quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Groelândia MINA DE RUBI E OUTROS MINERAIS

Groelândia ou Gronelândia (português europeu) (em gronelandês Kalaallit Nunaat, "nossa terra"; em dinamarquês: Grønland, "terra verde") é uma nação constituinte autónoma do Reino da Dinamarca, cujo território ocupa a ilha homónima, considerada a maior do mundo, além de diversas ilhas vizinhas, ao largo da costa nordeste da América do Norte. As suas costas dão, a norte, para o oceano Glacial Ártico, a leste para o Mar da Gronelândia, a leste e sul para o Oceano Atlântico e a oeste para o mar do Labrador e baía de Baffin. A terra mais próxima é a ilha Ellesmere, a mais setentrional das ilhas do Arquipélago Ártico Canadiano, da qual está separada pelo estreito de Nares. Outros territórios próximos são: no mesmo arquipélago canadiano, a oeste, a ilha de Devon e a ilha de Baffin;a sueste a Islândia; a leste a ilha de Jan Mayen e a nordeste o arquipélago de Esvalbarda, ambos possessões da Noruega.

História

Em tempos pré-históricos, a Gronelândia foi a residência de um certo número de culturas paleoesquimós.[carece de fontes] A partir de 984 d.C., foi colonizada por noruegueses estabelecidos em dois assentamentos na costa oeste sobre os fiordes perto da ponta sudoeste da ilha. Eles prosperaram durante alguns séculos, mas, após quase quinhentos anos de habitação, desapareceram por volta do século XV.
Os dados indicam que entre 800 e 1300 d.C. as regiões em torno dos fiordes do sul da Gronelândia enfrentaram um clima relativamente ameno semelhante ao de hoje. Árvores e plantas herbáceas cresciam lá, com o clima inicialmente permitindo agricultura e criação de gado como na Noruega. Estas comunidades remotas prosperaram na agricultura, caça e comércio com a Noruega. Quando os reis noruegueses converteram seus domínios ao cristianismo, um bispo foi instalado na Gronelândia, subordinado à Arquidiocese de Nidaros (à época parte da Igreja Católica, hoje parte da Igreja Luterana da Noruega). Os assentamentos parecem ter coexistido relativamente pacificamente com os inuítes, que haviam migrado do sul do Ártico para as ilhas da América do Norte por volta de 1200. Em 1261, a Gronelândia tornou-se parte do Reino da Noruega.
Por volta dos séculos XIV e XV, os assentamentos escandinavos desapareceram, provavelmente devido à fome e conflitos crescentes com os inuítes. Outros motivos como a erosão excessiva do solo, devido à destruição da vegetação natural para a agricultura e a obtenção de relva e madeira e a uma diminuição da temperatura durante a chamada Pequena Era Glacial também favoreceram o desaparecimento dos assentamentos. A condição dos ossos humanos encontrados por arqueólogos a partir deste período indica que a população norueguesa era desnutrida. Sugeriu-se[quem?] que as práticas culturais, tais como a rejeição de peixes como fonte de alimento e a utilização exclusiva de gado mal-adaptado ao clima da Gronelândia, poderiam ter causado a fome, e a degradação ambiental levou finalmente ao abandono da colônia. Estudos deixaram claro[carece de fontes], porém, que o peixe era importante fonte de alimento para os noruegueses da Gronelândia desde o início do século XIV.
Em 1500, o Rei D. Manuel I de Portugal terá enviado Gaspar Corte-Real à descoberta de terras e de uma "Passagem do Noroeste para a Ásia". Corte-real chegou à Gronelândia pensando ser a Ásia, mas não desembarcou. Fez uma segunda viagem à Gronelândia em 1501, com o seu irmão Miguel Corte-Real e três caravelas. Encontrando o mar gelado, mudaram e rumo para Sul, chegando à terra que se pensa ter sido Labrador e Terra Nova.4
Dinamarca-Noruega reafirmou a sua reivindicação latente para a colônia em 1721. Após as Guerras Napoleônicas, separou-se a Noruega da Dinamarca por exigência do congresso de Viena, através daquele que ficou conhecido como tratado de Kiel (1814). A Noruega uniu-se então à Suécia, situação que perduraria até 1905. A Dinamarca manteve as colônias da Islândia, ilhas Feroé e Gronelândia. Governou também a Índia Dinamarquesa (Tranquebar) de 1620 a 1869, a Costa do Ouro dinamarquesa (Gana) de 1658 a 1850 e as Índias Ocidentais Dinamarquesas (as ilhas Virgens Americanas) de 1671 a 1917.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a ligação entre Gronelândia e Dinamarca foi interrompida em 9 de abril de 1940, por ocasião da ocupação da Dinamarca pelos nazistas. A Gronelândia foi capaz de comprar mercadorias provenientes dos Estados Unidos e do Canadá, através da venda de criolito da mina de Ivigtût. Durante a guerra o sistema de governo mudou. O governador Eske Brun governou a ilha através de uma lei de 1925 que permitia a governadores assumir o controle sob circunstâncias extremas. O outro governador, Aksel Svane, foi transferido para os Estados Unidos, para liderar uma comissão de abastecimento da Gronelândia. A Sirius Patrol, guardando a costa nordeste da Gronelândia usando trenós puxados por cachorros, detetou e destruiu várias estações meteorológicas alemãs, dando à Dinamarca uma posição melhor no tumulto pós-guerra.
A Gronelândia foi uma sociedade protegida e muito isolada até 1940. O governo dinamarquês, que governava a sua colônia, acreditava que a sociedade iria enfrentar exploração do mundo exterior ou até mesmo extinção se o país fosse aberto. Porém, durante a II Guerra Mundial, a Gronelândia desenvolveu um senso de autoconfiança através do seu autogoverno e comunicação independente com o mundo exterior.
Entretanto, uma comissão em 1946 (com o maior conselho Gronelandês, Landsrådet, como participante) recomendou paciência e nenhuma reforma radical do sistema. Dois anos mais tarde o primeiro passo em direção à mudança de governo foi dado, quando uma grande comissão foi fundada. Em 1950 o relatório (G-50) foi apresentado. Gronelândia deveria ser uma afluente sociedade moderna com o país Dinamarquês como patrono e exemplo. Em 1953, a Gronelândia foi feita parte do Reino dinamarquês. A autonomia foi concedida em 1979.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Gronelândia se separou de fato, tanto social como economicamente, da Dinamarca, aproximando-se mais dos Estados Unidos e Canadá. Depois da guerra, o controle da ilha voltou à Dinamarca, retirando-se seu status colonial, e, apesar da Gronelândia continuar sendo parte do Reino da Dinamarca, é autônoma desde 1979. A ilha é o único território que deixou a União Europeia, se bem que possua o status de estado associado.

