quarta-feira, 17 de maio de 2017

GEMAS ESPETACULARES Parte I

GEMAS ESPETACULARESParte I

Histórias de certas gemas célebres como os diamantes Cullinan, Koh-i-noor e Hope são conhecidas pela grande maioria das pessoas que apreciam jóias e gemas, sejam elas apenas admiradoras, compradoras ou comerciantes do setor joalheiro. Mas também existem histórias sobre outras gemas espetaculares não tão conhecidas mas igualmente fascinantes...aqui estão algumas destas histórias...
Feliz ano novo aos queridos leitores!
Farah-DibaA tiara Nur-ul-ain - essa história começa em 1642. Jean-Baptiste Tavernier, viajante emérito e célebre comerciante de gemas, registra em seu diário de viagem (mais tarde transformado em livro sob o nome de "As seis viagens na Turquia e na Pérsia") que viu, no sudoeste da Índia, um enorme e fantástico diamante rosa com 300 quilates. Batizado de Darya-i-nur (oceano de luz), a gema ficou em mãos dos imperadores Moghols até 1739, quando o xá Nadir conquista Delhi. Levado para a Pérsia, o diamante foi dividido em dois. As gemas que se originaram desta divisão foram chamadas de Darya (176 quilates lapidados em mesa) e Nur-ul-ain (de talhe oval contendo 60 quilates). Esta última, muitos anos depois, tornou-se o centro de uma tiara em platina adornada com milhares de diamantes de todas as cores, que foi confeccionada pelo nova-iorquino Harry Winston em 1958, para a imperatriz Farah-Diba usar na ocasião do seu casamento com o último xá da antiga Pérsia.
O "Black Orlov" – a história inicial desta gema negra continua um enigma. Para alguns, é parte do diamante de 195 quilates chamado "Olho de Brahma", que fazia parte de uma estátua do deus existente em um templo na região de Pondichery, Índia, onde a cor negra é sinônimo de má sorte. Outros acreditam que o nome da gema origina-se do nome de uma princesa russa chamada Nadia Viegyn-Orlov que, para muitos, nunca existiu. O que se sabe com certeza é que, comprado em meados do século passado por Harry Winston, o diamante (que possui agora 67,50 quilates) foi mostrado como curiosidade ao mundo em exposições, antes de ser montado em um colar de platina cravejado com outros diamantes. O colar passou por vários donos e sua última venda deu-se através de um leilão da casa Sotheby’s.

GEMAS ESPETACULARES Parte II

GEMAS ESPETACULARESParte II

O "VERDE DE DRESDEN" ou o "Diamante Verde" – este diamante de cor verde singular, já descrita como cor ‘verde-maçã', cor ‘verde-primavera’, impressiona a todos que observam e admiram suas 58 facetas lapidadas em 40,70 quilates. De origem desconhecida, alguns autores citam o Brasil e a Índia como possíveis lugares da descoberta do diamante, foi comprado de um mercador holandês, em 1742, em uma feira em Leipizig, pelo rei da Polônia Frédéric-Auguste Saxe em pessoa, cujo pai tinha feito de Dresden, na Alemanha, uma cidade reconhecida como sendo uma das ‘jóias barrocas’ da Europa. Montado em meio a milhares de diamantes brancos, é uma das jóias da coroa de Saxe e uma das peças magnas do tesouro da cidade . A jóia só deixou a cidade, severamente bombardeada pelos aliados durante a II guerra mundial, em 1945, para um ‘exílio forçado’ em Moscou. De volta em 1958, está guardada nas salas do tesouro do imenso palácio principesco, totalmente reconstruído.O GRANDE "BRIOLETTE" – a lenda fez de Alienor de Aquitânia, rainha da França e depois da Inglaterra, a primeira proprietária desta gema de 90,38 quilates. O diamante foi adquirido na Ásia menor em torno do ano de 1145, durante a segunda cruzada e dado mais tarde a seu filho predileto, Ricardo Coração de Leão, rei inglês. Capturado por seu inimigo Henrique IV da Áustria, serviu como parte do pagamento do resgate exigido para libertá-lo. De paradeiro desconhecido durante algumas centenas de anos, apareceu novamente no século XVI: foi presenteado à bela Diana de Poitiers, pelo seu amante, o rei francês Henrique II. Desaparecido novamente durante 400 anos, o "briolette" é objeto de venda primeiro da Maison Cartier e, depois, do joalheiro Harry Wiston, que o vende a um marajá. Com a morte deste, 10 anos depois, Wiston o compra de volta e o coloca no centro de um magnífico colar com 157 diamantes, vendendo este para a Sra. Dorothy Killam, esposa de um banqueiro canadense, que já possuía em seu cofre um diamante azul de 39 quilates que consta como tendo feito parte da coroa do imperador Carlos Magno. Novamente Harry Wiston, após a morte de sua fiel cliente, o compra. Em 1971, o "grande briolette" é mais uma vez vendido, desta vez a um particular do qual se sabe somente que é europeu...

