domingo, 1 de março de 2020

Empresário de MS perde R$ 500 mil ao repassar joias de ouro e diamante para golpistas: 'Uma trama diabólica'

Por Graziela Rezende, G1 MS
 


Vítima diz que repassou joias de ouro e diamante para golpistas em MS — Foto: Polícia Civil/DivulgaçãoVítima diz que repassou joias de ouro e diamante para golpistas em MS — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Vítima diz que repassou joias de ouro e diamante para golpistas em MS — Foto: Polícia Civil/Divulgação
O joalheiro e empresário Antônio Carlos Moraes, de 56 anos, teve prejuízo de R$ 500 mil ao repassar para golpistas joias em ouro, ouro branco e diamantes, em Campo Grande. Após alguns meses cobrando uma suspeita, que repassou a ele cheques fraudulentos, a vítima denunciou o crime para a Polícia Civil.
O golpe começou em julho de 2019, quando Antônio foi procurado por antigo funcionário de uma loja dele, que funcionava na rua Euclides da Cunha, considerada uma das mais nobres da cidade. "Essa pessoa atuou como free lancer por um tempo na minha loja e depois entrou em contato comigo, dizendo que tinha uma pessoa para repassar as joias, que seriam vendidas no município de Porto Murtinho", afirmou ao G1 Antônio.
Até então, o empresário alega que não teve problemas com o antigo funcionário. "Foi um excesso de confiança e boa fé da minha parte, com certeza. Ele trabalhou pouco mais de um ano, fez vendas, porém, sem vínculo empregatício. Foi aí que outras pessoas se envolveram neste golpe, inclusive uma mulher no qual a polícia já está com 300 páginas de conversa no inquérito, onde eu estou cobrando o pagamento das joias", explicou.
Conforme Moraes, esta pessoa é uma suposta revendedora de joias que, na verdade, seria integrante de uma organização criminosa. "A mulher já foi candidata a vereadora aqui e atuou como presidente de um diretório da mulher em um partido político. A outra, aliada a ela, possui inúmeros processos judiciais, que os meus advogados estão apurando. Da mão desta primeira, recebi cheques fraudados que depois, com a investigação da polícia, é que fui saber que pertencem a usuários de drogas. Na verdade, usaram o nome deles para obter estes cheques", ressaltou.
Atuante no ramo há 32 anos, o empresário fala que agora está sem a mercadoria e precisa quitar dívidas com credores, em São Paulo. "Com o valor do dólar o que era R$ 500 mil está, no mínimo, 20% mais caro. Tudo o que vendo é importado, foram 19 peças de alto padrão. Eu me sinto roubado e envolvido em uma trama diabólica. Você está quieto lá no seu escritório e te procuram para fazer isso, é terrível. Preciso ter um desfecho favorável a minha pessoa", lamentou.
Segundo a Polícia Civil, a investigação apontou que o primeiro lote das joias, avaliado em R$ 150 mil, foi penhorado na Caixa Econômica Federal. Em seguida, foram entregues mais R$ 350 mil em joias. A polícia também identificou cerca de 5 pessoas envolvidas. Já os cheques eram de um usuário de drogas e também de um trabalhador rural.
Este último prestou depoimento na 1ª Delegacia de Polícia e disse que, há algum tempo, teria sido roubado, momento em que levaram os seus documentos. Tempos depois, descobriu que seu nome havia sido utilizado para abertura de contas bancárias.
"No teor do inquérito também está o depoimento da golpista que penhorou as joias e uma das filhas dela. Há diversas contradições no depoimento dela e de tudo o que ela falava para a vítima e os outros envolvidos. A mulher alegou que foi enganada por um homem, alegando que, de suspeita, se tornou vítima. Tudo isso está sendo investigado", afirmou ao G1 o delegado Mikail Faria, responsável pelas investigações.
Os envolvidos podem responder por organização criminosa e estelionato, além de outros crimes que estão sendo investigados pela polícia.


Fonte: G1

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