Geografia

Costa sudeste da Gronelândia.
A Gronelândia é uma região autónoma dinamarquesa que ocupa a ilha do mesmo nome e ilhas adjacentes, ao largo da costa nordeste da América do Norte.
As costas gronelandesas dão, a norte, para o Oceano Glacial Árctico, a leste para o Mar da Gronelândia, a leste e sul para o Oceano Atlântico e a oeste para o Mar do Labrador e Baía de Baffin. A terra mais próxima é a ilha Ellesmere, a mais setentrional das ilhas do Arquipélago Árctico Canadiano, da qual está separada pelo Estreito de Nares. Outros territórios próximos são: no mesmo arquipélago do Canadá, a oeste, a Ilha de Devon e a Ilha de Baffin; a sueste, a Islândia; a leste, a ilha de Jan Mayen, e a nordeste o arquipélago de Spitzbergen, ambos possessões da Noruega.
A Gronelândia é a maior ilha do mundo e tem mais de 44 000 km de linha de costa. A população é escassa, confinada a pequenos povoados na costa. A ilha tem a segunda maior reserva de gelo do mundo, apenas ultrapassada pela Antártida.
A vegetação é em geral esparsa, com uma pequena zona de floresta no município de Nanortalik no extremo sul, perto do Cabo Farewell.
O clima é ártico a sub-ártico com verões frescos e invernos muito frios. O território é geralmente pouco montanhoso, existindo uma camada de gelo de declive gradual que cobre quase toda a ilha. A costa é maioritariamente rochosa e com falésias. O ponto de menor altitude é o nível do mar e o mais alto é o Gunnbjørn (3700 m). O extremo norte da ilha é o cabo Morris Jesup, descoberto pelo Almirante Robert Peary em 1909.

