quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Diamante variedade carbonado na serra do Espinhaço (MG/BA) e sua enigmática gênese

Diamante variedade carbonado na serra do Espinhaço (MG/BA) e sua enigmática gênese






RESUMO
Carbonado, uma variedade policristalina do diamante, tem sua gênese alvo de intensas controvérsias. A discussão das principais hipóteses propostas para a questão, em associação com o enquadramento geológico das sequências pré-cambrianas que portam o material na serra do Espinhaço, parece favorecer uma dessas hipóteses. Na mesma, os microcristais que compõem o carbonado se formariam ordinariamente no manto, seriam trazidos para a crosta junto com os diamantes monocristalinos encontrados nessas sequências e, em estágio posterior, se agregando num ambiente sedimentar rico em material radioativo.
Palavras-chave: diamante, carbonado, serra do Espinhaço.

ABSTRACT
Carbonado, a polycrystalline diamond variety, has a very controversial genesis. The geologic setting of the carbonado-bearing precambrian sequences in the Serra do Espinhaço, and other aspects regarding the genesis, seem to favor one specific hypothesis: the mycrocrystals that make up the carbonado could have been formed by the "usual" way within the mantle and were brought up to the crust together with large diamond crystals found in the same sequences; in a later stage, the mycrocrystals formed aggregates in a radioactive-rich sedimentary environment.
Keywords: diamond, carbonado, Espinhaço range.



1. Introdução
Depósitos diamantíferos secundários, contendo juntamente diamante (monocristalino) e sua variedade policristalina carbonado, são típicos da serra do Espinhaço em Minas Gerais (região de Itacambira-Grão Mogol) e Bahia (região da Chapada Diamantina). Tal associação, longe de ser fortuita, indica condições anômalas e especiais de gênese desses diamantes. Os principais modelos atualmente propostos para explicar a formação dos carbonados são conflitantes, baseando-se em dados teóricos e/ou laboratoriais, sem levar em conta o condicionamento geológico de suas regiões de ocorrência. Dessa maneira, através da discussão sobre tais modelos genéticos, em associação com o enquadramento geológico das seqüências sedimentares originais onde eles se depositaram (Supergrupo Espinhaço), pretende-se nesse artigo contribuir para a definição de qual deles poderia ser melhor aplicado ao problema em questão1.

2. Contexto geológico
A unidade litoestratigráfica principal que sustenta o espigão serrano do Espinhaço é o Supergrupo Espinhaço (Figura 1), definindo uma grande província diamantífera onde a mineralização se depositou junto com seqüências rudáceas das formações Sopa-Brumadinho (Espinhaço Meridional), Grão Mogol (Espinhaço Central) e Tombador (Chapada Diamantina). Embora tais seqüências não sejam exatamente crono-correlatas (ver discussões em Uhlein & Chaves, 2001), é interessante ressaltar que todas elas situam-se em porções basais do Supergrupo Espinhaço nas respectivas regiões.



A deposição do Supergrupo Espinhaço ocorreu entre 1,75-1,30 Ga (Paleo/Mesoproterozóico), em bacia do tipo rift ensiálico encaixada na borda leste (caso do Espinhaço Meridional/Central) ou internamente (caso da Chapada Diamantina) ao núcleo arqueano definido pelo Cráton do São Francisco; dobramento e metamorfismo em fácies xistos verdes verificaram-se durante o Ciclo Brasiliano no Neoproterozóico (e.g. Dussin & Dussin, 1995). Na Chapada Diamantina, encontram-se os mais importantes depósitos contendo carbonados de todo mundo, onde a relação diamante/carbonado varia em torno de 90/10 podendo em alguns locais atingir até 50/50 (Leonardos, 1937). No Espinhaço Central mineiro, carbonados ocorrem na região de Itacambira-Grão Mogol, associados à mesma unidade. Karfunkel et al. (2001) mencionam também a provável existência de carbonado no Grupo Macaúbas (Neoproterozóico), porém, como parte dessa seqüência glaciogênica formou-se às custas de contribuições terrígenas do Supergrupo Espinhaço, considera-se pouco relevante discutir sua fonte na mesma.

3. Caracterização mineralógica
Carbonados são diagnosticados como diamantes desde a década de 1840, quando começaram a ser lavrados nos depósitos aluvionares da Chapada Diamantina, Bahia (Leonardos, 1937). Nas décadas seguintes, o interesse econômico pelo material fez que, por diversas vezes, sua produção significasse 60-70% de toda a produção brasileira de diamantes. Em 1905, foi encontrado em Lençóis o maior de todos os carbonados, pesando 3.167ct. Designado de "Carbonado do Sérgio", ele é o maior diamante já encontrado no mundo, com peso superior em 61ct ao famoso "Cullinan" da África do Sul (3.106ct), de modo geral considerado o primeiro.
Carbonados ocorrem como indivíduos granulares, mais ou menos porosos e geralmente de coloração preta/cinzenta, amarronzada ou avermelhada, devido a uma fina película (pátina) que recobre os grãos (Figura 2). Constituem agregados policristalinos (indivíduos na faixa de 0,01-0,001mm, Orlov, 1973), mostrando dimensões totais inconstantes até 8cm de diâmetro, como no "Carbonado do Sérgio". A superfície de fratura de um carbonado revela, mesmo sob baixos aumentos, os cristalitos de diamante e os poros abundantes presentes (Figura 3). A densidade de amostras da Chapada Diamantina/Rio Macaúbas varia entre 3,10-3,40, inferior à do diamante monocristalino cujo valor (teórico) é 3,515. Essa densidade baixa é devida a sua porosidade maior (até 5%), como também pela riqueza de inclusões "leves", tais como quartzo, ortoclásio e caulinita, junto a outras menos abundantes como rutilo, zircão, óxidos de ferro, fosfatos e ligas metálicas complexas.






