domingo, 18 de setembro de 2016

Novo garimpo de ouro é descoberto no sul do Amazonas; Veja fotos

Novo garimpo de ouro é descoberto no sul do Amazonas; Veja fotos

Do correspondente.

Um novo garimpo de ouro foi descoberto no sul do Amazonas no município de Santo Antônio do Matupi distante 180km do município do Humaitá, o garimpo fica localizado na rodovia Transamazônica no KM 156 da linha União KM e tem rendido inicialmente alguns quilos de ouro.  O município de Santo Antônio do Matupi, também é conhecido como KM 180 vem crescido diariamente o movimento, recebendo centenas de garimpeiros de Rondônia, Amazonas e Pará. Movimentando a economia local, promovendo o desenvolvimento e o crescimento desordenado da cidade.


A exploração era feita de forma manual por integrantes de uma família que decidiiram abrir para os empresários e a todos que se interessam em explorar a lavra de ouro. Acredita-se que é um novo explorar a lavra do ouro. Acredita-se que é um novo Eldorado, que tem previsão maior que o do Rio Juma (Apuí).
Autor : Portalrondonia.com  

Exploração de jazidas de cassiterita, nióbio, bauxita, urânio, caulim, ouro e ferro

Exploração de jazidas de cassiterita, nióbio, bauxita, urânio, caulim, ouro e ferro carece de cuidados ambientais e investimentos em estrutura. O volume equivale a cem vezes o PIB.

