A Diversidade Das Gemas Brasileiras
O Brasil é mundialmente conhecido pela sua riqueza em
pedras preciosas.
Das nove províncias gemológicas existentes no mundo, ou seja, das nove
regiões geográficas excepcionalmente ricas em gemas, nosso país é
líder não apenas na quantidade produzida, mas também na diversidade.
Para se ter uma idéia do quanto aqui se produz, basta dizer
que apenas o estado de Minas Gerais contribui com cerca de 25% da
produção mundial
(Favacho, 2001). Para demonstrar a diversidade, basta dizer que um
brasileiro bem informado e de bom nível cultural consegue citar
(conhecendo ou não) cerca de quinze pedras preciosas, mas que existem,
em nosso país, mais de cem tipos diferentes.
Elaborar uma lista das gemas de um país é tarefa que apresenta algumas dificuldades:
- devem-se incluir apenas as gemas produzidas ou todas as existentes ?
- devem-se incluir gemas existentes mesmo que as ocorrências
sejam esparsas ou apenas aquelas que são encontradas num número
significativo de locais ?
- uma gema que já foi produzida,
mas que hoje está com suas reservas esgotadas, deve figurar na lista ?
- minerais que podem ser lapidados, mas só o são para peças
de coleção, não para confecção de joias, devem ser considerados ?
Essas são algumas questões que exigem uma definição de
critérios. Assim, os critérios adotados para elaborar a relação
apresentada a seguir são os seguintes:
a) foram incluídas gemas que podem não estar sendo produzidas, mas que existem em volume considerável em pelo menos um
lugar do país, como é o caso do rubi.
b) incluíram-se também gemas cuja produção foi importante, mas cujas jazidas estão hoje em fase de esgotamento, como a
turmalina Paraíba.
c) não foram incluídas substâncias minerais que são usadas para
obtenção de
objetos decorativos, mas não para adorno pessoal, pois, segundo a ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) este segundo uso é condição
indispensável para que uma substância seja considerada gema. Ficaram
de fora, por isso, substâncias como pedra-sabão, gipsita e
agalmatolito.
d) variedades diferentes de um mesmo mineral foram consideras gemas
diferentes. Ex.: quartzo rosa quartzo enfumaçado, ametista, citrino,
ágata, etc. (gemas diferentes, mas todas variedades de quartzo).
e) gemas que têm dois nomes diferentes aparecem com o nome
oficialmente recomendado pela Comissão de Minerais Novos Nomenclatura e
Classificação da International Mineralogical Association. Ex:
schorlita (e não
afrizita), titanita (e não
esfênio).
f) em lugar de
quartzo, termo que designa um grande número de gemas diferentes, usou-se
cristal-de-rocha,
que é o quartzo macrocristalino e sem impurezas. Embora esta seja uma
denominação muito inadequada, está consagrada pelo uso em todo o mundo e
em muitos idiomas.
g) praticamente todas as gemas brasileiras são minerais, ou seja
pedras preciosas. Mas foram incluídas duas gemas orgânicas, o copal,
uma espécie de resina semelhante, ao âmbar, e a jarina, também chamada
de marfim-vegetal, uma palmeira da Amazônia que tem sementes grandes e
muito duras, pois ambos são usados como adorno pessoal.
h) foram incluídas gemas como aragonita, fluorita e apofilita, que
não costumam ser vistas no mercado de gemas brasileiras, mas existem em
nosso país e são assim consideradas pelo Departamento Nacional
Produção Mineral (DNPM, 1983).
i) são tantos e tão variados os tipos de jaspe que poderiam ser
considerados gemas independentes; são, porém, aqui, considerados uma
só.
j) existe, no Brasil, citrino natural, mas o citrino aqui produzido é
principalmente aquele obtido por tratamento térmico da ametista. Isso
permite que sejam considerados duas gemas diferentes, mas são aqui
reunidas sob o mesmo nome, até porque o preço de mercado dos dois é o
mesmo. Pela mesma razão, chama-se de ágata indistintamente a natural e
aquela de cores obtidas por tingimento.
Obedecendo a esses critérios, chega-se à relação abaixo, de
108 gemas diferentes. Vê-se, portanto, que as cerca de 15 pedras
preciosas que uma pessoa culta e bem informada consegue citar não são
nem 15 % do elenco de gemas brasileiras.