Estudos descritivos sobre a morfologia do carbonado (e.g., Fettke & Sturges, 1933, Kerr et al., 1948), assim como sobre sua estrutura e inclusões minerais, indicaram uma possível origem a partir de processos de sinterização, de modo semelhante aos materiais cerâmicos (Trueb & Butterman, 1969, Trueb & De Wys, 1969). Nesse modelo, carbonados seriam formados em altas temperaturas, quando impurezas adsorvidas se deslocariam para as bordas dos cristalitos, e recristalização parcial causaria a agregação destes. Entretanto nenhum processo geológico foi sugerido como causador do fenômeno.
Hall (1970) conseguiu experimentalmente a formação de possíveis "carbonados" sintéticos a partir de matéria grafitosa sob altas temperaturas. Robinson (1978) especulou que tais processos poderiam ocorrer em zonas de subducção pela infiltração nas mesmas de material rico em carbono, hipótese essa que se tornou a primeira proposta genética de conotação geológica. Novamente, porém, não se especulou como os carbonados poderiam atingir depois os níveis crustais.

4. Modelamentos genéticos
Além da "sugestão" precursora de Robinson (1978), quatro principais modelamentos mais elaborados quanto à gênese do carbonado são encontrados na literatura, detalhados a seguir.
4.1 A hipótese de Smith e Dawson (1985)
Segundo esses autores, carbonados se formariam pelo metamorfismo de impacto sobre rochas crustais contendo carbono orgânico ou grafita, pela queda de corpos extraterrestres durante o Pré-Cambriano. Tal proposta baseou-se: (a) na presença de inclusões tipicamente crustais, além da ausência de fases indicadoras kimberlíticas; (b) no conteúdo de carbono "leve" (13C @-28), típico de rochas carbonosas crustais, enquanto diamantes kimberlíticos possuem taxas médias muito mais altas; (c) na grande probabilidade de terem ocorrido tais impactos sobre tais rochas carbonosas, baseando-se na observação de crateras na lua e planetas próximos; (d) na presença de diamante e lonsdaleíta nas crateras de impacto de Ries (Alemanha) e Popigai (Sibéria, Rússia). Polkanov et al. (1973, in Kaminsky, 1991) sugeriram que os agregados diamante-lonsdaleíta de aluviões da Ucrânia poderiam resultar de estruturas semelhantes.
Smith e Dawson (1985), no entanto, desconsideraram o fato de que carbonados estão sempre associados a diamantes monocristalinos nos depósitos de pláceres (ou paleopláceres), como na serra do Espinhaço e na República Centro-Africana (CAR), omitindo o fato extremamente improvável de ocorrerem duas fontes distintas que supririam tais depósitos com diamantes e carbonados, em locais distantes entre si. Também foi mal esclarecido o fato de que, pelo bombardeio meteorítico pressuposto, enormes massas de quartzo teriam se transformado nos polimorfos coesita e stishovita, fases não encontradas nos pláceres em questão ou como inclusões nos carbonados.
4.2 A hipótese de Kaminsky (1991)
Estudos desse pesquisador russo levaram a uma considerável evolução sobre os processos de formação dos carbonados. De início, foi reconhecida a existência de dois tipos essencialmente distintos em termos de composição, propriedades e modo de formação: (i) carbonado comum, designado "Brazilian type" e (ii) "yakutita", uma nova variedade (Tabela 1). Na variedade yakutita, cuja composição química incluiria o polimorfo lonsdaleíta, estariam os agregados conhecidos em aluviões da Yakutia (Rússia). Esse material já havia sido descrito como "diamante hexagonal" (Bundy e Kasper, 1967) e "carbonado com lonsdaleíta" (Orlov & Kaminsky, 1981), cuja gênese se daria pelo impacto de meteoritos sobre rochas crustais (Hanneman et al. 1967 - as três últimas citações em Kaminsky, 1991). Nessa categoria, também estariam os agregados encontrados em pláceres da Ucrânia.
Dessa maneira, Kaminsky (1991) argüiu contrariamente as idéias de Smith e Dawson (1985) sobre uma origem extraterrestre para a questão, assim como as de Hall (1970) e Robinson (1978), considerando que os carbonados sintéticos são diferentes dos seus congêneres naturais, desde o tamanho dos cristalitos (muito maiores nos sintéticos) até as características dos deslocamentos estruturais. Nos carbonados naturais, verifica-se uma alta densidade de deslocamentos, sendo tais feições orientadas irregularmente e nunca mostrando poligonalização (ao contrário dos sintéticos). Como essas últimas características são típicas de altas temperaturas, e carbonados não as apresentam, foi especulada uma possível influência de radioatividade para causar a agregação "fria" dos cristalitos.
Tendo como base pesquisas sobre películas de diamantes ultrafinas, a energia de superfície dos cristais recém-formados é um potencial termodinâmico independente e de direção oposta em relação ao potencial químico. Assim, quando o tamanho dos cristalitos é pequeno (r>100nm), o diagrama de equilíbrio grafita-diamante não difere do "tradicionalmente" conhecido. Entretanto, quando esse tamanho é muito mais reduzido (r<10nm), a superfície de equilíbrio de fases declina notavelmente para o domínio de baixa pressão. A agregação dos cristalitos no carbonado sob baixas pressões foi ainda apoiada no estudo de Breger (1964, in Kaminsky, 1991), que encontrou "diamond-like clusters" em rochas uraníferas do Colorado (EUA), explicando tal fenômeno devido à radioatividade do meio.
