Usiminas espera receber R$ 700 milhões para aliviar caixa
A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) espera receber, até meados de maio, R$ 700 milhões provenientes da redução de capital da sua controlada Mineração Usiminas (Musa) em R$ 1 bilhão. A operação foi aprovada na sexta-feira pela siderúrgica mineira e a japonesa Sumitomo, sócias da mineradora com 70% e 30% do capital, respectivamente. A Sumitomo receberá os outros R$ 300 milhões. A operação é parte do acordo fechado pela Usiminas com bancos em setembro do ano passado para a rolagem da dívida da ordem de R$ 6,2 bilhões pelo prazo de 10 anos com três de carência. Para fechar a negociação, os bancos exigiram que até junho deste ano os recursos da Musa fossem repassados para a Usiminas.
Segundo informou ontem o presidente da Usiminas, Rômel de Souza, a empresa precisa aguardar o prazo legal de 60 dias para que os credores da Musa possam se manifestar antes de receber o dinheiro da controlada. “É um prazo legal, porque a Musa não tem nenhum débito”, afirmou Souza. “Esses recursos significam uma Usiminas mais fortalecida economicamente e mais equilibrada”, avaliou. Ainda segundo Souza, os R$ 700 milhões serão integralmente incorporados ao caixa da siderúrgica. Em julho do ano passado, os sócios controladores da Usiminas (Nippon Steel, Ternium e Previdência Usiminas) aprovaram o aumento de capital da empresa em R$ 1 bilhão.
O acordo para redução do capital social da Musa encerra o conjunto de medidas operacionais e financeiras adotadas pela empresa nos últimos dois anos para enfrentar uma das mais graves crises da sua história. “Nós adequamos a Usiminas ao tamanho do mercado e fizemos a reestruturação financeira. De nada adiantaria fazer uma sem a outra”, ressaltou o presidente da Usiminas. Segundo ele, embora o mercado falasse em um pedido de recuperação judicial, essa opção não foi cogitada pela diretoria. “Todo o trabalho foi para recuperar a Usiminas do ponto de vista financeiro e operacional.
Cenário
“O mais importante nesse momento é a retomada da confiança, do otimismo”, disse Rômel de Souza ao avaliar que “a Usiminas entra neste ano mais equilibrada do que em 2016, o que mostra de forma clara a perspectiva de reversão de resultados”. A Usiminas fechou o ano passado com prejuízo líquido de R$ 576 milhões, contra um resultado negativo de R$ 3,7 bilhões no ano anterior. Essa recuperação, no entanto, está condicionada à retomada da economia brasileira. E a perspectiva é de que o mercado de aço no Brasil volte a crescer de forma firme a partir do ano que vem.
Hoje, com um alto-forno desligado em Ipatinga e a usina de Cubatão operando apenas com a laminação de chapas grossas, a Usiminas produziu cerca de 4 milhões de toneladas no ano passado, o que equivale a uma ociosidade em torno de 60% em relação à capacidade instalada de produção de laminados de aço planos das duas usinas, que é de 9 milhões de toneladas por ano. “Se excluir Cubatão, a Usiminas opera com 80% a 90% da sua capacidade”, afirmou o presidente da siderúrgica. Ainda de acordo com ele, o mercado de produtos laminados de aço no Brasil foi de 9,2 milhões de toneladas.
>> Em busca do equilíbrio
Medidas adotadas pela Usiminas para enfrentar a crise
Maio e junho 2015
Desligamento temporário de dois altos-fornos, um na usina de Ipatinga e outro na de Cubatão.
Desligamento temporário de dois altos-fornos, um na usina de Ipatinga e outro na de Cubatão.
Janeiro 2016
Paralisação temporária das áreas primárias de produção (coquerias, sinterizações, altos-fornos, aciaria e áreas de apoio) da usina de Cubatão para adequar a oferta à realidade do mercado.
Paralisação temporária das áreas primárias de produção (coquerias, sinterizações, altos-fornos, aciaria e áreas de apoio) da usina de Cubatão para adequar a oferta à realidade do mercado.
Março 2016
Acordo com bancos credores para suspensão temporária da amortização de dívidas (“standstill”)
Acordo com bancos credores para suspensão temporária da amortização de dívidas (“standstill”)
Julho 2016
Acionistas assinam a proposta da diretoria para aumentar o capital da empresa em R$ 1 bilhão.
Acionistas assinam a proposta da diretoria para aumentar o capital da empresa em R$ 1 bilhão.
Setembro 2016
Celebrado o acordo definitivo de renegociação das dívidas com os bancos credores, nas seguintes condições: prazo total de 10 (dez) anos para pagamento das dívidas da companhia; e período de carência de 3 (três) anos para o início do pagamento do principal.
Celebrado o acordo definitivo de renegociação das dívidas com os bancos credores, nas seguintes condições: prazo total de 10 (dez) anos para pagamento das dívidas da companhia; e período de carência de 3 (três) anos para o início do pagamento do principal.
Fevereiro 2017
Apesar de efeitos contábeis levarem a prejuízo líquido, empresa anuncia que o lucro operacional de outubro a dezembro de 2016 foi o maior dos últimos 11 trimestres: R$ 223 milhões.
Apesar de efeitos contábeis levarem a prejuízo líquido, empresa anuncia que o lucro operacional de outubro a dezembro de 2016 foi o maior dos últimos 11 trimestres: R$ 223 milhões.
Março 2017
Aprovada a redução de capital da subsidiária Mineração Usiminas, injetando mais R$ 700 milhões no caixa da Usiminas.
Aprovada a redução de capital da subsidiária Mineração Usiminas, injetando mais R$ 700 milhões no caixa da Usiminas.
Fonte: Usiminas
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