A mineração é uma das grandes responsáveis pela vinda de recursos estrangeiros ao País.Ilustração: Júnior Lima
Manaus - As jazidas minerais provadas de cassiterita, nióbio, bauxita, urânio, caulim, ouro e ferro no Amazonas valem cerca de US$ 2,4 trilhões (R$ 4,3 trilhões), com base na cotação feita pelo Instituto Brasileiro de Mineração, a preços correntes de 2008. O volume equivale a cem vezes o Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 ou a soma de riquezas geradas no Estado, que somaram R$ 41,7 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No levantamento não estão incluídas as reservas de gás e óleo, uma das maiores fontes de riquezas atuais.
O mercado internacional está aquecido à procura de investimentos em bens minerais, principalmente, ferro, alumínio, nióbio, tântalo, terras raras e minerais radioativos, afirma o geólogo do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
“A mineração é uma das grandes responsáveis pela vinda de recursos estrangeiros ao País, voltados para a pesquisa dessas matérias-primas”, destaca.
As reservas atestadas pelo Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) de nióbio em Morro de Seis Lagos, em São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros a noroeste de Manaus), por exemplo, dariam para atender à demanda mundial por 400 anos, segundo estimativa do geólogo e secretário de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos, Daniel Nava.   
As reservas de nióbio apresentaram o maior valor de riquezas, ao totalizarem US$ 1,8 trilhão, com cerca de 82 milhões de toneladas distribuídas pela mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros ao norte de Manaus) e na jazida de São Gabriel da Cachoeira. A jazida é o depósito mineral inexplorado e passa a ser mina a partir da extração.
A maior parte da produção do nióbio (80%) destina-se ao preparo de ligas com o ferro utilizadas em pontes, dutos, locomotivas, entre outros, por causa da elasticidade e da alta resistência a choques.
Eldorado
O Amazonas possui cerca de seis garimpos, duas minas e uma jazida de ouro. Os garimpos não possuem as reservas quantificadas. A reserva estimada em 25,32 toneladas corresponde às duas minas localizadas em Humaitá e Manicoré (no Rio Madeira, a sudoeste) em Apuí (a 453 quilômetros ao sul de Manaus),  no Garimpo do Gavião, e à jazida em Maués (a 276 quilômetros a leste), no Garimpo do Abacaxis.
Para uma jazida de ouro ser considerada de classe mundial, ou seja, de grande importância, ela deve ter uma reserva de cem toneladas.
As empresas estão migrando para essa região para encontrar uma mina que possa ser de classe mundial, que produza durante a vida útil cem toneladas de ouro, informa Nava. Nos garimpos, as riquezas são exploradas a céu aberto, enquanto na mina, há necessidade de máquinas para extrair o minério da rocha.  
“Esse ouro que atualmente é explorado desde a década de 60, não é o ouro da rocha, mas o que vem erodido, que o rio leva. A mina está nessa região do Amazonas, em Maués e vai até o Pará”, explica o geólogo.
As principais reservas quantificadas de ouro, segundo Nava, estão no Alto Rio Negro, no noroeste e em toda a parte norte do Estado, nas terras habitadas pelos Yanomâmi.
A secretaria detectou 124 ocorrências de depósitos de ouro em áreas de preservação indígena no Alto Rio Negro. As reservas dimensionadas do Amazonas valem uma estimativa atual de US$ 1,4 bilhão, com o preço do ouro a aproximadamente US$ 55 o grama (g), segundo a Bolsa de Valores Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&F Bovespa). Apenas uma jazida e duas minas foram quantificadas pelo DNPM.
Dos seis garimpos de ouro do Amazonas, três estão paralisados: Serra do Acará, em Barcelos (a 399 quilômetros a noroeste de Manaus), Cordilheira Traíras e rio Puruí, em Japurá (a 744 quilômetros a noroeste)  e Vila do Sucunduri, em Apuí (a 453 quilômetros ao sul).
Os outros três continuam em operação: Serra da Neblina, em Santa Isabel do Rio Negro (a 630 quilômetros a noroeste de Manaus) e São Gabriel da Cachoeira, além da Serra Tunuí/Caparro, também em São Gabriel e o do Rio Juma, em Novo Aripuanã e Apuí, no sul. O garimpo do Gavião (em Apuí e Manicoré) está paralisado enquanto o do rio Madeira (Humaitá e Manicoré) ainda está em operação.  
Fertilizantes
As reservas de potássio das jazidas de Nova Olinda do Norte (a 135 quilômetros a sudeste) e Itacoatiara  (a 176 quilômetros a leste) somam 1,15 bilhão de toneladas, o que equivale a um volume de US$ 587,8 bilhões, com o preço de mercado a US$ 510 por toneladas, segundo relatório de 2008 do Ibram.
O minério é um dos principais insumos para fertilizantes.
O Brasil é o nono maior produtor de potássio, com produção aproximada de 383 mil toneladas, em 2008. Por ser o maior consumidor desse minério, o País importa 91% da demanda. O Canadá é líder em produção, com 11 milhões de toneladas, seguido pela Rússia.
No País só há uma mina explorada, em Sergipe, pela Vale Fertilizantes, que anunciou investimentos de US$ 1,5 bilhão em dois anos, com produção inicial estimada em 1,2 milhão de toneladas anuais.
Indústria do papel
O caulim, matéria-prima da indústria de papel, tem reservas em Manaus e Rio Preto da Eva (a 57 quilômetros a nordeste da capital) que totalizam 3,4 bilhões de toneladas. À cotação de US$ 129,5 a tonelada, a preços de 2008, as jazidas têm valor estimado em US$ 441 bilhões.
Segundo o Ibram, o Brasil é o sexto maior produtor de caulim, com aproximadamente 2,8 milhões de toneladas em 2008, cerca de 6% da produção mundial, que é de 44,7 milhões de toneladas, aproximadamente. Os Estados Unidos são os maiores produtores globais.
Pitinga
A reserva de cassiterita (minério de estanho) do Amazonas, localizada na mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo, foi estimada em 486 mil toneladas. Com o preço de mercado em US$ 17 mil (por tonelada), definido pela London Metal Exchange (LME) em 2008, essa reserva vale cerca de US$ 8,26 bilhões.
O estanho é um dos mais antigos metais conhecidos (Era do Bronze) pois é um dos componentes do bronze. O metal é utilizado na produção de diversas outras ligas metálicas e ainda em embalagens, como latas e envolturas.
O Brasil possui a quinta maior reserva de estanho do mundo, cerca de 11% do total. As reservas estão localizadas na região Amazônica: Província Mineral do Mapuera, no Amazonas (mina do Pitinga), e na Província Estanífera de Rondônia (Bom Futuro, Santa Bárbara, Massangana e Cachoeirinha).
Pitinga tem uma importância direta na produção brasileira,  principalmente em relação ao estanho. Em 2012, deve voltar a ser responsável por 70% da produção nacional, alcançada em 2008”, afirma Nava.
A mina saiu do controle da mineradora Taboca, do grupo Paranapanema e foi adquirida pela mineradora peruana Minsur com investimentos de R$ 1,25 bilhão, até agora.
Nuclear
A mina do Pitinga também possui reservas de urânio que totalizam 144 mil toneladas o que equivale a US$ 14,9 bilhões, com preço de mercado em US$ 47 /lb (por pound), segundo o Ibram em 2008.
Os maiores consumidores de urânio são as usinas nucleares. O mineral nuclear é usado para alimentar os reatores na geração de energia elétrica, que já respondem por 18% da energia elétrica do mundo.
Alumínio
A bauxita, principal minério utilizado na fabricação de alumínio, possui jazidas em Presidente Figueiredo, Urucará e Nhamundá, somadas elas possuem uma reserva estimada de 151,8 milhões de toneladas o que corresponde a US$ 5,31 bilhões, sendo o preço de mercado estabelecido em US$ 35 a tonelada, segundo Ibram.
O Brasil é o terceiro maior produtor de minério de bauxita, com produção, em 2008, de 26,6 milhões de toneladas, o que significa 13% da produção mundial, que foi de 205 milhões de toneladas.
O mercado consumidor do minério é formado por, principalmente, refinarias de alumina, insumo base para a produção de alumínio. Para cada 4 toneladas de bauxita, são geradas duas de alumina e uma de alumínio.
Legislação ambiental exige cuidados na Amazônia
O respeito à exigente legislação ambiental para evitar danos no delicado ecossistema da Amazônia é uma das principais preocupações do setor. “Um projeto de mineração demanda muito tempo para começar a produzir, de três a seis anos em ambientes amazônicos”, explica o geólogo Gert Woeltje.
Atividade de grande impacto ao meio ambiente, a indústria da mineração tenta mudar essa característica. “O setor precisa agir em conjunto para melhorar os aspectos de sustentabilidade. Nem todos agiram com responsabilidade social e ambiental no passado”, admitiu a presidente executiva da gigante Anglo American, Cynthia Carrol, no 14ª Congresso Brasileiro de Mineração, no final de setembro. “Não se pode deixar que os poucos responsáveis manchem o que fazem os muitos responsáveis, disse a executiva.

