terça-feira, 1 de novembro de 2016

CBMM anuncia exploração de Terras Raras

CBMM anuncia exploração de Terras Raras

A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) em uma noite especial anunciou, no Salão Minas Gerais do Tauá Grande Hotel do Barreiro em Araxá que a partir deste momento é detentora de um processo de exploração e beneficiamento de concentrados refinados de terras-raras. A informação foi passada pelo diretor-geral da CBMM, Tadeu Carneiro aos mais de quatrocentos convidados dentre eles o presidente da Codemig, Osvaldo Borges da Costa Filho, o vice-presidente Antonio Leonardo Lemos de Oliveira, diversas autoridades do município, políticos, empresários, imprensa e outras lideranças do município.
A notícia trouxe muita surpresa aos convidados pela sua importância, pelo seu pionerismo e pela complexidade do processo, foram cerca de um ano e meio de estudos e de acordo com o diretor Tadeu, foram investidos R$ 50 milhões para uma planta piloto com capacidade de processamento de 1 a 3 mil toneladas por ano.
Tadeu fez questão de frisar que este processo não requer uma nova frente de trabalho com abertura de mina, movimentação de terra … que as Terras Raras se encontram no rejeito do Nióbio. “No final do ciclo de separação do nióbio onde os rejeitos são encaminhado para barragem é que entra o processo de separação das terras raras na porcentagem de 4% a mesma porcentagem que é extraída o nióbio, somente após estes dois processos é que o rejeito será definitivamente depositado na barragem” acrescento o diretor geral.
A capacidade de produção da planta piloto de até 3 mil toneladas por ano mostra a dimensão de oportunidade que a empresa tem neste novo empreendimento onde 70 mil toneladas de rejeitos são encaminhados para as barragens após o processamento do nióbio. O mercado de terras raras é dominado pela China, que fornece 97% da demanda mundial, hoje em torno de 150 mil toneladas anuais
Oswaldo Borges diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), salientou a importância desta conquista não só para CBMM mas, para Araxá, Minas Gerais e para o Brasil. Em um momento tão importante da economia mundial a CBMM consegue se antecipar trazendo mais esta conquista para toda sociedade.
Esta descoberta é parte inicial de um processo que tem muito a crescer a empresa desenvolveu a parte mais difícil que é a produção do sulfato duplo de óxidos especiais, hidróxido de de óxidos especiais e concentrado  de óxidos especiais as matérias prima principais para separação dos 17 elementos que compõem as ditas terras-raras dentre eles o cobiçado Lantânio.
Terras Raras
As terras raras são minerais compostos por 17 elementos químicos no grupo dos lantanídeos da Tabela Periódica, com números atômicos entre 57 e 71.
Em sua maioria da forma de óxidos, esses elementos apresentam propriedades químicas e físicas essenciais para várias aplicações em produtos de alta tecnologia.
Eles estão incorporados em aplicações como supercondutores, ímãs de alto desempenho, catalisadores, telas sensíveis ao toque, entre muitas outras. Para refinar petróleo, a Petrobras depende de catalizadores produzidos a partir de 900 t anuais de óxido de lantânio, um dos 17 compostos que compõem o grupo das terras-raras
Etimologia dos elementos das Terras Raras
Lantânio – do grego “lanthanon”, escondido.
Cério – da deusa romana da fertilidade Ceres.
Praseodímio – do grego “praso”, verde, e “didymos”, gémeo.
Neodímio – do grego “neo”, novo, e “didymos”, gémeo.
Promécio – do titã Prometheus, que deu o fogo aos mortais.
Samário – em honra de Vasili Samarsky-Bykhovets, descobridor do mineral samarskite.
Európio – de Europa, o continente.
Gadolínio – em honra de Johan Gadolin (1760-1852), um dos primeiros investigadores das terras raras.
Térbio – de Ytterby, uma localidade da Suécia onde se localiza a pedreira partir de cujos minerais foi isolado.
Disprósio – do grego “dysprositos”, difícil de obter.
Hólmio de Holmia – a designação latinizada da cidade de Estocolmo, cidade natal de um dos seus descobridores.
Érbio – de Ytterby, uma localidade da Suécia.
Túlio – a cidade mítica de Thule.
Itérbio – de Ytterby, uma localidade da Suécia onde se localiza a pedreira partir de cujos minerais foi isolado.
Lutécio – de Lutetia, o nome latino da cidade de Paris.
Terras raras no Brasil
O Brasil tem uma das maiores reservas de terras raras do planeta, mas não as explora – o Brasil tem reservas estimadas em 40 mil toneladas cúbicas de terras raras, contra 36 milhões da China. As ocorrências de terras raras no território nacional estão associadas a minerais radioativos, o que caracteriza a presença de outros elementos com valor comercial.
Terras raras no mundo
Cerca de 97% da produção de terras raras no mundo está concentrada na China. Essa situação permitiu ao país alterar bruscamente em 2010 os preços dos componentes e estabelecer cotas de exportação, colocando em ameaça o fornecimento para a indústria de todo o mundo.
A China adotou a estratégia do baixo preço, inibindo investimentos no setor em outros países.
Agora, com o setor de produtos de alta tecnologia já desenvolvido, o país restringe a exportação das matérias-primas para não criar concorrentes para sua indústria de bens acabados.
No final de 2010 preço da tonelada do lantânio,  que girava em torno de US$ 5,7 mil chegou a custar  US$ 50 mil após a China, responsável por 97% da produção mundial de terras-raras, limitar a exportação por cotas.
Estados Unidos, Japão e União Europeia já estão buscando alternativas para garantir o suprimento desses materiais, já tendo inclusive solicitado informações sobre o potencial de exploração e produção mineral das terras raras no Brasil.
Os ministérios de Minas e Energia (MME) e da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) querem criar uma política para a exploração de minerais conhecidos como terras-raras, que apresentam propriedades químicas e físicas úteis para aplicação industrial em produtos de alta tecnologia
Radioatividade
Apesar das fontes de terras-raras estarem associadas à presença de tório e urânio, a concentração de 4% na separação das terras-raras no processo de beneficiamento não interfere  no grau de radioatividade para se tornar nociva aos seres existentes.
CBMM
A CBMM – Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, pertencente ao  Grupo Moreira Salles, é uma empresa nacional que extrai, processa, fabrica e comercializa produtos à base de nióbio.
O nióbio produzido em Araxá responde por 75% de toda a produção mundial. Sua produção anual é crescente e esta na ordem aproximada  de 70 mil toneladas da liga de ferronióbio.  A aplicação mais importante do nióbio é como elemento de liga para conferir melhoria de propriedades em produtos de aço, especialmente nos aços de alta resistência e baixa liga usados na fabricação de automóveis e de tubulações para transmissão de gás sob alta pressão. É utilizado, ainda, em superligas que operam a altas temperaturas, em turbinas de aeronaves a jato, entre outras finalidades.
Dentre mais de 400 projetos para exploração de terras-raras no mundo, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) mais uma vez é pioneira em desenvolvimento de tecnologia,  pela primeira vez no mundo os terras raras serão obtidos como subproduto da produção de nióbio – a maioria dos projetos desses metais pede a abertura de uma nova mina.
Um sistema de gestão que prioriza o comprometimento tem um programa social que abrange saúde, educação, moradia para todos os funcionários e suas famílias, acarretando em um índice de satisfação entre seus colaboradores acima da média em empresas do país.
Fonte: Jornal InterAção

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