quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Goldfields compra depósitos da Barrick na Austrália

Goldfields compra depósitos da Barrick na Austrália
Por 270 milhões de dólares  a sul africana Goldfields adquiriu os ativos da Barrick Gold em Yilgarn Sul que inclui as minas de Granny Smith, Lawlers e Darlot. Essas minas produziram em 2012 um total de 452.000 onças de ouro.
Preocupa o custo operacional total (all-in sustaining costs) muito elevado dessas minas, de $1.137/oz. A Goldfields deve estar confiante na capacidade de seu gerenciamento de reduzir esses custos. Isso, ou a aquisição poderá se tornar em um grande prejuízo.

CITIC Pacific inicia produção de minério de ferro em sua gigantesca mina Sino Iron

CITIC Pacific inicia produção de minério de ferro em sua gigantesca mina Sino Iron
Após quatro anos de atrasos a chinesa CITIC Pacific deverá iniciar a produção de sua mega mina Sino Iron. Sino Iron é um projeto que teve o seu CAPEX extrapolado inúmeras vezes atingindo, recentemente, o total de 10 bilhões de dólares, o que torna Sino Iron no maior projeto de magnetita a entrar em produção do mundo. As expectativas da CITIC é de produzir 28 milhões de pelotas com teores de 67%Fe, por ano só perdendo, em 2014, para a Samarco que irá produzir 30Mt/ano após a expansão.
A Sino Iron se localiza na região produtora de minério de ferro Pilbara no oeste australiano. Segundo os planos da CPM serão adquiridas reservas adicionais de 3 bilhões de toneladas o que permitirá uma produção anual de 70 milhões de toneladas tornando a Sino Mine em uma das maiores operações do mundo.

Ouro: para onde vai o metal?

Ouro: para onde vai o metal?
A conferência do LBMA (London Bullion Market Association) em Roma viu previsões otimistas. Segundo os participantes os preços do metal deverão ficar em torno de $1400 em 2014.
No entanto o que mais chamou a atenção é a confirmação de quem são os principais consumidores de ouro no mundo. A China e Índia são responsáveis pelo consumo de nada menos do que 60% da produção mundial. Somente a China deverá consumir mais de 1.000 toneladas em 2013, um número ligeiramente maior do que os indianos irão consumir no mesmo período. A África do Sul, que já foi a maior produtora de ouro do planeta, teve uma produção declinante, atingindo apenas 167t em 2012. A Índia é o segundo lugar apesar do governo ter aumentado as tarifas de importação de 1% para 10% em 2012.
 Enquanto isso, os chineses, inteligentemente, flexibilizam a importação e o comércio do ouro por parte dos bancos e das empresas multinacionais mostrando ao mundo quem vai dominar completamente o setor nos próximos anos.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Opalas

Opalas


Com as suas diversas variedades, as opalas têm maravilhado os Homens desde a Antiguidade. Esta pedra, com exemplares de uma beleza ímpar, é tida como a gema nacional da Austrália.
A opala ocorre em diversas variedades, entre as quais distingue-se a opala nobre, a opala comum, a opala de fogo e a opala de madeira. Todas são usadas em joalharia.
Tal como o quartzo, a opala é uma substância composta por sílica (SiO2) e também por água (até 10%). É uma substância amorfa, não possui uma estrutura cristalina e deste modo não pode ser denominada de mineral, no sentido estrito do termo, mas sim de mineralóide. Apresenta-se em veios, glóbulos e em crostas de várias cores. Tem uma dureza ligiramente inferior à do quartzo.

