quarta-feira, 22 de maio de 2013

Curso de Gemologia Básica na AJORIO

Curso de Gemologia Básica na AJORIO

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curso gemologia

Programa do Curso de Gemologia Básica.

  • Apresentação, introdução e definição dos termos gemológicos. Origem, formação e extração das gemas.
  • Uso da Lupa
  • Composição química das gemas. Estruturas cristalinas e amorfo, sistemas de cristalização.
  • Propriedades físicas e óticas: durabilidade nas gemas (dureza, consistência e estabilidade).
  • Densidade e efeito da luz nas gemas.
  • Propriedades físicas e óticas: cor, inclusões e luminescência. Instrumentos Gemológicos.
  • Gemas Inorgânicas: andaluzita, apatita, berilo (esmeralda, água marinha e outros), corídon (rubi e safira).
  • Crisoberilo e diamante.
  • Gemas Inorgânicas: diopsídio, espinélio, espudomênio (kunzita, hidenita e outros), feldspato, fluorita, granada, hematita, iolita, jade, lápis lazuli e malaquita.
  • Gemas Inorgânicas: opala, peridoto, pirita, quartzo, rodocrosita, rodonita, sodalita, topazio, turmalina, turquesa, vidros naturais, zircão e zoisita (tanzanita).
  • Gemas Orgânicas: âmbar, azeviche, coral, marfim, carapaça de tartaruga, pérola e outros materias orgânicos.
  • Lapidação: estilo e formatos. Gemas artificiais (sintéticas e simulantes). Tratamento de gemas.
  • Estimativa de peso das gemas, metais preciosos.
  • Mercado, classificação, avaliação e certificação das gemas.
  • Gemas do mês e signo.
  • Manuseio correto das gemas.
     Todas as 12 aulas têm duração de 2 horas.

Informações e inscrições

Tels.: 21-2240-5520 / 2220-8004
E-mail: ajorio@ajorio.com.br


Pedras preciosas no Brasil

Pedras preciosas no Brasil
O Brasil é um país muito rico em pedras preciosas. As mais presentes nessa região são o diamante, opala, água-marinha, esmeralda, alexandrita, ametista, ágata, citrino, topázio e turmalina.

Os garimpos são muito conhecidos e numerosos por aqui, o que faz de nosso país um dos maiores produtores de pedras preciosas do mundo, em se tratando de quantidade, variedade e qualidade.

O que faz com que nossa região seja rica nessas gemas é o fato do território brasileiro ser repleto de superfícies de rochas pré-cambrianas, com vários cortes de pegmatitos e rochas metamórficas.
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Durante 141 anos, o Brasil liderou a produção mundial de diamantes. Atualmente, encontra-se em 5º lugar no ranking de produção mundial de diamante bruto, segundo pesquisa do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral).

A opala é bastante encontrada no Piauí, principalmente na região da Serra dos Matões. A água-marinha pode ser encontrada em diversas regiões, fazendo com que o Brasil seja o maior produtor mundial dessa espécie de gema.

A esmeralda, desde a década de 80, também tem sido bastante encontrada, o que fez com que o Brasil se tornasse, desde essa época, um dos maiores fornecedores dessa pedra. A maior região de garimpo da esmeralda é em Carnaíba, na Bahia.

A alexandrita, uma das pedras preciosas mais valiosas, foi descoberta em Minas Gerais, no município de Malacacheta. A partir dos anos 70, o Brasil se tornou um dos maiores produtores dessa gema.

A ametista, bastante encontrada na região sul do país, também faz com que o Brasil leve o título de maior produtor da espécie de gema. Uma cidade do Rio Grande do Sul, Ametista do Sul, foi até batizada com o nome da pedra.

A ágata foi descoberta em jazidas na Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba e Minas Gerais.
O citrino, topázio e a turmalina também são gemas encontradas em muita quantidade no Brasil.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Diamantes mineiros são exportados legalmente pela primeira vez

Diamantes mineiros são exportados legalmente pela primeira vez



Coromandel – Quarenta e quatro quilates de diamantes extraídos do rico subsolo de Coromandel, município de 27 mil habitantes localizado no Alto Paranaíba, desembarcaram em Antuérpia, na Bélgica, em meados do mês passado, vendidos por US$ 350 mil. O volume e o valor podem parecer insignificantes – e são, num mercado mundial que movimenta US$ 120 bilhões anuais –, mas o negócio, em si, carrega um significado que extrapola a simples negociação comercial.