JOALHERIA INDIANA (I)


JOALHERIA INDIANA (I)

Há muitas centenas de anos, os habitantes do que hoje conhecemos por Índia, utilizavam como adornos pessoais materiais encontrados em abundância na natureza: couro, dentes e ossos de animais, folhas, penas de pássaros, frutas silvestres e semente (até nos dias de hoje tais jóias são ainda usadas por diferentes sociedades tribais). Escavações no Mohendojaro e em outros sítios do Vale do Indo levaram a descobertas interessantes: aparentemente, ambos homens e mulheres destas antigas épocas usavam ornamentos feitos em ouro, prata, cobre e marfim, adornados com gemas de várias qualidades. O "Ramayana" e o "Mahabharata" são abundantes em descrições de ornamentos e o "Código de Manu" define os deveres do ourives. Pelo século III aC , a Índia era o exportador líder em gemas, especialmente diamantes. O ouro era geralmente importado.

Marajá de Sindh
Na Índia os ornamentos são feitos para praticamente todas as partes do corpo. Tal variedade de jóias serve como testemunho da excelente qualidade do trabalho dos ourives indianos. As jóias na Índia variam das de cunho religioso até às de cunho puramente estético. As jóias também não são feitas somente para seres humanos, mas também para os deuses, os elefantes e os cavalos cerimoniais. A arte da joalheria tem recebido patrocínio real desde tempos muito antigos. Os Rajás e Marajás competiam entre si para saber quem possuía as mais requintadas e suntuosas peças de joalheria.
As jóias na Índia preenchem várias funções e como utilizá-las, às vezes, possui várias implicações. No mais óbvio nível, implica em atender a um desejo inato do ser humano em embelezar-se. Entretanto, as jóias também servem como identificador dos diferentes estratos da sociedade, são utilizadas como segurança econômica e como símbolo de contratos sociais. Para os Hindus, as jóias estão associadas com a maioria das cerimônias religiosas, especialmente as "Samaskaras" (estágios da vida) "e as "Vivaha"(casamento). Para ostentar o status de casada, as mulheres hindus precisam usar a "mangalsutra" ou o "thali", que consistem em pendentes de ouro, cada um com uma certa combinação com gemas. Tradicionalmente, um ourives fura a orelha da criança 12 dias depois do nascimento.

JOALHERIA INDIANA (II)


JOALHERIA INDIANA (II)

Talvez tenha sido durante o Império Mughal (1526- 1761), o mais rico período da história da joalheria indiana. Durante estes séculos, ricos rajás adornavam-se com jóias nos turbantes, nas orelhas, em volta dos pescoços, nas narinas e até entre os dentes. Os objetos preciosos usados pelas mulheres eram ainda mais numerosos. Por esta época, as jóias já haviam adquirido significados especiais e nomenclatura em conexão com as crenças religiosas e todo objeto de adorno tinha um nome específico que indicava o seu papel, como já citamos anteriormente. Para a cabeça, eram usados diademas em ouro, broches grandes e pequenos para ornamentar os cabelos, tiaras feitas de folhas de ouro contendo uma estrela cravejada de gemas ao centro ou de complicadas formas completadas com pendentes. Existiam também variados outros ornamentos para a testa, as orelhas, o nariz, o pescoço, a parte superior dos braços, a cintura, os tornozelos e os dedos dos pés.
Uma extensa variedade de composições florais era utilizada para os brincos, adornados com pérolas, filigranas, rubis, diamantes, esmeraldas, safiras e corais. Algumas mulheres furavam a narina esquerda para utilizar uma jóia também nesta parte do corpo. Os colares às vezes eram tão longos que iam abaixo do umbigo e diferentes nomes eram utilizados para aqueles que eram feitos com pérolas e os que eram somente de ouro. Também eram nomeados segundo a quantidade de voltas que podiam ter, possuindo às vezes várias dezenas. Alguns colares eram feitos com combinações de várias gemas, enquanto que outros eram combinações de vários amuletos em ouro. Um exemplo típico de amuleto hindu era o nauratan , feito de uma placa de ouro adornada com nove gemas. Vários nauratans podiam ser utilizados para formar um colar. Cintos em ouro e cravejados de gemas seguiam as formas do corpo e freqüentemente continham elementos extras que ligava-os acima até o pescoço ou abaixo até braceletes que contornavam as coxas femininas. Pulseiras nos tornozelos eram também muitas vezes ligadas por finas e delicadas correntes até os dedos dos pés.
A joalheria continua a desempenhar um importante papel nos costumes e na indústria da Índia moderna, mas infelizmente a produção das jóias atualmente não se compara, em termos de magnificência e requintes de elaboração com aquelas do passado

RAINHA ISABELA: UM TESOURO NO FUNDO DO MAR

HISTÓRIA DA JOALHERIA

RAINHA ISABELA:
UM TESOURO NO FUNDO DO MAR

As grandes rotas marítimas estão repletas de naufrágios que podem nos contar um pouco da maneira como as gemas eram negociadas há alguns séculos atrás.
Em 1993, buscando resgatar tesouros afundados juntamente com antigas embarcações, uma equipe de mergulhadores profissionais, chefiada por Victor Benilous, dá início a uma pesquisa arqueológica na costa leste norte-americana. O alvo era o possível naufrágio de uma embarcação espanhola no século XVI. Sobre o desaparecimento da galeota, somente anotações em um diário de bordo de uma outra nau que cruzou as mesmas águas em 1756.

Perto de cabo Canaveral, a 12 milhas náuticas da costa da Flórida e à grande profundidade, instrumentos encontram três embarcações espanholas datadas do período colonial. Os mergulhadores iniciam então seu trabalho e, no interior de uma das naus, ficam frente a frente com a mais bela descoberta arqueológica do fim do milênio passado: a bordo da embarcação estão 25.000 quilates de esmeraldas lapidadas, vários conjuntos de jóias cerimoniais pré-colombianas em ouro, cristais de esmeraldas pesando 24.644 quilates , além de centenas de jóias excepcionais, tudo de um valor inestimável. Mas o tesouro maior é a ‘Rainha Isabela’, uma esmeralda de 964 quilates que se julgava perdida para sempre. De forma rara, oblonga e com uma limpidez extrema, foi estimada na época da sua descoberta em 11,5 milhões de dólares. A fantástica esmeralda pertencia a Hernán Cortez, conquistador espanhol do México.
Foi o próprio Cortez que deu à gema o nome da rainha espanhola Isabela de Castela, falecida em 1504, ano do seu embarque para o novo mundo. Hernán Cortez deu esta esmeralda e outros objetos preciosos para sua segunda esposa, dona Juana de Zuniga, como presentes de casamento, e foi para repatriar estes tesouros, duzentos anos mais tarde, que a família Zuniga fretou a nau que acabou naufragando nas águas da Flórida. As outras esmeraldas encontradas pertenciam ao próprio Cortez. Vários testemunhos da época atestam que ele portava sempre ao redor do pescoço um fantástico colar com cinco esmeraldas gravadas com desenhos de flores e pássaros oferecidos pelo imperador azteca Montezuma.
Quanto às jóias encontradas, representam bem o trabalho dos artífices mexicanos pré-colombianos, que executavam em ouro ou prata todo o tipo de figuras de flores, frutas ou animais. O centro principal de produção de jóias das culturas zapoteca e mixteca ficava em Monte Albán. As jóias eram de refinada elaboração, decoradas com gravações e filigranas e utilizava-se a técnica de fundição à cera perdida. Braceletes, brincos, peitorais, escudos e máscaras eram confeccionados num característico estilo esquemático. Determinadas peças podiam receber incrustrações de pedras duras (como a jadeíta), conchas, pérolas e esmeraldas