sábado, 4 de março de 2017

BRONZE, LIGA METÁLICA

BRONZE, LIGA METÁLICA


Bronze

Bronze é qualquer liga metálica cujo principal componente é o cobre, ao qual se incorporam estanho, chumbo ou alumínio. De acordo com a proporção que contenham de cada componente, os diferentes tipos de bronze apresentam propriedades também diversas, como dureza, plasticidade, resistência à tração e à corrosão etc. Assim, o bronze que contém dez por cento de estanho é muito resistente aos agentes corrosivos. Quando se acrescenta alumínio à combinação, a faculdade anticorrosiva diminui, mas aumenta notavelmente a resistência mecânica.

A utilização das ligas de cobre e estanho no fabrico de armas, peças decorativas e utensílios de toda espécie data de tempos pré-históricos e determina o início da idade do bronze, que sucedeu ao período neolítico.

Aplicações e tipos

Modernamente, o bronze é utilizado na fabricação de molas de elevada resistência, braçadeiras, tampões, tubos flexíveis, anéis, argolas e varetas para soldagem. Tem outras numerosas aplicações em metalurgia. A adição de fósforo ao bronze que contém entre 1,5% e 10% de estanho dá origem ao bronze fosforoso, que aumenta a fluidez do metal fundido e, portanto, facilita as tarefas de filtragem em sua elaboração. Além disso, o fósforo confere à liga grande resistência ao desgaste e dureza, propriedades que a tornam aplicável no fabrico de engrenagens e argolas.

O chumbo acrescentado ao bronze líquido forma uma mistura em que fica distribuído em pequenas partículas, originando o bronze ao chumbo. Nesse caso, o metal pesado atua como autolubrificante em peças submetidas a desgaste por deslizamento.

As ligas em cuja composição entra o alumínio em lugar do estanho denominam-se bronzes ao alumínio. Podem conter outros elementos, como silício, ferro e níquel, que aumentam sua resistência mecânica. Empregam-se na fabricação de ferramentas manuais que não emitem faíscas, tais como as utilizadas em refinarias. São usadas também na fabricação de motores de avião, gaxetas para válvulas, velas e anéis para automóveis.

O bronze ao manganês, composto aproximadamente de sessenta por cento de cobre, quarenta por cento de zinco e 3,5% de manganês, é aplicado na fabricação de hélices de barco. O bronze ao silício tem até quatro por cento desse elemento, que melhora a resistência mecânica e à corrosão, ao mesmo tempo que facilita a soldagem. Emprega-se na fabricação de acessórios elétricos, eixos, roletes de turbina, correntes e, em geral, em todos os processos industriais que se desenvolvem em ambientes corrosivos.

Usos artísticos

O bronze foi utilizado na criação de objetos artísticos desde a remota antiguidade. É feita desse material grande parte das obras clássicas que perduraram até a atualidade. Exemplos disso são as estátuas do "Posêidon da Beócia" ou as dos "Cavalos gregos" da basílica de São Marcos em Veneza, magníficos exemplares da escultura grega em bronze, ou a "Loba capitolina", mostra da técnica escultórica dos etruscos, herdada pelos romanos.

A utilização do bronze como material para esculturas, presente também nas culturas chinesa e japonesa antigas, alcançou expressões sublimes durante o Renascimento. Entre as obras principais figuram as portas do batistério de Florença, realizadas por Lorenzo Ghiberti; o "Davi" de Donatello e o "Perseu" de Benvenuto Cellini. A importância artística do bronze manteve-se ao longo dos séculos até alcançar a época moderna, em que se converteu no meio de expressão escultórica de artistas como o francês Rodin e, posteriormente, o americano Calder e o italiano Boccioni.

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