terça-feira, 28 de março de 2017

Pedras Preciosas de Minas Gerais são agora um patrimônio dos chineses?

Pedras Preciosas de Minas Gerais são agora um patrimônio dos chineses? Pode crer: isto está agora acontecendo.

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O jornal de negócios Valor Econômico publicou a reportagem "Invasão chinesa inflaciona mercado de pedras preciosas no Brasil" que diz que as turmalinas "caíram no gosto do mercado de luxo da China e exportadas em forma bruta, lapidadas e lá transformadas em anéis, brincos e pingentes para chinesas endinheiradas".
Continua a reportagem "Os chineses tornaram-se mais visíveis como compradores depois da crise financeira mundial de 2008, quando os compradores tradicionais - americanos e europeus - se retraíram. A demanda da China literalmente salvou empregos em algumas cidades do interior de Minas Gerais - o Estado mais tradicional na produção e venda de pedras coradas do país."
Quem é o usuário deste site, isto não é nenhuma novidade, pois o CREBi.com já vem alertando a comunidade para esse fato.
No relatório final sobre o movimento das exportações brasileiras de 2009, o CREBi.com já dizia que o setor de pedras foi salvo pelos chineses com a redução das compras pelos americanos e europeus. De fato, os dados confirmam este fato. Em outro relatório "Investimentos em exportação não refletem avanços nas exportações de manufaturados joalheiros" podemos verificar que o período de 2000 a 2008 indica uma estabilização nos exportações de pedras, mas a partir do ano 2009, ocorreu uma revitalização. Aí entra a mão da China, como o CREBi.com tinha previsto.
Veja alguns relatórios que o CREBi.com publicou nos últimos 3 anos sobre a China dentro deste critério, onde consta os ensianamentos do CREBi.com para se trabalhar com a China que somente algumas empresas estão se aproveitando.
- Porque o joalheiro deve priorizar o mercado de joias da China, como acontecia com os Estados Unidos até hoje
- China e Índia querem agora controlar a demanda da prata
- Angola é o maior parceiro da China na África com comercio bilateral de US$ 25 bilhões
- Nova alternativa de fabricação de joias no Brasil começa a proliferar com brutos da China
- CREBi Intelligence: Mercado de Joias de Ouro na China, uma oportunidade para o Brasil
- Índia e China já respondem por 55% da demanda mundial de joias de ouro
Na reportagem citada acima, mais alguns trechos:
- O presidente do Sindicato da Indústria de Joalheria, Bijuteria e Lapidação de Gemas de Minas Gerais (Sindijoias-MG), Raymundo Vianna "defende medidas drásticas do governo: estancar a saída de pedra bruta do Brasil e motivar empresas de joias e lapidação a se instalarem aqui. Algo tem de ser feito, senão acaba a indústria da joia no Brasil."
- Já a grife mineira, Manoel Bernardes, usa o sistema recomendado pelo CREBi.com importar para exportar, pelo qual se consegue isenção de impostos. Diz Marcelo Bernardes ao Valor Econômico: "Desistimos de depender da pedra preciosa de cor brasileira. Comprávamos mais de Minas Gerais, mas hoje 80% das pedras brutas de cor que compramos vêm da África, de Moçambique e Nigéria. A vantagem é que a oferta africana é maior e mais contínua.
- Para o CREBi.com, esta é a melhor solução, enquanto que se cria uma nova forma de revitalizar os lapidários que estão em fase de extinção. "Aqui em Valadares havia há uns 10 ou 15 anos cerca de 2 mil oficinas de lapidação. Hoje são no máximo 50", diz Ronaldo Rodrigues Barbosa, 45, ele mesmo um lapidário.
- Douglas Willian Neves, proprietário da Nevestones, diz que antes da crise de 2008 a "China representava 20% de suas vendas. Hoje, representa 80%. A China aqueceu o mercado. Eles compram de tudo, pedras para joias e para bijuterias. Antes de 2008, até o cascalho de turmalina [pedras pouco aproveitadas para lapidação, mas que têm valor para coleções e coleções e entalhes], que custava US$ 200 o quilo, hoje custa US$ 3,5 mil."
Como conclusão, podemos dizer que é necessário alterar o formato de comércio, pois da forma que está o projeto mundial da joia brasileira de design com pedras coloridas será apenas uma lembrança de um passado não muito remoto”.
CREBi Online Repórter

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