quarta-feira, 19 de junho de 2013

MINAS GERAIS BRAZIL



Espessartita, Brasil

This superb reddish-orange glassy Spessartine floater crystal which exhibits stepped growth striations highlighten, this gemmy crystal. Despite its thickness it's wine-red and fully translucent throughout, when backlit.

From the Navegadora Mine in Penha do Norte, Doce valley, Minas Gerais, Brazil. Also known as "Orozimbo Mine" after the farmer who owns the land in the Penha do Norte. Aimorés pegmatite district, Eastern Brazilian pegmatite province.


Size: 45x23x36mm. Photography by Y.Okazaki


Fonte: Crystals Minerals Gemstones Fossils Rocks

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Museu de Ciências e Técnica - Escola de Minas/ UFOP

Ao fundo, o Museu de Ciências e Técnica. Foto: Samuel Kikuti
O Museu de Ciências e Técnica (site) de Ouro Preto, situado no antigo Palácio dos Governadores, erguido em 1741 reúne cerca de 20 mil amostras de rochas e minerais de todo o mundo, com o destaque para uma sala que reproduz o interior de uma mina de ouro¹.

O Museu possui setor de Astrononomia, Desenho, Eletrotécnica, História Natural, Metalurgia, Mineração, Mineralogia, Siderurgia e Topografia.


Setor de Mineralogia

Setor de Mineralogia. Foto Museu.
A coleção de mineralogia teve sua origem no pequeno número de amostras trazidas pelo fundador da Escola de Minas, o cientista francês Claude Henri Gorceix, em 1875, procedentes do Laboratório de Mineralogia e Geologia, fundado por ele no Rio de Janeiro ². Ano após ano, o Museu cresceu e sua coleção é considerada hoje uma das maiores do mundo.

Site do setor de mineralogia: http://www.museu.em.ufop.br/museu/mineralogia.php




 Para aqueles que não podem visitar pessoalmente o Museu, agora pode fazer uma visita virtual em cada setor do Museu.
Visita virtual ao museu: http://www.eravirtual.org/mct_br/



Visita técnica dos estudantes de Gemologia em Agosto/2011 ao Museu.

GARIMPANDO EM REJEITOS DE GARIMPOS

GARIMPANDO EM REJEITOS DE GARIMPOS




            A atividade garimpeira é um trabalho essencialmente masculino e não sei de nenhum garimpo onde mulheres trabalhem ao lado de homens.

            Mas, se é normal que só os homens garimpem, é também normal que mulheres e crianças revolvam rejeitos deixados pela atividade dos homens, buscando material de qualidade inferior ou eventualmente alguma coisa de valor maior que eles possam ter deixado escapar. 

Isso não deixa, é verdade, de ser garimpagem também, mas não é o trabalho pioneiro, não é o desmonte primário do material mineralizado. É uma atividade secundária que só existe, quando existe, se houve homens que deram início ao garimpo e geralmente só enquanto eles nesse garimpo trabalham.

            Mas, há outro tipo de gente que revolve rejeitos de garimpos. São os colecionadores de minerais. Os garimpeiros tradicionalmente só aproveitam aquilo que eles estão buscando e minerais que se destacam pela beleza ou pela raridade são muitas vezes desprezados simplesmente porque não é aquilo que está sendo buscado.  Dizem inclusive que se um garimpo produzir ouro e diamantes os garimpeiros ficarão só com o diamante, porque ficar com os dois dá azar...

            Os garimpeiros de ametista da região do Médio Alto Uruguai, no norte do Rio Grande do Sul, chamam os minerais estranhos, ou mesmo minerais que eles conhecem, mas que se apresentam com uma aparência fora do comum, de “esquisitos”.

Minha coleção de minerais conta com vários “esquisitos” e várias peças bonitas que foram abandonadas por garimpeiros ou que deles recebi como presente. E não são bem mais numerosos simplesmente porque me falta espaço para guardá-los e porque no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina não existem garimpos em pegmatitos, rochas que fornecem minerais incríveis pela beleza, tamanho ou raridade.

A drusa abaixo, com cristais de calcita sobre ametista, provém de um garimpo de ametista do Rio Grande do Sul. (Clique nas fotos se desejar ampliá-las.) Mede 30x28x12 cm e pesa 11,9 kg. A ametista não tem boa cor, mas a peça é bonita pelo tamanho e pela associação com a calcita. Não estava no rejeito quando a vi, mas tampouco estava junto às peças que iam ser aproveitadas. Deixada de lado na boca de uma galeria (“broca”), me chamou a atenção e perguntei ao garimpeiro mais próximo o que iriam fazer com ela. Nada, disse ele. Quer levar?


