OURO, DIAMANTES, ETC...;OCORRENCIAS MINERAIS NO BRASIL , ATRAVÉS DOS TEMPOS
TEM MUITO MAIS INFORMAÇÕES ( TENHO QUE CONVERTER OS ARQUIVOS )
OURO
Os garimpos de ouro, que no século XIX desenvolveram-se apenas em duas
áreas do Amazonas (Amapá e Gurupi), começaram a adquirir importância
produtiva na década de 1960, com a descoberta dos aluviões do Distrito
Aurífero do Tapajós, situado no sudoeste do estado do Pará. Entretanto,
somente no início da década de 1980, com a descoberta de ouro na região
de Carajás, é que se alastrou uma grande "corrida do ouro", que
ultrapassou as fronteiras da Amazônia brasileira, envolvendo quase um
milhão de garimpeiros. A explosão dessa atividade garimpeira foi
motivada por vários fatores, destacando-se o agravamento da miséria de
boa parte da população brasileira, principalmente a rural e nordestina,
decorrente da falta de uma solução adequada para a questão agrária. A
elevação do preço do ouro — ampliada no Brasil, até poucos anos atrás,
pela diferença excessiva entre as cotações do dólar oficial e do mercado
paralelo —, o atrativo despertado pela ampla divulgação na imprensa da
descoberta de depósitos ricos como serra Pelada e a complacência — e
mesmo um certo estímulo — das autoridades governamentais, durante a
década passada, foram fatores que também contribuíram para a expansão da
atividade garimpeira por toda a Amazônia.
Entretanto, devido à exaustão dos depósitos superficiais mais ricos,
acompanhada pela queda do preço do ouro e sensível redução da diferença
cambial, esse modelo social e econômico de ocupação da Amazônia
encontra-se em rápido declínio.
Muitos dos depósitos auríferos secundários — eluviões, aluviões ou
leitos dos rios — estão relacionados com jazimentos primários passíveis
do aproveitamento econômico. Parte dos empresários do garimpo, desde que
com orientação e políticas adequadas, poderão transformar-se em
pequenos ou médios mineradores. Algumas tentativas governamentais nesse
sentido foram implementadas na "Reserva Garimpeira do Tapajós", mas
ainda sem resultados expressivos. Essa região foi responsável, nos
últimos trinta anos, por uma produção da ordem de 400 toneladas, a maior
de toda história do Brasil resultante de atividade artesanal. Houve
mais de mil locais com atividade garimpeira, distribuídos numa área da
ordem de 80 mil quilômetros quadrados. Apesar disso, os geólogos
brasileiros estão divididos quanto à real potencialidade da região: uns
acreditam que os indícios são muitos fortes para a existência de grandes
depósitos; outros lembram que, como ocorreu na "corrida de ouro" do
Alasca, uma infinidade de pequenos depósitos primários podem dar origem a
concentrações residuais muito ricas.
Contudo, seja qual for o resultado empresarial da produção de ouro na
Amazônia, os milhares de migrantes que foram atraídos pela "febre do
ouro" da década passada estão engrossando as legiões dos "sem terra",
que clamam por uma solução para a questão agrária, num país com
dimensões continentais, mas onde as elites dominantes, desde o tempo das
"capitanias hereditárias", têm na posse de grandes extensões
territoriais uma das formas de seu poder político. O garimpo na Amazônia
correspondeu a simples paliativo, apenas adiando por duas décadas —
conforme já era previsível na época — a necessidade de uma solução para a
questão agrária.
Além da reserva do Tapajós, a atividade garimpeira foi mais atuante ao
sul de Carajás (Andorinhas, Tucumã e Cumarú), na região do rio Gurupi,
no Amapá, no norte do estado de Mato Grosso (Juruena e Teles Pires), no
alto rio Negro (Cabeça do Cachorro), em Rondônia (rio Madeira) e em
Roraima (Surucucus e vizinhanças).
Ao sul de Carajás, o ouro está associado a seqüências de greenstone
belts. Algumas ocorrências estão sendo pesquisadas por empresas, como as
situadas nas proximidades da serra das Andorinhas. Também há pesquisa
empresarial na região do Gurupi. Entretanto, apenas no antigo garimpo do
Lourenço, no Amapá, houve atividade produtiva por empresa de mineração
[Fig. 4].