4.3 A hipótese de Ozima et al. (1991) e Kagi et al. (1991, 1994)
Após Kaminsky (1991) ter especulado que carbonados poderiam se formar na crosta, a partir de carvão exposto a U-Th, sem a existência de altas temperaturas e/ou pressões, Ozima et al. (1991) identificaram produtos de fissão espontânea nas composições isotópicas de gases nobres contidos nesses materiais. De modo semelhante, Kagi et al. (1991), ao observarem carbonados através de fotoluminescência induzida a laser, encontraram marcas de bombardeio por exposição à radioatividade; entretanto a conexão com rochas carbonosas, proposta por Kaminsky, foi considerada mera sugestão.
Novos estudos sobre carbonados da RCA levaram Kagi et al. (1994) a uma proposta genética complexa, onde a radioatividade teria um importante papel na agregação dos cristalitos de diamante, os quais, porém, teriam uma origem "ordinária" no manto. Da mesma forma que nos outros modelos, no entanto, esses autores não especificaram quais os possíveis mecanismos geológicos de geração dos microcristais de diamantes, nem seus modos de emplacement ou ambientes de agregação na crosta. Em síntese, propôs-se que os cristalitos se formaram no manto, com base na forma de ocorrência do nitrogênio contido nos cristalitos formando pequenas lamelas (platelets) por recozimento, comportamento típico de uma gênese mantélica. Posteriormente, na crosta, os microcristais seriam expostos a partículas-a emitidas por U/Th sob temperaturas e pressões moderadas. Tal processo resultaria na formação dos centros de cor bombardeados pela radiação e na "supercolagem" dos microcristais. Finalmente, esses sofreriam corrosão por fluidos hidrotermais, que ocasionariam também a dissolução do U e parte dos elementos terras-raras contidos nas inclusões, além da incorporação de minerais de origem crustal.
4.4 A hipótese de Haggerty (1995)
Nesse modelo, aspectos interessantes do carbonado foram ressaltados, como a cor geral cinza-escura com tonalidades variáveis até preta-azeviche, marrom e avermelhada; a pátina externa implicando fusão e rápido resfriamento; a porosidade alta, embora a permeabilidade seja extremamente baixa; e a ausência de inclusões "verdadeiras", pois as inclusões conhecidas representam materiais infiltrados entre os grãos. A partir desses dados e pelo fato de sua distribuição ser muito restrita, porém aparecendo em quantidades apreciáveis no Brasil e na República Centro-Africana, Haggerty (1995) especulou que algum mecanismo exótico deveria ser requerido para a síntese do material.
A hipótese procurou mostrar que um stress hidrodinâmico gerado acusticamente poderia ocorrer sob temperaturas (>5000ºC) e pressões (acima de 1 Mbar) superelevadas. Tais condições se dariam durante a cavitação momentânea (de micro- a picosegundo) de microbolhas em colapso e implosão, as quais excedem largamente as mínimas requeridas para a formação de diamantes. Embora a cavitação tivesse sido previamente sugerida para a cristalização do mineral em kimberlitos (Galimov, 1973), considerou-se tal processo pouco plausível nessas rochas, pois a formação de bolhas é um fenômeno de baixa pressão de confinamento, estando em desacordo com a presença comum de inclusões de pressão alta a muito alta nos diamantes.
O material de "partida", proposto neste modelo, seria a água molecular tridimensional na forma de gelo (clatrato), de ocorrência natural nas margens continentais dos oceanos. Os clatratos constituem estruturas cristalinas porosas (verdadeiras "gaiolas"), onde gases estão aprisionados; seus tipos "I" e "II" são cúbicos, os últimos possuindo simetria estrutural do diamante, além de versatilidade para hospedar moléculas de gases de pequeno e grande diâmetros. Haggerty (1995) afirmou que o metano, comum nos clatratos naturais, seria o gás preferencial sugerido. Na presença de água, são conseguidas altas proporções H:C causando protonação (i.e., hidrogênio) e a adesão requerida para a colagem do diamante, processo semelhante ao de deposição a vapor para síntese de filmes ultrafinos de diamantes sob baixas pressões e altas temperaturas no estado de plasma.
Assim, a cavitação acelerada balisticamente poderia justificar a porosidade, os gases nobres detectados, as pátinas de fusão e a própria colagem. A fonte sônica, desconhecida, teve algumas suposições: atividade sísmica intensa, explosões sônicas associadas a vulcanismo explosivo, choque e irradiação transmitidos pelo som devido ao impacto de meteorito ou cometa, etc. Haggerty (1995) finalizando, deixou a questão: a formação dos carbonados teria então ocorrido em evento único, arqueano, quando Brasil e República Centro-Africana seriam territórios contíguos? Assim, caso o processo for relacionado ao impacto de corpos extraterrestres, a cratera Chicxulub, do limite K-T na Península de Yucatan (México), poderia ser um ambiente ideal de formação (e procura) de carbonados.

