quinta-feira, 8 de junho de 2017

Petrobras fará reajustes mensais no botijão de gás; eleva preço em 6,7%

Petrobras fará reajustes mensais no botijão de gás; eleva preço em 6,7%

quarta-feira, 7 de junho de 2017
 


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Sede da Petrobras no Rio de Janeiro, Brasil
13/04/2017
REUTERS/Ricardo Moraes
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Por Marta Nogueira e Luciano Costa RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras publicou nesta quarta-feira uma nova política de preços para a venda de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) em botijões de até 13 kg, que prevê reajustes mensais às distribuidoras, garantindo margens de lucro à companhia. Ao anunciar a nova política, a empresa informou aumento do valor do chamado gás de cozinha em 6,7 por cento a partir de quinta-feira. A partir de julho, disse a Petrobras, as correções serão realizadas a partir do dia 5 de cada mês. Com o novo modelo, os preços serão formados pela média mensal das cotações do butano e do propano no mercado europeu, convertida em reais pela média diária das cotações de venda do dólar, acrescida de uma margem de 5 por cento. Contudo, por questões de regulação governamental, a fórmula não inclui a necessidade de a empresa manter suas margens em linha com paridade de importação, o que acontece com outros combustíveis. O gás de cozinha era o único derivado do petróleo vendido pela empresa que ainda não tinha uma política de preços definida pela gestão do presidente Pedro Parente, que tem trabalhado para trazer maior previsibilidade ao mercado e reduzir a influência do governo nas decisões estratégicas da empresa. O movimento acontece cerca de oito meses após a empresa anunciar a nova política de preços para gasolina e diesel às distribuidoras, uma iniciativa que agradou o mercado, por manter os valores sempre acima da paridade de importação e prever avaliar correções pelo menos uma vez por mês. "A partir do momento que você tem agora previsibilidade completa para todos os combustíveis, sem dúvida nenhuma contribui para clareza maior para todos os investidores", afirmou Parente, em encontro com a imprensa nesta manhã. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) avaliou, em nota, como positiva a iniciativa da Petrobras em adequar seus preços em botijões de até 13 kg aos praticados no mercado internacional. Segundo o sindicato, o reajuste que será aplicado neste mês deixará o preço praticado aproximadamente 15 por cento inferior ao da paridade de importação. No entanto, o Sindigás destacou que a política anunciada não tratou do preço do gás comercializado para outras embalagens, que atendem o comércio e a indústria, mantendo-o com sobrepreço entre 45 por cento a 50 por cento ao da paridade de importação. "Penaliza, portanto, setores que já atravessam momento de grave crise econômica", afirmou o Sindigás em uma nota. INTERFERÊNCIAS DO GOVERNO A jornalistas, Parente ressaltou nesta quarta-feira que o novo modelo foi definido com base na resolução 4/2005 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), publicada no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A resolução determina que o GLP em embalagens de até 13 kg, para uso residencial, deverão seguir preços diferenciados e inferiores aos praticados para outras embalagens, vendidos para os seguimentos industrial e comercial. "A política para GLP (de cozinha) segue a determinação do CNPE, ele tem que ter preço inferior (em relação) aos demais... Não podemos fugir de determinação do CNPE e temos que seguir o nosso planejamento estratégico", explicou Parente. O executivo buscou destacar que a atual gestão tem liberdade para praticar preços e que o governo não teve interferência na formulação da nova política. Segundo o executivo, ele não fala com o controlador, no caso o governo, "há algum tempo". No passado, os resultados financeiros da Petrobras foram amplamente prejudicados por interferências do governo federal, que utilizou a petroleira estatal como ferramenta de política econômica para controlar a inflação e aumentar o crescimento. Parente não quis falar sobre temas relacionados o papel do governo na Petrobras antes da sua gestão, mas afirmou que o gás de cozinha vendido pela Petrobras às distribuidoras ficou congelado entre 2007 e 2014. "Para a empresa era muito importante dar uma previbilidade que não existia. Não estou fazendo contas do passado e não quero entrar nessa discussão", disse Parente, explicando que a nova política não busca recompensar a empresa por possíveis perdas anteriores. EFEITOS DO REAJUSTE Segundo o presidente, o preço final ao consumidor pode ou não refletir reajustes feitos nas refinarias. Isso dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis, especialmente distribuidoras e revendedores. Na composição de preços ao consumidor, a Petrobras responde por cerca de 25 por cento do valor final, outros 20 por cento são tributos e o restante do preço é composto por distribuição e revenda (55 por cento). O ajuste anunciado neste mês foi aplicado sobre os preços praticados pela Petrobras sem incidência de tributos. Caso o reajuste aplicado seja integralmente repassado aos preços ao consumidor, a companhia prevê que o botijão de GLP-P13 pode subir, em média, 2,2 por cento ou 1,25 reais/botijão, isso se forem mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos. Segundo o Sindigás, o impacto da nova política de preços pode variar bastante entre os polos de abastecimento, dado que os fatores de custo que formam o preço final ao consumidor são muitos, além do valor de compra do produto nas refinarias. "Em geral, observamos uma variação de 5 a 9 por cento nos preços em diferentes polos de suprimento", afirmou o Sindigás. (Por Luciano Costa e Marta Nogueira)

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