A HIERARQUIA DAS GEMAS


A HIERARQUIA DAS GEMAS



Atendendo a sugestão de uma leitora, abordaremos este mês um tema controverso, mas de grande interesse, o da hierarquia de valor das pedras preciosas.
Sabemos que é no mínimo arriscado propor qualquer espécie de ranking das gemas comerciais pelo critério de valor, tendo em vista que a diversidade e a subjetividade dos fatores envolvidos na sua avaliação dificulta qualquer consenso, mesmo entre aqueles que lidam cotidianamente com a comercialização e a avaliação de gemas e que, portanto, devem estar sintonizados com as particularidades e a dinâmica desse mercado.
Assim sendo, ao elaborá-la, não tivemos a pretensão de apresentar uma relação ultimada e definitiva, nem nos propusemos a suscitar uma discussão sobre o tema que, sabemos, jamais teria termo. Visamos com ela, orientar o público consumidor de jóias quanto ao valor relativo das gemas mais apreciadas, mostrar a relevância no mercado internacional de algumas ainda pouco difundidas pelo setor joalheiro nacional e estimulá-lo a tirar suas conclusões através da prática e da experiência próprias.
Levando-se em consideração as cotações médias praticadas no mercado internacional de espécimes com qualidade para uso em joalheria, que apresentem tamanhos comerciais e possam ter sido submetidos a tratamentos tradicionalmente aceitos pelo mercado, é esta, em nossa opinião, a atual hierarquia das dez gemas minerais mais valiosas:
1. Diamante
2. Alexandrita
3. Rubi
4. Padparadscha
5. Safira Azul
6. Esmeralda
7. Turmalina da Paraíba
8. Demantóide
9. Tsavorita
10. Benitoíta

