quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Mineradoras buscam soluções tecnológicas para resíduos

Mineradoras buscam soluções tecnológicas para resíduos


Um bilhão e meio de toneladas de resíduos de mineração, somente em 2011, principalmente provenientes de uma única empresa do setor. Para se ter uma ideia, as maiores cidades do mundo produziram, em 2012, 1 bilhão e 300 milhões de toneladas de lixo. Esse volume de rejeitos vem mobilizando estudos ao redor do mundo e foi o tema de uma das palestras do 17º Congresso Brasileiro de Mineração, no Expominas, em Belo Horizonte.
Uma das palestrantes sobre “Os desafios para a gestão de resíduos de mineração” foi a gerente de tecnologia e ecoeficiência da Samarco, Alessandra Prata de Almeida. A empresa é responsável pela Barragem do Fundão que se rompeu despejando 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos, principalmente no Rio Doce. O acidente completa dois anos no próximo dia 5 de novembro.
Além de armazenamento mais seguro deste gigantesco volume de rejeitos de minério, as empresas buscam soluções tecnológicas com novas utilizações. A Samarco já trabalha com a fabricação de ladrilhos hidráulicos e blocos pré-moldados, utilizados pela construção civil, substituindo tijolos e blocos de concreto.
“Ainda não voltamos a operar, mas tiramos muitas lições do episódio e aprofundamos nossas pesquisas”, admitiu Alessandra Almeida.
A agricultura é outro setor que é fonte de estudos para o aproveitamento de rejeitos. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Eder de Souza Martins, outro palestrante, mostrou como alguns tipos de rocha podem substituir os fertilizantes de solo. Para se ter uma ideia, 95% do potássio usado na fertilização agrícola é importado, sendo que em 2025 a dependência será total.
“O Brasil tem muito potencial, mas precisamos de muita logística, pois a maioria das jazidas de rocha fica distante dos principais locais de grandes plantações”, disse Eder Martins.
A palestra foi aberta pelo diretor geral da Amira, Joe Cucuzza. A entidade, com sede na Austrália, é responsável por estudos mundiais sobre rejeitos. “Não podemos mais trabalhar de forma isolada. Indústrias, governos e universidades devem unir esforços na busca de solução para o aumento substancial do volume de rejeito nos últimos anos”, alerta Cucuzza.
Fonte: Hoje em Dia

   

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