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terça-feira, 31 de janeiro de 2023
Garimpo regulamentado é opção sustentável em MG
André Martins
Do ouro que reluziu a partir do século XVIII ao minério de ferro – uma das bases da economia de Minas Gerais há décadas. De metais é forjada a história mineira. O Estado também se destaca pela variedade, abundância e qualidade de suas pedras preciosas – desde diamantes, esmeraldas e topázios imperiais a pedras de menor valor médio, como turmalinas e quartzos. Grande parte desses recursos, entretanto, é extraída à revelia da União, que, à letra da lei, é dona de todos os recursos minerais presentes em solo brasileiro. O garimpo ilegal é um problema histórico.
A União é a única autorizada a conferir a terceiros o direito à exploração de áreas. Mas falhas nos mecanismos de controle e fiscalização reforçam o quadro de informalidade envolvendo garimpos e mineração de pequena escala sem licenciamento, que atuam, por vezes, em áreas ilegais.
Além do impacto econômico pela não arrecadação de tributos – parte dos quais deveria ser revertida às cidades de onde os bens são extraídos –, em muitos casos, há um grande passivo ambiental. Esse dano é causado pelo emprego de técnicas rudimentares e de substâncias nocivas, como o mercúrio, metal pesado utilizado em garimpos ilegais de ouro.
Ao mesmo tempo em que há quem esteja agindo totalmente ao arrepio da lei, de forma deliberadamente ilegal, não apenas na clandestinidade, mas também em áreas de preservação, existem ainda os empreendimentos informais em áreas onde a atividade poderia ser permitida. Esses, em muitos casos, são tradicionalmente familiares, geridos por pessoas que têm na extração e venda de pedras a base do próprio sustento. Essas diferentes formas da ilegalidade aumentam a complexidade do assunto.
A extração não regulamentada de ouro e pedras preciosas no Estado é tema da reportagem desta quinzena do #JuntosPorMinas. O projeto do DIÁRIO DO COMÉRCIO aborda desafios do Estado que podem ser convertidos em oportunidades, desenvolvimento e inclusão. Confira a seguir.
É preciso haver controle
Impelidas a encontrar pedras preciosas e metais nobres, diversas expedições lograram êxito, a partir do século XVII, ao cortar o que hoje compreende o território de Minas Gerais. Além das descobertas de diamantes e pedras de cor, a relevância do ouro foi tamanha a ponto de definir um ciclo econômico no País. Nesse contexto, o garimpo se tornou uma atividade enraizada à cultura e economia mineira.
Com a evolução das legislações e a crescente atenção à questão ambiental, muitos passaram a atuar à margem da legalidade. Embora não existam muitos dados para delimitar o quadro atual, um levantamento do Instituto Escolhas, de 2020, aponta que 20% do ouro no País provinha de garimpos ilegais, ou seja, de áreas proibidas, e informais, sem os devidos licenciamentos expedidos por órgãos competentes.
O ex-superintendente de produção mineral da Agência Nacional de Mineração (ANM), José Jaime Sznelwar, especialista e estudioso do assunto, acredita que o Estado deva ser intransigente com qualquer tipo de contravenção. “O ilegal não gera benefício a ninguém. Pelo contrário, articula-se com outras atividades ilegais em diversos níveis. Já o garimpo, nos limites da lei, é importante dentro do contexto socioeconômico de muitas cidades de Minas e do Brasil”.
No Estado, órgãos ambientais e fiscalizatórios, como a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), têm ações de combate a esse tipo de crime, embora seja desafiador monitorar o quarto maior Estado da Federação, com seus 586.528 km².
De acordo com a Semad, desde 2020, foram realizadas 474 fiscalizações relacionadas ao garimpo em Minas. Não por acaso, os municípios com maior número de ocorrências são historicamente importantes produtores de ouro e diamantes: Diamantina, Ouro Preto, Couto de Magalhães de Minas e Mariana.
O Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental da Mineração em Pequena Escala no Brasil, de 2018, apontou como maiores problemas da mineração de pequena escala no País a inexistência de planejamento da atividade e o uso de métodos ineficientes nas etapas de lavra e beneficiamento, além da ausência de controle geológico das operações.