Os ricos aluviões estaníferos de Rondônia foram responsáveis pela
primeira "corrida garimpeira" da Amazônia, na década de 1960 — cerca de
10 mil garimpeiros estiveram envolvidos na produção de cassiterita,
número bastante expressivo para a época. No final de década, a
garimpagem foi proibida pelo governo federal, passando a produção para a
mineração empresarial.
Na década de 1970, surgiram novos distritos estaníferos na Amazônia. Nas
proximidades do rio Xingú, a oeste de Carajás, no estado do Pará, a
descoberta foi feita por empresas de mineração, mas houve invasão
garimpeira temporária. Posteriormente, a explotação foi completada por
mineradoras. Na serra de Surucucus, no extremo oeste do estado de
Roraima, na fronteira com a Venezuela, a descoberta foi conseqüência de
levantamentos radarmétricos realizados pelo governo federal. A invasão
garimpeira ocorrida em 1976 correspondeu ao primeiro contato de
atividade produtiva capitalista com os índios ianománi. Por ser um
contigente pequeno, da ordem de 800 pessoas, foi possível a rápida
desativação do garimpo, sem grandes seqüelas para os ianománi - isso
ocorreu com a "corrida do ouro" da década seguinte.
Somente no início dos anos 1980 é que foram descobertos os mais
expressivos depósitos de cassiterita da Amazônia. A jazida do Pitinga,
no estado do Amazonas, está em produção por uma empresa de mineração e a
de Bom Futuro, no estado de Rondônia, continua com atividade
garimpeira, apesar dos esforços governamentais para regularizar uma
atividade empresarial [Fig. 4].
A sensível queda do preço do estanho no mercado internacional tem
desestimulado a abertura de minas, bem como a busca de novos depósitos.
Os corpos graníticos da Amazônia também são potenciais para depósitos de
zircônio, nióbio, tântalo, tungstênio e terras-raras. Na mina do
Pitinga há mineralizações associadas de columbita-tantalita, zirconita e
criolita. No sudeste do estado do Pará há pequenos depósitos de
volframita, que foram explorados parcialmente através da garimpagem.
Na Amazônia são conhecidos três complexos alcalino-ultrabásicos
potenciais para depósitos de titânio, fosfato, nióbio e terras-raras:
Seis Lagos, no estado do Amazonas, e Maicuru e Maraconaí, no estado do
Pará. Em Seis Lagos há um grande potencial em nióbio. O complexo de
Maicuru está associado a um corpo de cabornatito; além de suas reservas
de fosfato, há um considerável potencial em titânio, mas sob a forma de
anatásio, mineral para o qual ainda não há tecnologia que permita o seu
aproveitamento industrial em bases econômicas [Fig. 4].
DIAMANTES
No passado, houve garimpos de diamante no rio Tocantins, nas
proximidades da cidade de Marabá. Hoje, a pequena produção de diamante
está restrita à atividade garimpeira no norte de Roraima, na fronteira
com a Venezuela, e à pequena mineração no estado de Mato Grosso. Há
notícias de ocorrências de mineralizações primárias de diamante,
associadas a kimberlitos, sem haver, contudo, produção
sses estudos permitiram a seleção de mais de cem alvos com
potencialidade para ocorrências de cobre, alguns com programas de
pesquisa em desenvolvimento (Gameleira, Sossego, Liberdade, etc.). Os
depósitos têm como característica fundamental a associação com magnetita
e ouro. Alguns apresentam semelhanças com o tipo pórfiro [Figs. 7 e 8].
Após a privatização da CVRD, a partir de alvos pré-selecionados pelos
levantamentos aerogeofísicos, dois novos depósitos foram selecionados e
estão em fase final de avaliação: Cristalino e 118.
