segunda-feira, 3 de julho de 2017

A Samarco merece uma segunda chance?

A Samarco merece uma segunda chance?


A região centro-sul de Minas Gerais, que abriga cidades históricas como Ouro Preto e Mariana, e as mais brilhantes obras do escultor Aleijadinho (1730-1814), conquistou nas últimas cinco décadas o título de Quadrilátero Ferrífero graças às descobertas de gigantescas jazidas de minério de ferro. Em qualidade e quantidade, a área, de onde saem 60% de toda produção nacional, se compara apenas às reservas comprovadas na China e na Austrália, maiores produtores de ferro do planeta.
Não por acaso, é lá que estão instaladas as principais operações das mineradoras Vale, CSN, Samarco, ArcelorMittal, MMX e Usiminas. Apenas como comparação, a indústria mineral está para aquela região como o setor automobilístico está para o ABC paulista, como o vinho está para o interior do Rio Grande do Sul ou como a soja está para o Mato Grosso.
Pelos cálculos do IBGE, a mineração responde por 24% do PIB industrial e por 7,5% de toda riqueza do Estado. “Não há como imaginar Minas Gerais sem a mineração, tanto sob a ótica da economia quanto pela influência da atividade na qualidade de vida da população e da sustentabilidade das finanças dos municípios”, diz com exclusividade à DINHEIRO o presidente da Samarco, Roberto Carvalho. O executivo, de certa forma, tem razão, mas diz isso com interesse de causa. Ele está à frente da tentativa de fazer a mineradora voltar a operar. E a tarefa, definitivamente, não será fácil. Afinal, a Samarco deixou profundas feridas na região.
Desde 5 de novembro de 2015, há exatos um ano e oito meses, o Quadrilátero do Ferro é lembrado também como o epicentro da maior tragédia ambiental da história do Brasil. Nesta data, a barragem de Fundão, da Samarco, se rompeu em razão, simplificadamente, de um processo de infiltração, transformando a muralha de argila e pedra em barro mole. Mais de 34 milhões de metros cúbicos de lama desceram vale abaixo, varrendo do mapa o distrito de Bento Rodrigues, pertencente ao município de Mariana, e deixando um rastro de destruição e morte no curso dos rios Gualaxo e Carmo, além do famoso Rio Doce.
Fonte: IstoÉDInheiro

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