Motivo: foi a primeira vez que uma cooperativa de garimpeiros de Minas Gerais – no caso, a Cooperativa de Garimpeiros de Coromandel (Coopergac) – exportou diamantes de forma absolutamente legal, cumprindo normas fiscais e ambientais e seguindo o Certificado Kimberley, documento exigido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para evitar que pedras contrabandeadas ou extraídos em áreas de conflito, como África (principalmente em Serra Leoa, onde as atrocidades cometidas pela guerrilha chegou às telas de Hollywood no filme Diamantes de Sangue, com o galã Leonardo di Caprio), sejam negociadas nas principais bolsas de joias do mundo. Ou seja, para serem vendidos nesse mercado, os diamantes têm que ter rastreabilidade e pedigree comprovado. Além da Coopergac, apenas a cooperativa de Juína, no Mato Grosso, detém o certificado, emitido pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), autarquia do Ministério de Minas e Energia (MME)

Ok, mas e daí? Daí que a partir de agora os garimpeiros de Coromandel, cidade registrada como a capital nacional dos diamantes, estão também – e talvez este seja o dado mais importante – abrindo uma porta para se livrar dos atravessadores, que, desde as primeiras descobertas de diamantes no município, no início do século 19, compram (ou “tomam”, no jargão local) as pedras dos trabalhadores por um preço ínfimo e as revendem por valores bem mais gordos, geralmente de forma ilegal, para empresas de mineração ou comercialização de joias. A porta de saída para essa cilada é exatamente a cooperativa, que adquire diamantes de seus cooperados por um valor considerado justo e dentro dos parâmetros legais. Os 130 garimpeiros da Coopergac pagam à cooperativa 2% sobre o valor do negócio.

“Não queremos liquidar os atravessadores, mas agora os nossos cooperados têm uma opção de venda de forma legal e com preço maior”, diz Darío Machado Rocha (com acento no i, já que tem irmão gêmeo chamado Dario), filho de garimpeiros, fundador da cooperativa, ex-secretário-geral da entidade e vereador na cidade. Antes da cooperativa, os garimpeiros que tentavam vender as pedras sem passar pelos atravessadores eram jurados de morte. Muitos, de fato, foram assassinados – o próprio Darío chegou a ser ameaçado. Mas os tempos de diamantes de sangue em Coromandel parecem ter ficado para trás.

Existem dois exemplos clássicos da ação dos atravessadores. O mais conhecido é o diamante Getulio Vargas, uma pedra de 726 quilates descoberta em 1938 pelo garimpeiro Manoel Domingos. A joia, que hoje teria um preço equivalente a R$ 100 milhões, foi vendida pelo garimpeiro por 2,3 mil contos de réis ao comerciante Osvaldo Dantes dos Reis, de Belo Horizonte. Reis revendeu-a a outro comerciante do Rio, J. Polak, por 5 mil contos de réis – e, Polak, por sua vez, passou-a a um grupo suíço-alemão por 9 mil contos de réis, mais de três vezes o valor pago a Domingos. Hoje, das três partes em que a pedra foi dividida, duas estão desaparecidas e uma está incrustada na coroa da rainha Elizabeth II, da Inglaterra.

O outro exemplo é mais recente. O garimpeiro Sinval Isoldino, hoje com 57 anos e no batente desde os 16, levou três décadas para encontrar uma pedra de valor – um diamante de 44 quilates, que poderia garantir-lhe uma aposentadoria tranquila. Sem opção para negociar, Isoldino foi obrigado a vender a joia aos atravessadores de Coromandel por R$ 360 mil. A pedra foi revendida por R$ 1,1 milhão – um lucro de mais de 300%. “Eles me tomaram. Mas se o garimpeiro tiver força e puder registrar os diamantes, fica melhor”, diz. É o que a cooperativa pretende fazer.

