segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Há um rio debaixo do Amazonas

Publicado no XII Congresso de Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica, no Rio de Janeiro, a existência de sinais de um rio subterrâneo abaixo do Rio Amazonas.

A descoberta faz parte da tese de doutorado de Elizabeth Tavares Pimentel, sob orientação do pesquisador Valiya Hamza. O Rio Ramza, como está sendo chamado por enquanto, foi descoberto através da análise de dados de temperatura de 241 perfurações de poços dos anos 1970 e 1980 feitas pela Petrobras e que abrangem as seguintes bacias sedimentares: Acre, Solimões, Amazonas, Marajó e Barreirinhas. Durante o estudo, notou-se que havia variações na temperatura em certas profundidades.

Características

Ambos os rios fluem no mesmo sentido, porém há diferenças bem distintas na vazão, nas suas velocidades de escoamento e nas larguras das áreas de drenagem. Segundo os resultados obtidos por simulações, o fluxo do Ramza é inteiramente vertical até a profundidade de 2000 metros. Após isso, muda de direção e fica praticamente vertical, nas regiões mais profundas. 

Com relação à vazão, o Rio Amazonas (133.000 m3/s) supera fortemente o Rio Ramza (3090 m3/s), e mesmo assim é ainda mais considerável em relação a outro importante rio brasileiro, o São Francisco. Isso é resultado da resistência dos sedimentos ao fluxo, o que não ocorre tão consideravelmente na superfície.
Esquema de fluxos de águas fluviais, na superfície, e das águas subterrâneas, nas camadas sedimentares profundas

Já a velocidade do Rio Hamza é bem mais lenta do que o Rio Amazonas. O fluxo subterrâneo é de entre 10 a 100 metros por ano, enquanto a água do Amazonas corre entre 0,1 e dois metros por segundo. O fluxo de água subterrânea alcança uma largura entre 200 e 400 quilômetros, enquanto que no Rio Amazonas a largura varia entre 1 e 100 quilômetros.

Contribuições

"Eu acho que o rio Amazonas nunca vai secar, mas se isso acontecer algum dia, as populações da Amazônia podem contar com essa reserva", relata a pesquisadora amazonense Elizabeth Tavares Pimentel, referindo-se ao rio subterrâneo descoberto durante pesquisas desenvolvidas durante seu doutorado, no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro.

Como o rio subterrâneo deságua junto à foz do Amazonas, surgiu a hipótese de que isso seja a causa da baixa salinidade do Oceano Atlântico em extensos bolsões. Pesquisas posteriores ainda irão tentar identificar se a nascente também está na Cordilheira dos Andes. Ainda não há certeza se a exploração da água do Rio Ramza será viável.

Expedição revela beleza de caverna de cristal na Ucrânia

Expedição revela beleza de caverna de cristal na Ucrânia

Fotógrafo acompanha visita a gruta conhecida pelas formações frágeis e coloridos de gipsita.

Um fotógrafo se juntou a uma equipe de exploradores e registrou imagens impressionantes do interior de uma caverna remota na Ucrânia.
Em março deste ano, o fotógrafo Oleg Grigorev, 33 anos, desceu mais de 12 metros junto com a equipe levando, além da câmera, uma pequena bolsa com suprimentos.
A caverna explorada pela equipe foi a Mlynki, na região de Ternopil, conhecida pelos cristais coloridos de gipsita que cobrem suas paredes e brilham com a luz.
O fotógrafo desceu com a ajuda de cordas pelas passagens estreitas junto com os exploradores. Em seguida, eles passaram horas se movendo pelo labirinto de passagens estreitas.

Expedição revela beleza de caverna de cristal na Ucrânia (Foto: Oleg Grigorev/Caters)Expedição revela beleza de caverna de cristal na Ucrânia (Foto: Oleg Grigorev/Caters)
Expedição revela beleza de caverna de cristal na Ucrânia (Foto: Oleg Grigorev/Caters)Expedição revela beleza de caverna de cristal na Ucrânia (Foto: Oleg Grigorev/Caters)



'Para chegar à base (dentro da caverna) onde íamos passar a noite, tivemos que rastejar por horas', disse.
'Foi muito difícil (...). Havia buracos profundos, grandes salões, galerias, morcegos, poeira, belos cristais no nosso caminho. E nós estávamos com sede.'
'Mas valeu a pena. É muito difícil descrever minhas primeiras impressões da caverna e é impossível traduzir a beleza da caverna em palavras', afirmou Oleg.
O fotógrafo afirma que é impossível também fazer uma foto que consiga capturar toda a beleza do local, e é preciso 'ver a caverna pessoalmente para perceber como é bonita'.
'À luz de velas, os cristais são coloridos como um arco-íris, parecia que eu estava vendo o nascer do sol em Marte.'
Todos tiveram que tomar cuidado para não tocar os cristais de gipsita que cobrem as paredes, pois, um contato leve pode contaminar os cristais com um fungo que pode destruir as formações minerais.

