domingo, 31 de outubro de 2021

A SURPREENDENTE ÁGATA

 


               Considero a ágata surpreendente por vários motivos, mas principalmente porque é infinita sua capacidade de nos surpreender com seu arranjos de formas e cores.  Se um colecionador de minerais quiser colecionar só ágatas, ele poderá formar uma grande coleção. Se quiser manter um blog como este escrevendo apenas sobre ela, provavelmente irá conseguir, pelo menos por um bom tempo.

A ágata surpreende também por sua origem, mas, não vou falar sobre isso. Primeiro porque conheço menos sobre esse assunto do que gostaria de conhecer. Segundo porque, como disse Prashnowsky, em 1990, seu processo de formação “é um dos mais fascinantes problemas”.  Mas, se algum leitor tiver boas informações sobre o tema, por favor me mande.

      Entre as muitas variedades de quartzo, há um grupo que reúne as variedades criptocristalinas, aquelas que formam cristais invisíveis a olho nu. Estão nesse grupo o ônix, a cornalina e a ágata.

O que caracteriza esta última gema é sua formação em camadas plano-paralelas ou concêntricas que se traduzem, quando ela é serrada, em faixas de cores ou tons variados, formando desenhos muito diversificados, a ponto de se poder dizer que não há duas ágatas que sejam iguais.

Ela se forma normalmente preenchendo cavidades de rochas, principalmente nas vulcânicas, e sua forma externa traduz a forma da cavidade em que se originou.  

Os padrões de preenchimento

    Os tipos de preenchimento são outro aspecto muito diversificado dessa gema. 

    Para início de conversa, o preenchimento da cavidade da rocha pode ser total ou parcial; pode ser todo com camadas plano-paralelas, todo em camadas concêntricas ou ambos os tipos, com uma camadas concêntricas na parte externa e plano-paralelas no centro.

Vejam um exemplo de preenchimento quase 100% plano-paralelo.


 

Se o preenchimento não é total, fica um espaço vazio (às vezes mais de um), que pode conter ametista, quartzo incolor, calcita, zeólitas ou outros minerais. 

Às vezes o preenchimento começa a se dar por camadas concêntricas, mas lá pelas tantas, além de elas passarem a ser plano-paralelas, destroem parcialmente o arranjo original.

              A superfície externa da ágata é arredondada, mas ela pode ter forma muito diferente da esférica, sendo frequentemente bem alongada. E pode ser bem irregular, como a da foto a seguir.



               É normal haver ágata na arte externa do geodo e quartzo incolor na porção mais interna; mas pode acontecer o contrário e até mesmo ocorrer uma alternância de várias camadas de ágata e de quartzo incolor.           

As cores

            As ágatas do Rio Grande do Sul – o estado que mais a produz no mundo – são muitas vezes cinza a cinza-azuladas, a chamada ágata Umbu. Mas, podem ter cores quentes, como vermelho, laranja, marrom e amarelo (ágata do campo). E podem mostrar cores brancas e preta. 

              As muitas ágatas de cores rosa, verde, azul ou roxa vistas no mercado são obtidas por tingimento (mas, em Queensland, na Austrália, há uma ágata azul que é única no mundo). Como ela é porosa, quando suas cores são pouco atraentes pode ser tingida, obtendo-se assim resultados às vezes muito bons. Para isso, a ágata é imersa, depois de lapidada, em uma solução corante, onde fica por várias semanas, absorvendo o corante, que colore apenas uma porção de alguns milímetros de espessura da sua parte externa. Se o tingimento for feito aquecendo a solução, o processo se torna mais rápido, mas a cor obtida pode não ser estável.

              É importante destacar que esse tingimento, praticado desde o século XIX, não é uma fraude. É um tratamento de gema bem conhecido e que os produtores não escondem. E é tão comum, que a gema tingida tem o mesmo preço de mercado que a de cores naturais.

              Cerca de 90% das ágatas são tingidas, mas, no Rio Grande do Sul, essa porcentagem chega a apenas 40%, já que as belas cores naturais das gemas daqui dispensam o tingimento.  

              Abaixo, duas ágatas de cores naturais, procedentes do Rio Grande do Sul.




              Outro belo exemplar, este do acervo do Museu de Geologia da CPRM.