Vontade política
Sendo o garimpo uma atividade atrelada à cultura de muitas cidades, a regularização encontra empecilhos diversos no âmbito municipal. Na visão do professor do curso de Engenharia Geológica da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), José Maria Leal, é pequeno, também, o interesse do governo federal em propiciar a regularização. “Isso caberia à ANM. Mas, os garimpos não são registrados e, quando registrados, não são acompanhados. Se o governo regularizasse e promovesse uma política de incentivo seria uma maravilha”, aponta.
Atualmente, Leal auxilia na estruturação de cooperativas garimpeiras em cidades da região de influência da UFVJM. Segundo o professor, a intenção é promover um planejamento econômico, social e de produção, conferindo aos garimpeiros profissionalização técnica.
“Não há outro caminho senão o da qualificação, da capacitação e da conscientização das pessoas. Nossa ideia é focar no trabalho, propiciar que essas pessoas trabalhem em consonância com a lei. Assim terão remuneração, haverá distribuição da riqueza e redução de desigualdades”, aponta.
A ANM foi procurada pela reportagem, porém não disponibilizou fonte para tratar do assunto nem respondeu à solicitação de dados da reportagem.
Cooperativas são oportunidades, mas obstáculos são muitos
O pouco controle sobre a extração irregular de ouro e pedras fez o governo federal apostar em um arcabouço jurídico que possibilitasse a extração de forma mais controlada por meio de cooperativas. Essa forma de organização laboral está prevista no Código de Minas, de 1967, na Constituição Federal, de 1988, na Lei da Permissão de Lavra Garimpeira (PLG), de 1989, no Estatuto do Garimpeiro, de 2008, além de legislações ambientais específicas.
Para o assessor institucional do Sistema Ocemg, Geraldo Magela da Silva, com o novo marco regulatório da mineração e a criação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Mineração Artesanal e em Pequena Escala, as cooperativas minerais ganham força, podendo transformar a realidade social em cidades com tradição extrativa.
“Com a formalização, a tendência é que haja incremento de arrecadação nos municípios e uma fiscalização mais efetiva. Isso reverberaria na redução da clandestinidade e, por consequência, na erradicação do estigma associado à atividade garimpeira, que, sim, pode ser desenvolvida em conformidade com a legislação ambiental”.
Reunindo cooperativas de diversos segmentos de Minas Gerais, o Sistema Ocemg busca estimular o ambiente cooperativo no setor mineral. Há um ano, um grupo de trabalho (GT) que reúne Sistema Ocemg/Sescoop-MG, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e Semad presta, às cooperativas minerais, orientações quanto à filosofia cooperativa, gestão econômica e sustentabilidade das operações, em especial do ponto de vista ambiental.
“O cooperativismo é uma oportunidade para atuar no setor mineral, pois há áreas que não são de interesse das grandes mineradoras. O que se estende, também, ao garimpo. O cooperativismo garante legalidade, seriedade e, sobretudo, oportunidade para as pessoas, gerando trabalho e renda”, entende Silva.
O GT surgiu de um estudo profundo sobre cooperativas minerais, desenvolvido na UFV. O trabalho deu origem ao livro “Cooperativismo Mineral no Brasil”. Organizador e um dos redatores do livro, o professor do Departamento de Administração e Contabilidade da instituição, Alan Ferreira de Freitas, aponta que, apesar dos avanços, as cooperativas minerais possuem grandes desafios.
O acesso a tecnologias, inovações e ao crédito são pontos destacados. A impossibilidade de garimpeiros e cooperativas minerais oferecerem o título mineral como garantia em operações financeiras para a obtenção de recursos tem limitado investimentos.
“Sem crédito, as melhorias ficam comprometidas. A mineração artesanal e o garimpo prescindem de investimento em tecnologia. Estamos em uma era em que os processos são mais complexos e as formas de extensão mineral mais onerosas.”
Meio ambiente e políticas públicas
O aspecto ambiental também requer atenção. Um estudo desenvolvido por Freitas e outros três pesquisadores evidenciou os aspectos de gestão social, econômica e ambiental de 14 cooperativas minerais instaladas no Estado. Dentre elas, apenas quatro mantinham, à época, ações de reparação ambiental – um desafio, pois a legitimidade perante aos órgãos fiscalizadores demanda ações nesse sentido.
Em busca de obter a PLG, grupos têm se estruturado em cooperativas minerais de fachada, funcionando, segundo Freitas, em discordância com a realidade cooperativa e legal. Para o docente, o aumento do poder de fiscalização e a criação de políticas públicas que atendam às necessidades dos garimpeiros podem ser efetivos no combate à ilegalidade.