Considerações
É importante salientar que o Brasil produz ou produziu até recentemente, de forma regular, quatro dentre as sete gemas que consideramos as mais valiosas: diamante, alexandrita, esmeralda e turmalina da Paraíba. Caso estendêssemos esta hierarquia aos 20 ou 30 tipos mais apreciados ou nos detivéssemos apenas às gemas de uso amplo e consagrado em joalheria, certamente figurariam outras espécies e variedades produzidas regularmente em nosso país, tais como olho-de-gato, topázio imperial, água-marinha, rubelita(turmalina vermelha), indicolita(turmalina azul), turmalina verde, opala e crisoberilo.
Dentre as 10 gemas consideradas mais valiosas e que não ocorrem no Brasil ou sua produção é pequena e descontínua em nosso país, encontram-se: rubi, padparadscha (safira laranja-rosada, de tom claro a médio), safira azul, demantóide (nome comercial de uma variedade da granada andradita, de cor verde a verde-amarelada), tsavorita (designação comercial da granada grossulária verde) e benitoíta (espécie mineral de cor azul a azul violácea e, até onde sabemos, de ocorrência restrita a uma única localidade nos EUA).
Outras gemas que não ocorrem no Brasil ou sua produção é aqui escassa e irregular e que, certamente, deveriam constar de uma relação com os 20 ou 30 tipos mais valiosos, são a tanzanita, as safiras de diversas cores (rosas, alaranjadas, roxas, amarelas e com mudança de cor), os espinélios de diversas cores (vermelhos, azuis, rosas) e algumas espécies de granadas de características ou procedências específicas, tais como a Malaya (nome comercial da combinação de piropo-espessartita, de cor laranja), a Kashmirina (designação comercial da espessartita laranja, proveniente do Paquistão) e a Mandarim (nome comercial da espessartita laranja, oriunda da Namíbia).
Muitos leitores poderão, com razão, estranhar a ausência da pérola, que deveria, sem dúvida, constar de qualquer hierarquia de gemas mais valiosas que se proponha séria. No entanto, ela não foi incluída por ser extremamente difícil situá-la no ranking, tendo em vista sua diversidade de tipos e cotações, além de tratar-se de uma gema de origem orgânica, quando todas as demais constantes da relação acima possuem origem mineral.
Como as variações de qualidade e preço das gemas, sobretudo das antes conhecidas como preciosas (diamante, rubi, safira e esmeralda) são extremamente amplas, o fato de que um determinado tipo esteja situado em uma posição hierarquicamente superior não significa, evidentemente, que todos os espécimes deste referido tipo devam ser necessariamente mais valiosos que os de um tipo situado em uma posição hierarquicamente inferior.
Muitas vezes, é uma tarefa extremamente difícil tentar situar adequadamente na hierarquia determinados tipos de gemas, como são os casos, por exemplo, do rubi e da alexandrita. Enquanto a pesquisa direta e as cotações existentes em publicações referenciais de preços indiquem que os melhores exemplares de rubi usualmente apresentam valores um pouco superiores ao melhores de alexandrita, os preços médios praticados para mercadorias de qualidade comercial (cotações média e boa) são superiores no caso da alexandrita, motivo pelo qual melhor a situamos no ranking.
A mesma dificuldade ocorre entre a safira azul e a esmeralda que, historicamente, apresentam cotações muito próximas, de modo que, ressalvamos, não devem ter suas posições relativas na hierarquia tomadas com absoluta rigidez. Nos últimos anos, a presença no mercado de grandes quantidades de safiras azuis e esmeraldas tratadas por métodos de difícil detecção tem tido maior influência sobre as cotações destas gemas do que propriamente o aumento ou a diminuição de sua oferta.