Esta outra drusa, sim, estava solenemente largada no meio do rejeito. Ela mede 27x25x13 cm e pesa 8,1 kg.



O quartzo abaixo (10x8x6 cm) contém o que os garimpeiros da mesma região chamam de mosquitinhos. São inclusões de cristais de um outro mineral, a goethita, que podem ser pretos, como estes, ou dourados.  Para os garimpeiros, são impurezas e isso é motivo suficiente para descartar os cristais em que aparecem. São peças atraentes, curiosas, e que merecem figurar em coleções particulares e museus.

Os cristais de goethita às vezes formam tufos dispersos, como nesta amostra, mas outras vezes desenvolvem-se todos a partir de um mesmo plano cristalográfico, estando assim nivelados pela base.


Nesta outra drusa (7x6x4 cm), inclusões talvez também de goethita, não formam tufos, mas sim películas paralelas a uma das faces dos cristais. Esta bela peça também foi reprovada pelo controle de qualidade do garimpeiro...


Os cristais de moscovita que normalmente são vistos aqui no Rio Grande do Sul são pequenas palhetas de 1 cm ou menos de diâmetro, raramente 2-3 cm em veios pegmatoides. Mas, em um garimpo de gemas que visitei em Minas Gerais, o pátio junto à entrada da galeria estava forrado de moscovita medindo até 20 cm, se não mais. Todo esse volume era rejeito dos garimpeiros, que para nada lhes serve a moscovita. Nesse mesmo garimpo, coletei no rejeito, além de moscovita (abaixo à esquerda, medindo 18 x 8 cm), cristais de até 15 cm de espodumênio (à direita, 12x8x1 cm), outro mineral que não se encontra por aqui.



 Certa vez, junto com alunos e professores de Gemologia da UFRGS, visitamos um garimpo de ametista do Rio Grande do Sul que produzia também cristais de selenita, uma variedade incolor e muitas vezes bem límpida de gipsita. No galpão em que os garimpeiros costumam guardar ferramentas, alimentos e outras coisas relacionadas com seu trabalho, havia vários pedaços pequenos de selenita, com até uns 10 cm de comprimento. Eram peças de pouco valor comercial que o garimpeiro, generoso, permitiu que os estudantes levassem.

Cada um então pegou um cristal de selenita para si.  Eu não me interessei porque os cristais eram realmente de pouco valor. Mas, havia entre eles a peça abaixo, bem maior (17x10x5 cm), bem cristalizada e que ninguém ousou pegar, porque era claramente muito mais valiosa que os pequenos fragmentos que estavam à sua volta.  Estes, como eu disse, não me interessavam, mas aquela peça, sim. Perguntei então ao garimpeiro por quanto ele a venderia. Para minha surpresa, ele disse que eu podia levá-la. Era presente também.


Quando começaram a surgir os primeiros cristais de selenita naqueles garimpos do Médio Alto Uruguai, eram todos desprezados pelos garimpeiros, que os chamavam de “pedra-gelo”.  Mas, quando começaram a surgir cristais com dezenas de quilos, apareceram compradores e eles viram que aquilo tinha valor também. Hoje, toda a selenita é aproveitada.

Na região de Salto do Jacuí, também no Rio Grande do Sul, está concentrado o maior número de garimpos de ágata do estado (e do Brasil). E neles é comum ocorrer opala comum de cor branca, às vezes com manchas acinzentadas ou cinza-amarronzadas, como a que se vê na foto (15x7x6 cm).  Pois essa opala toda é rejeitada pelos garimpeiros e pode ser facilmente recolhida pelos interessados. 


Nos últimos anos, começou a aparecer, em um dos garimpos, uma opala também do tipo comum (sem jogo de cores), mas de cor azul-acinzentada. Como o responsável pelo garimpo era um geólogo, Klaudir Kellermann, ele soube valorizar a nova descoberta e passou a guardar toda a opala dessa cor encontrada. Quando visitamos seu garimpo pela última vez, Klaudir estava em busca de comprador para o mineral. Fosse ele um simples garimpeiro, a opala azul seria mais um mineral de valor museológico a acabar nos rejeitos do garimpo.

A peça abaixo, de 8x4x3 cm, recebemos dele. 


Eu disse, no início, que os garimpeiros costumam desprezar aquilo que não é o objetivo de seu trabalho. Mas, mesmo o mineral por eles procurado pode ser encontrado nos rejeitos em peças de boa qualidade. A drusa de ametista ao lado foi abandonada simplesmente por ser pequena (8x5x2 cm), mas a cor, o brilho e o tamanho dos seus cristais são muito bons. 