5. Discussão sobre o problema na serra do Espinhaço
Os modelamentos genéticos previamente discutidos, com soluções complexas, díspares, e nenhuma delas apoiada em dados geológicos de campo, fazem crer que o problema da gênese dos carbonados ainda está longe de uma resposta final. Entretanto, a partir do conhecimento geológico sobre a região do Espinhaço, deve-se ressaltar que:
  • Carbonados ocorrem na matriz de rochas metassedimentares rudáceas, juntamente com diamantes monocristalinos, nas regiões da Chapada Diamantina (BA) e do Espinhaço Central (MG), em seqüências proterozóicas designadas de Formação Tombador e Formação Grão Mogol, respectivamente. No Espinhaço Meridional (também em MG), nunca foi constatada a presença de carbonados nos conglomerados diamantíferos (Formação Sopa-Brumadinho). É interessante observar que as duas unidades portadoras de carbonados são crono-correlatas e situam-se sobre a Formação Sopa-Brumadinho (Chaves et al., 1999, Uhlein & Chaves, 2001). Assim, parece que a época de maior aporte de carbonados é algo posterior à fase rift inicial, datada entre 1,75-1,70 Ga (e.g. Dussin & Dussin, 1995, Uhlein & Chaves, 2001), quando houve o suprimento dos sedimentos formadores da base do Supergrupo Espinhaço a partir de uma área-fonte a oeste, no Cráton do São Francisco.
  • Considera-se improvável que, na área-fonte dos sedimentos que alimentaram a bacia Espinhaço, houvesse, ao mesmo tempo, intrusões ultrabásicas kimberlíticas/lamproíticas e o choque cataclísmico de algum bólido espacial com a Terra (como proposto nas hipóteses de Smith & Dawson, 1985, e de Haggerty, 1995), para gerarem quase simultaneamente diamantes monocristalinos e carbonados. Dessa maneira, essas duas hipóteses parecem estar bastante prejudicadas frente ao contexto geológico verificado no Espinhaço. Além disso, Chaves (1997) considerou as populações de diamantes (monocristalinos) encontradas no Espinhaço Meridional/Central como muito semelhantes, sugerindo, assim, uma provável origem comum para ambas.
  • De outro modo, a hipótese de Kaminsky (1991), aperfeiçoada com os estudos de Ozima et al. (1991) e Kagi et al. (1991, 1994), indicou que os carbonados se formaram em níveis provavelmente sedimentares ricos em U e Th, onde microdiamantes mantélicos teriam condições de se agregar em baixas temperatura e pressão. Nesse contexto, salienta-se que uma das características das populações de diamantes da serra do Espinhaço é a presença conspícua de cristais com "capa verde", cuja gênese é atribuída à radioatividade emanada a partir de minerais e/ou soluções ricas em U e Th (e.g. Vance et al. 1973, Chaves et al. 2001).
  • Embora desconhecido, tal ambiente gerador da agregação dos microdiamantes em carbonados, responsável pela formação das capas verdes nos diamantes monocristalinos e cujas rochas já foram erodidas durante o próprio processo de evolução da bacia do Espinhaço, deve ter sido intracratônico, pós-emplacement das rochas fontes primárias, além de sin- a pós-rifteamento gerador da bacia do Espinhaço. Esse ambiente sedimentar, aqui designado de "camada-X", foi provavelmente continental e de calmaria tectônica, recebendo a contribuição de rochas graníticas cratônicas, ricas em minerais radioativos.

6. Conclusão
Embora, na atualidade, a definição da gênese do diamante tenha atingido um adiantado grau de compreensão, a variedade policristalina carbonado ainda carece de conhecimento adequado. Muitos pesquisadores, em particular japoneses e russos, procuram o entendimento de tal mecanismo genético, visando a objetivos comerciais de produzir diamantes sintéticos a custos inferiores. No presente estudo, procurou-se demonstrar que o equacionamento de tal questão deve, de modo obrigatório, passar pela contextualização geológica, a qual foi sempre relegada a segundo plano, e que análises ainda mais sofisticadas que as atualmente disponíveis fazem-se necessárias para tal compreensão. Não obstante, acredita-se que, entre os modelos explicados, a hipótese de Kagi et al. (1994) parece a que mais está adequada ao conhecimento geológico disponível para os depósitos brasileiros. Nesse contexto, as capas verdes se formaram nos diamantes monocristalinos e os carbonados se agregaram conjuntamente, em um mesmo ambiente sedimentar aqui designado de "camada-X".