O ESPODUMÊNIO E SUAS VARIEDADES

O ESPODUMÊNIOE SUAS VARIEDADES



O espodumênio é uma espécie mineral cujo nome é menos popular entre os consumidores de gemas e jóias que os de suas variedades kunzita, hiddenita e trifana, sobretudo a primeira delas.
A kunzita apresenta exuberantes matizes rosas, lilases e violetas, que se assemelham aos da alfazema, perfeitamente transparentes e de tonalidades claras, às vezes ligeiramente azulados. Ela foi descoberta em Pala, Califórnia, no início do século 20 e deve seu nome a George Frederick Kunz (1856 – 1932), o mineralogista que primeiro a descreveu.
A atraente e rara hiddenita, igualmente transparente, possui uma coloração verde-esmeralda intensa, devida a impurezas de cromo, sendo sua designação uma homenagem a William E. Hidden (1853 – 1918), seu descobridor e um eminente colecionador de minerais em seu tempo.
A trifana, amarela pálida, cuja cor se atribui a impurezas de ferro, foi a primeira variedade gemológica de espodumênio a ser descoberta, em Minas Gerais, por volta de 1870, nove anos antes que a hiddenita fosse identificada na Carolina do Norte (EUA). A designação trifana não é consensual no meio gemológico, de modo que a tendência atual é designar as variedades com o nome do mineral, seguido pelo sufixo correspondente a sua cor, tal como espodumênio amarelo ou amarelo esverdeado. As variedades kunzita (rosa) e hiddenita (verde produzido pelo cromo) são exceções, pois tratam-se de termos consagrados. Ainda assim, na prática comercial diária, é difícil determinar se um espécime contém ou não cromo, de forma a designá-lo como hiddenita ou simplesmente espodumênio verde.
O espodumênio é um silicato de lítio e alumínio, incolor em seu estado puro. Cristaliza-se no sistema monoclínico e ocorre em característicos cristais prismáticos alongados, com terminações achatadas, muitas vezes de tamanhos consideráveis; possui seção freqüentemente quadrada ou retangular e faces longitudinais estriadas, com numerosas figuras de corrosão na forma de triângulos escalenos.
Sua dureza varia de 6½ a 7, apresenta clivagem perfeita em duas direções paralelas às faces prismáticas e quase perpendiculares entre si, o que faz com que seja uma pedra de difícil lapidação. Apresenta brilho vítreo (nacarado nas superfícies de clivagem), sendo que a kunzita geralmente exibe fluorescência de cor alaranjada a rosa dourada à luz ultravioleta, muito mais intensa sob comprimentos de onda longos e, adicionalmente, pode apresentar fosforescência.
A kunzita e a hiddenita possuem pleocroísmo intenso, perceptível até mesmo à vista desarmada, pela simples rotação dos exemplares, principalmente os mais saturados. A cor mais intensa corresponde a direção paralela à do comprimento do cristal e, para melhor aproveitar o efeito ao lapidar-se a gema, deve-se orientar a faceta principal (mesa) perpendicularmente a esta direção. Por apresentar-se sempre em tonalidades claras, o espodumênio costuma ser lapidado com a maior profundidade possível para obter-se a máxima retenção da cor, procurando-se, contudo, resguardar as proporções esteticamente corretas, o que resulta em gemas de rara beleza.
Ao contrário de muitas gemas coradas, que são lavradas principalmente em depósitos secundários, o espodumênio é mais comumente extraído de suas fontes primárias, os pegmatitos graníticos. Os principais países produtores de kunzita e hiddenita são, atualmente, Afeganistão, Brasil, Madagascar, Myanmar, Sri Lanka e EUA.
A produção brasileira de espodumênio tem se mostrado irregular nos últimos anos, sendo que os principais depósitos estão localizados no estado de Minas Gerais, nos municípios de Galiléia, Conselheiro Pena, Resplendor, Água Boa e Barra do Cuité.
As principais inclusões observadas nos espodumênios são as fásicas, os finos tubos de crescimento com aspecto de agulhas, os planos de geminação e de clivagem, além das inclusões que comprovam sua origem pegmatítica, tais como muscovita, feldspato e minerais de argila.
O fascinante matiz lavanda das kunzitas deve-se a traços de manganês, mas esta variedade pode empalidecer se exposta à luz por longos períodos de tempo. A cor pode ser restaurada por irradiação, que deve ser seguida de tratamento térmico a temperaturas entre 200oC e 250oC ou por exposição à luz, com o objetivo de remover os componentes verdes e marrons que simultaneamente se formam.
Como a autêntica hiddenita é muito rara, espodumênios de cor verde intensa devem ser vistos com extrema reserva, pois não é raro nos depararmos com material com esta coloração obtido por irradiação, de praticamente qualquer natureza, a partir de espécimes originalmente rosas. A coloração verde-esmeralda resultante deste tratamento é instável e o empalidecimento extremamente rápido, ocorrendo, às vezes, em menos de uma hora. Não há qualquer centro de cor envolvido nesta mudança, mas sim uma alteração no estado de valência do manganês, que passa de Mn3+ a Mn4+.