Demografia

Mãe e filho inuítes (c. 1901).
A Gronelândia tem uma população de 57 564 (2008),5 dos quais 88% são inuit ou mestiços de dinamarqueses e inuit. Os 12% restantes são de origem europeia, principalmente dinamarqueses. A maioria da população é luterana. Quase todos os groenlandeses vivem ao longo de fiordes, no sudoeste da ilha principal, que possuem um clima relativamente ameno.6

Religião

religião

porcentagem
Cristianismo
  
96,6%
Sem religião
  
2,2%
Religiões étnicas
  
0,7%
Outras religiões
  
0,5%
A principal religião é o cristianismo, praticado por 96,6% dos habitantes. O luteranismo é a maior denominação cristã praticada no território. 2,2% da população constituem-se por não-religiosos, enquanto as religiões étnicas e outras religiões constituem 0,7% e 0,5% da população, respetivamente.
O livro bíblico do Novo Testamento foi traduzido para o gronelandês de 1766 a 1893. A primeira tradução da Bíblia inteira foi concluída em 1900. Uma nova tradução foi concluída em 2000.
Os habitantes da Gronelândia foram cristianizados pelos missionários noruegueses e dinamarqueses entre os séculos XVII e XIX. Ainda há missionários cristãos lá, principalmente dos movimentos carismáticos.

Língua

Tanto o gronelandês quanto o dinamarquês foram utilizados em assuntos públicos desde o estabelecimento do governo autônomo em 1979, e a maioria da população fala ambas as línguas. O gronelandês, falado por cerca de 50 000 pessoas, algumas das quais são monolíngues, tornou-se a única língua oficial em junho de 2009.7 Uma minoria dinamarquesa de migrantes sem ancestrais inuit falam o dinamarquês como sua primeira ou única língua, e o dinamarquês, que previamente era uma das línguas oficiais, permanecerá como uma língua de educação mais alta. O Inglês é vastamente falado como um terceiro idioma.8 A Groenlândia tem 100% de taxa de alfabetismo.9
O gronelandês é a língua mais popular da família de línguas esquimo-aleútes e possui mais falantes que todas as outras línguas da família juntas. Dentro da Gronelândia, três principais dialetos são reconhecidos: o dialeto do norte Inuktun ou Avanersuarmiutut falado por cerca de 1000 pessoas na região de Qaanaaq, o gronelandês ocidental ou Kalaallisut que serve de padrão à língua oficial, e o dialeto do leste Tunumiit oraasiat ou Tunumiutut falado na parte oriental da Gronelândia.

Política

O Chefe de Estado da Gronelândia é a Rainha Margarida II da Dinamarca. Um Alto Comissário representa a monarquia e o governo dinamarquês, nomeado por este último.
A Gronelândia conta com um parlamento eleito de trinta e um membros. O Chefe de Governo é o Primeiro-Ministro, que costuma ser o líder do partido com maioria no parlamento.
Em 1985, a Gronelândia deixou a Comunidade Europeia, embora a Dinamarca continue a integrar aquela união.
Em 25 de novembro de 2008, os eleitores gronelandeses aprovaram, em referendo, uma ampliação da autonomia da ilha frente ao governo dinamarquês.

Subdivisões

Administrativamente, a Gronelândia consiste em três condados (Amt): Kitaa/Vestgrønland (Gronelândia Ocidental), Tunu/Østgrønland (Gronelândia Oriental) e Avannaa/Nordgrønland (Gronelândia Setentrional).