“Políticas focadas em saúde, crédito, previdência e no desenvolvimento da organização formalizada mostram os benefícios coletivos da formalização da atividade garimpeira, tanto na geração de renda quanto na mitigação dos impactos”, finaliza.
Regulamentação da atividade é essencial
O regime de Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) foi instituído para simplificar as concessões a pessoas físicas e cooperativas. Delas é exigido apenas um descritivo técnico de como se dará a exploração, bem como a licença ambiental expedida pelo Estado. No entanto, uma das maiores críticas ao regime é a não limitação, por parte da ANM, do número de concessões por requerente, o que favorece a concentração de áreas nas mãos de poucos, em detrimento dos pequenos garimpeiros.
Para a engenheira de minas e especialista em Direito Minerário Julieta Calegari, a regulamentação da atividade traria mais clareza sobre as regras. “As normas atuais não delimitam o porte do empreendimento. A partir da regulamentação, no entanto, empreendimentos que hoje operam sob o regime de PLG terão que buscar os Regimes de Autorização e Concessão, como as mineradoras de médio e grande porte. Com as regras claras, os técnicos da ANM poderão aplicá-las. E isso, obviamente, deve ser acompanhado de fiscalização da atividade”, opina.
Segundo Julieta, a falta de informação é o principal entrave para a regularização de pequenos empreendimentos minerários hoje sem licenciamento. “Muitas pessoas ainda desconhecem a forma de obter o título junto à ANM, bem como a licença ambiental necessária para a atividade”. Nesse sentido, a especialista ressalta a importância das cooperativas minerais. “A associação dos garimpeiros, por meio de cooperativas, permite que a atividade seja mais estruturada, buscando o apoio de entidades e de profissionais qualificados para viabilizar o licenciamento e a regularização”, arremata.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2023
sábado, 28 de janeiro de 2023
sexta-feira, 27 de janeiro de 2023
quinta-feira, 26 de janeiro de 2023
quarta-feira, 25 de janeiro de 2023
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
OSSOS DE DINOSSAURO CONSERVADOS EM PEDRA PRECIOSA SÃO ENCONTRADOS NA AUSTRÁLIA
OSSOS DE DINOSSAURO CONSERVADOS EM PEDRA PRECIOSA SÃO ENCONTRADOS NA AUSTRÁLIA
Pertencentes a um rebanho de gigantes, os fósseis se preservaram em opalas
Nos anos 80, em uma mina de opala no interior da Austrália, o minerador Robert Foster se deparou com algo curioso: uma enorme quantidade de fósseis brilhantes.
Encontrados próximo à cidade de Lightning Ridge e doados recentemente pelos filhos de Foster ao Australian Opal Centre, os ossos passaram pela análise de uma equipe de cientistas da Universidade da Nova Inglaterra em Armidale, na Austrália, que revelou pertencerem a uma manada de dinossauros até então desconhecidos.
A espécie foi batizada de Fostoria dhimbangunmal, nome que significa Pátio de Ovelhas no idioma local, como tributo à mina de opala Sheepyard onde foram encontrados. A mostra continha quatro indivíduos, alguns juvenis e outros adultos, que poderiam ter até 6 metros de comprimento.
Herbívoros gentis
Segundo Phil Bell, paleontólogo da Universidade da Nova Inglaterra que lidera a pesquisa, o tamanho e quantidade de animais foram identificados com base em quatro diferentes omoplatas. "Todos nós assumimos inicialmente que esta pilha de ossos era de um único indivíduo, até que eu comecei a juntar o esqueleto e examinar cada um dos ossos, um por um, percebendo que algo não se encaixava bem".
segunda-feira, 23 de janeiro de 2023
sábado, 21 de janeiro de 2023
TUDO SOBRE A TURMALINA PARAÍBA💎💎💎
As turmalinas conhecidas sob a designação ”Paraíba”, em alusão ao Estado onde foram primeiramente encontradas, causaram furor ao serem introduzidas no mercado internacional de gemas, em 1989, por suas surpreendentes cores até então jamais vistas. A descoberta dos primeiros indícios desta ocorrência deu-se sete anos antes, no município de São José da Batalha.