Curiosidades sobre Diamantes

Curiosidades sobre Diamantes
- O maior diamante do universo
Sobre os diamantes

ORIGEM DO NOME: Diamante, do grego 'adamas', significa invencível e 'diaphanes', que significa transparente. Durante a Idade Média, acreditava-se que um diamante podia reatar um casamento desfeito. Era usado em batalhas como símbolo de coragem.
Os antigos o chamavam de pedra do sol, devido ao seu brilho faiscante e os gregos acreditavam que o fogo de um diamante refletia a chama do amor.
Sugere, portanto, a força e a eternidade do amor.


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O DIAMANTE COMO JÓIA: Só a partir do século XV, o diamante foi caracterizado como a jóia da noiva. Sendo Mary de Burgundy a primeira mulher a receber um colar de diamantes como um símbolo de noivado com o Arqueduque Maximilian da Austria em Agosto de 1477. Dos séculos XVII a XIX, usavam-se argolões como anéis de noivado. No século XX, ficou em moda o estilo "chuveiro", mais tarde o anel fieira. Depois o solitário, o estilo mais usado atualmente.

EXPLORAÇÃO: A exploração das minas de diamante começou na Índia, entre os anos 800 e 600 A.C. Durante 2.000 anos, o Oriente produziu todos os diamantes conhecidos, incluindo o "Koh-i-Noor", o russo "Orloff", o "Esperança" e outros diamantes célebres. O seu uso era reservado às cortes reais e aos dignitários da igreja. As espadas, os colares das ordens, os cetros e as coroas usadas nas cerimônias eram ornadas de diamantes.


OS MAIS FAMOSOS DIAMANTES DO MUNDO:
O CULLINAN, o maior dos diamantes já encontrados, pesava 3.106 quilates quando bruto e originalmente um pouco menos de 1 libra e meia. Ele foi cortado em 9 pedras principais e 96 pedras menores.

O Estrela da África é a maior das pedras cortadas do Cullinan. é um dos doze mais famosos diamantes do mundo e pertence à COROA INGLESA. Ele pesava 530,20 quilates, tem 74 facetas e ainda é considerado como o maior diamante lapidado do mundo.

KOH-I-NOOR ("Montanha de Luz") Foi mencionado pela primeira vez em 1304, pesando 186 quilates. Uma pedra de corte oval. Acredita-se ter estado, certa vez, engastado no famoso trono de pavão do Xá Jehan como um dos olhos do pavão. Relapidado no reinado da Rainha Vitória, encontra-se hoje em dia entre AS JÓIAS DA COROA INGLESA e pesa atualmente 108,93 quilates.


O Olho do Ídolo Uma pedra no formato de pêra achatada e do tamanho de um ovo de galinha. O seu tamanho lapidado é de 70,20 quilates. Um outro diamante famoso que uma vez foi colocado no olho de um ídolo antes de ter sido roubado. A lenda também diz que ele foi dado como resgate da Princesa Rasheetah pelo "Sheik" da Kashmir ao Sultão da Turquia qua a tinha raptado.


O Excelsior A segunda maior pedra já encontrada é o Excelsior, que era de 995,2 quilates quando bruto. Alguns dizem que o Braganza é a segunda maior pedra já encontrada, mas não há registros de sua existência e muitos acreditam ser mitológico ou nem mesmo um diamante.

O Regente Um diamante verdadeiramente histórico descoberto em 1701 por um escravo índio perto de Golconda, pesava 410 quilates quando bruto. Quando pertencente a William Pitt, primeiro-ministro inglês, foi cortado em um brilhante no formato de uma almofada de 140,5 quilates e, até ter sido vendido para o Duque de Orleans, Regente da França, quando Luís XV ainda era uma criança em 1717, era chamado de "O Pitt". Foi então rebatizado como "O Regente" e colocado na coroa de Luís XV para a sua coroação. Após a Revolução Francesa, foi possuído por Napoleão Bonaparte que o colocou no cabo de sua espada. Atualmente está exposto no Louvre.

O Blue Hope (Esperança Azul) Mais famoso do que qualquer outro diamante, o Hope foi uma vez possuído por Luís XV, sendo oficialmente designado de "o diamante azul da coroa". Roubado durante a Revolução Francesa, tornou a aparecer em Londres, em 1830 e foi comprado por Henry Philip Hope, razão pela qual atualmente tem esse nome. Foi em poder da família Hope que este diamante adquiriu a reputação horrível de trazer azar. Toda a família morreu na pobreza. Uma infelicidade similar ocorreu com um proprietário posterior, Sr. Edward McLean. Atualmente, encontra-se na Instituição Smithsonian em Washington.


O Grande Mogul foi descoberto no século XVII. A pedra tem esse nome em homenagem ao Xá Jehan, que construiu o Taj Mahal. Quando bruto, diz-se ter pesado 793 quilates. Atualmente encontra-se desaparecido.