O Rio Grande do Sul é o maior produtor brasileiro de ágata e ametista. A ágata é produzida principalmente na região de Salto do Jacuí, no centro do Estado, enquanto a ametista provém sobretudo do Norte, de Ametista do Sul e mais sete municípios ao seu redor.  Curiosamente, a ágata não é abundante na região produtora de ametista, mas, quando aparece, geralmente é muito bonita, além de estar associada à ametista. Como o garimpeiro quer é ametista, se ela não é boa, vai para o rejeito, ainda que acompanhada de uma bela ágata, como na peça abaixo, de 12x10x5 cm.


Em Fontoura Xavier (RS), estive num garimpo de ágata que produzia vários outros minerais. Como de hábito, os garimpeiros só aproveitavam a ágata. Foi assim que de lá trouxe a interessante cornalina de 11x10x4 cm da foto abaixo. Também lá encontrei um geodo de opala cinza-azulado. A foto a seguir mostra um fragmento pequeno (6x6x1 cm) dele; a parte maior, de uns 12 cm pelo menos, coloquei no acervo do Museu de Geologia da CPRM.  Essa opala, sob luz ultravioleta, mostra notável fluorescência em verde-maçã.  






A drusa de citrino abaixo (cerca de 10x15 cm) não se destaca pela cor, muito menos pela pureza. Mas, ela é importante porque provém da única ocorrência de citrino natural que encontrei depois de visitar praticamente todos os garimpos de gemas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Encontrei-a em um garimpo abandonado de ametista (e citrino?) de Bonaiumer, Caxias do Sul (RS), e pertence também ao Museu de Geologia da CPRM.  




A pequena “escultura” de quartzo abaixo foi coletada num garimpo de ametista.


As “pinhas” de ametista são sempre valorizadas, mas esta, de 6x5x6 cm, com cor realmente ruinzinha, foi parar no rejeito. Resgatei-a num garimpo de Entre Rios (SC).


Por fim, quero mostrar um tipo de material que teria tudo para ser rejeitado, mas que tem recebido uma valorização meio surpreendente. É o que o comércio de gemas vem chamando de “flor de ametista”.  São peças de formato irregular, como uma crosta cristalina, sem brilho, com cor esbranquiçada a roxa, sempre clara. As dimensões são bem variáveis, geralmente com 30 cm ou menos, mas podem ser muito maiores. Talvez por seu aspecto muito exótico, atrai o público e tem sido aproveitada. Mas, o exemplar abaixo foi coletado em rejeito.


Os minerais de minha coleção coletados em garimpos são quase todos do Rio Grande do Sul ou de Santa Catarina. Mas, na primeira coleção que organizei e que hoje pertence ao Museu de Ciências Naturais da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) há peças de vários outros estados.

            Diante do que eu mostrei, é fácil de entender por que o colecionador que visita um garimpo encanta-se e vibra com o que pode coletar e trazer gratuitamente. Mas, se este colecionador é como eu, geólogo, fica muito dividido. Ele alegra-se como colecionador, mas, como profissional e cidadão consciente, lamenta que se esteja desprezando coisas tão bonitas, de valor mineralógico, de importância museológica e às vezes, também científica. Um cristal defeituoso, sem valor comercial para o garimpeiro, pode ser, justamente pelo defeito que exibe, uma raridade a ser preservada. Mais de uma vez eu disse isso a garimpeiros, mas o fiz sempre consciente de que seria esperar demais que eles ficassem estocando minerais sem valor comercial contando com a possibilidade de talvez um dia aparecer um pesquisador ou colecionador que talvez se interessasse por algumas delas e talvez se dispusesse a fazer uma compra.

            Felizmente, está surgindo entre os comerciantes de gemas do Rio Grande do Sul uma nova consciência, e peças antes rejeitadas estão sendo por eles adquiridas, pois aprenderam - ou estão aprendendo - que elas podem ter valor como peças de coleção. Acredito que, com isso, muitas peças valiosas estejam sendo salvas, preservadas em coleções particulares ou mesmo em museus públicos.

Turmalina:


Turmalina:

A turmalina é a pedra preciosa que mais se produziu em São José da Safira, hoje a produção encontra-se escassa devido a enorme exploração em tempos anteriores.
As turmalinas produzidas em São Jose da Safira são gemas muito belas e de excelente qualidade, podendo ter várias cores: azul, vermelha, rosa, verde, preta dentre outras, e, existem também as multicoloridas, podendo até mesmo possuir em uma única gema 03 cores diferentes. ex: vermelho,verde e azul.
As turmalinas aqui produzidas chegadas ao tom máximo de vermelho, são também conhecidas na região como rubilita ou rubi.
 