A Redescoberta do Ouro no RN

A Redescoberta do Ouro no RN


“OURO IMPULSIONA INVESTIMENTOS NO RIO GRANDE DO NORTE”


Com a reativação da Mina  São Francisco, a 26 km de Currais Novos, a produção de ouro no Rio Grande do Norte saltará de 47,65 gramas, valor registrado pelo Departamento Nacional de Pesquisa Mineral em 2009, para 3 toneladas a partir de 2016, quando a mina começa a operar. O volume será 62.000 vezes maior que o atual e poderá crescer ainda mais, considerando a entrada em operação de outros projetos.

Um desses projetos  é o da Mina Bomfim, em Lajes, que entrará em operação nos próximos quatro meses, produzindo scheelita e ouro. De acordo com o engenheiro de minas Pedro Paulo Batista, diretor da mina, não é possível precisar a quantidade de ouro produzida, uma vez que o foco da empresa é a produção de scheelita. O volume, no entanto, ajudará a incrementar a produção do estado que hoje parece  microscópica em comparação com a produção nacional.

Em 2009, de quando datam os estudos mais recentes sobre o setor, o Brasil atingiu 56,4 toneladas. No RN, a cifra ainda está na casa dos gramas. Apesar disso, a perspectiva de crescimento da produção potiguar  já movimenta a economia local.
Mina São Francisco, RN (2008)

Investimento

Só o grupo australiano Crusader, que comprou a Mina São Francisco, deverá investir R$100 milhões no RN. Em nove meses, o grupo já investiu R$4 milhões. Atualmente, a empresa trabalha no plano de engenharia da mina, que dirá como explorar o ouro e por onde começar. O objetivo é produzir 3 toneladas de ouro por ano. Os investidores identificaram uma reserva de 24 toneladas na área, com base nos estudos realizados até o momento. A jazida será explorada durante dez anos. Novas pesquisas identificaram uma possível nova jazida,  indicando que pode existir ouro numa área ainda não pesquisada pelo grupo. O ouro será vendido para os bancos.

O grupo Crusader tem outras áreas de interesse dentro do RN. "Nos últimos quatro meses, requerimos ao Departamento Nacional de Pesquisa Mineral entre 40 e 50 novas áreas no Rio Grande do Norte, somando 100 mil hectares. Não temos resultados ainda, mas temos boas perspectivas", afirma Robert Smakman, diretor do grupo no Brasil. O interesse, segundo ele, é um só: explorar ouro. Para Robert, a atividade ganhará novo impulso. "E nós queremos ser os primeiros da fila", diz.

A empresa goiana Mineração Nosso Senhor do Bomfim, que comprou a mina Bomfim, em Lajes, também está procurando novas oportunidades no RN. Até o momento, a empresa já investiu US$20 milhões no estado.

A Hyundai Corporation, companhia coreana que atua em diversos setores econômicos é outra que está atenta a oportunidades. A empresa anunciou, em maio, que estava interessada em requerer áreas e explorar ouro, entre outros minerais, no RN.  Em Currais Novos, grupos de investidores italianos e indianos se instalaram recentemente. Segundo José Ferreira de Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico e de Turismo do município, eles estariam interessados em investir na Mineração.

No RN, explora-se ouro desde a década de 20, mas de forma rudimentar. A chegada de grupos estrangeiros pode dinamizar o setor. Segundo Carlos Magno Cortez, superintendente do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral no estado, empresas brasileiras não têm o hábito de investir em atividades arriscadas como a Mineração. "No Brasil, as empresas só investem quando tem a certeza do retorno financeiro. E a Mineração é uma atividade arriscada. Você pode investir R$1 milhão em pesquisa e descobrir que não há ouro. Você pode passar a vida investindo numa área para só então descobrir que não havia reserva nenhuma", justifica.