Urbanização

Economia

Recursos minerais (zinco, chumbo, minério de ferro, carvão, molibdénio, ouro, platina e urânio) são abundantes. A descoberta de petróleo, zinco e ouro, em 1994, promete mudar a economia, ainda bastante dependente da Dinamarca, que também responde por sua defesa e relações externas. A economia baseia-se na extracção de bens minerais e também na pesca, caça de focas e baleias.
A caça de foca marca a vida dos habitantes do norte. A Gronelândia hoje é criticamente dependentes da pesca e das exportações de pescado, sendo que a indústria da pesca de camarões é de longe a mais rentável.
Apesar de uma promissora retomada das atividades de exploração de hidrocarbonetos e minerais, ainda serão necessários vários anos antes que a produção de hidrocarbonetos seja iniciada. Foi criada a companhia petrolífera estatal NUNAOIL a fim de estimular a indústria de hidrocarbonetos. Foram lançadas ações da empresa estatal Nunamineral na bolsa de valores de Copenhague, a fim de reunir os capitais necessários ao aumento da produção de ouro, iniciada em 2007. A exploração de depósitos de rubi também começou em 2007. Registra-se também a prospecção de outros minerais (urânio, alumínio, níquel, platina, tungstênio, titânio e cobre).
O turismo é o único sector com algum potencial a curto prazo mas é limitado, devido à curta temporada e aos custos elevados.
O sector público, incluindo empresas públicas e municípios, desempenha um papel predominante na economia da Gronelândia. Cerca de metade das receitas governamentais vêm de subsídios do governo dinamarquês - um importante complemento ao produto interno bruto (PIB). O PIB per capita é equivalente ao das economias mais pobres da Europa, ainda que o IDH seja elevadíssimo.
A Gronelândia sofreu uma recessão econômica no início da década de 1990, mas, a partir de 1993, a economia cresceu. O governo tem adotado uma política de aperto fiscal desde o final dos anos 1980, o que contribuiu para criar superavit orçamentário e manter a inflação baixa. Desde 1990, quando foi fechada a última mina de chumbo e zinco, a Gronelândia registra déficit na balança comercial.

Cultura

O Museu Nacional da Gronelândia situa-se em Nuuk.
Com relação à culinária da Groenlândia, destaque para seus ingredientes raros e exóticos. A comida tradicional é feita com os ingredientes locais preparados de maneira simples. Legumes e frutas são pouco comuns no cardápio diário, uma vez que, por serem importados, são muito caros. Especiarias não são muito utilizadas e os acompanhamentos são apenas arroz, batata e cebolas. Carne de baleia, carne de rena, carne de foca e aves são muito populares no país. Um prato clássico, uma sopa chamada suaasat, é feita, normalmente, com carne de foca (pode também ser feita com peixe, ave, carne de baleia ou renas). A sopa é rica e nutritiva e leva também arroz, cebolas e batatas. Sal e pimenta fazem o acabamento final. Outra guloseima muito apreciada é o mattak, que é pele de baleia com uma fina camada de gordura, que é normalmente comida crua cortada em pequenos cubos, sempre acompanhada com muitas xícaras de gaffi (café forte). A carne de rena é considerada uma fina iguaria.
A cultura popular dos nativos possui características bem peculiares. Gronelandeses acreditam que seus filhos nascem com uma personalidade completa e que são dotados com a sabedoria, instinto de sobrevivência, magia e inteligência de seus antepassados. Portanto, de acordo com esta perspectiva tradicional, punir as crianças por mau comportamento é um insulto aos seus antepassados.
A sociedade inuit, até hoje, dá normalmente mais valor aos meninos do que às meninas. As famílias, normalmente, são pequenas (em média dois filhos por casal) e o núcleo familiar é muito importante nas comunidades gronelandesas. Os grupos familiares consideram os recursos como propriedades comunitárias. Por exemplo, os alimentos obtidos através da caça e pesca, geralmente, são divididos igualmente entre os parentes do grupo familiar.11

Desportos

O futebol é o desporto nacional, mas a sua federação não é reconhecida pela FIFA. Como a Gronelândia não é membro da FIFA ou de qualquer outra confederação continental, não está apta a participar da Copa do Mundo FIFA ou de quaisquer outros torneios oficiais; a maior parte dos jogos que disputou foram contra as Ilhas Faroe e a Islândia, porém nenhum dos dois países consideraram estas partidas como amistosos oficiais.12
Entre todas as federações internacionais desportivas,apenas a Federação Internacional de Handebol,reconhece a Gronelândia como uma federação indepedente13 ,fazendo parte da Confederação Norte-Americana de Handebol,uma das três subdivisões da Federação Pan-Americana de Handebol 14
A equipe nacional masculina conseguiu se classificar para o Campeonato Mundial de Handebol nas edições de 2001 15 ,200316 , e 200717 .
A ilha também é membro da Associação Internacional dos Jogos das Ilhas,o que lhe dá direitos de participação nos bianuais Jogos das Ilhas18 ; e também dos Jogos de Inverno do Ártico. Em 2002, Nuuk sediou junto com Iqaluit, na província canadense de Nunavut a edição daquele ano.19 Naquele a ilha ganhou o troféu de "fair play" que também ganhara em 1994.20 .

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