O "Sancy" pesava 55 quilates e foi cortado no formato de uma pêra. Primeiramente pertenceu a Charles, o Corajoso, Duque de Burgundy, que o perdeu na batalha em 1477. A pedra de fato tem esse nome devido a um dono posterior, Senhor de Sancy, um embaixador francês na Turquia no final do século XVI. Ele o emprestou ao rei francês Henry III que o usou no gorro com o qual escondia sua calvície. Henrique VI da França, também pegou emprestado a pedra de Sancy, mas ela foi vendida em 1664 a James I da Inglaterra. Em 1688, James II, último dos reis Stuart da Inglaterra, fugiu com ele para Paris. O "Sancy" desapareceu durante a Revolução Francesa.

Taylor - Burton Com 69,42 quilates, este diamante no formato de uma pêra foi vendido em leilão em 1969 com a pressuposição de que ele poderia ser nomeado pelo comprador. Cartier, de Nova York, com sucesso, fez um lance para ele e imediatamente o batizou de "Cartier". Entretanto, no dia seguinte, Richard Burton comprou a pedra para Elizabeth Taylor por uma soma não revelada, rebatizando-o de "Taylor-Burton". Ele fez seu debut em um baile de caridade em Mônaco, em meados de novembro, onde Miss Taylor o usou como um pendente. Em 1978, Elizabeth Taylor anunciou que o estava colocando à venda e que planejava usar parte da renda para construir um hospital em Botswana. Somente para inspecionar, os possíveis compradores tiveram que pagar $ 2.500 para cobrir os custos de mostrá-lo. Em junho de 1979, ele foi vendido por quase $ 3 milhões e a última notícia que temos dele é que se encontra na Arábia Saudita.

O Orloff Acredita-se que tenha pesado cerca de 300 quilates quando foi encontrado. Uma vez foi confundido com o Grande Mogul, e atualmente faz parte do Tesouro Público de Diamantes da União Soviética em Moscou. Uma das lendas diz que "O Orloff" foi colocado como olho de Deus no templo de Sri Rangen e foi roubado por um soldado francês disfarçado de hindu.

Hortensia Esta pedra cor de pêssego, de 20 quilates, tem esse nome em honra de Hortense de Beauharnais, Rainha da Holanda, que era filha de Josephine e a enteada de Napoleão Bonaparte. O Hortensia fez parte das Jóias da Coroa Francesa desde que Luís XIV o comprou. Junto com o Regente, atualmente está em exposição no Louvre, em Paris.

Entre os mais novos diamantes famosos está o "Amsterdã", uma das pedras preciosas mais raras do mundo, um diamante totalmente negro. Proveniente de uma parte do Sul da África, cujo local se mantém em segredo, tem peso bruto de 55.58 quilates. A belíssima pedra negra tem um formato de uma pêra e possui 145 faces e pesa 33.74 quilates.

Diamantes do médio rio Jequitinhonha, Minas Gerais

Diamantes do médio rio Jequitinhonha, Minas Gerais: qualificação gemológica e análise granulométrica






RESUMO
Os depósitos aluvionares da bacia do Rio Jequitinhonha, em Minas Gerais, constituíram a fonte da maior parte dos diamantes produzidos no Brasil desde 1714 até meados da década de 1980. Essa importância histórica e econômica motivou a apresentação dos dados quanto à granulometria e qualificação gemológica dos diamantes nas áreas de concessão das mineradoras Tejucana e Rio Novo. Em adição, a amostragem adquirida em 14 pontos ao longo do rio é instrumental para a composição de um banco de dados, tendo em vista a identificação da origem de populações de diamantes. No mega-lote estudado, constituído por 186.052 pedras (17.689 ct), merece ser destacada a grande proporção (82,2%) de diamantes gemológicos.
Palavras-chave: Rio Jequitinhonha, diamante, distribuição granulométrica, qualidade gemológica.

ABSTRACT
The Jequitinhonha River basin alluvial deposits, in Minas Gerais, were the source of most of the Brazilian diamond production since 1714 until the last middle eighties. This historical and economical importance is in itself a reason to publish grain-size and gemological quality data concerning the diamonds of the Tejucana and Rio Novo mining companies concession areas. In addition, extensive sampling (186,052 stones or 17,689 ct) on 14 locations along the river can contribute to create an important database to identify the origin of different diamond populations. Among other observations, the high proportion (82,2%) of gem diamonds should be stressed.
Keywords: Jequitinhonha River, diamond, grain-size distribution, gemological quality.



1. Introdução
Diamantes foram descobertos no Brasil nas proximidades de Diamantina, centro-norte de Minas Gerais, ao início do século XVIII. Nesse contexto, a bacia hidrográfica do rio Jequitinhonha se destaca por sua importância, não só histórica, como também comercial, uma vez que a maior parte dos diamantes daquele distrito foram produzidos sobre tal bacia, nas suas porções superior e média. No médio curso do rio Jequitinhonha, os aluviões são mais largos, permitindo a operação de grandes dragas de alcatruzes, como as das mineradoras Tejucana e Rio Novo, ao contrário do que ocorre no seu alto curso. O objetivo do presente trabalho é apresentar os dados quanto a granulometria e qualidade comercial referentes à produção de diamantes do Médio Jequitinhonha. Além disso, busca-se compor um banco de dados que apóie o desenvolvimento de um modelo para a identificação da origem de diferentes populações de diamantes.