Mas, afinal, quem compra as pedras? Em Coromandel, os compradores mais conhecidos são os irmãos Gilmar e Geraldo Campos, de Patos de Minas, donos da Gia Campos Mineração, conhecidos como os reis do diamante e já investigados pela Polícia Federal (PF) por extração de pedras de forma ilegal em reservas indígenas na Amazônia. Gilmar, por sinal, acaba de comprar uma ampla área em Coromandel, que será utilizada para garimpo. Os garimpeiros estão ansiosos para conhecer seus próximos passos.

Outro comprador é a GAR Mineração Comércio Importação e Exportação Ltda. – e há ainda o comerciante Hassan Ahmad, nascido em Serra Leoa, registrado no Líbano e dono de um passaporte belga, também investigado pela PF na Operação Carbono, em 2006. Na época, Ahmad foi acusado de formação de quadrilha e falsificação do Certificado Kimberley com a ajuda de funcionários do DNPM (o então chefe da autarquia em Minas na época, Luiz Eduardo Machado de Castro, foi demitido do cargo). O comerciante chegou a ser flagrado no aeroporto de Confins negociando pedras e o MME suspendeu a emissão dos certificados, que só foi retomada um ano depois.

Darío, da Coopergac, garante que Ahmad não foi mais visto em Coromandel, mas garimpeiros locais afirmam que ele continua atuando nas sombras. Seu nome é falado com frequência por eles. “Estamos nos movimentando num jogo de xadrez violento”, resume o vereador. Verdade. Diamantes são eternos, mas garimpeiros não.


Fonte:  Estado de Minas 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Diamantes serão extraídos diretamente da rocha


Produção brasileira vem basicamente dos leitos dos rios; mina de Nordestina será a primeira no Brasil onde os diamantes serão extraídos diretamente da rocha

