sábado, 19 de abril de 2014

DEPÓSITOS DE ALEXANDRITA DE MALACACHETA, MINAS GERAIS MUITOS U$$$$$

DEPÓSITOS DE ALEXANDRITA DE MALACACHETA, MINAS
GERAIS*

4
], the chromium-bearing crysoberyl variety, has been exploited
from alluvial and paleo-alluvial deposits in the Malacacheta region. The alluvial deposits consist of
resedimented gravel along the present drainage streams. The paleo-alluvial deposits are richer in alexandrite,
and show well-developed soil horizons covering the alexandrite-bearing gravel layer. Alexandrite grains
show angular shapes with very sharp edges, suggesting transport for short distances. The country rocks are
quartz-mica schist and peraluminous mica schist (Salinas Formation), covered by alternating mica schist
and quartzite layers (Capelinha Formation). Both formations are of Neoproterozoic age. They host tectonic
slabs of metaultramafic rocks, and are cut by intrusive granites of Cambrian age. No alexandrite-bearing
rock has been found in the area, probably due to the intense tropical weathering. However, some of the
mapped rocks are sources for Be (granites), Cr (metaultramafics) and Al (peraluminous schists), the essential
elements for alexandrite crystallization. We suggest a metasomatic system of Cambrian age for alexandrite
genesis in the area, involving the interaction of granite-related Be-rich fluids with metaultramafic rocks
and peraluminous schists.
*Suporte financeiro de FAPEMIG, CNPq e CAPES
1
Universidade Federal de Ouro Preto, Dep. de Geologia, Morro do Cruzeiro, Ouro Preto, MG. marcio.basilio@uol.com.br
2
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Dep. de Química, Av. Amazonas 5253, Belo Horizonte, MG
3
Universidade Federal de Minas Gerais, IGC-CPMTC, Campus Pampulha, 31270-901 Belo Horizonte, MG
INTRODUÇÃO
Alexandrita, uma das mais raras e valiosas gemas
do mundo, é a variedade cromífera do crisoberilo
(BeAl
2
O
4
). O efeito alexandrita se manifesta pela
mudança de cor, em função do tipo de iluminação, que
passa de verde intenso, sob luz do sol, para violeta ou
vermelho framboesa, sob luz incandescente(White
et
al.
1967).
A substituição de parte do Al
+3
por Cr
+3
,
representada na fórmula [Be(Al
2-x
Cr
x
)
2
O
4
], é a causa
do efeito alexandrita. O conteúdo de cromo substituindo
o alumínio pode variar dentro de limites relativamente
amplos (0,03% a 1,5%), sendo a presença do cromo o
fator determinante da cor e da mudança de cor na
alexandrita (Schmetzer
et al
. 1980, Gübelin e Schmetzer
1982, Pinheiro
et al.
2000).
No Brasil, a alexandrita é explorada principalmente
em Minas Gerais, nas regiões de Itabira-Nova Era e
Malacacheta-Setubinha, sendo também encontrada em
pequenas ocorrências no Espírito Santo e Bahia
(Cassedanne e Baptista 1984, Pinto e Pedrosa-Soares
2001).
A descoberta de alexandrita em Malacacheta
ocorreu em 1975, após a identificação de pequenas
pedras verdes contidas no barro trazido do Córrego do
Fogo (Fig. 1). Logo que estas gemas foram classificadas
como alexandrita de alta qualidade, teve início um
grande fluxo de garimpeiros que chegaram a totalizar
5000 homens acampados às margens do Córrego do
Fogo e ribeirões Soturno e Setubinha.
A atividade garimpeira na região teve seu pico entre
os anos de 1975 e 1987. Durante aqueles 12 anos foram
produzidos cerca de 2 kg de alexandrita de muito boa
qualidade (Proctor 1988). Em 1985 foi descoberto um
cristal pesando 14,6 g no Ribeirão Soturno que, depois
de lapidado, gerou um cabochão de 18,5 ct, considerado
uma das mais raras e finas alexandritas olho-de-gato do
mundo. A partir de 1987, a produção declinou muito.
Em 1998, cerca de 100 garimpeiros ainda trabalhavam
nos aluviões, mas a produção era muito pequena, não
superando poucos quilates de gema de boa qualidade
por ano.
ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO
O Distrito Gemológico de Malacacheta localiza-se
à cerca de 30 km ao norte da cidade homônima. O
intenso intemperismo tropical transformou as rochas da
área em extensos e profundos solos lateríticos com
exposições periódicas de saprólito. Quando ocorrem,
as exposições de rochas frescas situam-se ao longo de
drenagens, cortes de estrada e escarpas íngremes.
O Distrito Gemológico de Malacacheta situa-se em
terreno metamórfico de fácies anfibolito, intrudido por
granitos, do domínio tectônico interno da Faixa Araçuaí
(Pedrosa-Soares e Wiedemann-Leonardos 2000). As
unidades estratigráficas da área estudada estão
representadas na Figura 1.
O embasamento, de idade arqueana a
paleoproterozóica, retrabalhado no Ciclo Brasiliano, é
constituído predominantemente por biotita gnaisse
bandado do Complexo Guanhães (Pedrosa-Soares
et al
.
1994). Sobre ele repousam as unidades que ocupam a
maior parte da área, denominadas formações Salinas e
Capelinha (Pedrosa-Soares 1995, Guimarães e Grossi-
Sad 1997, Voll e Pimenta 1997)

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