Gás do xisto: enquanto os Estados
Unidos mergulham no novo boom do re-fracking nós, no Brasil,
anestesiados em berço esplêndido, ainda nem sabemos o que é fracking...
Tem hora que nos dá vontade de sair às ruas gritando
contra o imenso atraso que o Brasil está enfrentando graças a uma
política governamental retrógrada e mal informada, que ainda não
colocou em produção os nossos gigantescos recursos de gás e óleo dos
xistos e folhelhos.
Todo o cidadão que ama o Brasil deve se sentir abandonado e desassistido
quando vê que as autoridades brasileiras permanecem deliberadamente
inertes quando o assunto é o gás do xisto. Talvez elas prefiram comprar
“refinarias nos Estados Unidos”...
A produção de gás e óleo dos xistos é a única revolução econômica que está, literalmente, na nossa mão e que ainda não foi feita.
É uma verdadeira revolução socioeconômica que irá beneficiar
diretamente a população do nosso atrasado e necessitado país, que ainda
importa gás e petróleo, mesmo tendo uma das maiores reservas de xisto
do mundo. Só falta vontade política...
Nós convivemos com preços de combustível exorbitantes (57% acima do
preço da gasolina americana), e com contas de eletricidade que sobem
três vezes mais do que a inflação: tudo por que os nossos políticos e
empresas governamentais são incompetentes em produzir os hidrocarbonetos
que estão no nosso xisto.
Talvez você se pergunte como eu posso ter tanta certeza sobre o assunto.
A minha resposta é simples: a revolução do xisto americano já aconteceu,
ela tem décadas de sucessos e todos os benefícios e malefícios que eles
tiveram estão aí para serem replicados ou evitados, se formos
inteligentes, é claro...
Nos últimos dez anos, a exploração de hidrocarbonetos do xisto americano causou o maior impacto econômico na indústria da maior potência mundial do Planeta Terra
Estou falando da maior economia do mundo, que antes do xisto, era a
maior importadora de petróleo e gás do planeta e que é mais de sete
vezes maior do que a do Brasil. Hoje os Estados Unidos estão se
tornando país exportador de gás e óleo, tem custos de gasolina e gás
natural baixíssimos, uma indústria do aço revitalizada e estão em plena
revolução econômica.
Graças ao xisto!!
Por que não imaginar que algo MUITO MAIOR possa ocorrer aqui no
Brasil, que temos uma economia sete vezes menor, mas reservas de xistos
tão grandes quanto as dos Estados Unidos?
O mesmo xisto que nós temos de sobra em praticamente todos os Estados da
Federação e que criminosamente, deixamos de lado enquanto milhões de
brasileiros reclamam da energia e combustíveis caros, da falta de
infraestrutura, de uma educação quinto-mundista, de uma saúde castrista e
de um IDH africano.
O descaso com as nossas riquezas minerais é criminoso. Não podemos
aceitar que brasileiros morram nas filas de hospitais enquanto os nossos
xistos continuam no chão impregnados de gás e óleo, que podem mudar
para sempre a nossa economia e o nosso povo.
As autoridades brasileiras são tão ignorantes que ainda estão tentando
descobrir o que é o “tal de fracking”, pergunte ao seu Deputado e
Senador...
Eles já deveriam ter enviado várias comitivas de políticos, técnicos e
geólogos para os Estados Unidos para ver, estudar e entender o que é a
revolução do xisto e como nós podemos fazer a nossa sem incorrer nos
erros deles.
Enquanto nós dormimos, anestesiados, em berço esplêndido nos Estados
Unidos a revolução do fracking já se transformou. Hoje eles estão
embarcando na segunda onda: a do re-fracking.
Como havíamos informado no Portal do Geólogo, as produções dos poços de
produção caem vertiginosamente, após quatro anos o que obriga as
empresas a continuar furando em um ciclo interminável.
Esta exaustão rápida parecia ser a maldição do fracking e, lógico, a salvação das empresas de sondagem.
Mas as coisas estão mudando em um novo nome invade os escritórios das empresas produtoras: o re-fracking.
Como você já deve ter entendido o re-fracking é uma nova tecnologia que
permite que um poço já existente possa sofrer um novo faturamento
hidráulico (fracking para os íntimos).
O fracking foi o primeiro passo e colocou a produção de petróleo e gás
americana no maior pico em 25 anos. Mas o re-fracking vai acelerar muito
mais essa situação, pois colocará em produção aqueles poços quase
exauridos e abandonados.
O processo do re-fracking é muito inteligente e acaba com um dos grandes
mitos desta exploração que o da contaminação de aquíferos.
O que ocorre no re-fracking é que minúsculas bolas de plástico são
injetadas, em alta velocidade, nos furos exauridos. Essas bolinhas de
plástico vão impermeabilizar as fraturas que estão com a menor pressão e
que são as principais causadoras da exaustão da produção ao longo do
tempo.
Ao “soldar” essas fraturas a pressão do gás no interior do poço se
multiplica, fazendo a produção aumentar consideravelmente. É a
revitalização dos poços abandonados.
O re-fracking é um método razoavelmente barato e custa em torno de US$1
milhão por furo o que é menos de dez vezes o custo de um furo inicial.
Operadores já mediram vazões de 1,3 milhões de pés cúbicos por dia em
furos revitalizados onde foi usado o re-fracking. Eles começam a
expandir o método para outros campos.
Os resultados são tão bons que a maioria dos grandes operadores já estão
cogitando usar o re-fracking em seus poços abandonados que agora não
são mais chamados de velhos, mas de “vintage” em uma alusão ao vinho de
safras antigas.
Nos Estados Unidos existem milhões de furos de produção onde o fracking
foi utilizado. O potencial do re-fracking é, consequentemente, imenso e
pode adicionar trilhões à economia americana com um custo de 10% dos
custos iniciais...
Enquanto isso, aqui no Brasil do xisto abundante, nós aguardamos
esperançosos que o próximo(a) Presidente faça a revolução que a atual
não conseguiu fazer.
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