Mina de diamante em Gilbués funciona com guia de autorização para pesquisa

Mina de diamante em Gilbués funciona com guia de autorização para pesquisa

Atualizado em 14/03/2012 - 16:32 h
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Diamantes extraído de mina em Gilbués, a 800 Km de Teresina Diamantes extraído de mina em Gilbués, a 800 Km de Teresina (Foto: Reprodução)
As autoridades brasileiras e do Piauí, sobretudo o Ministério das Minas e Energia e a Polícia Federal, precisam abrir o olho para não ver se repetir com o diamante de Gilbués, município situado a 800 Km de Teresina, o mesmo que aconteceu com a opala de Pedro II, contrabandeada às carradas para fora do país há tempos, segundo quem testemunhou a remessa das pedrinhas azuis e branco  para a Europa. A oficialização da existência de uma mina de diamantes, de aproximadamente dois milhões de quilates, dependeria apenas e tão somente da assinatura do secretário de Geologia, Mineração e Metalurgia, do Ministério das Minas e Energia, Cláudio Scliar, já que foi aprovada pela representação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no Piauí.

Sob suspeita

Garimpeiros lavam o cascalho em mina de Gilbués: Polícia Federal investiga contrabando de diamantes (Foto: DNPM)
Em Gilbués, o trabalho de garimpo funciona ainda a título de pesquisa [?], liberado e pleno vapor  apenas por uma guia de autorização, mas, segundo dados do DNPM, de lá já teriam saído três mil quilates de diamantes certificados. O diamante do Piauí é puro, com certificado Kimberley, órgão criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para atestar diamantes quanto à sua origem e legalidade.

Exportação

Em 28 de fevereiro de 2008, os portais de notícias do Piauí, do Brasil e do mundo repercutiram a informação de que teria sido oficializada a exportação de diamantes extraídos em Gilbués, citando a Bélgica e os Emirados Árabes como destino das pedras. "Depois de cinco décadas de exploração clandestina, a atividade de mineração teria sido legalizada", comemoravam. Uma solenidade no Distrito do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Teresina "oficializou" o lacre dos diamantes. Presentes ao ato, o então secretário do Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (Sedet), deputado estadual Valério Carvalho; o chefe do DNPM-PI, Francisco Hilário, e o representante da DM Mineração, Shukry Layousse, sócio da empresa que explorava a mina desde 2003. Ou seja, havia cinco anos que a DM Mineração pesquisava diamantes em Gilbués. Pesquisa demorada essa, não!

E a fiscalização?

"Os primeiros diamantes extraídos - dois lotes da pedra preciosa - somam 632 quilates. Um lote com 300 quilates será exportado para a cidade de Dubai, nos Emirados Árabes, e o segundo, com 332 quilates, será vendido para a Bélgica. Os diamantes serão vendidos por aproximadamente U$ 125 mil dólares. Cada pedra custa entre 150 e 200 dólares no mercado internacional", escreveu a jornalista Danielle Maciel, naquela data.

O Globo Repórter será exibido na sexta-feira após o BBB (Foto: Ccom)
Capivara em HD


A caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, do qual o Piauí é detentor da maior área selvagem preservada do planeta - será destaque na sexta-feira (16), no Globo Repórter (TV Glovo). “Nos Céus do Brasil” vai exibir em imagens HD o Parque Nacional Serra da Capivara, capturadas durante um sobrevoo de balão.

Emoção incontida

Um helicóptero acompanhou o balão pelas paisagens do parque. As imagens revelam belas tomadas, além da emoção incontida do repórter
Francisco José e Sérgio Chapelin: emoção na caatinga piauiense (Foto: CCom) Francisco José e de um vaqueiro piauiense, convidado a voar sobre os cânions da serra. A entrevista, ao amanhecer, da arqueóloga Niéde Guidon, num dos desfiladeiros do parque, é igualmente emocionante. É ver para crer.

Francisco José e Sérgio Chapelin: emoção na caatinga piauiense (Foto: CCom)
Internet de graça


A região do Grande Dirceu, especificamente uma área de 150 metros no entorno da Biblioteca Estação Nova Cultura, passas a contar com internet gratuita, modernização dos equipamentos e cursos de informática a partir de abril. O mesmo vai acontecer com os moradores próximos ao Complexo Cultural Ponte Estaiada que vão poder acessar gratuitamente internet gratuita. A promessa de universalizar a banda larga começa a virar realidade.