As opalas são muitas vezes impregnadas com óleo para disfarçar a presença de microfracturas que se desenvolvem espontaneamente, muito provavelmente devido à perda de moléculas de água quando expostas ao ar. Também se usam resinas e silicone. Estes tratamentos não são permanentes.
A opala comum quando surge com cores bonitas é, geralmente, talhada em cabochão(1) para fazer parte de aneis e colares. As cores passam pelo verde, amarelo, rosa, vermelho e azul.
A variedade mais importante é a que exibe um “jogo de cores”: a dita OPALA NOBRE. Pode ser descrita como preta ou branca consoante a sua cor: a preta inclui o cinzento, o azul escuro e o verde; a branca inclui os tons claros. A variedade mais valiosa é a opala nobre “preta” devido ao facto de ser a que mostra da melhor maneira (com mais contraste), a multiplicidade de cores. Algumas variedades brancas e porosas são tratadas de modo a torná-las “negras”. Para isso são imersas em soluções saturadas de açucar e posteriormente tratadas com ácido sulfúrico concentrado para retirar a água. O efeito traduz-se na retenção dos átomos de carbono do açúcar nos interstícios da pedra.
O “JOGO DE CORES” ou iridescência(2) é causado pela difracção da luz incidente que é devida ao tipo de estrutura que as opalas apresentam.
Até 1964 esta estrutura não era conhecida e consequentemente a síntese de opalas não era possível. Foi graças ao micoscópio electrónico, que se descobriu que os apreciados efeitos ópticos eram produzidos pelo arranjo tri-dimensional de esférulas de sílica de igual tamanho (ultramicroscópicas) espaçadas regularmente, que funcionam como uma rede de difracção.

A difracção da luz provoca a sua decomposição em cores do espectro de luz visível. São essas cores que se podem observar quando a pedra é olhada de diversos ângulos e que a tornam tão desejada.
O tamanho das esférulas de sílica varia consoante os diversos tipos de opala. Desta forma, consoante o maior ou menor tamanho das esférulas de sílica também o “jogo de cores” produzido tem mais ou menos cores: as opalas constituídas por esférulas maiores permitem a passagem, através dos espaços entre elas, de todos os componentes da luz branca; as opalas constituídas por esférulas menores bloqueiam os comprimentos de onda maiores (responsáveis pelos vermelhos e laranjas). Assim as primeiras produzem uma irisação com muitas cores (do vermelho ao violeta do espectro de luz visível) e as segundas produzem uma irisação com menos cores.

Depois de conhecida a estrutura das opalas, foi possível iniciar experiências para a sua síntese. Em 1974, as primeiras opalas sintéticas foram comercializadas por Pierre Gilson.
A opala é depositada em cavidades e fissuras nas rochas, a partir da precipitação química de águas ricas em silício ou pode ter origem na acumulação de restos de esqueletos de organismos marinhos animais (radiolários e espículas de certas esponjas) e vegetais (diatomáceas). Também ocorre em fósseis substituíndo as estruturas originais (opala de madeira).
A opala de madeira, xilopala ou xilóide, forma-se quando no processo de fossilização há a substituição da celulose, principal constituinte da madeira, por opala. Na floresta Petrificada de Holbrook, no Arizona, EUA, encontram-se magníficos troncos de araucária petrificados com 65m de comprimento e 3m de largura. Este local é actualmente um Parque Nacional.
A opala de fogo, também muito apreciada, apresenta-se transparente com uma bonita cor castanho-mel avermelhado. Por vezes esta variedade exibe também iridescência, tornando-se mais valiosa. Esta variedade provém essencialmente do México.

A melhor maneira da opala exibir o efeito do “jogo de cores” é quando é talhada em cabochão. As opalas de fogo são muitas vezes facetadas e no caso de poderem exibir alguma iridescência são frequente talhadas com a “mesa” (a faceta maior da coroa), ligeiramente curva.
Opalescência é um termo que se refere ao efeito translúcido e leitoso que algumas opalas apresentam; no entanto este termo é, muitas vezes, erradamente utilizado para definir o efeito óptico da multiplicidade de cores observadas nas variedades de opala nobre.
O nome opala deriva de upala, que em sânscrito significa pedra ou pedra preciosa. Esta pedra é conhecida e apreciada desde a Antiguidade. Os Romanos consideravam-na a gema mais bela depois da Esmeralda. Contava-se que “(…) no sec. I a.c., o senador Nonnio preferiu partir para o exílio a ter de ceder uma opala preciosa a Marco António.” In colecção Minerais e Pedras Preciosas, 1993.
Foi associada ao poder e a várias capacidades medicinais, mas mais tarde adquiriu fama de trazer azar. Esta fama perdurou durante muito tempo e só nos finais do sec. XIX, com a descoberta das enormes jazidas na Austrália, é que começou outra vez a ser procurada como pedra de adorno. A rainha Victória, que gostava muito desta gema, contribuiu muito para a sua divulgação.
As jazidas mais antigas localizam-se na ex-Checoslováquia. Actualmente cerca de 96% da produção de opalas nobre provem da Austrália. Há também jazidas no México, no Brasil, nos EUA (Oregon, Nevada e Idaho) e na Ucrânia.