Um exemplo disso é a própria Mina São Francisco, vendida e abandonada várias vezes. A extração de ouro no local, ora realizada pelas minas ora realizada pelos garimpeiros, deixou uma marca profunda na propriedade: um vale de 25 metros de profundidade, 80 metros de extensão e 50 metros de largura. É lá que a empresa australiana construirá a nova mina.

Reativação de minas move economia
A reativação das duas minas de ouro no Rio Grande do Norte já movimenta a economia local. A Mina Bom Fim, administrada pela empresa goiana Mineradora Nosso Senhor do Bom Fim, deverá contratar 350 pessoas na região - 120 já foram contratadas. Enquanto isso, a Mina São Francisco, administrada pelo grupo australiano Crusader, deverá contratar 450. Deste total, 50 já assinaram a carteira de trabalho.

Além de contratar mão de obra local, as duas empresas compram o que precisam nos municípios onde se instalam. Só as sondas utilizadas pelo grupo Crusader consomem mil litros de diesel por mês, rendendo aos postos de combustível locais,  R$ 230 mil.

Arrecadação

Com a reativação de minas como a São Francisco, na estrada de Currais Novos, o Rio Grande do Norte, segundo Carlos Magno Cortez, superintendente do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral/RN (DNPM), ganha em arrecadação.

"A cada R$1,00 gasto com produção mineral, R$0,35 vai para o estado, através dos impostos. Se uma empresa gasta R$100 milhões no RN, cerca de R$35 milhões vai direto para o governo". Carlos Magno esclarece que a cada emprego direto gerado na Mineração, 13 indiretos são gerados em várias atividades.

Para José Ferreira, secretário de Desenvolvimento Econômico e de Turismo do município de Currais Novos, a reativação das minas de ouromove a economia como um todo e beneficia não só Currais Novos, mas toda a região.

Ocorrências são registradas em pelo menos 10 municípios

Segundo o geólogo Otacílio Oziel de Carvalho, professor do IFRN, o RN tem, pelo menos, 10 municípios com alguma ocorrência conhecida de ouro. "Entretanto, apenas Currais Novos e Lajes já produziram ouro em escala industrial", esclarece. Segundo dados do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral verificados, existem 2.605 processos ativos registrados no Rio Grande do Norte. Deste total, 302 são para pesquisa de minério de ouro e de ouro. A quantidade de processos ativos, segundo Otacílio Carvalho, comprova que o ouro é um dos bens minerais mais pesquisados no RN, junto com ferro e calcário. O preço da grama de ouro, por sua vez, justifica o interesse dos grupos nacionais e estrangeiros. O minério atingiu a cotação de US$ 1.252,60/onça troy (31,1g) 

Mesmo com ocorrência conhecida em pelo menos 10 municípios potiguares, é em Currais Novos e Lajes que a atividade se desenvolveu. Em Lajes, a Mineração  Nosso Senhor do Bonfim já iniciou a produção de ouro associado a schelita, molibdênio e bismuto de forma experimental. Segundo o engenheiro de minas Pedro Paulo Batista, diretor da mina, ela deverá entrar em operação em quatro meses. Enquanto isso, o grupo Crusader avança com as pesquisas na Mina São Francisco. A expectativa é que a mina comece a operar no início de 2016, elevando a produção potiguar de gramas para toneladas.

Participação de garimpos encolhe

A exploração de ouro teve seu apogeu no período colonial, quando o Brasil se tornou o maior produtor de ouro do mundo. Logo em seguida, a atividade entrou em declínio, sendo retomada apenas na década de 70. Na época, os garimpos empregavam mais de um milhão de pessoas e respondiam por 80% da produção nacional. Hoje, a proporção se inverteu e os garimpos, que exploram o minério de forma artesanal, não respondem nem por 20% da produção nacional.

Em 1988, a produção de ouro no Brasil atingiu o pico de 112,6 toneladas. Em seguida, a atividade entrou em declínio novamente, atingindo o menor patamar em 2003, quando o Brasil produziu 40,4 toneladas. Nos últimos 11 anos, a produção tem aumentado, mas de forma lenta. Em 2009, dado mais recente apresentado pelo DNPM, o País produziu 56,4 toneladas de ouro. A expectativa é que a produção chegue a 83,7 toneladas em 2030, segundo projeções do DNPM. Para atingir este patamar, será necessário investir cerca de US$ 2,1 bilhões na atividade. O número de empregos gerados deve subir de quase dez mil para 15 mil trabalhadores. 