Chapada Diamantina, no coração da Bahia

Ao padroeiro Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos os garimpeiros que desbravavam a Chapada Diamantina, no coração da Bahia, pediam proteção e sorte para encontrar uma pedra que mudasse suas vidas. Fosse pepita de ouro ou diamante do tamanho de um olho. Hoje, após o fim do garimpo, a região ainda recebe exploradores interessados em suas riquezas naturais. Só que com outros objetivos.
Destino é repleto de paisagem de encher os olhos, como o Morro do Pai Inácio - Felipe Mortara/AE
Felipe Mortara/AE
Destino é repleto de paisagem de encher os olhos, como o Morro do Pai Inácio
No lugar das pedras, são as obras de arte naturais que despertam a cobiça dos turistas. Que tiram, de tesouros como Morro do Pai Inácio, Cachoeira da Fumaça, rios, grutas e estalactites, nada além de belas fotos.
Por sua extensão gigantesca - são mais de 30 mil quilômetros quadrados, área equivalente à da Bélgica - a Chapada Diamantina até hoje não foi completamente desvendada. Some a essa imensidão de formações geológicas raras o conhecimento dos antigos caçadores de riquezas e dos qualificados guias locais. E fica fácil entender que a região é uma espécie de Disneylândia do ecoturismo nacional. Com imenso potencial de revelar novos encantos.
Para melhorar, o destino não tem baixa estação. A época seca (abril a outubro) é ideal para caminhar pelas trilhas e ver os famosos raios de luz atravessarem fendas na pedra para iluminar os Poços Azul e Encantado; a das chuvas (novembro a março) garante cenário verde exuberante e a melhor performance de cachoeiras como a da Fumaça, com seus 340 metros.
Criado em 1985 para proteger parte da região da ameaça do garimpo, o Parque Nacional da Chapada Diamantina ocupa menos de 5% da área total, com 1.250 quilômetros quadrados. Em seu território está apenas parte de tudo o que o visitante pode descobrir. Outros atrativos ficam em propriedades particulares, áreas de proteção ambiental e parques municipais.
"Semelhante variedade de passeios não existe em nenhum outro lugar. Nunca vi tanta diversidade", afirma Jota Marincek, diretor da Venturas & Aventuras, que opera roteiros pela chapada há 20 anos.
Faz pouco mais que isso que começou a exploração turística da região e, mesmo assim, não é raro surgirem novos roteiros. A Cachoeira do Buracão (leia na página 11) ganhou destaque no início dos anos 2000 e colocou no mapa a pacata Ibicoara. Duas das mais recentes revelações, as Cachoeiras Encantada e da Fumacinha - queda de quase 200 metros num paredão estreito - dão mais provas dessa fartura. Que se esparrama por 24 municípios (Lençóis, Andaraí, Mucugê e Palmeiras, além do distrito de Capão, são os principais) acessíveis, em sua maioria, pelas rodovias BR-242 e BA-142, ambas em boas condições.
Pela proximidade com o aeroporto e as atrações clássicas, como Morro do Pai Inácio e Grutas Lapa Doce e Pratinha, Lençóis costuma ser o ponto de partida. Está lá a melhor infraestrutura de hospedagem, restaurantes e serviços. Com a vastidão de possibilidades e distâncias entre os pontos principais, o tempo costuma ser fator determinante nos roteiros pela região. Um bom planejamento faz toda a diferença e, muitas vezes, os pacotes turísticos compensam. Caso queira fazer roteiros específicos ou dedicar mais tempo a determinadas atrações tente, ao menos, viajar em grupo: na Chapada Diamantina, ir sozinho pode, sim, ser sinônimo de custo mais alto.
Brilhante. Foi no século 17 que os garimpeiros descobriram ouro em Rio das Contas e Itapicuru, no sul da chapada. O metal foi encontrado em boa quantidade, mas escasseou após um século de remessas a Portugal.
As jazidas de diamantes que batizaram a região foram achados mais de 100 anos depois, em 1845, nos Rios Mucugê e Lençóis. A exploração dos brilhantes contribuiu para a construção da cidade de Lençóis, que chegou a ser conhecida como Vila Rica da Bahia. Isso até que, a partir de 1871, a extração de pedras de altíssima qualidade na África do Sul a preços mais baixos que os brasileiros levou esta região da Bahia - e também a de Diamantina, em Minas - ao colapso econômico.
Hoje, as principais fontes de renda por lá são a produção de hortifrútis nos arredores de Mucugê e de café no Vale do Capão e em Ibicoara. O turismo também tem seu destaque. Diante da quantidade de belezas espalhadas, não será de estranhar se os visitantes se tornarem cada vez mais importantes para a economia da região. Se depender das preces ao padroeiro, a procura está garantida.