Trata-se de uma classificação genérica
que engloba alguns depósitos com características peculiares ou especiais
e, por isso, merecedores de destaque em relação aos tipos anteriormente
descritos.
Sulfetos Maciços Vulcanogênicos (VMS) – Uma classe especial de Depósitos Vulcano-exalativos cujas características mais marcantes decorrem da (i) acumulação
de grandes massas de Sulfetos (essencialmente constituídas por pirite
(± pirrotite), calcopirite, esfalerite e galena) e do (ii) seu
carácter estratiforme a lenticular, concordante em relação a horizontes
estratigráficos bem definidos, onde os minérios se encontram encaixados.
A natureza exclusivamente sedimentar ou
vulcânica das formações que encaixam as massas de Sulfetos maciços é
determinante na caracterização do ambiente geológico em que as mesmas se
desenvolveram.
Os VMS podem ainda ser subdivididos nos seguintes tipos de acordo com a sua associação com o tipo de rochas encaixantes:
1. Depósitos de Sulfetos maciços vulcanogênicosa) Tipo Primitivo - Kidd Creek e Amulet (Canadá);
b) Tipo Polimetálico - Aljustrel e Neves Corvo (Portugal), Rio Tinto, Tharsis e Aznalcollar (Espanha);
c) Tipo Ofiolítico - ofiolito de Troodos (Chipre).
d) Tipo Besshi – Besshi (Japão)
2. Depósitos de Sulfetos maciços associados a rochas sedimentares clásticas (SEDEX) – Red Dog (USA), Sullivan (Canadá); Rubiales (Espanha);
3. Depósitos de Sulfetos maciços associados a rochas carbonatadas (MVT-Mississippi Valley Type) – Polaris (Canadá), Upper Mississippi Valey district (USA)
Depósitos de Greenstone Belts
(Cinturões de Rochas Verdes)– Merecem destaque por se tratar de uma
seqüência de rochas vulcano-sedimentares que ocorre em associação com
Terrenos de Alto-Grau (“terrenos granito-greenstones”), típicas do
Arqueano e, principalmente, por conterem as mais importantes
mineralizações de ouro. Contém também mineralizações de prata, chumbo, cobre, níquel, cromo, zinco, Associação Pb-W-Zn-Ag-(Cu), etc.
Os greenstones belts tem sido
interpretados como sendo uma crosta oceânica antiga e terrenos de arco
de ilha. Essa seqüência foi submetida à deformação e ao metamorfismo
geralmente fácies metamórfico xisto-verde, com aparecimento de cloritas,
actinolita, anfibólios verdes e outros minerais esverdeados que deram
origem ao nome “greenstone”.
Via de regra a estratigrafia de um
Greenstone Belts compreende: (i) uma unidade vulcânica máfica basal, de
natureza toleítica de fundo oceânico; (ii) uma unidade vulcânica félsica
a intermediária, de quimismo calcialcalino com características
similares às de vulcanitos de arcos continentais; e (iii) uma unidade
sedimentar constituída de turbiditos vulcano-derivados e sedimentos
vulcanoquímicos do tipo chert e BIF. Esse conjunto de
supracrustais encontra-se metamorfisado nas fácies xisto verde e
anfibolito e intrudido por granitóides sin a tardi-tectônicos, sills
gabróicos e corpos lamprofíricos pós-tectônicos.
Essa mesma seqüência poderia ser descrita para os Ofiolitos e para Assoalhos Oceânicos.
Alguns exemplos brasileiros incluem os Greenstone Belts (GB) de Crixás, Guarinos e Pilar de Goiás
(GO) com Mineração de Ouro da Mineração Serra Grande, em Crixás, o GB
do Rio Itapicuru (BA) com Mineração de Ouro da Mineração Fazenda
Brasileiro e o GB Rio das Velhas com Mineração de Ouro da Morro Velho e
São Bento Mineração S/A (fechada em 2006/2007), entre vários outros.
Depósitos de Zonas de Cisalhamento
A Zona de Cisalhamento
(ZC) é uma faixa de alta taxa de deformação atuante nas rochas (vide
Anexo para saber mais sobre ZC). São tipicamente Falhas desenvolvendo
tectonitos em vários graus metamórficos e de deformação (devido ao
dínamo-metamorfismo), responsáveis pela formação de planos por onde
passam fluidos mineralizantes hidrotermais e onde se precipitarão os
minerais-minérios. Geralmente exibem metamorfismo retrógrado e
diferentes tipos de alteração hidrotermal.
Os tipos de mineralizações dependem da
composição dos fluidos e estes da composição do magma ou das rochas
adjacentes, cujos elementos estão sendo carreados em solução pela ZC. As
facilidades promovidas pelos planos e pela cinemática de cisalhamento
favorecem o posicionamento de corpos mineralizados oriundos de regiões
mais profundas (“emplacement”), a percolação de fluidos oriundos da
desidratação devido ao metamorfismo progressivo, remobilizações de
metais e reconcentração em zonas favoráveis, entre outros e a
conseqüente precipitação de metais e formação de Depósitos Minerais. As
importantes mineralizações de ouro associadas a ZC´s e de ouros bens
minerais foram os fatores preponderantes para incluirmos as Zonas de
Cisalhamento neste capítulo.