Segundo a 30ª edição do Sumário Mineral, estudo mais recente disponibilizado pelo DNPM, as reservas lavráveis de ouro no Brasil estão concentradas nos estados de Minas Gerais (48,8%), Pará (36,9%), Goiás (6%), Mato Grosso (4,6%) e Bahia (3,7%). Juntos, os cinco estados respondem por 90% da produção nacional. No mundo, as reserva de ouro superam 90 mil toneladas. No Brasil, chegam a 1,95 mil toneladas, incluindo as reservas de ouro associado ao cobre. As reservas lavráveis de ouro no Brasil, segundo o DNPM, têm se mantido relativamente estáveis desde 2002, quando somavam 1,93 mil toneladas.

De onde vem, como surgiu e como é preparada uma Turmalina Paraíba?

De onde vem, como surgiu e como é preparada uma Turmalina Paraíba?

Como todos devem imaginar, o nome Turmalina Paraíba vem pelo fato de que foram encontradas pela primeira vez na Paraíba, por Heitor Barbosa em 1989. Porém, apesar do nome e da raridade, esse tipo de  turmalina cuprífera, que traz uma cor azul neon exclusiva também pode ser encontrada no estado do Rio Grande do Norte e na Nigéria e Moçambique. A atual extração ainda é precária e difícil, o que torna o seu valor comercial maior ainda. Toda essa raridade e exclusividade torna a Turmalina Paraíba uma das gemas mais cobiçadas do mundo.
Turmalina Paraíba bruta de 26,5 cts da Mina da Batalha - PB. Preço: US$ 155.000,00.
Geologicamente falando, as turmalinas da região foram descobertas inicialmente no município de São José da Batalha, na variação de Elbaíta (turmalina litinífera que vai de vermelho rosado a verde e incolor), ocorre na forma de pequenos "cristais" na maioria das vezes irregulares dentro de corpos pegmatíticos que na localidade estão encaixados em quartzitos da Formação Equador (Grupo Seridó). A mineralogia básica da rocha é de quartzo, feldspato (comumente alterado pela infiltração de água), lepidolita (mica lilás) e schorlita (também conhecida como afrisita ou turmalina negra) e óxidos de nióbio e tântalo (sequência columbita-tantalita). Os índices de cobre podem ser associados à Província Metalogênica Cuprífera do Rio Grande do Norte
Província Cuprífera do RN-PB.
Análises comprovaram que as Turmalinas Paraíba contem expressivos teores de cobre, ferro e manganês, sendo atribuídos a estes elementos, em sua variação, o tom de cor do mineral. São designadas cores como azul-claro, azul-turquesa, azul-neon, azul esverdeado, azul safira, azul violáceo, verde azulado e verde esmeralda, na tentativa de descrever a rara e variável cor. 
Turmalina Paraíba lapidada de 50 cts que permaneceu no Brasil para exposição. Avaliada aqui no Brasil em R$ 500.000,00.
Uma característica que chama a atenção é o de uma turmalina paraíba devidademente tratada e lapidada poder brilhar em ambientes de pouquíssima luz, o que faz muitos atribui-la como fluorescente (no caso seria fosforescente).
Em fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de Tucson, nos EUA, teve início a escalada de preços desta variedade de turmalina, que passaram de umas poucas centenas de dólares por quilate a mais de US$2.000/ct, em questão de apenas 4 dias. A mística em torno da turmalina da Paraíba havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo dos anos 90, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de minerais. A máxima produção da Mina da Batalha ocorreu entre os anos de 1989 e 1991 e, a partir de 1992, passou a ser esporádica e limitada, agravada pela disputa por sua propriedade legal e por seus direitos minerários. Hoje em dia a turmalina paraíba no mercado japonês pode custar cerca de US$ 30.000/ct, porém dependendo de sua exclusividade pode chegar a custar cerca de US$ 100.000/ct.
Broche em ouro branco desenhado pelos designers da Chanel com mais de 1000 diamantes e com uma Turmalina Paraíba de 37,5 cts no centro. Peça única, foi vendida assim que anunciada. Não encontrei o preço.
A elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à escassez de sua produção, estimulou a busca de material de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do Norte.
Broche de papagaio, com gemas de diversas cores e olho feito em Turmalina Paraíba.
Para alcançar tons mais limpos e mais exclusivos as empresas adotam um tratamento na turmalina para melhor mais ainda a sua cor.Embora as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só as adquiram após tratamento térmico, a temperaturas entre 350°C e 550°C. O procedimento consiste, inicialmente, em selecionar os espécimes a serem tratados cuidadosamente, para evitar que a exposição ao calor danifique-os, especialmente aqueles com inclusões líquidas e fraturas pré-existentes. Em seguida, as gemas são colocadas sob pó de alumínio ou areia, no interior de uma estufa, em atmosfera oxidante. A temperatura ideal é alcançada, geralmente, após 2 horas e meia de aquecimento gradativo e, então, mantida por um período de cerca de 4 horas, sendo as gemas depois resfriadas a uma taxa de aproximadamente 50 oC por hora. As cores resultantes são a cobiçada azul-neon, a partir da azul esverdeada ou da azul violeta, e a verde esmeralda, a partir da púrpura avermelhada. Além do tratamento térmico, parte das turmalinas da Paraíba é submetida ao preenchimento de fissuras com óleo para minimizar a visibilidade das que alcancem a superfície.
Até 2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção da presença de cobre com teores anômalos através de análise química por fluorescência de raios X de energia dispersiva (EDXRF), um ensaio analítico não disponível em laboratórios gemológicos standard. No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios gemológicos do mundo em torno da definição do termo “Turmalina da Paraíba”.
Turmalina paraíba bruta de boa qualidade.
Em fevereiro de 2006, o Comitê de Harmonização de Procedimentos de Laboratórios, que consiste de representantes dos principais laboratórios gemológicos do mundo, decidiu reconsiderar a nomenclatura de turmalina da “Paraíba”, definindo esta valiosa variedade como uma elbaíta de cores azul-néon, azul-violeta, azul esverdeada, verde azulada ou verde-esmeralda, que contenha cobre e manganês e aspecto similar ao material original proveniente da Paraíba, independentemente de sua origem geográfica. Nos certificados, deve ser descrita como pertencente à espécie “elbaíta”, variedade “turmalina da Paraíba”, citando, sob a forma de um comentário, que este último termo deriva-se da localidade onde foi originalmente lavrada no Brasil. A determinação de origem torna-se, portanto, opcional.
Mais fotos de turmalinas paraíba:

