sábado, 24 de setembro de 2016

A água-marinha Dom Pedro

A água-marinha Dom Pedro


 Já é antigo o meu fascínio pelas pedras. Algumas delas parecem mesmo brilhar por si só, tamanha a pureza e precisão de seus cortes. É uma arte milenar que só melhora com o tempo. As minhas preferidas são as Big Three: o rubi, a safira e a esmeralda. Tem também a tanzanita, a espinela, o citrino e essa de hoje, a água-marinha.

A água-marinha é uma pedra semipreciosa muito comum no Brasil. Seu colorido é azul, verde-azulado ou verde-mar e é muito utilizada em joias por sua grande dureza e limpidez.

Em 1953 a rainha Elizabeth II da Inglaterra foi presenteada pelo Brasil com um conjunto contendo um par de brincos, uma pulseira e um colar com um broche destacável, que mais tarde foi transformado em tiara. Todos feitos com enormes pedras de água-marinha brasileira.





  

No final de 1980, em Pedra Azul, Minas Gerais, um enorme cristal de água-marinha foi encontrado por três garimpeiros. Infelizmente, eles deixaram a pedra, no momento com um metro de comprimento, cair acidentalmente, quebrando-a em três pedaços menores que mais tarde seriam adquiridos por um comprador anônimo.



A parte maior e mais fina foi transformada no que é hoje conhecido como a Água-marinha Dom Pedro. As outras duas partes, ambas ainda mantendo uma cor excepcional, foram cortadas, facetadas em gemas menores e vendidas comercialmente. A porção quebrada do cristal a partir do qual a D. Pedro emergiu pesava pouco mais de 27 quilos e media em torno de 60 centímetros. Foi considerada demasiado extraordinária para ser lapidada em pedras menores. No entanto, não foi a maior pedra já encontrada. Este posto pertence a Marta Rocha, uma água marinha de 110 quilos encontrada em Minas Gerais em 1950.

A água-marinha Dom Pedro encontrou o seu caminho para as mãos de gemólogos e especialistas que perceberam a sua importância e potencial. O lapidador alemão Bernd Munsteiner foi o responsável por dar à pedra sua forma final: um obelisco de 35 centímetros de altura, 10 centímetros de largura na sua base e pesando impressionantes 10.363 quilates (mais de dois quilos).







A pedra inicialmente foi adquirida por um gemólogo alemão, mas anos mais tarde foi comprada por outra gemóloga americana, que a salvou de ser cortada em pedras menores. A Água-marinha Dom Pedro foi doada ao Smithsonian Institution em 2011 onde está em exibição atualmente.


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