CIRCUITO DO OURO

CIRCUITO DO OURO

Cada esquina sussurra a liberdade nas 19 cidades desse importante destino turístico. O Ciclo do Ouro foi o mais rico período da história do século XVIII. O metal amarelo e tão cobiçado, revolucionou o mundo. Em todos os municípios, o patrimônio arquitetônico é testemunha desse passado histórico-cultural. Ao lado desse fabuloso acervo, a natureza oferece belezas que precisam ser conhecidas e preservadas. O Circuito do Ouro é um programa turístico desenvolvido e apoiado pela Secretaria de Estado do Turismo de Minas Gerais, que se propõe a promover o turismo, difundir cultura, preservar o ambiente natural e gerar empregos e renda para os municípios mineiros.Compõem este percurso os municípios de Barão de Cocais, Belo Vale, Bom Jesus do Amparo, Caeté, Catas Altas, Congonhas, Itabira, Itabirito, Mariana, Nova Lima, Ouro Branco, Ouro Preto, Piranga, Raposos, Rio Acima, Sabará, Santa Bárbara, Santa Luzia e São Gonçalo do Rio Abaixo
O  Circuito do Ouro teve seu acesso facilitado ao ser desbravado pelos bandeirantes, devido à presença do Rio das Velhas, utilizado como caminho natural de penetração pelo interior. Em suas margens, foram encontradas as primeiras pepitas de ouro da região, em local denominado Sabará - buçu, onde, nos fins do século XVII, se formou o arraial de Sabará. 
O Circuito do Ouro foi palco, ainda, dos primeiros conflitos ocorridos na zona mineradora. O conflito que mais destacamos denomina-se 'Guerra dos Emboabas', cuja luta baseou-se na disputa do controle do sistema de mineração pelos paulistas que julgavam-se no direito de possuí-las, já que as haviam descoberto, conquistando assim privilégios econômicos e políticos.
Figura extremamente popular na época do descobrimento do ouro foi o 'tropeiro'. Além de sua função econômica, ele adquiriu um papel social de portador de notícias, representando, assim, um verdadeiro elo entre os grandes e os pequenos núcleos urbanos. O tropeiro era quem comprava, nos grandes centros abastecedores, gêneros de toda a espécie e os levava para o interior, ganhando, sobre as vendas, porcentagens exorbitantes. Em pouco tempo, adquiria fortuna, prestígio social e ingressava na carreira política.
A Igreja, nesta época, representou um papel relevante no processo de colonização e organização da sociedade do Circuito do Ouro. No momento em que o ouro era detectado em determinada região, iniciava-se o processo de ocupação da área. Uma das primeiras providências tomadas pelos povoadores era a construção de uma capela. Sua construção era feita em local estratégico, ou seja, à beira dos caminhos, funcionando como ponto de atração das populações diversas que, construíam suas moradias em torno do santuário, formando, assim, os primeiros núcleos urbanos.
Capela - Estrada Real -  Foto: Haroldo CarneiroO papel da Igreja, e mais especificamente dos clérigos, foi da maior importância, já que eram as únicas autoridades capazes de pôr freio aos abusos cometidos pela população, na sua maioria composta de aventureiros ávidos de riqueza fácil. Inicialmente, a capela era de construção muito pobre, mas à medida que o arraial progredia, a capela era reconstruída com material de melhor qualidade e ampliava seu tamanho. Com sua reforma, a capela era alçada à categoria de Igreja Matriz.
As sociedades locais se dividiam em Irmandades, compostas geralmente pelos homens mais categorizados do arraial. Desta maneira, formou-se a Irmandade do Santíssimo Sacramento e das Ordens Terceiras de Nossa Senhora do Carmo e de São Francisco, ocupadas pelos homens brancos.Os homens de cor, em geral escravos, ocupando a base inferior da sociedade, formaram as Irmandades de Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia e Nossa Senhora das Mercês; os mestiços e mulatos  ficaram, por sua vez, associados às Irmandades de São José, Cordão de São Francisco e Nossa Senhora do Amparo. Esta divisão justifica o número excessivo de construções religiosas nas cidades que compõem o Circuito do Ouro.
Como exemplo desta manifestação, para visitar, admirar e se exaltar, citamos a Igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição e Igreja do Carmo de Sabará, a matriz de Santo Antônio de Santa Bárbara, a matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Caeté, a matriz de Nossa Senhora da Conceição de Catas Altas, e muitas outras irmandades mais pobres como as do Rosário dos Pretos, espalhadas pelas diversas cidades que compõem o Circuito do Ouro.
A cidade de Ouro Preto é considerada o foco central desse Circuito, dada a grandeza de seu legado histórico, artístico e arquitetônico. Patrimônio Universal da Humanidade, tem como marco inicial a Igreja de Nossa Senhora de Conceição de Antônio Dias (1727), projeto de Manoel Francisco Lisboa.