 


 

              As seguintes são peças tingidas, também do RS.



              Mas, devo lembrar que existe a lindíssima ágata-íris, que mostra as belas cores do arco-íris (foto obtida na internet, sem autoria e sem procedência da ágata).

 


 

Dimensões

              Uma maneira fácil e eficiente de exibir as cores dessa gema é cortá-la em fatias, com serra diamantada e a seguir dar-lhe polimento. Isso mostra muito bem os padrões de preenchimento e as cores. Essas chapas podem medir desde 4-5 cm de diâmetro até em torno de 1 m, estas encontradas também aqui no Rio Grande do Sul. As da foto abaixo estavam à venda, anos atrás, na Exposol, em Soledade (RS). Para ter ideia melhor do tamanho, saibam que o moço simpático da foto mede 1,80 m de altura.

 


     

 A foto a seguir mostra a maior ágata da minha coleção. Ela tem 47 x 17 cm.



 Preenchimentos exóticos

               Muitas vezes a beleza da ágata está nos arranjos exóticos que forma. Algumas são simplesmente incríveis, como as das fotos abaixo. Na primeira foto, uma das peças preferidas de minha coleção: uma chapa de ágata de 22 x 24 cm que lembra um útero e as duas trompas e que tiveram o bom gosto de tingir com cor rosa. 


Vejam que belíssimo exemplo de preenchimento bem ritmado (As três próximas fotos foram obtidas na internet, sem autoria e sem procedência da ágata).


 

 

 Uma curiosa variedade de ágata é a ágata paisagem, cujos desenhos parecem mostrar um panorama natural. Gosto muito desta, embora já tenha visto outras mais impressionantes (foto também da internet sem autoria e sem procedência).

 


 

              A ágata abaixo é incrível. O material que reveste o “pássaro” pode até ser artificial, mas o interior sem dúvida é uma ágata em forma de pássaro (Facebook, sem procedência).


 

              Esta outra pode não primar pela beleza, mas sim pela complexidade de seu preenchimento, um belo desafio a que estuda o assunto.



 E o que dizer das carinhas sorridentes deste vídeo? O geodo foi encontrado no Rio Grande do Sul e soube que está à venda por 10.000 dólares. Os olhos não são pintados, como pode parecer, mas cavidades no geodo.  (Video obtido na internet, sem autoria). 

 



Os objetos decorativos de ágata

    As chapas polidas de que falamos são boas para mostrar as cores e arranjos, mas são uma maneira muito simples de aproveitar a ágata. Ela se presta muitíssimo bem à obtenção de objetos decorativos como pirâmides, apoios para livros (úteis e bonitos, mas que aproveitam mal a gema), caixas, alianças, maçanetas, cabos de talheres, etc. uma variedade de usos cujo único limite é a criatividade de quem os faz.




 

 As ágatas poliédricas

               Em 1982, ganhei da proprietária de uma loja de joias e gemas de Porto Alegre uma intrigante chapa de ágata com limites retos, formando um triângulo.  Ela achou aquilo mera curiosidade e me deu a peça de presente.

Tempos depois, adquiri uma ágata do mesmo tipo, em forma de losango, e continuei mais intrigado do que nunca com o processo de formação daquela gema. Eu supunha, na falta de explicação melhor, que ela se formara no espaço delimitado por um conjunto de fraturas na rocha.

 


 A dúvida persistiu até eu ler artigo do Prof. Jacques Pierre Cassedane, intitulado Les agates du Sítio Garguelo – Municipe de Cachoeira dos Índios – Paraíba, publicado em 1984.  Nele, o Prof.  Cassedane analisou nada menos de oito possíveis origens, propostas por outros pesquisadores, descartando todas elas. Uma das origens preconizadas era aquela que eu imaginava, espaço vazio entre várias fraturas na rocha.

Não vou expor aqui sua teoria, mas quero dizer que ele reconhece ser uma histoire géologique compliquée e passível de ser retomada e completada no futuro.

E esta história très compliquée me acompanha há 54 anos...


