quarta-feira, 8 de março de 2017

ONU critica "difamação" de imigrantes nos EUA e teme expulsões em massa

ONU critica "difamação" de imigrantes nos EUA e teme expulsões em massa

quarta-feira, 8 de março de 2017 09:31 BRT
 
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Alto comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, em Genebra. 27/02/2017 REUTERS/Denis Balibouse
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GENEBRA (Reuters) - As políticas imigratórias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem levar a expulsões coletivas de imigrantes, o que seria uma violação da lei internacional, alertou o chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira.
O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, também expressou preocupação com o novo decreto presidencial de Trump que proíbe a entrada nos EUA de cidadãos de seis países de maioria muçulmana por 90 dias, anunciado na segunda-feira depois que a primeira e controversa tentativa de veto foi barrada nos tribunais.
É preciso uma liderança maior para abordar o crescimento da discriminação, do antissemitismo e da violência contra minorias étnicas e religiosas nos EUA, disse Zeid em um discurso anual ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra.
"A difamação de grupos inteiros, como mexicanos e muçulmanos, e as afirmações falsas de que imigrantes cometem mais crimes do que cidadãos dos EUA, são prejudiciais e alimentam abusos xenofóbicos", afirmou.
Ele mostrou consternação com as "tentativas do presidente de intimidar ou minar jornalistas e juízes".
As políticas reformuladas irão aumentar consideravelmente a quantidade de imigrantes sob risco imediato de deportação, independentemente do número de anos passados nos EUA ou dos laços familiares, explicou Zeid.
"Deportações aceleradas podem equivaler a expulsões coletivas e devoluções, violando a lei internacional, se adotadas sem as devidas garantias processuais, incluindo a avaliação individual", disse Zeid, referindo-se à Convenção de Refugiados da ONU, que proíbe que pessoas em fuga de guerras, violência e perseguição sejam enviadas de volta a seus países.
Zeid se revelou particularmente apreensivo com o impacto sobre crianças "que enfrentam a possibilidade de serem detidas, ou podem ver suas famílias separadas".
(Por Stephanie Nebehay)

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