sábado, 26 de abril de 2014

Sinclinal ouro fino revisitado, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais

Sinclinal ouro fino revisitado, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais: uma hipótese sobre a sua origem e evolução

O Sinclinal Ouro Fino é uma estrutura de escala sub-regional de origem controvertida. Dois modelos estruturais constituem a visão síntese da evolução tectônica dessa estrutura. Para Ladeira & Viveiros (1984) o Sinclinal Ouro Fino resulta do primeiro evento de dobramento que afetou o Supergrupo Minas, tendo gerado as primeiras dobras com eixos E-W e clivagem penetrativa associada. A vergência desta fase de dobramento é para norte. Já Fonseca (1990) interpreta a origem do Sinclinal Ouro Fino como resultado de esforços compressivos dirigidos de E para W. O eixo teria orientação submeridiana e vergência para oeste tal como foi apresentado por Dorr (1969). Este último é o modelo amplamente aceito. Entretanto, a presente investigação por meio da análise estrutural conduzida no Sinclinal Ouro Fino permitiu a caracterização de quatro famílias distintas de estruturas e a proposição de uma outra hipótese para a origem e evolução dessa estrutura. A primeira família caracteriza-se por dobramentos apertados e reclinados com charneiras apresentando caimentos moderados para ESE tendo gerado uma xistosidade plano-axial e lineação de interseção paralela à lineação mineral. Esta lineação mineral caracteriza-se como do tipo “b”. A mineralização ferrífera está fortemente condicionada pelos parâmetros deformacionais desta fase. O fechamento da dobra de primeira ordem se dá no setor meridional sendo corroborado pelas relações entre o acamamento e a xistosidade e pelas dobras subsidiárias em padrão “S” e em “Z”, respectivamente, nos flancos oeste e leste. Essas relações permitem redefinir a geometria da estrutura de Ouro Fino como uma dobra sinclinorial, de eixo WNW-ESE subhorizontal, antifórmica, reclinada e vergência para sul. Nestas condições tem-se que as unidades do Supergrupo Minas (Paleoproterozóico) ocupam o núcleo da dobra sendo envolvidas pela seqüência metapelítica do Supergrupo Rio das Velhas (Arqueano). A segunda família de estruturas é caracterizada por dobras abertas a fechadas com eixos subhorizontais orientados em posição submeridiana associada à lapa da falha Córrego das Flechas. A dobra notável desta fase é o sinforme Córrego das Flechas. Elas apresentam clivagens planoaxiais. A vergência e o transporte tectônico são de leste para oeste. As demais famílias estão representadas por dobramentos suavese crenulações com direções axiais E-W e N-S.

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