São comuns as mineralizações de ouro,
remobilizações e re-concentrações de quase todos os bens metálicos. No
RN podemos citar os exemplos das mineralizações de Au-Bi-W hospedados em
níveis escarnitos cisalhados de Bonfim (Lages / RN), as mineralizações
auríferas da mina São Francisco (Currais Novos/RN), entre outros
menores.
Zonas de Cisalhamentos da Faixa Seridó (nos Estados do RN e PB) e mineralizações auríferas associadas.
Depósitos do Tipo Skarn – O termo “SKARN” (em português escarnito)
ganhou uma conotação mais ampla e, por isso, merecedora de inclusão
nesse capítulo de Depósitos Especiais. Antes o termo era empregado numa
conotação genética (rocha formada por processos hidrotermais), porém
atualmente entende-se por “Skarn” as rochas metamórficas que contem
minerais calciossilicatados, tais como, por exemplo: o diopsídio,
epidoto,wollastonita, granada andradita, grossularita, actinolita etc.
De outra forma, são rochas metamórficas regionais ou de contato
constituídas por silicatos de Ca, Mg e Fe derivado de um protolito de
calcários e dolomitas nos quais são introduzidos metassomaticamente
grandes quantidades de Si, Al, Fe e Mg.
Os “skarns” são formados durante o
metamorfismo regional ou de contato e por uma variedade de processos
metassomáticos envolvendo fluidos magmáticos, metamórficos, meteoritos
e/ou de origem marinha. Eles são encontrados adjacentes a plutons, ao
longo de falhas e zonas de cisalhamento, sistemas geotermais rasos, na
base do assoalho oceânico e em profundidades crustais. O que define o
“skarn” é a mineralogia que inclui uma ampla variedade de minerais
calciossilicatados e associados, mas comumente predomina a granada e o
piroxênio.
A) Intrusão Inicial que causa metamorfismo de contato nas rochas sedimentares.B) Recristalização metamórfica e mudanças de fases mineralógicas na rocha original, com processos locais de metassomatismo e circulação de fluidos que formam diversos minerais do grupo calciossilicatados (denomina-se skarn de reação e skarnoide), e sucede ante litologías diversas ao longo de um contato entre tipos de fluidos. Observe que o metamorfismo é mais extenso e de maior temperatura em profundidade que nas zonas adjacentes e no topo do sistema.
C) Cristalização e liberação de fácies aquosas da qual resulta a skarnização por fluidos metassomáticos. Observe em profundidade a aureola metamórfica é menor. No topo do sistema as vezes o processo metassomático supera a aureola metamórfica.
D) O resfriamento do pluton e a possível circulação de água meteórica muito oxigenada causam alteração retrógrada (retrometamorfismo) do complexo de minerais calciossilicatados sendo esta alteração mais típica em sistemas formados a baixas profundidades.
Os skarns podem ser subdivididos de acordo com diversos critérios. O termo “Endoskarn” (ou endoescarnito) é utilizado oara indicar que o protólito é ígneo enquanto Exoskarn (ou exoescarnito) para protólitos sedimentares.
Skarn magnesiano e Skarn cálcico são termos utilizados para descrever a composição dominante do protólito e os minerais escarníticos resultantes. Tais termos podem ser combinados, como exoskarn magnesiano o qual contem forsterita-diopsídio formado de dolomita. Calciossilicática Hornfels designa rochas de granulometria fina composta por minerais calciossilicatados que resulta do metamorfismo de unidades carbonáticas impuras (calcário argilítico ou ardosiano).
Os skarn de reação podem se formar de metamorfismo isoquímico de unidades de carbonato e ardósia finamente interacamadados onde há a transferência metassomática de componentes entre as litologias adjacentes.
Os skarnóides são um termo descritivo de rochas calciossilicaticas que possuem granulometria relativamente fina, pobre em ferro e que reflete, no mínimo em parte, o controle composicional do protólito. Geneticamente o skarnoide é intermediário entre hornfels e skarn de granulometria grosseira.
Os Depósitos Minerais de “skarn” são
classificados de acordo com o metal econômico dominante. São Depósitos
que partilham muitas modificações e características geoquímicas, mas
são, no entanto, facilmente distinguíveis. Assim, os Depósitos metálicos
de skarn são divididos em sete tipos (Au, Cu, Fe, Mo, Sn, W, e Zn –
Pb), enquanto os não-metálicos, explorados comercialmente em vários
locais do mundo, recebem o nome do mineral-minério. Os sete tipos são
designados como: Fe Skarn, Au Skarn, W Skarn, Cu Skarn, Zn Skarn, Mo
Skarn e Sn Skarn.
As características gerais incluem: (i)
alteração por remobilização seletiva de minerais calciossilicatados (ex:
piroxênios – diopsídio, espinélio, hedembergita, johansenita,
wollastonita; granadas – andradita, grossularita, almandina –
espessartita; anfibólios – hornblenda, tremolita-actinolita; scheelita.
Esmectita (argila), clorita, talco, siderita, calcita, opalina). (ii) A
mineralogia de alteração aparece tipicamente zonada, existindo quase
sempre uma superposição da metamorfismo progressivo por minerais de
retrometamorfismo. (iii) A rocha hospedeira é tipicamente calcária,
calcários, dolomitas ou rochas sedimentares clásticas calcárias. (iv) Os
depósitos do tipo skarn são variados compreendendo grandes famílias de
tipos de depósitos.
ME AJUDOU MUITO, OBRIGADA!
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