Estas turmalinas ocorrem em vívidos matizes azuis claros, azuis turquesas, azuis “neon”, azuis esverdeados, azuis-safira, azuis violáceos, verdes azulados e verdes-esmeralda, devidos principalmente aos teores de cobre e manganês presentes, sendo que o primeiro destes elementos jamais havia sido detectado como cromóforo em turmalinas de quaisquer procedências.
A singularidade destas turmalinas cupríferas pode ser atribuída a três fatores: matiz mais atraente, tom mais claro e saturação mais forte do que os usualmente observados em turmalinas azuis e verdes de outras procedências.
Em fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de pedras preciosas de Tucson, no Estado do Arizona (EUA), teve início a escalada de preços desta gema. A mística em torno da turmalina da Paraíba havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo das mais de duas décadas que se seguiram, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de minerais.
A elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à escassez de sua produção, estimulou a busca de material de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do Norte. Estas minas passaram a produzir turmalinas cupríferas de qualidade média inferior às da Mina da Batalha, mas igualmente denominadas “Paraíba” no mercado internacional, principalmente por terem sido oferecidas muitas vezes misturadas à produção da Mina da Batalha.
Embora as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só as adquiram após tratamento térmico.
Até 2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção da presença de cobre com teores anômalos, através de análise química por fluorescência de raios X de energia dispersiva (EDXRF). No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios gemológicos do mundo, em torno da definição do termo “Turmalina da Paraíba”.
Até o ano de 2001, o termo “Turmalina da Paraíba” referia-se à designação comercial das turmalinas da espécie elbaíta, de cores azuis, verdes ou violetas, que contivessem pelo menos 0,1% de CuO e proviessem unicamente do Brasil, precisamente dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
Tudo começou a mudar quando, naquele ano, uma nova fonte de turmalinas cupríferas foi descoberta na Nigéria, na localidade de Ilorin (mina de Edeko), voltando a ocorrer quatro anos mais tarde, em meados de 2005, desta vez em Moçambique, na região de Alto Ligonha, a aproximadamente 100 km ao sudoeste da capital Nampula.
De modo geral, as elbaítas com cobre destes países africanos não possuem cores tão vívidas quanto às das brasileiras, embora os melhores exemplares da Nigéria e de Moçambique se assemelhem aos brasileiros.
O achado destes depósitos africanos ocasionou acalorados debates no mercado e entre laboratórios, uma vez que as gemas de cores azuis a verdes saturadas procedentes da Nigéria e de Moçambique não podem ser diferenciadas das produzidas no Brasil por meio de exames usuais e tampouco por análises químicas semi-quantitativas obtidas pela técnica denominada EDXRF.
Há alguns anos, felizmente, constatou-se ser possível determinar a origem das turmalinas destes 3 países por meio de dados geoquímicos quantitativos de elementos presentes como traços, obtidos por uma técnica analítica conhecida por LA-ICP-MS.
Em fevereiro de 2006, o Comitê de Harmonização de Procedimentos de Laboratórios, que consiste de representantes dos principais laboratórios gemológicos do mundo, decidiu reconsiderar a nomenclatura de turmalina da “Paraíba”, definindo esta valiosa variedade como uma elbaíta de cores azul-néon, azul-violeta, azul esverdeada, verde azulada ou verde-esmeralda, que contenha cobre e manganês e aspecto similar ao material original proveniente da Paraíba, independentemente de sua origem geográfica.
Esta política é consistente com as normas da CIBJO, que consideram a turmalina da Paraíba uma variedade ou designação comercial, e a definem como dotada de cor azul a verde devida ao cobre, sem qualquer menção ao local de origem.
Por outro lado, como essas turmalinas cupríferas são cotizadas não apenas de acordo com seu aspecto, mas também segundo sua procedência, tem-se estimulado a divulgação, apesar de opcional, de informações sobre sua origem nos documentos emitidos pelos laboratórios de gemologia, caso disponham dos recursos analíticos necessários.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2023
quinta-feira, 19 de janeiro de 2023
Ibovespa avança com Petrobras; Americanas fecha a R$1
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subiu nesta quinta-feira, apoiado principalmente em Petrobras, com a alta do preço do petróleo, mas os holofotes na sessão estiveram voltados para a Americanas, que afundou mais de 40% após pedir recuperação judicial, fechando a 1 real.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 0,62%, a 112.921,88 pontos, maior patamar em cerca de dois meses. O volume financeiro somou 24,9 bilhões de reais.