As bonitas opalas australianas foram descobertas em 1869 em Listowel Downs (em Western Queensland), mas é só em 1889 que a indústria das opalas se estabelece, quando Tullie Wollaston as comercializa com sucesso. Ocorrem numa vasta região denominada de “cintura de opala de Queensland”, com 800 Km, entre New South Wales e a fronteira Queensland / Kynuna; são zonas muito áridas aonde as condições de vida são difíceis.
Actualmente os exemplares de opala nobre preta provêm de Lightning Ridge, New South Wales, mas no passado entre as décadas de 30 e 60 magníficas opalas pretas provinham da mina Mighty Hayricks.
Situada entre Adelaide e Darwin, Cober Pedy é a mina de opala mais larga do mundo e foi descoberta em 1915 por um rapaz de 14 anos de idade durante uma expedição à procura de água. Cober Pedy é responsável por cerca de 80% da produção australiana.
(1) Cabochão é um estilo de talhe: a pedra apresenta um topo côncavo de forma, geralmente, arredondada e uma base mais ou menos plana.
(2) Iridescência – reflecção das cores do arco-íris.

Outras Gemas

Outras Gemas

"Opala”
A palavra opala deriva do termo em latim opalus, mas a origem desta palavra é ainda uma questão de debate. No entanto, as referências mais recentes sugerem que tem origem na palavra em sânscrito Upala. O termo aparece pela primeira vez em referências Romanas cerca de 250 a.C., numa época em que a opala era valorizada acima de todas as outras pedras preciosas.
A opala de qualidade Gema denomina-se opala CT. Gemologicamente distinguem-se as seguintes variedades: opala negra; opala branca; opala de fogo; opala de água; opala matrix.
É a gema mais apreciada dentro do grupo do sílice (Si O2); é composta de 2% a 20% de água e 2 minerais de cor branca ou leitosa turva, conhecidos pelo nome de Cristobalita e Tridimita, que sob a forma de sucessivas capas de lepisferas provocam o efeito iridescente tão apreciado e também conhecido por jogo de cores.
Embora a opala seja considerada por muitos um sílice amorfo, podemos no entanto defini-la como semi-cristalina, visto os minerais que a compõem cristalizarem em maclas ou pequenos cristais tabulares (ambos óxidos de sílicio). Existem algumas variedades deste material, sendo as mais importantes, e por ordem decrescente, a opala nobre, a opala comum e a menos conhecida, uma variedade de cor verde bastante similar em aspecto à Crisóprasa e que deve a sua cor ao níquel. Na variedade nobre destacaremos a opala negra, a opala branca, a de água, a opala de fogo, etc.
A estrutura interna de opala faz com que difracta a luz; dependendo das condições em que se formou pode assumir variadas cores. A opala varia de transparente a branco, cinza, vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, magenta, rosa, castanho e preto. Dessas matizes, o conjugação de vermelho e negro é a mais rara, enquanto que brancos e verdes são as mais comuns. Ela varia de densidade óptica de opaco para semi-transparente. Para o uso como pedras preciosas em ourivesaria, a sua cor natural é muitas vezes reforçada pela colocação de camadas finas de opala sobre uma pedra de tom mais escuro, como basalto.
A Austrália produz cerca de 97% das opalas existentes do mundo. A opala banca constitui até 60% da totalidade das opalas, mas não pode ser encontrada em todos as minas exploradas.
A maior e mais valiosa opala do mundo é conhecida como "Olympic Australis", tendo sido encontrada em Agosto de 1956 perto da localidade australiana de Coober Pedy. Com um peso de 17 mil quilates (3.450 gramas), possui 280 mm de comprimento, com uma altura de 120 mm e uma largura de 110 mm.
As principais jazidas encontram-se na Austrália e no México (As opalas negras encontra-se unicamente na Austrália, na região Lightning Ridge; As melhores opalas de fogo encontram-se no México).


