sábado, 11 de fevereiro de 2017

CORRIDA DO OURO EM SERRA PELADA

CORRIDA DO OURO EM SERRA PELADA

Entre 1981 e 1992, milhares de homens migraram para Serra Pelada, no Pará, em busca de ouro. Do maior garimpo a céu aberto do mundo foram extraídas 42 toneladas do metal precioso.

A HISTÓRIA

Em plena floresta amazônica, entre Carajás e o Araguaia, foi descoberta uma montanha de ouro, em 1980. Serra Pelada, como ficou conhecida, era um elevado coberto por floresta cravado na Fazenda Três Barras, no sudoeste do Pará. A primeira pepita foi encontrada pelo fazendeiro Genésio Ferreira da Silva, que, após mandar a preciosidade para averiguação, permitiu que um grupo de 30 homens tentasse a sorte em uma grota da propriedade. O ouro de aluvião, caracterizado por aparecer em camadas superficiais da terra, era abundante: logo, a notícia se espalhou pelo país. Movidos pelo sonho do Eldorado, cerca de 90 mil homens, principalmente do nordeste, foram atraídos para Serra Pelada, entre 1980 e 1992, quando garimpo foi fechado.  Já nos primeiros meses, a vegetação foi retirada e a serra, dividida em barrancos para exploração individual. Aquele pedaço de floresta se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo, rendendo aos cofres públicos 42 toneladas de ouro. 
Com o tempo, o ouro de aluvião ficou escasso. A perfuração de um lençol freático e as fortes chuvas sazonais típicas da região transformaram em um grande lago o buraco de mais de 100 metros de profundidade de onde se extraía o mineral. O garimpo manual se tornou impossível, afinal, o principal local de extração de ouro estava submerso e o metal encontrado na superfície era escasso. Os milhares de garimpeiros de Serra Pelada ficaram sem emprego: aumentou a pobreza e a violência na região. A divergência de opinião sobre as medidas cabíveis para retomar o garimpo gerou tensão entre os próprios garimpeiros, que continuaram sonhando com o tesouro perdido.

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