você sabe qual é a diferença entre diamante e brilhante?
Do lado esquerdo da tela, diamante em foto da Joia br. No centro, selo emitido pela Alemanha Ocidental em 1997 (Yvert: 1743). Do lado direito, brilhante em foto da Joalheria H. Stern.
Diamante é o nome da pedra preciosa em estado bruto ou já lapidada. O brilhante, por sua vez, é um dos muitos tipos de lapidação que existem para o diamante.
A lapidação do tipo brilhante foi criada em 1919, por Marcel Tolkowsky, e possui forma redonda, com 57 ou 58 facetas. É uma das lapidações que conferem mais brilho e beleza ao diamante. É tão conhecida que seu nome acabou se tornando um sinônimo popular de diamante.
O diamante é composto apenas de carbono puro cristalizado. D: 10. DR.: 3,5.
Tem brilho adamantino, transparente a opaco, incolor, podem ser brancos, azulados ou até cor de chocolate, com diferentes tamanhos, formatos e técnicas de lapidação. Às vezes, amarelado, raramente verde, azul, vermelho e negro. Não é riscável por outras gemas, fratura concóide, clivagem perfeita.
Encontra-se em antigas rochas vulcânicas e em placers. Utiliza-se lapidado no talhe brilhante – que é o símbolo do amor eterno... representa luxo, brilho e resistência.
A primeira mulher da história a receber, como presente de noivado, um anel de diamantes foi Mary de Burgundye, em 1477. Conta a história que o Arqueduque Maximiliano, da Áustria, consultou um dos seus assessores quando se preparava para pedir a mão de Mary em casamento.
O assessor sugeriu que o noivo oferecesse um anel de diamante e uma aliança de ouro. O Arqueduque seguiu o conselho e, ao fazer o pedido, colocou o anel com diamante no terceiro dedo da mão esquerda de Maria...
Foto da Joalheria H. Stern.
A história dos diamantes, porém, é bem mais antiga. Nos últimos 2.500 anos eles vêm sendo utilizados em joias e adereços. O termo “diamante” é derivado da palavra grega “Adamas” (o inconquistável), prova suficiente de que, já na Antiguidade, era conhecida e apreciada por sua indestrutível beleza.
Os gregos se referiam aos diamantes como faíscas das estrelas que caíam sobre a Terra. Sobre eles, dizia-se também que o fogo refletido era a constante chama do amor. E mais: eles seriam lágrimas dos deuses.
A natureza comprova o quanto essas gemas são especiais... O diamante é a única pedra preciosa composta apenas de um elemento, o carbono. É exatamente a mesma composição do grafite, que parece seu antônimo: sem brilho, cinzento, quebradiço.
Quem pensaria em colocar uma pedra de grafite em um anel de noivado?
A explicação, mais uma vez, vem da natureza. Embora diamante e grafite sejam compostos do mesmo elemento, a forma como os átomos de carbono se unem uns aos outros é completamente diferente.
A isso chamamos de alotropia, do grego allos (outro) e tropos (maneira), é o fenômeno que consiste em um elemento químico poder existir estavelmente sob formas diferentes, com diferentes propriedades físicas e químicas. Exemplo: grafita (grafite) e diamante.
Até o século XVII, quase todos os diamantes comercializados no mundo tinham como origem a mina de Golconda, na Índia. Daquele local foram extraídos alguns dos mais famosos diamantes do mundo, como o Koh-i-Noor, que faz parte das joias da coroa da Inglaterra, e Orloff, patrimônio das joias da coroa da Rússia.
Mas, em 1725, o Brasil quebrou esta tradição, após a descoberta de diamantes na cidade de Diamantina, em Minas Gerais. Durante os 150 anos seguintes, o estado seria alçado à posição de maior produtor mundial de diamantes, perdendo esta posição, mais tarde, para a África do Sul.
Apenas 20% dos diamantes são utilizados para joalheria. O restante é aproveitado na área industrial. O diamante é muito resistente e utilizado, por exemplo, nos equipamentos de perfuração de petróleo e para o corte de vidro. O diamante é tão resistente que somente um diamante corta outro diamante.
O maior diamante foi encontrado na África do Sul, em 1905, e tinha 3106 quilates, que deu origem a 105 pedras de menor tamanho. Dentre elas está o diamante Cullinan I (também chamado de “Estrela da África”), com 530,20 quilates que adorna o cetro do Rei Eduardo VII; hoje localizado na Torre de Londres.
Localidades: Brasil, África do Sul, Congo, Angola, Tanzânia, Austrália, Federação Russa. Atualmente existem minas de diamantes nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Pará, Paraná e Roraima.
