sábado, 5 de setembro de 2015

Após lapidadas, Turmalina contrabandeada da PB era vendida por até US$ 350 mil cada gema

Após lapidadas, Turmalina contrabandeada da PB era vendida por até US$ 350 mil cada gema

A coletiva de imprensa concedida pela Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, para tratar da Operação Sete Chaves, não revelou o nome dos envolvidos, apesar de haver um deputado estadual da Paraíba com suspeitas de participar do esquema de extração ilegal da pedra preciosa Turmalina Paraíba. De acordo com a polícia, após sair do Brasil, as pedras eram comercializadas por até US$ 350 mil.
Segundo informações, o deputado envolvido é João Henrique (DEM). Fontes ligadas ao parlamentar negaram que ele faça parte da quadrilha e que tenha sido preso, mas confirmou que foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa do deputado estadual no município de Monteiro.
De acordo com a polícia, a investigação começou desde 2009 e seria impossível calcular o quanto a receita deixou de arrecadar com a venda ilegal das pedras consideradas uma das mais valiosas do mundo. A pedra é encontrada em apenas cinco locais no mundo, três deles no Brasil e a mais preciosa na Paraíba, no município de São José da Batalha.
O modus operandi da quadrilha consistia em extrair as pedras do município paraibano onde ia até o Rio Grande do Norte, onde as pedras seriam lapidaas e seguiam para o exterior, os principais destionos eram os Estados Unidos, Hong Kong e Bangcoc. A pedra era vendida nos Estados Unidos por US$ 350 mil a gema.

A operação contou inclusive com a participação do FBI, o que possibilitou delegações no exterior. Os detidos são acusados de usurpação de bem da União, exploração sem licença ambiental, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, entre outros. Somando as penas previstas, os acusados podem pegar ataé 20 anos de prisão.

Cerca de 130 policiais federais, de todo o Nordeste cumpriram simultaneamente 35 medidas judiciais, sendo 8 de prisão preventiva, 19 mandados de busca e apreensão e 8 de sequestro de bens, nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo. Os trabalhos estão sendo desenvolvidos nas cidades de João Pessoa, Monteiro/PB, Salgadinho/PB, Parelhas/PB, Natal/RN, Governador Valadades/MG e São Paulo.
A organização criminosa é formada por diversos empresários e por um deputado estadual, que se utilizavam de uma intrincada rede de empresas off shorepara suporte das operações bilionárias nas negociações com pedras preciosas e lavagem de dinheiro.
Considerada uma das pedras mais caras do mundo, a turmalina Paraíba era retirada de São José da Batalha, um distrito do município de Salgadinho, na Paraíba e enviada à cidade de Parelhas, no Rio Grande do Norte, onde era esquentada com certificados de licença de exploração. De lá, as pedras seguiam para Governador Valadares em Minas Gerais para a comercialização em mercados do exterior como Bangkok, na Tailândia, Hong Kong, na China, Houston e Las Vegas, nos Estados Unidos.
Os Policiais suspeitam que um gigantesco volume dessas pedras já esteja nas mãos de joalheiros e de particulares no exterior. Uma única pedra de turmalina azul “Paraíba” pode chegar ao valor de 3 milhões de Reais. O mercado clandestino da pedra pode tem gerado uma movimentação milionária de capital ilícito, no Brasil e no exterior.
A operação contou com a colaboração de fiscais do Departamento Nacional de Produção Mineral-DNPM e da Secretaria da Receita Federal.
Todos os investigadosresponderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, usurpaçãode patrimônio da União, organização criminosa, contrabando e evasão de divisas.


[1]O termo Sete Chaves – referência feita aos negociadores no mercado restrito da pedra, turmalina azul, que guardavam à “sete chaves” o segredo sobre a existência de uma pedra extra valorizada e pouco conhecida no mercado de pedras preciosas.

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