RELAÇÃO DAS GEMAS BRASILEIRAS
Gemas orgânicas
Copal
Jarina
Granadas
Almandina
Grossulária
Hessonita
Piropo
Rodolita
Spessartina
Grupo das olivinas
Crisólita
Peridoto
Variedades de berilo
Água-marinha
Berilo verde
Esmeralda
Goshenita
Heliodoro
Morganita
Variedades de coríndon
Rubi
Safira
Variedades de crisoberilo
Alexandrita
Crisoberilo
Olho-de-gato
Variedades de espodumênio
Hiddenita
Kunzita
Trifana
Variedades de feldspato
Adulária
Amazonita
Variedades de opala
Opala-de-fogo
Opala preciosa
|
Variedades de quartzo
Ágata
Ametista
Aventurino
Calcedônia
Cornalina
Crisoprásio
Jaspe
Ônix
Ônix-real
Concreção de sílica
Heliotrópio
Citrino
Cristal-de-rocha
Madeira fossilizada
Oneguita
Quartzo azul
Quartzo com dendritos
Quartzo com goethita
Quartzo com turmalina
Quartzo enfumaçado
Quartzo mórion
Quartzo olho-de-gato
Quartzo rosa
Quartzo rutilado
Variedades de turmalina
Acroíta
Dravita
Indicolita
Rubelita
Schorlita
Turmalina bicolor
Turmalina melancia
Turmalina Paraíba
Verdelita
Variedades de topázio
Topázio
Topázio-imperial
|
Demais gemas
Allanita
Ambligonita
Anatásio
Andaluzita
Apatita
Apofilita
Aragonita
Axinita
Barita
Brasilianita
Calcita
Cassiterita
Childrenita
Cianita
Cordierita
Crisocola
Diamante
Diopsídio
Dumortierita
Epídoto
Escapolita
Esfalerita
Espinélio
Estaurolita
Euclásio
Fenaquita
Fluorita
Gahnita
Hematita
Herderita
Lazulita
Malaquita
Nefrita
Obsidiana
Petalita
Pirita
Quiastolita
Rodonita
Rutilo
Scheelita
Sillimanita
Sodalita
Titanita
Turquesa
Zircão
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As mesmas 109 gemas em ordem alfabética são:
Acroíta
Adulária
Ágata
Água-marinha
Alexandrita
Allanita
Almandina
Amazonita
Ambligonita
Ametista
Anatásio
Andaluzita
Apatita
Apofilita
Aragonita
Aventurino
Axinita
Barita
Berilo verde Brasilianita
Calcedônia
Calcita
Cassiterita
Childrenita
Cianita
Citrino
Concreção de sílica
Copal
Cordierita
Cornalina
Crisoberilo
Crisocola
Crisólita
Crisoprásio
Cristal-de-rocha
Diamante
Diopsídio
Dravita
|
Dumortierita
Epídoto
Escapolita
Esfalerita
Esmeralda
Espinélio
Estaurolita
Euclásio
Fenaquita
Fluorita
Gahnita
Goshenita
Grossulária
Heliodoro
Heliotrópio
Hematita
Herderita
Hessonita
Hiddenita
Indicolita
Jarina
Jaspe
Kunzita
Lazulita
Madeira fossilizada
Malaquita
Morganita
Nefrita
Obsidiana
Olho-de-gato
Oneguita
Ônix
Ônix-real
Opala-de-fogo
Opala preciosa
Peridoto
Petalita
Pirita |
Piropo
Quartzo azul
Quartzo com dendritos
Quartzo com goethita
Quartzo com turmalina
Quartzo enfumaçado
Quartzo mórion
Quartzo olho-de-gato
Quartzo rosa
Quartzo rutilado
Quiastolita
Rodolita
Rodonita
Rubelita
Rubi
Rutilo
Safira
Scheelita
Schorlita
Sillimanita
Sodalita
Spessartina
Titanita
Topázio
Topázio imperial
Trifana
Turmalina bicolor
Turmalina melancia
Turmalina Paraíba
Turquesa
Verdelita
Zircão |
Alguns comentários adicionais
- Alguns autores não fazem diferença entre berilo verde e esmeralda;
outros consideram berilo verde aquele com menos de 0,1% de cromo (ou
0,15% para outros).
- Adulária é o mesmo que pedra-da-lua.
- Ônix é a calcedônia com faixas retas e paralelas de qualquer cor
exceto vermelha, alaranjada e marrom (cores da cornalina e do sárdio). A
preta é a mais apreciada e a maioria do ônix hoje comercializado é
calcedônia tingida dessa cor.
Ônix-real é o nome comercial de uma variedade que ocorre em Sapopema e
Curiúva, próximos da cidade de Ibaiti, no Estado do Paraná. As cores
comumente distribuem-se em aneis, e são preta e branca, às vezes com
tons cinza alternados com branco e marrom. Tem alta densidade e brilho
metálico após lapidação. O aspecto metálico da gema deve-se à
presença de pequenas quantidades de ouro, platina, cobre ou ferro,
geralmente dois desses metais.
- Concreção de sílica não é um nome muito apropriado, mas designa melhor a gema conhecida comercialmente como
conchinha de ágata e
medalha.