Na visão de Werner Roger, gestor e sócio-fundador da Trígono Capital, não houve surpresa em relação a Americanas, uma vez que a própria empresa afirmou que estava de preparando para tal desfecho, que pode ter sido acelerado por bancos credores.
"Mas é um evento bastante negativo. Não se sabe como será a questão envolvendo os fornecedores, se a empresa vai conseguir sobreviver", disse. "E o processo pode se prolongar bastante".
Para Rafael Azevedo, especialista em renda variável da Blue3, com a ação deixando o Ibovespa na sexta-feira após o fechamento de mercado, conforme as regras da B3 (BVMF:B3SA3), mais vendas do papel devem ocorrer.
Ele ressaltou que a recuperação judicial ainda deve afetar o mercado de crédito e alguns fundos de renda fixa de crédito privado, porque a Americanas tinha um grande volume de títulos.
Para Roger, da Trígono, a performance do Ibovespa encontrou respaldo nas commodities, notadamente o petróleo e o minério de ferro, que deram suporte ao papéis da Petrobras e Vale - que sozinhas respondem por 27% do índice.
Roger ainda destacou que "a vontade do estrangeiro de investir no Brasil é muito grande", acrescentando que tem ocorrido um fluxo muito positivo nesse começo do ano, com os investidores locais vendendo, estrangeiros comprando.
O saldo de capital externo no mercado secundário de ações brasileiro está positivo em cerca de 5 bilhões de reais em 2023, de acordo com dados da B3 até o dia 17.
O desconforto inicial com declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chamando de "bobagem" a independência do Banco Central, acabou tendo um efeito limitado no Ibovespa.
Em seminário nos Estados Unidos, o presidente da autoridade monetária, Roberto Campo Neto, disse entender que Lula quis dizer, em declarações na véspera, que não seria necessário ter a independência do BC prevista em lei para a autonomia funcionar.
Mas afirmou que autonomia formal do BC ajudou a reduzir a volatilidade dos mercados no Brasil e mostrou resiliência.
Em Wall Street, o tom negativo prevaleceu após dados sinalizarem um mercado de trabalho apertado, renovando preocupações de que o Federal Reserve continuará sua trajetória agressiva de aumentos de juros.
Destaques
- AMERICANAS ON (BVMF:AMER3) despencou 42,53%, a 1 real, após a varejista pedir recuperação judicial, com dívidas de cerca de 43 bilhões de reais, oito dias após ter revelado um rombo contábil. Antes do anúncio das "inconsistências", as ações valiam 12 reais - um tombo de 91,67% no período. A perda em valor de mercado nesse intervalo alcançou 9,9 bilhões de reais. Os papéis da Americanas serão excluídos dos índices da B3 após o fechamento de sexta-feira. No setor, MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) disparou 7,02% e VIA ON(BVMF:VIIA3) caiu 2,52%.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) fechou com acréscimo de 3,03%, a 25,83 reais, em dia positivo para os preços do petróleo. O contrato Brent avançou 1,39%. Está previsto para esta quinta-feira o pagamento pela Petrobras da segunda parcela da remuneração aos acionistas referente ao terceiro trimestre - 1,611607 real por ação ordinária e preferencial em dividendos, e a 0,074787 real por ação ON e PN em juro sobre capital próprio.
- VALE ON (BVMF:VALE3) avançou 0,43%, a 93,74 reais, acompanhando a alta dos contratos futuros de minério de ferro, uma vez que o otimismo quanto à recuperação econômica na China, maior produtora mundial de aço, elevou a expectativa de demanda, e traders buscavam barganhas após uma recente queda nos preços.
- BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT perdeu 2,74%, a 22,03 reais, em meio a problemas envolvendo a Americanas, da qual é um dos principais credores. BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subiu 0,2% e ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) terminou estável, com ambos se afastando das mínimas. BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) valorizou-se 2,28%.
- MRV ON (BVMF:MRVE3) fechou em baixa de 1,4%, a 7,04 reais. A prévia operacional da companhia na véspera mostrou queima de caixa de 540 milhões de reais no quarto trimestre, uma vez que não conseguiu repassar integralmente para clientes a alta nos custos de insumos acumulada nos últimos dois anos. O índice do setor imobiliário, que inclui também ações de empresas de shopping centers, subiu 0,15%.
