quinta-feira, 6 de julho de 2017

Ex-presidente de companhia de mineração de MT diz ter comprado ouro para lavar dinheiro desviado

Ex-presidente de companhia de mineração de MT diz ter comprado ouro para lavar dinheiro desviado


O ex-presidente da Companhia de Mineração de Mato Grosso (Metamat), João Justino Paes de Barros, afirmou, em depoimento prestado nesta terça-feira (4) à Justiça, ter viajado algumas vezes para Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, entre 2014 e 2015, a pedido do ex-secretário de estado Pedro Nadaf, para comprar ouro. A compra era feita para lavar parte do dinheiro desviado dos cofres públicos.
João Justino e Nadaf são acusados de integrar uma quadrilha que desviou dinheiro público por meio da concessão de incentivos fiscais e extorsão a empresários que tinham contrato com o estado. Os dois já firmaram acordo de delação premiada. Nadaf também prestará depoimento à Justiça nesta terça-feira nesse mesmo processo em que ambos são réus.
Segundo ele, Nadaf lhe deu dinheiro em espécie para que comprasse ouro para ele diretamente dos garimpeiros, obtendo maior vantagem. Justino afirmou ter feito sete viagens a pedido do então secretário da Casa Civil, algumas de carro e outras de avião.
Justino disse que não sabia precisar quanto comprou de ouro e quanto de dinheiro movimentou para o ex-secretário, mas citou que, em uma das viagens de avião, levou para Cuiabá entre 4 e 5 kg de ouro para Nadaf. Pelo serviço, ele disse que ficava com 1% do valor usado na compra. Justino alegou ter devolvido R$ 20 mil à Justiça quando firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual (MPE). No entanto, apesar do acordo, continua sendo réu no processo.

Denúncia

Na ação, o MPE aponta que a quadrilha da qual João Justino fez parte recebeu indevidamente R$ 15,8 milhões dos R$ 31,7 milhões que o estado pagou pela desapropriação de uma área, no Bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, paga no último de gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), em 2014.
De todo o valor pago pelo governo na desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15,8 milhões, teriam retornado em prol da organização criminosa através de uma empresa de assessoria e organização de eventos. O restante do valor teria sido dividido entre os demais participantes do esquema, que são ex-secretários estaduais e o ex-procurador do estado.
No entanto, a participação de João Justino seria a lavagem de dinheiro desviado.
Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário