terça-feira, 20 de junho de 2017

Dólar salta quase 1,5% e vai a R$3,33 com derrota de Temer em comissão no Senado

Dólar salta quase 1,5% e vai a R$3,33 com derrota de Temer em comissão no Senado

terça-feira, 20 de junho de 2017
 


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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar saltou quase 1,5 por cento e foi a 3,33 reais nesta terça-feira após a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitar o texto principal da reforma trabalhista, sinalizando que o governo do presidente Michel Temer está com menos força política dentro do Congresso Nacional. Com isso, cresceu o temor entre investidores de que a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem, pode não ser aprovada. O dólar avançou 1,40 por cento, a 3,3308 reais na venda, maior patamar de fechamento desde 18 de maio, quando saltou mais de 8 por cento e foi a 3,3890 reais, dia seguinte à divulgação das delações dos executivos do grupo J&F e que afetaram Temer. Na máxima deste pregão, a moeda norte-americana atingiu 3,3426 reais. O dólar futuro DOLc1 tinha alta de cerca de 1,50 por cento no final da tarde. "O sinal é muito ruim... de perda de força de Temer", afirmou o economista da gestora Infinity, Jason Vieira, em comentário. A CAS rejeitou o parecer da reforma trabalhista, imprimindo ao governo importante e surpreendente derrota. Por 10 votos a 9, os senadores não aprovaram a proposta, que vinha sendo utilizada pelo governo para demonstrar que ainda tem força no Congresso. Longe de Brasília, em viagem oficial à Rússia, Temer procurou minimizar a derrota sofrida e garantiu que a reforma será aprovada pelo plenário do Senado. "Não é surpresa negativa não, isso é assim mesmo, tem várias fases, varias etapas, e nas etapas você ganha uma, ganha outra, perde outra, o que importa é o plenário", disse o presidente a jornalistas em Moscou. A crise política que acertou em cheio o governo após delações de executivos do grupo J&F soou o alarme entre os investidores sobre o rumo das reformas, em especial da Previdência. Por isso, a cautela tem sido a tônica dos mercados financeiros nas últimas semanas. "A derrota mostra que a base de Temer tem cada vez mais flancos, está fragmentando cada vez mais", comentou o profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional. Os investidores trabalharam ainda atentos aos rumos das investigações envolvendo Temer no Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal concluiu que há indícios de prática de corrupção passiva de Temer e de seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, segundo uma fonte. Também aguardaram o julgamento do pedido de prisão contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), formulado pela Procuradoria-Geral da República, também no STF. "O apoio da bancada do PSDB é tido como frágil visto que o desembarque da sigla pode acontecer a qualquer momento", comentou pela manhã a Correparti Corretora em relatório. O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou 4,100 bilhões de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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