A CVRD readquiriu o controle total da jazida do Sossego (durante a fase
de pesquisa, 50% estava sob o controle da Phelps Dodge) e está iniciando
a implantação da lavra. Será a primeira mina de cobre de Carajás.
pesquisa da anomalia de cobre do igarapé Bahia possibilitou a
descoberta, em 1985, de um depósito residual de ouro, resultante da
atuação dos processos de laterização em rochas vulcânicas básicas
mineralizadas a cobre e ouro. Corresponde à mais importante jazida de
ouro pesquisada até o presente na Amazônia. Sua lavra foi iniciada em
1991; sua capacidade atual de produção é de 10 toneladas por ano, o que a
classifica como a maior mina de ouro do Brasil. Os recursos totais em
ouro, na zona intemperizada, eram da ordem de 100 toneladas.
No leste da província, entre as jazidas de manganês do Sereno e de ferro
de serra Leste, situa-se expressivo depósito de ouro — onde, no início
da década de 1980, surgiu uma das mais espetaculares áreas de produção
artesanal do mundo contemporâneo. O garimpo de serra Pelada chegou a ter
60 mil homens em atividade, numa cava que atingiu 200 metros de
diâmetro e 80 metros de profundidade. Durante seis anos, foram
produzidas cerca de 50 toneladas de ouro. Entretanto, mais do que a
quantidade, o que impressiona nesse depósito é a concentração do ouro:
durante o garimpo, foram retirados blocos com até 60 quilos. Associado
ao ouro, há platina, paládio e ródio. Com o encerramento da produção
garimpeira, foram reiniciadas as pesquisas geológicas para se verificar a
possibilidade de implantação da mineração [Figs. 7 e 8].
Deverá haver expressiva produção de ouro, como subproduto da mineração
dos depósitos de cobre de Carajás. Na lavra da jazida do Salobo, está
prevista a recuperação de 8 toneladas de ouro, para uma produção anual
de 200 mil toneladas de cobre.
Os processos de laterização, que atuaram nos corpos ultramáficos de
Carajás, deram origem a três depósitos limoníticos e garnieríticos de
níquel: Vermelho, Onça e Puma. Entretanto, os recursos avaliados ainda
não permitiram a sua explotação em bases econômicas [Figs. 7 e 8].
Além dos elementos citados, a região apresenta potencialidade para
depósitos de zinco, estanho e, eventualmente, diamante. Entretanto, sua
evolução metalogenética determinou uma vocação preferencial para ferro e
cobre, com ouro subordinado.
Deve ser lembrado que o programa de exploração geológica em Carajás
encontra-se na sua terceira onda. Na primeira, no final da década de
1960 e início dos anos 1970, foram localizados os depósitos minerais com
fortes indícios superficiais: ferro, manganês e níquel. Com a entrada
da DOCEGEO, em 1974, a utilização de técnicas mais aprimoradas de
geoquímica e geofísica possibilitou um novo ciclo de descobertas:
cobre-ouro do Salobo e Pojuca, e ouro do Igarapé Bahia e Andorinhas. A
partir de década de 1990, a introdução de tecnologia de ponta em
geofísica e a utilização de softwares especializados para a integração
rápida, e com inúmeras simulações, dos dados de geologia, geoquímica e
geofísica, permitiram a elaboração de um novo modelo metalogenético para
a província. A primeira conclusão desse processo foi a identificação do
seu alto potencial para cobre e ouro, associado a óxidos de ferro,
muitas vezes magnéticos — a descoberta do expressivo depósito de cobre e
ouro do Corpo Alemão, junto à mina de ouro do igarapé Bahia, foi a
primeira comprovação dessa hipótese.
A província mineral de Carajás é considerada uma das mais importantes
anomalias metalogenéticas da crosta terrestre, comparável, em potencial
mineral e econômico, às regiões do Abitibi Belt, no Canadá, e de
Witerwatersrand, na África do Sul. Tem a seu favor a imaturidade do
nosso conhecimento geológico, pouco mais de 30 anos, enquanto que as
demais províncias apresentam mais de um século de história. Mesmo assim,
sua produção de minério de ferro, manganês e ouro corresponde a um
valor bruto da ordem de US$ 1 bilhão por ano.