Fonte: Pércio M. Branco

Turmalina Rosa

 

Turmalina Rosa

 





A turmalina rosa , também conhecida como rubelita ou simplesmente rubelita , é uma variedade rosa de elbaita , um tipo de turmalina . Porém, uma turmalina rosa e uma rubelita não são exatamente a mesma coisa: para ser classificada como rubelita, a turmalina deve conter tons de rosa e vermelho, enquanto uma turmalina rosa é considerada mais um chiclete "chocante" ou "puro" " Rosa. Além disso, uma turmalina rosa exibirá uma ligeira mudança de cor sob luz artificial, mostrando uma coloração marrom; verdadeiro rubellite não. [1]
Turmalina Rosa
Turmalina Rosa
Do Afeganistão; em quartzo esfumaçado .
Foto de Rob Lavinsky, iRocks.com - lic. sob CC-BY-SA-3.0
As turmalinas de elbaita têm a fórmula química Na (LiAl) 3 Al 6 Si 6 O 18 (BO 3 ) 3 (OH) 4 .
A turmalina rosa, semelhante a outras variedades de turmalina, tem uma dureza de cerca de 7,5 Mohs e é frequentemente encontrada em associação com vários tipos de quartzo . É interessante notar que, embora a elbaita tenha sido identificada como uma espécie única de turmalina e nomeada em 1913 após uma descoberta na Ilha de Elba, na Itália, a turmalina rosa foi mencionada pelos mineralogistas em seus livros desde pelo menos meados do século XIX.
Como em outras variedades de turmalina colorida, a turmalina rosa é popular tanto para colecionadores de minerais (em sua forma natural) quanto para os aficionados por pedras preciosas como uma pedra facetada. A turmalina é notada entre as pedras preciosas por ser uma das pedras que pode ocorrer em várias cores e tons diferentes. A turmalina rosa pode ocorrer em uma ampla variedade de tons.

Preços Pink Tourmaline

Como em todas as pedras preciosas, os preços variam muito, dependendo do corte, clareza e cor - no entanto, turmalinas rosa de boa qualidade podem ser vistas à venda on-line (fevereiro de 2011), com preços entre US $ 100 e US $ 300 por quilate para pedras facetadas na região de 5 a 25. quilates. As pedras cortadas com cabochão - que geralmente são de menor nitidez - podem ser vistas por menos. Os melhores tourmalines podem chegar aos milhares por quilate. Turmalinas cor-de-rosa com mais de 20 quilates são menos comuns - e as maiores que já vi à venda são um pouco mais de 100 quilates.
No outro extremo do espectro, é claro que é possível obter turmalinas de "menor grau" literalmente por muito poucos dólares. A enorme disparidade de preços entre os mercados de pedras preciosas e entre os preços de pedras de alta qualidade e de menor qualidade destaca a importância da experiência e de fontes confiáveis. Também vale a pena notar que grande parte da turmalina rosa do mercado pode ser aquecida e / ou irradiada para melhorar a cor - e isso deve ser divulgado; embora possa não ser, ou pode até ser deliberadamente deturpado. Você realmente pode comprar uma chamada turmalina rosa natural por um dólar on-line, se você olhar em volta. Se essas pedras são ou não o que afirmam ser, não posso dizer.
É claro que existem maneiras de identificar as pedras tratadas - embora elas possam exigir algum treinamento e até equipamentos de laboratório. Dizem que a turretina rubelita / rosa irradiada tem uma tonalidade específica que pode ser identificada por um especialista que comparou numerosas pedras. Outra dica é que, se um lote inteiro de turmalina rosa tiver uma cor idêntica, pode ter sido irradiado. [3] No final do dia, a recomendação padrão é sempre a mesma: revendedores respeitáveis ​​e certificação de laboratórios de gemas respeitados.
Nota - Eu vi a turmalina rosa comercializada on-line como "turmalina rosa padparadscha". Embora isso possa (ou não) ser uma descrição precisa da cor da referida pedra preciosa, deve-se notar que padparadscha e turmalina são duas pedras completamente diferentes. Padparadscha é uma variedade de safira .
Turmalinas cor de rosa foram encontradas no Brasil, em San Diego e nos condados de Riverside, na Califórnia, EUA, Afeganistão, República Tcheca e em outros lugares.
Turmalina Rosa
Turmalina rosa Cristais de turmalina
rosa (elbaita) em quartzo




Fonte: Portal do Geólogo

OPALA NEGRA EXTRA COM 7,6 QUILATES

sábado, 30 de outubro de 2021

Diamante avaliado em 2 milhões "quase foi para o lixo"

 A mulher na casa dos 70 anos encontrou a pedra preciosa de 34 quilates enquanto limpava a sua casa em Northumberland, mas pensou que se tratava de uma peça de bijuteria.

