sábado, 24 de junho de 2017

A ORIGEM DAS CORES NATURAIS EM DIAMANTES 2ª Parte


A ORIGEM DAS CORES NATURAIS
EM DIAMANTES
2ª Parte: azuis, róseos, vermelhos e purpúreos


Dando prosseguimento ao tema iniciado no artigo anterior, neste abordaremos a origem das cores naturais azul, rosa, vermelha e púrpura em diamantes.
Rosa, Vermelha e Púrpura

O final dos anos 80 marcou o início de uma nova era no que se refere aos diamantes coloridos, tendo em vista a grande produção de pedras róseas e amarelas amarronzadas, muito adequadas a pavês, provenientes da Jazida de Argyle, na Austrália, o que despertou a atenção não apenas dos colecionadores e connoisseurs, como também do público em geral.
Acredita-se que esses belos e raros tons róseos, encontrados também no Brasil (Triângulo Mineiro), Índia, Tanzânia, Indonésia (Bornéu) e África do Sul não se devam à presença de quaisquer impurezas, senão a centros de cor algo similares aos que produzem a cor marrom, isto é, defeitos na rede cristalina do diamante que afetam a absorção seletiva da luz na região do espectro visível e lhe conferem tais cores. Raramente, os diamantes ocorrem na cor rósea pura, mas com componentes modificadores, sobretudo marrons, purpúreos e alaranjados.
Nos últimos vinte anos, o fornecimento regular de diamantes róseos, amparado por um vigoroso marketing, propiciou o desenvolvimento de um mercado bem estruturado e de tal forma importante que, em meados da década de 90, o Instituto Norte-Americano de Gemologia (GIA) viu-se compelido a propor um sistema específico para a classificação de cor de diamantes róseos lapidados, com metodologia e termos próprios.
Sob o ponto de vista científico, os diamantes vermelhos, extremamente raros, nada mais são que róseos muito intensos, portanto, sua causa de cor é, evidentemente, a mesma destes. Usualmente, eles apresentam um componente modificador da cor e os poucos exemplares que realmente merecem tal denominação são provenientes da Austrália, Brasil e Bornéu. Os purpúreos puros também são raríssimos e a maioria dos que são descritos como detentores desta cor são, na verdade, róseos purpúreos.
Os diamantes róseos, vermelhos e purpúreos têm em comum o fato de suas cores não serem uniformemente distribuídas, mas concentrarem-se em planos paralelos sobre uma matéria cristalina quase incolor, tal como acontece com os marrons. Além disso, eles apresentam semelhanças em seus espectros de absorção, com uma ampla banda centrada a 550 nanômetros (unidade de medida dos comprimentos das ondas luminosas, de abreviatura nm), cuja intensidade aumenta nos exemplares mais corados. Adicionalmente, os purpúreos e vermelhos apresentam uma banda de absorção em 390 nm, dificilmente visível nos róseos.
Azul
Os diamantes azuis, muito raros e valorizados, fazem parte do imaginário dos colecionadores e um deles, denominado Hope, é, provavelmente, a mais conhecida gema jamais encontrada. Ele foi descoberto na Índia e acredita-se que seja parte do famoso Tavernier Azul, roubado durante a Revolução Francesa. Este diamante teria sido relapidado para o peso atual de 45,52 quilates e está exposto no Instituto Smithsonian, em Washington (EUA), desde 1958. Historicamente, a mais importante fonte de diamantes azuis é a África do Sul, onde ocorria principalmente na mina Premier, havendo ainda ocorrências esporádicas na Índia, Brasil e Indonésia.
A imensa maioria dos diamantes azuis apresenta tons claros e é do tipo IIB, cuja coloração está associada à presença de impurezas de boro, que os torna semi-condutores de eletricidade. Quanto maior a concentração deste elemento, mais intenso o azul; como o boro é muito mais escasso em diamantes que um elemento como o nitrogênio, por exemplo, as pedras azuis são muito mais raras que as amarelas. Normalmente, os diamantes de matiz azul possuem um componente modificador cinza, que deprecia seu valor.
A distinção entre os diamantes azuis de cor natural do tipo IIB e os azuis esverdeados intensos obtidos por irradiação baseia-se na referida propriedade de semi-condutividade elétrica, uma vez que os irradiados normalmente não apresentam qualquer traço de boro. Outro método útil para distinção requer o apoio de uma técnica analítica avançada e consiste em submetê-lo a um ensaio de espectrocopia de infra-vermelho.
Recentemente, surgiram no mercado pequenas quantidades de diamantes azuis e róseos, cujas cores foram induzidas por tratamento pelo método GE-POL, a altas pressões e temperaturas, a partir de pedras originalmente marrons de um determinado tipo. Atualmente, obtêm-se diamantes de cor azul por síntese, usualmente com pesos de até 1 ct e fosforescência mais intensa e de mais longa duração que a apresentada pelos naturais de cor equivalente.
Fonte: Joia br

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