CEO quer mais de US$ 60 mi pelo maior diamante em um século

CEO quer mais de US$ 60 mi pelo maior diamante em um século


Quanto o CEO da empresa que desenterrou o segundo maior diamante da história quer pela gema? Mais de US$ 60 milhões, isso é tudo o que ele dirá. “Eu não contei nem à minha esposa”, disse William Lamb, CEO da Lucara Diamond Corp., que na semana passada anunciou a descoberta do diamante com qualidade de gema de 1.111 quilates.
O valor é “mais elevado do que as estimativas atuais que as pessoas estão dando por aí, que estão acima de US$ 60 milhões”.
A descoberta enviou ondas de choque à indústria de diamantes, de US$ 80 bilhões. A pedra tipo IIa, pouco menor que uma bola de tênis, é o maior diamante desenterrado desde a gema Cullinan de 3.106 quilates encontrada na África do Sul em 1905.
A Cullinan foi cortada em pedaços, que foram somados às Joias da Coroa Britânica.
Diamantes brutos excepcionalmente grandes podem ser vendidos por cerca de US$ 60.000 o quilate, mas Lamb espera que seu status aumente o valor.
O primeiro trabalhador da Lucara a tocar a pedra foi, na ocasião, a única pessoa ainda viva a manusear um diamante de 1.000 quilates, disse ele.
“Muitas pessoas usarão o valor de US$ 60.000 por quilate como base”, disse Lamb. “Além disso, você tem que olhar o tamanho do diamante polido final, assim como o contexto histórico. Isso vai contar também”.
Oferta rejeitada
O CEO, que já rejeitou uma oferta de mais de US$ 40 milhões, disse que a empresa foi abordada pelo Museu de História Natural de Londres para exibir a pedra e pelo Discovery Channel, que está interessado em fazer um documentário sobre ela.
A empresa com sede em Vancouver não tem pressa em vendê-la porque não possui dívidas.
“O setor de diamantes não está repleto de oportunidades, por isso correr lá fora para vendê-lo é algo que realmente não faz sentido”, disse Lamb. “Temos tempo de estudar qual é a melhor forma de vendê-lo. Não vendê-lo, na verdade, também é uma opção”.
A mina Karowe da Lucara, em Botsuana, rivaliza com a operação Letseng da Gem Diamonds Ltd. em Lesoto como melhor lugar para encontrar as maiores e melhores pedras.
A Gem Diamonds detinha o recorde anterior da maior pedra descoberta neste século, com a Lesotho Promise, de 603 quilates.
Em julho, a Lucara vendeu um diamante de 341,9 quilates e uma gema de 269,7 quilates por pouco mais de US$ 60.000 por quilate. A Gem Diamonds negociou uma pedra de 357 quilates por US$ 19,3 milhões em setembro.
Sobras valiosas
Além de uma única pedra polida “significativa”, haverá pedaços de sobra de 20 ou 30 quilates avaliados em milhões de dólares cada um, disse Lamb. O Lesotho Promise produziu 26 diamantes perfeitos, incluindo uma gema em formato de pérola de 76,4 quilates.
A sorte também entrou em cena. A empresa poderia nunca ter conseguido o diamante se não tivesse recentemente aumentado o tamanho dos buracos, em sua mina, que permitem que a gema caia por eles em vez de ser esmagada juntamente com a rocha escavada no solo.
A Lucara agora consegue apanhar gemas de até 1.800 quilates e precisa decidir se vale a pena investir na expansão da capacidade para 3.000 quilates.