"Ametista”
A ametista é uma gema fanerocristalina que cristaliza no sistema trigonal. Outrora muito utilizado pelos antigos egípcios na Antiguidade, este quartzo apresenta uma cor violeta ou púrpura de óxido de silício (SiO2).
Até ao século XVIII foi a principal pedra preciosa (chegando a ser considerada a Rainha das Pedras Preciosas). A origem da palavra provém do grego a, "não" e methuskein, "intoxicar", relacionada com a antiga crença de que a pedra protegia o seu dono da embriaguez.
A sua cor, de um roxo/lilás intenso, deve-se a centros de cor produzidos por Fe2+ ou Fe3+- (Ferro Ferroso ou Ferro Férrico). Esta cor, podendo variar de intensidade e tornando-se mais valiosa quanto mais escura for, é passível de ser alterada ou eliminada por aquecimento e radiações ultravioletas e o seu brilho vítreo passa a iluminar um tom amarelado ou mesmo incolor.
Tendo uma dureza de 7, segundo a Escala de Mohs, e um peso pouco elevado de 2,65 gr, a gema é composta por uma sobreposição irregular de lâminas alternadas de quartzo esquerdo e direito que assumem pequenas formas triangulares.
Apesar de a ametista ser amplamente conhecida, apenas alguns locais abrigam esta pedra preciosa. Tais cristas ocorrem em cavidades alongadas em rochas de granito e em revestimentos de ágata. Há pedras lindíssimas provenientes da Rússia, Uruguai, Índia e Sri Lanka, sendo que o principal produtor é o Brasil.
Por vezes, o corindon comum roxo ou a safira, de qualidade gema, em tons de ametista são designados ametista oriental, expressão utilizada por joalheiros para pedaços de quartzo ametista comum, mesmo não sendo proveniente de fontes orientais.
Considerada a pedra do nascimento, a ametista é o símbolo do entendimento celeste, do pensamento pioneiro e da acção na filosofia e religião. Outrora, fora utilizada pelos soldados nos cabos das espadas como amuleto contra a morte nas batalhas.



"Alexandrite”
A alexandrite é uma das três variedades distintas do crisoberilo. É um óxido duplo de alumínio e berilo (BeAl2O4). A união da sua rede cristalina é iónica. Cristaliza no sistema rômbico e raramente em cristais isolados.
A característica mais sensacional desta gema consiste na sua surpreendente capacidade de mudar de cor. Verde ou verde-azulado à luz do dia, a Alexandrite adquire um tom suave de vermelho ou púrpura sob uma luz incandescente. Esta propriedade óptica produz-se porque absorve radiações amarelas e azuis, deixando passar as vermelhas e verdes. Esta característica óptica única faz com que seja uma das gemas mais interessantes.
A alexandrite é muito escassa, algo que está directamente relacionado com a sua composição química. É basicamente um crisoberilo, um mineral incolor ou amarelo transparente. Este difere de outros crisoberilos na medida em que não só contém ferro e titânio, mas também crómio como uma impureza principal. E é este elemento que explica a sua mudança de cor espectacular.
Ao contrário de outras gemas, a alexandrite necessita de condições geológicas muito específicas para a sua formação. O elemento berílio (um dos principais constituintes do crisoberilo) e crómio (o corante numa alexandrite) têm características químicas contrastantes e geralmente não ocorrem em conjunto, sendo encontrados em tipos de rocha distintos. Este cenário geológico ocorre raramente na Natureza, motivo pelo qual as alexandrites são escassas.
A Rússia manteve-se como a principal fonte de alexandrites a partir do momento em que gemas extraídas de minas nos Urais se tornaram disponíveis no mercado. É deste país que a gema recebe o seu nome, em homenagem ao czar Alexandre II. Esta situação modificou-se em 1987, quando alexandrites foram descobertas na região de Minas Gerais, no Brasil. A cor das pedras brasileiras é reconhecidamente um verde não tão forte como o da alexandrite russa, mas a mudança de cor é claramente perceptível. A alexandrite é também obtida de fontes no Sri Lanka, na região de Tunduru no sul da Tanzânia – que tem vindo a produzir alguns exemplares em circulação desde meados da década de 1990, na Índia, na Birmânia, em Madagáscar e no Zimbabwe.
É uma gema bastante rara que alcança valores muito elevados. Como nota, as Alexandrites dos Montes Urais (Rússia) estrão completamente esgotadas, na actualidade.