quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Chineses compraram “abacaxis” e agora tem que descascar...

Chineses compraram “abacaxis” e agora tem que descascar...




Na corrida pelo minério de ferro as empresas chinesas saíram, atabalhoadamente, em busca de minas.

Sem fazer o “dever de casa” compraram, na última década, inúmeros jazimentos de minério de ferro ao redor do mundo.

Talvez por que as modernas ferramentas da economia mineral ainda sejam pouco usuais no sistema chinês, estes grupos compraram várias “jazidas” que jamais passariam no crivo de empresas ocidentais de alto nível. Estes verdadeiros “abacaxis mineiros” nunca progrediram.

No entanto, muitas daquelas jazidas que conseguiram virar mina, foram adquiridas quando os preços do minério de ferro estavam acima de US$120/t.

Ou seja: o que já era marginal no passado fica no prejuízo hoje com as pronunciadas quedas do preço do minério de ferro. Os lucros estão desaparecendo, se é que ainda existem, nesses empreendimentos.

Segundo o China Metallurgical Industry Planning and Research Institute poucos destes projetos conseguirão cortar os custos da lavra para patamares abaixo de US$100/t.  Some-se aos custos os outros riscos dos projetos comprados e veremos um verdadeiro pesadelo.

Algumas empresa já estão desvalorizando os seus ativos como a Pangang que comprou a mina de magnetita de Karara na Austrália.

Após o início da mina, em 2013, percebeu-se que o projeto era muito mais complicado que os chineses estimaram. Desde então, entre várias paralisações, o projeto vem se desvalorizando até atingir a reavaliação de AU$640 milhões em agosto: os investimentos chineses em Karara atingiram AU$2,57 bilhões...

Prejuízos como os de Karara fazem parte da história atual da mineração mundial, principalmente quando a compra foi feita por um grupo chinês.

Mesmo assim, escaldados por sucessivos erros, os chineses continuam na ofensiva.

O megagrupo liderado pela chinesa Ansteel ainda quer comprar o equivalente a 50% do minério que é produzido, a alto custo, na China.

Talvez agora eles façam estudos de avaliação econômica mais rigorosos evitando repetir os erros do passado.

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