quarta-feira, 19 de abril de 2017

Bolsas da Europa fecham com a maior queda diária em 5 meses

Bolsas da Europa fecham com a maior queda diária em 5 meses


As bolsas europeias amargaram perdas nesta terça-feira, 18, com os investidores reagindo ao anúncio inesperado da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, de antecipar a eleição geral para o dia 8 de junho. Além disso, incertezas em meio à aproximação das eleições francesas e preocupações em torno das tensões entre os EUA e a Coreia do Norte também contribuíram para o mau humor.
A Bolsa de Londres fechou em baixa de 2,46%, aos 7.147,50 pontos; Paris caiu 1,59%, aos 4.990,25 pontos; Frankfurt recuou 0,90%, aos 12.000,44 pontos; Milão retraiu 1,67%, aos 19.442,71 pontos; Madri teve queda de 0,60%, aos 10.264,50 pontos e Lisboa desacelerou 0,72%, aos 4.927,06 pontos. O índice FTSE-100, de Londres, recuou para o menor patamar em quase 10 meses, segundo informações do FactSet. O Stoxx 600 caiu 1,11%, a 376,35 pontos, marcando a maior perda diária desde 2 de novembro.
May atribuiu sua decisão de realizar eleições gerais em menos de oito semanas à tentativa de fortalecer a posição do governo do Partido Conservador nas negociações da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), ação conhecida como Brexit. Segundo a premiê, a ação é necessária pois outros partidos no Parlamento são contra algumas medidas do governo. A eleição estava programada para acontecer apenas em 2020.
Em seu discurso, May descreveu sua “relutância” em tomar esta decisão e culpou as divisões em Westminster como uma das principais razões para sua repentina mudança de posição. “As pesquisas de opinião sugerem que May pode ganhar uma eleição agora, dada a fraqueza da oposição e dado que o país ainda não sentiu muito de um efeito negativo em consequência do Brexit”, disse Jane Foley, estrategista sênior do Rabobank, em nota. “Se as pesquisas continuarem sugerindo que May terá um mandato forte, isso provavelmente diminuirá o alcance da incerteza e da volatilidade da libra”, acrescentou.
Logo após o anúncio, a libra esterlina subiu acentuadamente em relação ao dólar. Após cair no início das negociações, a moeda britânica subiu mais de 1,5%, atingindo US$ 1,2758, o seu nível mais alto desde meados de dezembro.
Uma venda nas ações de mineradoras por causa do recuo nos preços de minério de ferro, também contribuiu para a retração europeia. Os papéis da Anglo American terminaram em queda de 5,13% e os da Glencore -5,58%. Entre as notícias corporativas, o Grupo Casino caiu 3,3% depois de relatar abrandamento no crescimento das vendas.
No campo político, as eleições presidenciais na França acontecem neste domingo e as incertezas ainda são muitas. O aumento do apoio ao candidato de esquerda, Jean-Luc Melenchon impulsionou a instabilidade sobre quem será o futuro líder do país – ainda que, para muitos, a maior ameaça seja a vitória da candidata de extrema-direita e anti-União Europeia, Marine Le Pen, cujas pesquisas apontam vitória para o segundo turno.
As tensões entre a Coreia do Norte e os EUA também seguem no radar. O vice-presidente americano, Mike Pence, assegurou nesta terça ao governo japonês da aliança entre os países asiáticos caso ocorra um embate militar com a Coreia do Norte.
No final da manhã, o jornal britânico The Guardian disse que as Forças Armadas dos EUA estão considerando derrubar os testes de mísseis da Coreia do Norte, como uma demonstração de força para Pyongyang.
Fonte: Dow Jones Newswires

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