Analogias: Energia: projetiva. Planeta: Sol. Elemento: fogo. Signo: Áries, Leão. Chakra: todos. Tarô: A Justiça.
Fortalece funções cerebrais, ajuda o alinhamento dos ossos do crânio. Quebra bloqueios no chakra coronário e na personalidade, é um grande curador.
Afasta a negatividade, purifica o corpo físico e etéreo. Reflete os aspectos divinos de vontade e poder. Purifica e limpa sexualmente. Aumenta a força física e dá coragem.
É a mais neutra de todas as gemas e é extremamente poderosa para remover bloqueios, negatividade e disfunções sexuais. O Diamante intensifica a energia de outras pedras, promove a clareza do pensamento, amplia o pensamento, nos aproxima do Eu superior.
Em essência, é para trabalhar as partes espirituais mais elevadas do ser dentro do corpo físico.
Objetivos: espiritualidade, grande curador, paz, coragem, vigor. Protege contra os inimigos.
Diamante é uma pedra incolor, considerada a mais resistente que existe. Por isso atribui-se a ela o significado de solidez, durabilidade e pureza.
Diamante vermelho é a pedra das grandes paixões...

Curiosidades
Filatélica:
Na internet é possível ver parte de uma coleção de Selos Postais sobre Diamantes, Diamonds on Postage Stamps (www.diamondstamps.eu). Parece que o colecionador é um italiano que vive na Croácia...
Museológicas:
– Museu do Diamante (Iphan). O Museu do Diamante está localizado no centro da cidade de Diamantina (www.diamantina.mg.gov.br), no Estado de Minas Gerais (MG), possui objetos da época colonial, como móveis, utensílios, instrumentos utilizados para prender e castigar os escravos e para extrair ouro e diamante. O Museu do Diamante foi criado em 12/04/1954 e está abrigado em um dos prédios de maior significado histórico de Diamantina, construído no século XVIII. Além de ocupar casa de grande importância histórica e arquitetônica, o Museu do Diamante detém acervo que constitui um significativo centro de memória da região de Diamantina. Este acervo representa objetos relativos à extração diamantífera e o contexto social da região mineradora dos séculos XVIII e XIX, reunindo ainda arte sacra, mobiliário, armaria, transporte, indumentária e outros objetos. Destacam-se, neste acervo, as pedras preciosas e semipreciosas, as balanças de pesagem de ouro e diamante, os oratórios característicos da região. Todo este acervo propicia uma visão abrangente da histórica região Diamantina.
– O Museu do Diamante de Amsterdã, Diamond Museum Amsterdam (www.diamantmuseumamsterdam.nl), está localizado na capital da Holanda. O sítio oferece um Virtual Tour que vale a pena conferir!

HISTÓRIA DO DIAMANTE HOPE
De todos os diamantes conhecidos, a pior fama é do Hope, o Diamante Azul, que a lenda o rebatizou como “A pedra que mata”. Segundo a lenda, ele se encontrava na frente de uma importante estátua de Budha quando foi roubado por um guerreiro, que pouco depois foi assassinado.
Depois disso um comerciante vendeu a pedra para o Rei Luis XIV. Pouco depois o comerciante empobreceu, contraiu uma doença e morreu em meio a terríveis convulsões.
Quando a Madame de Monespan, obteve a honra de provar o diamante, foi abandonada e morreu sozinha na pobreza...
Depois da Revolução Francesa, o diamante foi escondido em edifício Guarda-Móveis Nacional, de onde foi roubado em 1791. Seis anos depois, os ladrões foram condenados à pena de morte.
Em 1830 o Hope foi comprado em um leilão por 90.000 libras esterlinas, por Francis Hope, membro do parlamento, que morreu logo depois, de mal súbito. Posteriormente, sua viúva morreu queimada na mansão.
Seu herdeiro e sobrinho Thomas, pouco tempo depois de receber a pedra, foi a falência nos negócios e abandonado pela esposa. Thomas se desfez do diamante, que foi comprado pelo príncipe russo Iva Kitanovski, para presenteá-lo a uma bailarina que, na noite que o usou pela primeira vez, foi assassinada com um tiro.
Após uma série de tragédias, a pedra ficou com o sultão Abdul Mamid II, ao se ver forçado a abdicar a favor de seu irmão, levando o Hope entre seus pertences para o exílio.
No início do século adquiriu-o a família Mac Lean, pouco depois, um de seus filhos se suicidou e outro morreu em acidente de automóvel. Mac Lean caiu em depressão, e morreu meses depois em uma clínica para doentes mentais.
O diamante Hope se encontra atualmente no Smithsonian Institute de Washington, onde seu fluxo magnético não transpassa o grosso cristal da vitrine onde é exposto aos turistas...