Haverá mais pedras de mais de 1.000 quilates por lá? “Não há números estatísticos reais que possam ser utilizados para isso”, disse Lamb. “Trata-se de uma absoluta anomalia. É um ponto muito fora da curva”.

Endiama confirma descoberta de maior diamante em Angola

Endiama confirma descoberta de maior diamante em Angola


O Projecto Lulo é operado no âmbito de uma associação em participação, onde a Endiama detém (32%), a Lucapa Diamond Company Limited (40% ) e a operadora Rosas & Pétalas (28%). A concessão do Lulo, de 3,000 km², está localizada a cerca de 150 km da mina de diamantes de Catoca, operada pela Alrosa, e é a quarta maior mina de diamantes do mundo, representando aproximadamente 75 porcento da produção diamantífera anual angolana.
A mina do Lulo está em exploração desde 2015, após ter recebido o título de exploração em Novembro de 2014. O maior diamante encontrado anteriormente na concessão Lulo tinha 133.4 quilates, mas o recorde anterior pertencia a um diamante registado com o nome “Estrela de Angola”, de 217,4 quilates, proveniente da Luarica, em 2007.
Em comunicado de imprensa da concessionaria, o presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Diamantes (Endiama), António Carlos Sumbula, afirmou que a recuperação do diamante de 404,2 quilates constituía um marco importante no crescimento e desenvolvimento da indústria de mineração de diamantes em Angola.
“Estamos muito felizes por termos recuperado o maior diamante jamais descoberto em Angola. Este é um passo significativo para o nosso país, a nossa indústria diamantífera e o Projecto Diamantífero do Lulo”, frisou Carlos Sumbula. Acrescentou que o campo de diamantes do Lulo constitui um exemplo do que “gostaríamos de mostrar ao mundo” a fim de encorajar o investimento internacional na indústria de mineração de diamantes em Angola”.
Já o PCA da Lucapa Diamond Company Ltd, Stephen Wetherall, disse que a Lucapa e seus associados no Lulo, a Endiama e a Rosas & Pétalas, estavam extremamente orgulhosos em terem recuperado um diamante tão excepcional.  “Sempre destacamos as particularidades muito especiais do depósito de diamantes do Lulo. Esta descoberta, assim como as outras de diamantes superiores a 100 quilates extraídos em menos de um ano, constitui mais uma prova desse facto”, afirmou Wether.
“E, enquanto continuamos a explorar estes diamantes aluvionares excepcionais dos blocos de mineração 6 e 8 do Lulo, continuamos igualmente a avançar com o nosso programa de prospecção sistemático para encontrar a fonte destes diamantes”, disse.
Por sua vez, o PCA da Rosas & Pétalas, Celso Rosas, considera-se orgulhoso pelos resultados magníficos alcançados no Lulo desde o início da exploração em 2015. Já o porta-voz da Endiama, António de Freitas, afirma que a descoberta deste diamante prova que a mina tem potencial e é um grande chamariz para captar investidores para o sector e não só e existem diamantes valorizados em Angola.
Sublinhou também que a descoberta vai possibilitar que surjam outras potenciais minas e se tenha uma ideia mais aproximada da realidade do potencial que Angola tem neste sector. Estudos feitos concluíram que 90 porcento dos Kimberlitos mineralizados se encontra no subsolo angolano, e os diamantes explorados ao longo dos últimos cem anos representam apenas uma pequena parte do explorado.