 


Um grande diamante que quase foi para o lixo e acabou por se revelar extremamente valioso - avaliado em cerca de 2 milhões de libras, o equivalente a 2,3 milhões de euros - chocou a proprietária que comprava “quinquilharias” em feiras da bagageira com frequência.

A mulher na casa dos 70 anos encontrou a pedra preciosa de 34 quilates enquanto limpava a sua casa em Northumberland, condado situado no norte de Inglaterra, mas pensou que se tratava de uma peça de bijuteria.

À BBC, o leiloeiro Mark Lane, da Featonby's Auctioneers, em North Tyneside, revelou que a proprietária, que desejava permanecer anónima, quase colocou a pedra “no lixo”. 

Não conseguia lembrar-se onde ou quando encontrou o diamante, mas segundo Mark, a mulher costumava frequentar feiras da bagageira, onde “comprava quinquilharias”. “Disse-nos que estava a limpar e que o diamante quase foi para o lixo até que o seu vizinho lhe sugeriu que o trouxesse para ser avaliado”, acrescentou.


Para além do diamante, a proprietária levou aos leiloeiros várias jóias, incluindo a sua “aliança de casamento e várias outras de baixo valor”, enquanto estava de passagem pela cidade a caminho de outro compromisso.

“Vimos uma pedra bastante grande, maior do que uma moeda, e pensei que se tratasse de uma zircónia cúbica”, contou o leiloeiro - referindo-se à pedra sintética frequentemente usada para imitar diamantes - explicando ainda que deixou a pedra na sua mesa vários dias antes de usar a máquina de teste de diamantes e enviá-la, em seguida, aos seus parceiros em Londres.

Posteriormente, a peça foi certificada por especialistas em Antuérpia, na Bélgica, que confirmaram tratar-se de um diamante de 34 quilates - tornando-o o item de maior valor com o qual Mark já lidou. “A cor, a clareza, o tamanho... encontrar um diamante de 34 quilates é fora de série”, garantiu.

O diamante vai ser leiloado a 30 de novembro.


Fonte: AH/UOL

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Diamantes sem garimpo? Sim, é possível! Conheça a marca brasileira que adotou a prática sustentável

 Garimpo ilegal, condições insalubres de trabalho, extrativismo violento. Estas são algumas sequelas deixadas pela mineração no mundo inteiro. Dentre os setores que mais colaboram com a perpetuação desta realidade, está o mercado de joias. Uma boa notícia? Produzir acessórios de luxo de forma mais sustentável é possível. Uma notícia melhor ainda? Isso já é uma realidade em solo nacional.

Desenvolvidas através de uma tecnologia revolucionária, as pedras possuem as mesmas propriedades óticas, químicas e físicas das que são extraídas da natureza (Foto: Getty Images)

Desenvolvidas através de uma tecnologia revolucionária, as pedras possuem as mesmas propriedades óticas, químicas e físicas das que são extraídas da natureza (Foto: Getty Images)

Fundada em agosto deste ano pelas designers Luna Nigro e Julia Blini, a Gaem é uma marca de joias feita com lab grown diamonds, ou seja, diamantes produzidos em laboratório. Desenvolvidas através de uma tecnologia revolucionária, as pedras possuem as mesmas propriedades óticas, químicas e físicas das que são extraídas da natureza. Isso significa que é impossível diferenciar um diamante natural de um diamante lab grown

Luna Nigro e Julia Blini, fundadoras da Gaem (Foto: Divulgação)

Luna Nigro e Julia Blini, fundadoras da Gaem (Foto: Divulgação)

˜Conhecemos cada etapa do caminho percorrido pelas nossas pedras. Do laboratório ao ateliê, são pouquíssimos intermediários. Além disso, atendemos seis das 17 resoluções de desenvolvimento sustentável da ONU, visando causar o menor impacto possível ao planeta e às comunidades que nos cercam,” diz Julia.