(Por Paula Arend Laier)
Fonte: Reuters
quarta-feira, 18 de janeiro de 2023
terça-feira, 17 de janeiro de 2023
TUDO SOBRE O DIAMANTE💎💎
Cristaliza no sistema cúbico, geralmente em cristais com forma octaédrica (8 faces) ou hexaquisoctaédrica (48 faces), frequentemente com superfícies curvas, arredondadas, incolores ou coradas. Os diamantes de cor escura são pouco conhecidos e o seu valor como gema é menor devido ao seu aspecto pouco atrativo. Diferente do que se pensou durante anos, os diamantes não são eternos, pois o carbono definha com o tempo, mas os diamantes duram mais que qualquer ser humano.
Sendo carbono puro, o diamante arde quando exposto a uma chama, transformando-se em dióxido de carbono. É solúvel em diversos ácidos e infusível, exceto a altas pressões.
O diamante é o mais duro material de ocorrência natural que se conhece. Sua dureza é superada pelos também compostos (sintéticos) de carbono, grafeno e carbono acetilênico linear (conhecido também como carbino). Isto significa que não pode ser riscado por nenhum outro mineral ou substância, exceto o próprio diamante, funcionando como um importante material abrasivo. No entanto, é muito frágil, e isso deve-se à clivagem octaédrica perfeita segundo (2o). Estas duas características fizeram com que o diamante não fosse talhado durante muitos anos. A maior jazida do mundo, revelada pela Rússia ao mundo em 2012, porém de conhecimento do Kremlin desde 1970, tem capacidade para suprir diamantes, mesmo para uso industrial, pelos próximos 3000 anos.
A jazida conta com trilhões de quilates, e conta com 10 vezes mais diamantes do que todas as jazidas conhecidas existentes no mundo hoje, juntas. Ela situa-se numa cratera com extensão de 100 km entre a região de Krasnoiarsk e da República de Sakha na Sibéria, Rússia. Tal cratera teve origem há 35 milhões de anos, com a queda de um asteroide, e seus diamantes são duas vezes mais resistentes, duros, do que os encontrados em outros lugares. A sua origem é decorrente da pressão e do calor gerado no impacto. Tal durabilidade é do interesse de certos setores industriais, pois é ótimo e de extrema utilidade para confecção de equipamentos das indústrias eletrônica e ótica, assim como em equipamentos para perfuração do solo. Outras jazidas no mundo são da África do Sul. Outras jazidas importantes situam-se na Rússia (segundo maior produtor) e na Austrália (terceiro maior produtor), entre outras de menor importância.
Em outubro de 2019, um dos diamantes mais raros do mundo foi descoberto na República de Sakha da Sibéria; ele foi designado de “diamante Matryoshka”, em homenagem às icônicas bonecas russas. O diamante mede apenas 4,8 mm x 4,9 mm x 2,8 mm, e dentro dele existe uma cavidade interna que contém outro diamante medindo apenas 1,6 milímetro cúbico. Ainda não foi estimado o valor da pedra, mas a empresa que a descobriu (ALROSA) disse que suas características a tornará uma das mais valiosas do mundo.
A densidade é de 3,48. O brilho é adamantino, derivado do elevadíssimo índice de refração (2,42). Recorde-se que todos os minerais com índice de refracção maior ou igual a 1,9 possuem este brilho. No entanto, os cristais não cortados podem apresentar um brilho gorduroso. Pode apresentar fluorescência, ou seja, a incidência dos raios ultravioleta produzem luminescência com cores variadas originando colorações azul, rosa, amarela ou verde.
Propriedades
Alguns diamantes azuis são semicondutores naturais, em contraste com a maioria dos diamantes, que são excelentes isolantes elétricos. Substancial condutividade é comumente observada em diamantes não dopados crescidos por deposição química a vapor, podendo ser removida usando certos tratamentos para a superfície.
Dureza
Apresenta uma dureza de 10 (valor máximo da escala de Mohs). Uma dureza de 70-150 GPa no teste de dureza Vickers. Esta dureza é herdada de sua forte estrutura de cristal.No entanto, a dureza do diamante varia materialmente, o que é do conhecimento comum dos lapidadores. Infelizmente, declarações errôneas sobre a variação da dureza do diamante encontraram seu caminho na literatura mineralógica. Contribuições significativas para o nosso conhecimento da dureza do diamante e sua relação com a estrutura do cristal e com o corte para gemas e propósitos industriais foram feitas por W. Fr. Eppler, H. Rose, K. Schlossmacher e H. Bergheimer.