Venda de US$ 1 bi em diamantes pode ser demais para mineradoras

Venda de US$ 1 bi em diamantes pode ser demais para mineradoras


As duas maiores empresas exploradoras de diamantes do mundo acabam de vender US$ 1 bilhão em gemas. Isso está deixando as rivais de menor porte nervosas. As vendas de janeiro da De Beers e da russa Alrosa PJSC, que controlam quase dois terços do mercado, superaram de longe as expectativas de todos.
Os resultados foram impulsionados pelos cortes na oferta no ano passado que provocaram escassez, reduções de preço e uma demanda melhor que a esperada nas festas de fim de ano. Mas há quem tema que seja cedo demais para um montante assim em um setor que ainda está se recuperando do maior colapso em sete anos.
“Vai ser muito difícil sustentar a exuberância atual do mercado”, disse William Lamb, presidente executivo da Lucara Diamond, que no ano passado descobriu o segundo maior diamante da história. “Muito provavelmente veremos os preços do diamante diminuírem no fim deste ano”.
As produtoras menores estão à mercê das duas maiores, cujo domínio do mercado as ajuda a controlar os preços reduzindo a produção ou segurando as vendas.
Cerca de um quarto da oferta global desapareceu no ano passado porque as mineradoras tentaram deter uma queda de 18% nos preços brutos após a desaceleração da China e depois que a crise de crédito do setor limitou a demanda.
Auxiliada por um corte de 7% no preço, a De Beers, de propriedade da Anglo American, vendeu US$ 540 milhões de diamantes em sua primeira venda deste ano, mais de duas vezes sua oferta de dezembro, superando as expectativas dos analistas.
A Alrosa ampliou sua venda de janeiro e registrou aproximadamente o dobro dos US$ 200 milhões a US$ 250 milhões que planejava originalmente.

Cedo demais?

“Janeiro foi um bom começo na estrada para a recuperação, mas é cedo demais para dizer que estamos firmes nessa estrada”, disse Stuart Brown, presidente executivo da Firestone Diamonds e ex-diretor financeiro da De Beers. “O tempo dirá. Ninguém é premiado por ser otimista nesse setor”.
Os preços das pedras menores da Gem Diamonds caíram 30%, para cerca de US$ 150 por quilate no ano passado, mas subiram cerca de 5% desde então, segundo o presidente executivo Clifford Elphick.
“Este poderia ser um indicador de que está começando a haver um pouco de apetite e de que o declínio foi interrompido”, disse ele em entrevista na Cidade do Cabo. “Mas são necessários três ou quatro meses seguidos para poder dizer que há uma tendência”.
O ano passado foi doloroso para o setor de US$ 80 bilhões, com os preços registrando a maior queda desde a crise financeira global de 2008. Cortadores, lapidários e investidores disseram que as mineradoras ainda estavam exigindo mais do que muitos poderiam pagar.

Recuperação de mina

Os preços deverão permanecer estáveis neste ano, disse Paul Loudon, presidente executivo da DiamondCorp. A empresa com sede em Londres planeja recuperar no fim deste ano a mina Lace dos anos 1930, na África do Sul, que teria ganho o nome da amante do rei Eduardo VII.
“No início deste ano há uma demanda real das fábricas por [diamantes] brutos”, disse Loudon em entrevista na Cidade do Cabo. “Isso não é sustentável. Isso não vai durar o ano todo”.
Em dezembro, a De Beers disse que a demanda por diamantes polidos cairia 1% a 2% em 2015, contra um crescimento de 3% um ano antes. No mês passado, a Tiffany diminuiu sua projeção de lucro para o ano cheio e a Chow Tai Fook Jewellery Group, a maior das joalherias, reduziu os planos de expansão.
Os preços serão instáveis, mas começarão a aumentar mais no fim do ano, segundo o UBS Group. A Panmure Gordon também prevê uma recuperação no fim de 2016.
“Ainda precisamos ver o que acontecerá com o ano-novo chinês”, que está sendo celebrado nesta semana, disse Brown, da Firestone. “O fluxo de notícias vindo da China às vezes é negativo, às vezes positivo. É muito difícil de entender”.

