sexta-feira, 31 de março de 2017

Em plena crise no país, Pará vive ‘ufanismo’

Em plena crise no país, Pará vive ‘ufanismo’


Em meio à maior recessão da história do país, o Pará apresenta uma combinação rara para o momento: atividade econômica em crescimento e contas públicas relativamente em ordem. O Estado tem sido beneficiado pela alta da cotação internacional do minério de ferro e por grandes investimentos da indústria extrativa e em infraestrutura.
O Pará vive uma fase de “ufanismo econômico”, define Eduardo Costa, presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa). Um ajuste fiscal promovido pelo governador Simão Jatene (PSDB), em 2015, fez com que as contas públicas se mantivessem equilibradas.
A estrutura econômica que permitiu esse crescimento, entretanto, tem deixado parte da população à margem da melhora. “É um modelo extremamente perverso”, diz Costa, para quem o desenvolvimento do Estado vem gerando “um paradoxo entre pobreza e crescimento”. A raiz tanto da força econômica quanto desse desequilíbrio está na exportação de minério de ferro, isenta de ICMS. “A nossa base econômica é pouco tributável”, afirma Costa. A estimativa da Fapespa é que nos últimos 20 anos o Estado tenha perdido R$ 44,1 bilhões por causa da Lei Kandir, que desonera do ICMS as exportações de bens primários e semielaborados.
Ao mesmo tempo, os investimentos realizados nos últimos anos têm atraído grande número de migrantes, que acabam sem emprego e desassistidos. Das cem cidades com pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, 41 estão no Pará.
Fonte: Valor

   

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