O processo de formação de um diamante de laboratório leva, em média, entre seis e oito semanas. Tudo começa com uma semente de carbono, que é colocada dentro de uma câmara vedada, sob alta pressão e temperatura. Após esse período, a pedra bruta está finalizada, pronta para ser lapidada e polida.

Acessórios da Gaem são leves e dão ótimas sobreposições (Foto: Reprodução/ @ shop.gaem)

Acessórios da Gaem são leves e dão ótimas sobreposições (Foto: Reprodução/ @ shop.gaem)

Um relatório recém-divulgado pelo Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi/Fatf), destacou que a mineração ilegal rende entre US$ 12 bilhões e US$ 48 bilhões por ano para os criminosos - e a América do Sul é a maior responsável por este dado. Só no Brasil, são cerca de US$ 120 milhões em 12 meses.

O número assustador também serviu de incentivo para a marca aprimorar o desenvolvimento do ouro, matéria-prima mais importante do mercado de joias.  Autenticado pelo selo Responsible Minerals Initiative, certificado que garante que o elemento seja livre de conflitos ambientais ou humanitários, e que os fornecedores sigam práticas responsáveis, o ouro da Gaem é totalmente rastreável e os seus fornecedores seguem práticas responsáveis.

Argola Billie, desenvolvida pela Gaem (Foto: Reprodução/ @ shop.gaem)

Argola Billie, desenvolvida pela Gaem (Foto: Reprodução/ @ shop.gaem)

"Isso garante que o nosso ouro não seja ligado a trabalho escravo ou infantil, lavagem de dinheiro e uso de mercúrio na extração, além de encorajar produtores que trabalham em escala artesanal", explicam as designers.

Trazendo peças leves e delicadas,  a marca oferece um vasto catálogo de joias pensadas para o  dia a dia, como solitários, pingentes, piercings, medalhas e anéis. Os acessórios podem ser encontrados no e-commerce da Gaem.


Fonte: G1


GARIMPO DE OURO DA RESSACA EM ALTAMIRA - PARÁ

terça-feira, 26 de outubro de 2021

COOBER PEDY: A CURIOSA CIDADE ONDE AS PESSOAS MORAM NO SUBSOLO

 

Conhecida como a capital mundial da opala, a região abriga segredos que atraem exploradores e turistas do mundo inteiro

VICTÓRIA GEARINI

Chaminés na terra da cidade de Coober Pedy
Chaminés na terra da cidade de Coober Pedy - Divulgação / District Council of Coober Pedy / BBC

Localizada na Austrália, a pequena cidade de Coober Pedy é mundialmente conhecida como a capital da opala — pedra preciosa utilizada pelos reis da antiguidade. Com cerca de 3 mil habitantes, esta região repleta de minas, carrega lendas que atraem exploradores e turistas do mundo inteiro.

Segundo crenças antigas, a opala tinha o poder de deixar as pessoas invisíveis caso a envolvesse em folha de louro fresco e andasse consigo. Ainda hoje essa lenda é conhecida em Coober Pedy. Ao caminhar pela região, é possível se deparar com chaminés que brotam da terra, que na verdade tratam-se de poços de ventilação, chamados de dugouts, feitos para diminuir o calor do deserto.

Igreja subterrânea de Coober Pedy / Crédito: Divulgação / District Council of Coober Pedy / BBC


No entanto, não só as casas em Coober Pedy são subterrâneas, mas também lojas, hotéis, bares e igrejas. Segundo o repórter da BBC, Michael Dulaney, que visitou o local em 2016, o interior dos estabelecimentos são frescos e agradáveis. Entretanto, muitas pessoas são atraídas à região pelo sonho de enriquecer com a opala, cuja gema chega a valer milhares de dólares.




Descobrimento da cidade 

A cidade de Coober Pedy foi descoberto em 1915, por William Hutchison, na época com 14 anos. Na ocasião, o jovem havia viajado para o Sul da Austrália, ao lado de seu pai e de dois sócios, que buscavam por ouro. No entanto, não encontraram o que desejavam, até que no dia 1º de fevereiro, William fez uma descoberta inusitada.

Naquele dia, o garoto desobedeceu as ordens de seu pai e saiu do acampamento para procurar água, mas acabou se perdendo. Ao anoitecer, os adultos ficaram preocupados com o desaparecimento repentino do adolescente. Horas depois, William apareceu sorridente, com os bolsos cheios de opalas. Além disso, o jovem encontrou água doce na região, algo extremamente raro por ali. 