Orinoco lançará ações para ampliar projeto de ouro em Goiás

Orinoco lançará ações para ampliar projeto de ouro em Goiás
Visando acelerar o desenvolvimento do projeto de ouro Cascavel, em Goiás, a australiana Orinoco Gold fará uma oferta de ações para levantar A$ 6 milhões e ampliar a produção da unidade de 40 mil para 60 mil t até o final de 2016. De acordo com informações publicadas no site da mineradora, a maior parte dos recursos, cerca de A$ 2,5 milhões, será destinada para a compra de equipamentos para a mina e planta. O restante será aplicado em projetos de licenciamentos, mão de obra e obras de infraestrutura.

Estudantes de Minas Gerais desenvolvem método para extrair ouro de lixo eletrônico

Estudantes de Minas Gerais desenvolvem método para extrair ouro de lixo eletrônico




Estudantes de engenharia química do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste) desenvolveram uma nova forma de recuperar ouro e cobre presentes no lixo eletrônico. O novo método seria uma alternativa mais rápida e segura, sem usar cianeto de potássio no processo de recuperação, segundo os autores.

Economia'WSJ': Empresa britânica se empenha para dar vida nova ao mercado de esmeraldas e rubis

Economia

'WSJ': Empresa britânica se empenha para dar vida nova ao mercado de esmeraldas e rubis

Matéria publicada no The Wall Street Journal, conta que uma empresa de mineração pouco conhecida está modernizando o caótico comércio de pedras preciosas na esperança de gerar demanda para suas esmeraldas e rubis.
Na maior mina de esmeraldas do mundo, perto da fronteira da Zâmbia com a República Democrática do Congo, a Gemfields PLC está extraindo milhões de quilates a cada mês.
Segundo a reportagem, em novembro, dezenas de trabalhadores da mina Kagem coletavam fragmentos de rocha e os enviavam para a “sala de lavagem”, onde cerca de 50 pessoas debruçadas sobre esteiras transportadoras usavam ganchos de metal para tentar encontrar vestígios de esmeralda. Observados de perto por gemólogos e seguranças, os funcionários separavam as rochas com esmeraldas em cestos.
Em 30 de junho, a receita da Gemsfields somou US$ 171 milhões. Além da Zâmbia, a empresa, que conta com 2 mil funcionários, também opera em Moçambique e detém licenças para exploração em Madagascar e no Sri Lanka.
A Gemfields é dona de 75% da mina Kagem e o governo da Zâmbia detém os outros 25%
A Gemfields é dona de 75% da mina Kagem e o governo da Zâmbia detém os outros 25%
A operação na Zâmbia tem ajudado a empresa — que negocia suas ações no AIM, o mercado de pequenas empresas da bolsa de Londres — a dominar um setor que vem crescendo rápido e se tornando cada vez mais lucrativo.
A Gemfields é dona de 75% da mina Kagem e o governo da Zâmbia detém os outros 25%.
Desde 2008, a empresa triplicou a produção na Kagem ao contratar geólogos para identificar as melhores áreas de mineração e usar caminhões e equipamentos pesados, além de mais trabalhadores, para processar e transportar as pedras de forma mais eficiente.
Além disso, a Gemfields — ao adotar técnicas de marketing mais astutas que evocam a estratégia da gigante dos diamantes De Beers para dar impulso à demanda por brilhantes nas décadas de 40 e 50 — ajudou a aumentar os preços globais da esmeralda em quase 14 vezes desde 2009, segundo dados de vendas fornecidos pela empresa.
Estatísticas da Organização das Nações Unidas mostram que o comércio global de esmeraldas, rubis e safiras dobrou desde 2011, para cerca de US$ 5 bilhões por ano, e continua crescendo. E a Gemfields não enfrenta concorrentes do seu porte.