Considerações finais
O conhecimento da geologia da Amazônia, de modo geral, ainda é bastante
preliminar — no mesmo nível em que os países com mineração desenvolvida
encontravam-se no início do século XX. Tornam-se necessários maiores
investimentos em estudos básicos, bem como para o desenvolvimento de uma
tecnologia de prospecção e pesquisa adaptada à realidade regional, para
que se possa ter um melhor conhecimento de seus recursos minerais.
Mesmo assim, os trabalhos executados nas três últimas décadas já
obtiveram expressivos testemunhos da riqueza de seu subsolo. A
fertilidade de alguns de seus ambientes geológicos — onde jazidas de
classe mundial já foram dimensionadas — indicam que a Amazônia deverá
ocupar posição de destaque na produção de alguns bens minerais, tais
como minério de ferro, alumínio, cobre, ouro, manganês, caulim, estanho
e, eventualmente, gás.
A mineração empresarial caracteriza-se pelo uso intensivo de capital e
tecnologia, mas com baixa utilização de mão-de-obra, normalmente
especializada. Entretanto, essa atividade tem contribuído para o
crescimento regional, através da infra-estrutura implantada, dos
empregos indiretos gerados e dos impostos pagos. Indiretamente, tem
agravado o problema social da região, por criar pólos de atração e
facilidades para a penetração das correntes migratórias.
Por outro lado, o garimpo utiliza mão-de-obra intensiva, geralmente
despreparada, e tecnologia primitiva. A atividade garimpeira ocupou um
grande contingente de trabalhadores, porém de imigrantes, transferindo a
miséria do Nordeste para a Amazônia.
O aproveitamento da riqueza mineral tem sido responsabilizado pelos
problemas ambientais e sociais impostos à região nos últimos anos. Na
realidade, a Amazônia passou a fazer parte das opções dos marginalizados
pelo processo socioeconômico brasileiro, que tentam encontrar caminhos
de sobrevivência no garimpo, na posse da terra ou na periferia dos
grandes projetos e das cidades.
Como a atividade garimpeira encontra-se em declínio, seus trabalhadores
estão engrossando as legiões dos "sem terra". Torna-se necessário criar
opções econômicas que permitam a participação dessa população — como,
por exemplo, o desenvolvimento agrícola sustentado das terras férteis e o
reflorestamento das zonas degradadas da região. Os simples assentamento
dessa população em lotes, sem qualquer orientação técnica e científica,
vai contribuir para agravar os problemas ambientais e sociais.
A discussão da problemática ambiental, relacionada com a extração
mineral na Amazônia, tem sido exacerbada em função dos conflitos
decorrentes da atividade garimpeira. De fato, merecem cuidado e
preocupação os danos causados por centenas de milhares de homens, que no
período de duas décadas vasculharam boa parte das drenagens da região.
Considerando que o garimpo normalmente atua em depósitos minerais
superficiais, a área desmatada é bastante significativa — mas muito
inferior à das queimadas motivadas pela posse da terra. Na exploração do
cascalho mineralizado, feita normalmente com uso de jatos de água, há
remoção de uma quantidade maior de material argiloso, que é lançado nos
pequenos e grandes rios, tornando-os barrentos.
Entretanto, o problema ambiental que tem causado maior polêmica está
relacionado com o uso do mercúrio na concentração do ouro. Além da
situação do próprio garimpeiro envolvido na amalgamação do ouro, foi
levantada a possibilidade de ter havido contaminação dos peixes nas
regiões com maior atividade garimpeira, como na bacia do Tapajós.
Felizmente, estudos recentes sugerem que a metilização do mercúrio, e
sua entrada na cadeia biológica, ocorreu apenas em casos isolados, e uma
maior conscientização dos garimpeiros tem reduzido a contaminação
profissional.
A expansão garimpeira também contribuiu de maneira direta para a
disseminação da malária na região, tanto em função do aumento da
população nas áreas de risco, agravado pelas condições sanitárias do
garimpo, como pela constante migração de seus habitantes.
O caos da atividade garimpeira impede a apuração das responsabilidades
pelo danos ambientais do passado, mas torna necessário um maior controle
e fiscalização pelas autoridades governamentais no presente.