Entrada de Coober Pedy / Crédito: Divulgação / District Council of Coober Pedy / BBC

 

As opalas 

Essas pedras preciosas são resultados de condições especiais de climas e são datadas de mais de 100 milhões de anos atrás. Extremamente raras — as mais comuns são as vulcânicas — as opalas são o resultado de fluidos ácidos que  se dissolveram em areia de sílica rica em quartzo, quando o grande mar da Eromanga começou a secar.

Como esse tipo de opala é difícil de encontrar, elas valem milhares de dólares, o que atrai exploradores para a região, sendo a atividade de mineração a mais recorrente em Coober Pedy.




AH/UOL




domingo, 24 de outubro de 2021

Astrônomos descobrem novos planetas cheios de pedras preciosas

 

  • REDAÇÃO GALILEU
Representação artística de 55 Cancri e (Foto: ESA/Hubble, M. Kornmesser/Wikimedia Commons)

Representação artística de 55 Cancri e (Foto: ESA/Hubble, M. Kornmesser/Wikimedia Comm

Cientistas descobriram um novo tipo de grupo de planeta que é repleto de compostos que geram pedras preciosas, como safiras e rubis. Em parte, eles são terrestres como a Terra e Marte, com uma alta proporção de rochas e metal (ou a combinação de ambos). 

Em pesquisa publicada no periódico Monthly Notices of Royal Astronomical Society, os cientistas explicam que o grupo de planetas tende a orbitar suas estrelas em distâncias muito curtas. Isso significa que, se orbitam no local onde foram formados, sua composição poderia bem diferente: em vez de um núcleo de ferro como o do planeta terrestre, eles são abundantes em cálcio e alumínio. Segundo cientistas, isso pode indicar a presença de rubis e safiras, que são feitos de coríndon, umaforma cristalina de óxido de alumínio. 

Pesquisadores das Universidades de Zurique, na Suíça, e Cambridge, no Reino Unido, identificaram três planetas que podem ser deste tipo. São eles: HD 219134 b, localizado a apenas 21 anos-luz de distância, na constelação de Cassiopeia, com uma órbita de três dias; 55 Cancri a 41 anos-luz de distância, com órbita de 18 horas; e WASP-47 e, localizada a 870 anos-luz de distância, também com uma órbita de 18 horas.

Os planetas são formados por poeira e gás que giram em torno de uma estrela recém-nascida, no fenômeno chamado disco protoplanetário. As forças eletrostáticas começam a ligar partículas de poeira e gás em aglomerados e, gradualmente, se acumulam até terem gravidade suficiente para atrair peças maiores e coletar massa para formar um  planeta.

Mais distante do disco, elementos como silício, ferro e magnésio se condensam. Isso resulta em composições como as de Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. De acordo com o estudo, o novo grupo de planetas apresenta temperaturas muito mais altas do que a Terra. 

Planeta HD 219134 b (Foto: NASA, ESA & G. Bacon/Wikimedia Commons)

Planeta HD 219134 b (Foto: NASA, ESA & G. Bacon/Wikimedia Commons)



"Muitos elementos ainda estão na fase gasosa e os blocos de construção planetários têm uma composição completamente diferente", explicou a astrofísica Caroline Dorn, da Universidade de Zurique, em comunicado.

Ela e sua equipe realizaram simulações e descobriram que, como o silício e o magnésio, o alumínio e o cálcio são os componentes abundantes nos planetas recém-descobertos. Além disso, não há praticamente nenhum ferro neles. 

A estrutura interna, as condições atmosféricas e o resfriamento também seriam diferentes. "O que é interessante é que esses objetos são completamente diferentes da maioria dos planetas semelhantes à Terra", falou Dorn.

A densidade, por exemplo, seria 10% a 20% mais baixa que a da Terra. O HD 219134 b está um pouco mais distante, sendo que sua densidade baixa poderia ser o resultado dos oceanos de magma. Os pesquisadores, contudo, não conseguiram confirmar esse dado. "Talvez brilhe de vermelho para azul como rubis e safiras", disse a cientista sobre HD 219134 b.


Fonte: REDAÇÃO GALILEU