domingo, 23 de março de 2014

AMETISTA

 Ocorrências das gemas
AMETISTA
Ocorre em cavidades de rochas vulcânicas e em
pegmatitos.São encontradas em geodos, gretas ou
jazidas. Os cristais sempre crescem sobre uma ba
se (substrato). É quase ausente nas rochas que
constituem o assoalho oceânico; pode ocorrer em abundancia tanto nas rochas ígneas (principalmente
graníticas), quanto nas sedimentares.
PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS BRASILEIRAS (SVISERO & FRANCO, 1991)
Estado da Bahia - Bom Jesus dos Meiras, Brejinho das Ametistas, Vitória da Conquista, Ituaçu,
Jacobina, Macaúbas e Rio de Contas.
Estado do Rio Grande do Sul - Iraí, Lajeado, Livramento, Rio Taquari, Santa Maria, São Gabriel,
Soledade, Três Arroios, Erechim, Bento Gonçalves e Cruz Alta.
Estado de Minas Gerais - Viçosa, Ataléia e Itamarandiba (MG).
Estado do Ceará - Russas, Quixeramobim e Solonópole.
Estado de Pernambuco – Petrolina.
Estado de São Paulo – Itapirapuã.
Estado de Goiás – Xambioá.
Estado Santa Catarina – Timbó.
Estado dão Paraná - Porto Guairá.
Estado do Pará - Marabá.
Estado do Mato Grosso do Sul - Corumbá
A ametista também é comum nos pegmatitos pouco evoluídos do extremo sul da Bahia, porém
aparecem mais como curiosidade do que como produto econômico (Misi & Azevedo, 1975).
Uma pequena produção é assinalada nos pegmatitos de Espírito Santo, (Mimoso do Sul, Fundão,
Itaguaçu), Minas Gerais (Marambaia, Serro, Matias
Barbosa), Ceará, e Rio de Janeiro (Menezes e
Sigolo, 1981).
DESCRIÇÃO DE OCORRÊNCIAS BRASILEIRAS
1) BAHIA
JAZIDA DE AMETISTA DA GROTA DO COXO, JACOBINA.
A ametista está encaixada em quartzito vertical, de grã fina e cor branca da Formação Rio do Ouro,
exibe litificação variável e marcas de ondas.
A jazida corresponde a uma zona levemente tectoniz
ada, vertical, paralela à direção regional N-S.
Blocos de quartzitos, freqüentemente enormes, bascularam uns sobre os outros. São algumas vezes
cimentados por um arenito cinza rosado mais escuro. Todas as cavidades resultantes desse
amontoamento foram recobertas por ametista. Existem também drusas de quartzo hialino ou leitoso
variavelmente britado e cimentado por quartzo hema
tóide. Algumas grandes drusas apresentam um
excepcional preenchimento de material orgânico
carbonoso (Pioco do Barro). Uma areia branca
preenche os condutos formados entre os blocos e as drusas. 
 
2) RIO GRANDE DO SUL
AMETISTA DE IRAÍ
As Ametistas dos Basaltos de Iraí
As drusas são muito abundantes nos imensos platôs do sul do Brasil. Todas as jazidas de ametista
localizam-se na bacia do Paraná, vasta sinéclise onde as erupções vulcânicas da era secundária
formaram um lençol de aproximadamente 1.200.000km
2
de
trapps
cuja espessura média é de 650
metros. Essa sucessão de derrames suborizontais é essencialmente constituída por rochas basálticas
cujos minerais principais são: labradorita, augita e pigeonita. Como elementos acessórios ocorrem:
titano-magnetita, apatita, quartzo, feldspato potássico e biotita. A textura é basáltica, rica em vidro
intersticial. Termos mais ácidos tais como hialodacitos, dacitos e delenitos ocorrem na parte superior
de alguns derrames. Brechas basálticas e andesina-basaltos são localmente conhecidos.
Dois ciclos magmáticos foram reconhecidos: o mais antigo iniciou-se antes do Jurássico Superior e
somente formou intrusões; o segundo foi responsável por enorme emissão de lavas, que jorraram
através de fissuras. Todas as lavas pertencem ao Grupo São Bento, Formação Serra Geral (Jurássico-
Cretáceo).
O início da exploração de ametistas no estado do
Rio Grande do Sul data de 1840. Atualmente quase
toda a produção provém da região de Iraí, que in
clui os múnicípios de Alpestre, Iraí, Frederico
Westphalen, Nonoaí, Planalto e Rodeio Bonito.
3) PARÁ
3.1 Garimpo do ALTO BONITO
“No garimpo de ametista do Alto Bonito em Marabá, Estado do Pará, foram caracterizados dois tipos
de depósitos:
a) DEPÓSITOS PRIMÁRIOS - a ametista encontra-se associada a cristais de rocha puros ou leitosas,
sob a forma de geodos e/ou drusas encaixados nas zonas de falhas que afetaram o quartzito;
b) DEPÓSITOS SECUNDÁRIOS - são depósitos detríticos de material mal selecionado que foram
desagregados e transportados para as partes mais baixas da área do garimpo. Nesse tipo de depósito,
a extração da ametista se torna mais fácil.
Os depósitos primários são resultado da intensa atividade hidrotermal que afetou a área. Tal atividade
estaria ligada a um último evento magmático que remobilizou, a SiO
2
, o Fe e Mn das rochas
encaixantes gerando as ametistas, ou mesmo os cristais de rocha e quartzo fumê que foram formados
em zonas de falha” (COLLYER.
et al.
1991).
3.2 garimpo de PAU D’ARCO
A concentração de ametista, sob a forma sedimentar, está relacionada à sedimentação pleistocênica,
com platôs remanescentes da desnudação pliocênica da depressão periférica do sul do Pará, atuante
na região da confluência dos rios Araguaia e Tocantins. A ametista apesar do baixo aproveitamento
em lapidação, possui um elevado valor no mercado joalheiro pela tonalidade extra que apresenta.
COLLYER
et al.
(1991).
A concentração da ametista ocorreu devido a desagregação dos veios, transporte e deposição fluvial
do material desagregado, com um posterior retrabalhamento, que deu origem a terraços no antigo
leito do rio Araguaia. O conjunto de processos erosivos e deposicionais pós-pliocênicos permitiram a
concentração de bens minerais como a ametista.
 

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