Quanto à mineração empresarial, os principais projetos implantados na
Amazônia têm apresentado controle ambientais bastante satisfatórios. Nas
minas de Carajás — ferro, manganês e ouro — o desmatamento tem ficado
restrito às áreas de mineração e acesso, tendo havido reflorestamento,
com espécies locais, das zonas não mais utilizadas. A construção de
barragens de rejeito impedem que os resíduos sólidos da mineração sejam
lançados na drenagem regional.
A Companhia Vale do Rio Doce, enquanto era estatal e com a participação
de institutos de pesquisa e universidades, patrocinou estudos da flora,
da fauna, dos sítios arqueológicos, bem como desenvolveu programas de
apoio às comunidades indígenas nas áreas sob influência do projeto
Carajás. Com a empresa privatizada, espera-se que os novos donos
continuem seguindo a mesma política.
Tudo isso não impediu que a área do projeto corresponda a uma verdadeira
"ilha" de preservação ambiental, rodeada por um cinturão de ocupação,
motivada pelos mais diversos objetivos — posse da terra, pecuária,
extração da madeira e garimpagem.
Superados os equívocos iniciais, as demais áreas de mineração da
Amazônia — manganês de serra do Navio, caulim do Jari e do Capim,
bauxita do Trombetas e cassiterita do Pitinga — também apresentam
cuidados ambientais satisfatórios.
Algumas áreas da Amazônia apresentam vocação natural para uma
industrialização baseada nos insumos minerais. No caso específico de
Carajás — onde, ao lado da riqueza mineral da própria província,
somam-se os distritos da bauxita de Paragominas-Tiracambú e de caulim do
Capim — deverão ser contemplados os projetos relacionados com a
siderurgia, metalurgia do alumínio, silício, cobre e níquel, e refino do
ouro, bem como a fabricação de papel [Fig. 8].
É necessário que se encontrem novas soluções para a questão energética
da região. As grandes hidrelétricas têm apresentado altos custos
financeiros e ambientais, que comprometem todo o processo de
desenvolvimento. Alternativas poderiam ser encontradas na utilização
sustentada da biomassa e do gás natural. O crescimento industrial da
Amazônia vai depender de disponibilidade energética competitiva, mas de
fontes ecologicamente corretas, para que seus produtos não sofram
rejeição nos mercados cada vez mais seletivos e críticos.
Os recursos minerais da Amazônia somente poderão dar maior contribuição
ao desenvolvimento nacional — e regional — quando o processo de
industrialização do país permitir a elaboração de produtos finais com
elevado grau de tecnologia agregada. Só assim será possível uma melhor
remuneração para os produtos de origem mineral, que tenham maior
competitividade nos mutantes mercados atuais, num mundo onde há enorme
diferença entre exportar potato chips ou micro chips.
Investimentos terão que ser feitos para o desenvolvimento de uma
competência científica e tecnológica na Amazônia, voltada para a sua
realidade e seus recursos. E, antes de tudo, é necessário que sejam
feitos esforços para a valorização do homem da região, para que ele
possa participar — com responsabilidade — e usufruir — com qualidade de
vida — do aproveitamento de suas riquezas.
A Amazônia precisa ser melhor conhecida em toda sua complexidade física e
biológica para que a utilização de seus recursos realmente possa
significar evolução econômica e social da população do Brasil, e da
própria humanidade.
Talvez a avidez por lucros a curto prazo e a qualquer preço desses
tempos de globalização econômica insensível venha a contribuir para
acelerar o saque de seu patrimônio mineral e biológico — e essas
preocupações venham a ser lembradas apenas como um sonho utópico de
alguns cientistas.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA, Leia na * FONTE:
www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142002000200009&...
Breno Augusto dos Santos é geólogo, ex-secretário de Minas e Metalurgia
do Ministério de Minas e Energia, ex-presidente da Rio Doce Geologia e
Mineração (DOCEGEO — CVRD) e autor do livro Amazônia: potencial mineral e
perspectivas de desenvolvimento (prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do
Livro, na categoria Ciências Naturais, em 1982).
Texto publicado originalmente em inglês em Amazonia - Heaven of a New
World (Rio de Janeiro: Editora Campus, 1998), coordenado por Maria de
Lourdes Davies de Freitas, a quem a revista agradece ter autorizado a
publicação da versão em português