O mecanismo de formação de impressão de microdureza em cristais de estrutura de diamante é considerado o resultado de uma transição de fase local sob o indentador com a formação de uma fase metálica devido à alta pressão hidrostática. De acordo com o efeito Hall-Petch, a dureza do diamante pode ser aumentada por nanoestruturação (por meio de microestruturas nano-geminadas e nano-geminadas). Todos os materiais têm estados quânticos específicos que são extremamente frágeis. Eles devem ser isolados de tudo a ser medido, mas mesmo a medição pode alterá-los. No entanto, os diamantes, devido à sua estrutura, podem manter estados quânticos por tempo suficiente para medições. Especificamente, defeitos de escala atômica no diamante, um átomo de nitrogênio onde um átomo de carbono deveria estar, podem ser medidos e usados para aplicações de mecânica quântica. Um defeito específico na estrutura cristalina que seria indesejável em uma aliança de casamento, mas excelente para aplicações físicas, é a vacância de nitrogênio. Os números quânticos de spin do defeito NV podem ser medidos iluminando comprimentos de onda específicos de luz verde no defeito. A quantidade de luz emitida pelo defeito depende do spin do estado fundamental. Além disso, quando a luz verde é aplicada, os elétrons passam pelo estado de spin e, eventualmente, alcançam ms = 0 e podem ser manipulados em outros experimentos. Onde a maioria dos materiais exibe estados quânticos fugazes, os diamantes os mantêm.[8]
Outras
Os diamantes são lipofílicos e hidrofóbicos, o que significa que a superfície de um diamante não pode ser molhada por água mas pode facilmente perder o brilho ou ser molhada por óleo.[13]
Sob temperatura ambiente os diamantes não reagem com a maioria dos reagentes químicos, incluindo vários tipos de ácidos e álcalis. Assim, ácidos e álcalis podem ser usados para refinar diamantes sintéticos.[13] Pode-se contudo se incendiar o diamante no ar.[14]
Aplicações, classificação e valor
Aplicações
O uso como adorno (gema) é milenar, na Índia era usado para identificar as castas. Por ter grande índice de refração, é a gema mais brilhante. Por ser a substância mais dura da natureza, "não arranha" e por isso, seu brilho é eterno.
Os diamantes que não tem uso joalheiro terão uso industrial, pois são grandes abrasivos.
O valor da gema diamante (uso joalheiro), como o de todas as coisas, depende da oferta e da procura. Como o diamante é um mineral abundante na natureza, na década de 1950, o Instituto Gemologico Americano (GIA - Gemological Institute of America) criou um padrão de classificação para tornar possível a comercialização do diamante globalmente. Esse padrão foi criado para classificar diamantes da escala de incolores à matizadas (levemente amarelado ou acinzentado), os diamantes coloridos naturalmente são mais raros e possuem classificação diferente.
A classificação GIA para a escala de incolor à matizada é baseada em 4 variáveis, são elas: peso, cor, pureza e lapidação. Em inglês, essas variáveis se chamam carat, color, clarity e cut, formando assim os 4 C's do Diamante. São esses itens que tornam um diamante mais valioso que outro.
Um diamante pode ser usado para a armazenagem de informações quânticas teletransportadas com segurança. Essa conquista pode ter implicações significativas para a tecnologia de informação quântica de como as informações confidenciais são compartilhadas e armazenadas.[15]
Aplicações em nanométrica
O diamante tem aplicações emergentes em nanofotônica, sistemas mecânicos micro elétricos e blindagem de radiação. Mas como esse material se comporta em escala nanométrica. Nano-agulhas de diamante, aproximadamente 20 nm de comprimento ou 10 000 vezes menores que um cabelo humano, se dobram, se deformam, mudam de estado e rachaduras.[16]
Classificação e valor
- Peso: A unidade de medida para pesar gemas é o Quilate (ct), em inglês Carat, 1 quilate equivale a 0,2 gramas. O preço de um diamante de 2ct é muito maior do que o de dois diamantes de 1ct, pois um diamante de 2ct é muito mais raro. Nessa variável, quanto mais pesado melhor.
- Cor: A classificação de cor leva em consideração o tom de cada diamante comparado ao tom de gemas matrizes que são guias de referência criadas pelo GIA. Nessa variável, quanto "mais incolor" melhor.