2. Depósitos diamantíferos do rio Jequitinhonha
Na porção superior do rio Jequitinhonha, os vales são apertados, freqüentemente formando canyons entalhados sobre as rochas quartzíticas da serra do Espinhaço. Nessa área, como a largura dos aluviões raramente excede os 20 m, somente atividades garimpeiras são viáveis. A partir da localidade de Mendanha (Figura 1), o rio ganha o seu médio curso, desenvolvendo aluviões mais largos, muitas vezes com o flat alcançando 1.000 m de largura, onde as companhias Tejucana (atualmente com os serviços interrompidos) e Rio Novo operam diversas dragas de alcatruzes, acompanhadas, respectivamente, de dragas de sucção (Figura 2). No processo minerador, a draga de sucção segue à frente retirando o capeamento arenoso, estéril, enquanto a draga de alcatruzes, em seguida, escava, recolhe e trata o cascalho basal do depósito, rico em diamantes (ouro também é recuperado como subproduto).






A lavra de diamantes aluvionares do rio Jequitinhonha abrange exclusivamente sua calha atual, de idade recente a sub-recente. A fonte desses diamantes está concentrada nos conglomerados proterozóicos intercalados na Formação Sopa-Brumadinho, aflorantes em porções altas da serra do Espinhaço nas cabeceiras do rio e sua margem oeste (Figura 1), constituindo, assim, um novo ciclo geológico de erosão-deposição. A forte queda no gradiente do rio, com altitudes entre 1.200-1.500 m no espigão serrano para 700-600 m na área da jazida, fez com que os diamantes fossem reconcentrados nesse trecho aluvionar estudado (Figura 3-A). Na área de concessão da Mineração Rio Novo, mais ou menos na parte central do depósito (em termos longitudinais), a espessura média do cascalho mineralizado é de 4 m, para uma cobertura estéril que, em geral, alcança porte similar (Figura 3-B).



 
3. Identificação da fonte de lotes de diamantes
Desde quando foi percebido que a produção diamantífera de certos países africanos, como Angola, Serra Leoa e Congo, estava atrelada ao financiamento de grupos engajados em guerras civis locais (os chamados conflict diamonds, também conhecidos em português como "diamantes-de-sangue"), uma campanha internacional patrocinada pela ONU tem procurado impor sanções à importação de material desses países. Além disso, a comunidade consumidora, sentindo-se moralmente abalada por tais acontecimentos, estimulou a pesquisa de propostas científicas visando a conhecer a real procedência dos lotes de diamantes, para evitar que essa produção chegasse aos grandes centros lapidadores. Entretanto, logo ficou claro que inexistiam metodologias científicas seguras capazes de identificar tal procedência (Janse, 2000; Shigley, 2002).
Desde longa data se tem percebido que diferentes depósitos diamantíferos, desde os primários, mostram particularidades específicas (Lewis, 1887). Nesse sentido, as médias de tamanho, valor ou qualidade gemológica, a freqüência relativa de formas cristalográficas, a presença de certas variedades, bem como outras propriedades químicas afins, poderiam ser relacionados com certos depósitos ou áreas diamantíferas. Estudos nesse sentido foram inicialmente propostos para alguns kimberlitos sul-africanos (Harris et al., 1975, 1979), norte-americanos (Otter et al., 1994) e para os pláceres costeiros da Namíbia (Sutherland, 1982). No Brasil, estudos semelhantes incluíram os diamantes da mina de Romaria - Triângulo Mineiro (Svisero & Haralyi, 1985), do rio Tibagi - Paraná (Chieregatti, 1989) e da serra do Espinhaço - norte de Minas Gerais (Chaves, 1997; Chaves et al., 1998).
Diversos autores (Chambel, 2000a,b; Chaves et al., 1998; Janse, 2000; Shigley, 2002) procuraram enfatizar que os diamantes de determinado depósito têm uma história geológica comum e, assim, devem possuir características que são "únicas" para cada depósito. Documentando tais características, elas poderiam conduzir à identificação do local de origem do lote de diamantes. Para isso, entretanto, precisa-se envolver análises estatísticas sobre populações de diamantes com grande número de indivíduos e os resultados precisam de ser compilados dentro de um programa de dados para cada área produtora de diamantes do mundo. Tal assinatura mineralógica, ainda que bastante fácil de se obter nas jazidas em fontes primárias, torna-se mais complicada em relação aos depósitos secundários, muitas vezes dispersos sobre grandes regiões. A apresentação dos dados referentes aos aluviões do rio Jequitinhonha pretende ser uma contribuição a tal proposta.