19 de maio de 2013 
ESTADÃO
João Villaverde - O Estado de S.Paulo
Valdecir é loiro, tem olhos azuis, e pouco menos de 1,80 metro de altura. À exceção do sobrenome, que não quis revelar ao Estado, Valdecir contou tudo. Nascido em Americana (SP), onde hoje ainda moram seus pais e sua ex-mulher, Valdecir deixou sua vida de comerciante no fim de 2010 e foi para o sertão em busca de ouro. Hoje, aos 48 anos, é um dos 600 garimpeiros no distrito do Rio Seco, em Nordestina.
"Ouvimos falar do diamante, mas nada supera o ouro. Ninguém aqui é vaqueiro ou 'encostado', então de agricultura ou Bolsa Família ninguém aqui quer viver. Enquanto existir ouro aqui, vamos fazer isso", disse Valdecir, acompanhado de outros garimpeiros.
Os garimpeiros de Nordestina têm vendido, em média, R$ 200 por semana. Por meio do garimpo é possível retirar apenas 40%, no máximo, do ouro encravado na terra, mesmo depois de moída por máquinas que todos eles têm. Assim, a terra restante é vendida a terceiros, que misturam cianureto ao conteúdo, liberando o ouro restante. São seis compradores de terra dos garimpeiros em Nordestina, entre eles, o filho do prefeito Wilson Costa.
Entre a cidade e a favela onde fica o maior garimpo de Nordestina há uma extensa zona rural, onde a principal cultura é o sisal. Nordestina pertence à Região Sisaleira, que se confunde com o sertão baiano - a Bahia tem o maior polo produtor de sisal do mundo. É dessa cultura que saiu a maior parte dos garimpeiros. Em 1990, quando o município completou 5 anos, um grupo de trabalhadores dos campos de sisal encontrou por acaso grande quantidade de ouro. Imediatamente largaram a zona rural e formaram garimpos.
A área dos diamantes não fica distante dos garimpos. Mas o cenário é completamente diferente. Enquanto o ouro encravado na terra moída por máquinas precárias é levado dos garimpos em carretas e até nas costas de jegues, o diamante preso em rochas com bilhões de anos é carregado em caminhões que suportam até 25 toneladas.
O diamante anima Nordestina e muitos municípios próximos. Mas não os garimpeiros. "Larguei tudo para vir para a Bahia. Fui do MST e, desde que comecei no garimpo, meus problemas de saúde passaram. Eu não troco isso aqui", disse Valdecir.
Na pequena Nordestina, de apenas 12,4 mil habitantes, encravada no meio do sertão baiano, a mineradora belga Lipari se prepara para iniciar a exploração da primeira mina de diamantes extraídos diretamente da rocha (fonte primária do mineral) na América Latina.
A companhia, comandada pelo geólogo canadense Kenneth Johnson, já aplicou R$ 60 milhões na unidade e planeja aplicar mais R$ 30 milhões ao longo deste ano para acelerar as pesquisas e iniciar a comercialização do minério já no fim de 2014. O dinheiro que financiou toda essa operação saiu dos controladores da Lipari - a companhia Aftergut & Zonen, da Bélgica, e o fundo Favourite Company, de Hong Kong.
Ainda em fase de pesquisas, o geólogo que coordena o trabalho da Lipari no sertão baiano, Christian Schobbenhaus, afirmou ao Estado que estima em pouco mais de 2 milhões de quilates de diamante a capacidade total das minas em Nordestina, que fazem parte do projeto Braúna. Um quilate de diamante de rocha kimberlítica é negociado, hoje, a cerca de US$ 310.
O kimberlito é uma rocha rara, que forma o manto da terra. Chega à superfície após uma erupção vulcânica. Foi nessas explosões, ocorridas há bilhões de anos, que o kimberlito trouxe para próximo da superfície terrestre os diamantes.
Desde então, por meio da erosão natural do solo, os diamantes podem se soltar e chegar até aluviões de rios, onde são encontrados na maior parte das vezes.
Produção atual. O Brasil, até agora, tem "produzido" diamantes dessa forma, tendo produção anual de 47 mil quilates, estimada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), cerca de 0,04% de todo o diamante explorado no mundo. Agora, apenas a produção de Nordestina deve multiplicar por cinco a oferta nacional de diamantes, aumentando também o valor do minério, uma vez que não é oriundo de aluviões, mas de fonte primária - da própria rocha.
Há apenas 20 minas de kimberlito em atividade no mundo. O grupo de países do qual o Brasil vai fazer parte é pequeno: as minas estão no Canadá, em países no sudoeste africano e na Rússia. O bloco de rocha kimberlítica no qual está a pequena Nordestina pertence ao cráton (bloco de rocha com mais de 1 bilhão de anos) do São Francisco, que ficava junto ao cráton do Congo, na África, antes da separação dos blocos em continentes.
Profundidade. Em Nordestina, o diamante está a cerca de 3 quilômetros da superfície, e a pesquisa total da área só deve ser concluída no fim do ano. Dada a complexidade da operação - as máquinas que tiram os diamantes das rochas são importadas da África do Sul e operadas por técnicos qualificados em mineração de diamantes -, a comercialização do minério de Nordestina só deve começar no último trimestre do ano que vem, ganhando força a partir de 2015. A Lipari estima em sete anos a vida útil da mina na cidade.
Praticamente todo o diamante de Nordestina será exportado para Dubai, Bélgica, Israel e Canadá, onde o comércio do minério é concentrado e tradicional. Assim, a companhia aposta que, até 2015, quando a produção estará a todo vapor, a recuperação da economia mundial terá ficado mais consistente e, com isso, os preços do diamante devem aumentar, puxados por uma demanda mais firme.
"Para um geólogo, esta é uma oportunidade inacreditável. Estamos trabalhando na primeira mina de diamante oriundo diretamente do kimberlito de toda a história da América Latina", disse Schobbenhaus, que mora em Nordestina desde 2010, quando as pesquisas se intensificaram.
O governo da Bahia deve licenciar a produção ainda neste ano, e o pedido de lavra feito pela Lipari ao DNPM também deve ser concedido. Segundo o diretor de fiscalização do departamento, Walter Lins Arcoverde, a mina da Lipari é "a confirmação de que o Brasil tem, de fato, a primeira mina de diamante oriundo de kimberlito na América Latina, e o segundo em todo o continente, atrás apenas do Canadá, que é um dos maiores produtores do mundo". Até este ano, apenas Brasil, Guiana e Venezuela produziam diamantes na região, mas todos os minérios eram de fontes secundárias, isto é, de aluviões de rios.