- D - E - F - G - H - I - J - K - L - M - N - O - P ... Z
- Pureza: A classificação de pureza mensura a quantidade, o tamanho e as cores de inclusões internas e de características da superfície. Convencionou-se que essas características incluídas e superficiais, tem que ser vistas em uma lupa de 10x de aumento. Nesta variável, quanto menos melhor.
- F - IF - VVS1 - VVS2 - VS1 - VS2 - SI1 - SI2 - I1 - I2 - I3
- Lapidação: É a ação do homem para tirar da gema bruta o melhor nessas 3 variáveis anteriores sem comprometer o brilho, o "fogo" e a vida do diamante. A lapidação brilhante é a lapidação mais popular do diamante, a ponto de ser confundida com o próprio nome do mineral diamante. A lapidação brilhante, também conhecida como lapidação completa, foi projetada para que toda a luz que entre na gema seja refletida para cima fazendo com que o diamante brilhe ainda mais. Nesta variável, quanto mais brilho, mais fogo, mais vida melhor. Sem esquecer que o formato da gema também sofre impacto no seu preço pela procura, um diamante brilhante redondo pode ser mais desejado que um diamante triangular.
Talha
Uma vez selecionados, os diamantes são cortados e talham-se ao longo de direções nas quais a dureza é menor. Uma talha bem realizada é aquela que realça o foco, ou seja, o conjunto de reflexos de cores derivados dos reflexos.
Diamantes sintéticos
Atualmente, existe a possibilidade de fazer diamantes sintéticos, submetendo grafite a pressões elevadas. No entanto, o resultado são quase sempre cristais de dimensões reduzidas para poderem ser comercializados como gemas. A chance de adquirir um diamante sintético no lugar de um natural é quase nula, sendo inclusive inferior à possibilidade de encontrar gemas que os comerciantes dizem ser diamante mas que não o são realmente.
A estabilidade térmica do diamante sintético é menor do que o natural, em ambiente oxidativo, como ao ar, o diamante sintético oxida (grafitiza) a temperaturas em torno de 850 °C. Já em atmosfera controlada sua resistência a grafitização é próxima aos 1 200 °C.
Embora já em 1880 J. Balentine Hannay, um químico escocês, tivesse produzido minúsculos cristais, só em 1955 cientistas da General Electric Company conseguiram um método eficaz para a síntese de diamantes. Este feito foi creditado a Francis Bundy, Tracy Hall, Herbert M. Strong e Robert H. Wentorf, depois de investigações efetuadas por Percy W. Bridgeman na Universidade de Harvard. Os diamantes assim conseguidos eram de qualidade industrial (não gemológica), sendo hoje em dia produzidos em larga escala. Cristais com a qualidade de pedras preciosas, só se conseguiram sintetizar em 1970 por Strong e Wentorf, num processo que exige pressões e temperaturas extremamente elevadas. Leilões:
Um diamante azul com cerca de 12,03 quilates foi vendido, em 11 de novembro de 2015, pela leiloeira Sotheby's, em Genebra, por um preço recorde de 43,2 milhões de francos suíços (cerca de 40 milhões de euros). Foi o "preço mais alto por quilate" alguma vez conseguido por diamantes.[17]
Encontrado a 16 de novembro de 2015 na mina de Karowe, no Botsuana, o ‘Lesedi la Rona’ (Nossa luz) foi a leilão dia 29 de junho de 2016 em Londres pela Sotheby’s. Esperava-se que pudesse atingir um valor superior a 60 milhões de euros. Tem 1 109 quilates (222 gramas) é quase do tamanho de uma bola de ténis e é o maior diamante descoberto em mais de cem anos.[18] Não foi vendido, pois não apareceram interessados.
Em setembro de 2016, o diamante mais caro de sempre foi comprado pela empresa De Grisogono, num leilão privado da Sothebys, de Londres por 56 milhões de euros. O diamante tem o nome de “The Constellation”, tem 813 quilates, mede 6 centímetros e foi encontrado no Botswana.[19]
No dia 26 de maio de 2020, a revista científica Nature Comunications[20] publicou um artigo informando que cientistas descobriram a ocorrência de uma "chuva de diamantes[21]" no núcleo de dois planetas do sistema solar, Urano e Netuno. No artigo, os pesquisadores também explicaram como essa incrível reação é possível, além de discutirem a importância dessa pesquisa para o futuro das tecnologias humanas.
Fonte: WIKI