segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Joias no Brasil

Após séculos de guerras, disputas de território e toda sorte de pequenas e grandes revoluções nos campos social, cultural e político, a Europa se via na necessidade de, novamente, expandir seus limites. À época, a expansão das fronteiras geográficas significava riqueza material e conhecimento.
No entanto, a América significou algo ainda além; a imposição cultural com que o colonialismo se consolidou gerou uma grande catástrofe civilizatória. A história das colonizações revela, por um lado, o horror de sociedades invasoras e dominadoras, mas também, o diálogo, a novidade e a construção de uma nova forma de experiência humana.
Entre os índios brasileiros havia a lenda da Sabarabuçu, a “serra que brilha”, onde o ouro estaria à flor da terra e nos leitos dourados dos rios, dividindo espaço com pedras preciosas de todas as cores. Seriam necessários quase duzentos anos de exploração para que a cobiçada riqueza fosse finalmente encontrada. A primeira descoberta significativa de ouro no Brasil foi em 1693, no rio da Casca em Mato Grosso, mas foi a descoberta das minas de Ouro Preto (1698) que se deu inicio à corrida do ouro, ocorrendo grande êxodo para a região de Minas Gerais. Em 1760, metade do ouro do mundo vinha do Brasil, e em 1988 éramos o 5º maior produtor mundial.
No início do século XVII, a grande maioria das joias que existiam no Brasil era importada de Portugal. Com o tempo, os artistas de diferentes lugares passaram a desenvolver peças com materiais aqui encontrados. São geralmente peças com motivos ingênuos, mas com plasticidade e rigor artístico; uma joalheria que se destinava às famílias abastadas dos senhores de engenhos ou dos burgueses enriquecidos.

As joias coloniais tinham papel utilitário de reafirmação da riqueza dos donos da terra; serviam como enfeite para escravos em festas pelas cidades e também como adorno para as imagens de santos nas procissões.
Na hierarquizada sociedade colonial brasileira, a moda era uma das formas de distinção entre as classes sociais. Nessa época, até os “negros da casa” eram meio de ostentação de riquezas, adornados com pencas de cordões e pulseiras “escrava”. Mesmo depois de alforriadas, as negras do partido alto (aquelas que afirmavam sua condição de liberdade e status vestindo-se luxuosamente), criaram uma estética própria abusando do ouro misturado com dentes, ossos, contas coloridas e coral, mostrando com orgulho sua origem africana. Já a elite branca consumia joias refinadas, vindas principalmente de Portugal e França, ricas em diamantes, pérolas, rubis, safiras, e, mais tarde, a esmeralda, a primeira pedra de valor reconhecido a ser descoberta em solo brasileiro pelos bandeirantes, encabeçando a grande variedade de gemas brasileiras, hoje mundialmente difundidas e admiradas.

Foi por volta de 1550 que o regimento dos ourives da cidade de Lisboa criou um sistema de controle, postulando exigências acerca da marcação das peças de ouro e prata originárias da colônia (contraste). A partir do século XVII, começam a vir ourives da Metrópole. Um fato interessante é que, neste período, a maioria dos artesãos era composta de escravos, multados e índios, que aprendiam muito rapidamente aquelas habilidades e as desenvolviam com desenvoltura.

Em 18 de julho de 1841, D. Pedro II, aos 14 anos de idade, foi coroado Rei do Império Brasileiro, então tumultuado. Mas ao longo de 58 anos a frente do país, transformou-o numa potência emergente. Com sua monarquia parlamentar constitucional, D. Pedro II manteve estabilidade política, liberdade de expressão, respeito aos direitos civis e crescimento econômico, além de impor com firmeza a abolição da escravidão.

Conhecido como patrono das artes e das ciências, o imperador fez grandes esforços para a criação e a manutenção de órgãos e políticas de desenvolvimento da ciência e cultura no país, com investimentos na música, belas-artes, história e geografia. Neste período é notório o crescimento nas belas-artes, fruto dos investimentos feitos para o crescimento da Imperial Escola de Belas Artes.
Apesar da grande popularidade, D. Pedro II foi retirado do poder em 1889, vítima de um golpe de estado realizado por um pequeno grupo de militares.

Fonte: Geologo.com

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