4. Discussão dos dados
Na área da Cia. Tejucana, os dados utilizados, no presente estudo, compõem-se de 14 parcelas correspondendo à produção mensal de cinco dragas (T1-T5), quando em plena operação nas décadas de 1980-90 (Figura 1, Tabela 1). Tal produção foi classificada originalmente pelos técnicos dessa companhia em termos granulométricos e comerciais, nos quatro grupos principais: (1) diamantes gemológicos de 1ª qualidade, (2) diamantes gemológicos de 2ª qualidade, (3) chips e (4) diamantes industriais. Os chips correspondem a diamantes de qualidade gemológica inferior, por apresentarem cristalização irregular ou geminada (Chaves & Chambel, 2003). Nesse trabalho, os diamantes de melhor qualidade (1ª/2ª) foram agrupados constituindo os diamantes "gemas", conforme referido nas Tabelas 3, 4 e 5.
Em relação aos estudos realizados na área de concessão da Mineração Rio Novo, somente duas amostragens foram utilizadas (janeiro e junho/1994), referentes a cerca da metade da produção mensal em porções distintas do setor de lavra conhecido como "Lagoa Seca" (jusante e montante), um distando do outro cerca de 1.000 m (Figura 1). Tal produção era proveniente de uma das duas dragas em operação pela companhia ("Maria Bonita"), pois, desde 1989, a mesma trabalhava também com a draga "Chica da Silva" (ou T1), adquirida da Mineração Tejucana. Para melhor entendimento das análises fornecidas, o trecho estudado do rio Jequitinhonha foi ainda dividido em dois setores, designados de "bloco montante" e "bloco jusante".
Há que se lamentar a falta de dados entre as localidades de Mendanha e Maria Nunes, onde os teores com certeza foram maiores por estarem logo à frente do espigão serrano (Figura 1). Sem dúvida, nesse trecho do rio Jequitinhonha, os serviços estavam concentrados na época da Coroa Portuguesa, a julgar pelos relatos de Mawe (1812) e Eschwege (1833). Com os dados fornecidos na Tabela 1, a impressão inicial é de que não existe correlação entre a distribuição das médias de peso/tamanho das pedras com o distanciamento de montante para jusante. Ainda que se verifique uma drástica diminuição desses valores desde o ponto 1 (resultando em 3 pedras para cada quilate) até o ponto 14 (19 pedras/ct), nos pontos intermediários os dados apresentam-se aparentemente caóticos.
Dessa maneira, poder-se-ia, em princípio, deduzir que as distribuições granulométricas, bem como os teores em diamantes, são bastante variáveis, provavelmente em dependência do posicionamento das cabeceiras dos tributários da margem esquerda do rio (Tabela 1 - Coluna 5). Produções (e teores) maiores determinariam o quanto de superfície tal sub-bacia teria drenado áreas de afloramento do Conglomerado Sopa. Entretanto, juntando-se os dados para trechos maiores do rio, conforme a coluna 6 da mesma tabela, observa-se uma notável regularidade na diminuição das médias de tamanho das pedras, desde 5,17 pedras/quilate na área de lavra da T3 - no início do bloco montante, até 19,36 p/ct na área da T4 - ao final do bloco jusante.
Em termos de granulometria (Tabela 2), a faixa preferencial, em função do peso dos diamantes (a qual se considera como a melhor maneira de se interpretar os dados), está concentrada no crivo [>12 <19], a qual inclui diamantes de peso médio de 0,33 ct, com a média geral de 35,3%. Interessante lembrar que tal classe, conhecida no meio comercial como 3/1 (três pedras por quilate), apresenta valores médios bastante apreciáveis de comercialização, pois ela é largamente utilizada na confecção de brilhantes de pequeno porte (@0,10 ct), os mais procurados em termos de "volume" de vendas em joalherias.
Em relação às qualidades gemológicas dos lotes (Tabelas 3, 4, 5), algumas observações se destacam: (1) em função do peso, a classe de granulometria [>12 <19] também apresenta amplo predomínio em termos de diamantes gemológicos de alta qualidade, variando entre 19,6-31,0%, com média de 26,5% para este crivo nos sete pontos do bloco montante, e 10,1-27,8% no bloco jusante (média de 20,2%); (2) a média total de diamantes lapidáveis (gemas + chips) atingiu o máximo de 93,5% (Ponto 3 - bloco montante), com média geral de 82,2% sobre o "mega-lote" (todos os 14 pontos), pesando 17.689 ct, com 186.052 pedras.

5. Considerações finais
As mineradoras Tejucana e Rio Novo representam raríssimas excessões no cenário nacional, no sentido de operações racionais e organizadas de lavras diamantíferas. O estudo dos dados de produção dessas empresas, por conseguinte, constitui uma excelente oportunidade de se trabalhar com dados precisos e confiáveis, para uma atividade em geral desorganizada e dominada por atividades garimpeiras. Ressalte-se também o fato de que ambas as mineradoras estão com suas reservas à beira da exaustão, tornando o estudo ainda mais premente. As populações de diamantes, ora estudadas, serão ainda úteis na criação de um grande banco de dados, visando a conhecer a proveniência geográfica de lotes de diamantes através de suas características mineralógicas.
Os diamantes do Médio Jequitinhonha, assim, embora de tamanhos médios bastante reduzidos e constituírem uma parcela ínfima da produção mundial (considerando uma produção mundial de 100.000.000 ct/ano e a produção do rio Jequitinhonha em 100.000 ct/ano - isto significaria 0,1% daquele montante), podem ser considerados bastante interessantes pelos seus conteúdos histórico e comercial. Afinal, a bacia desse rio foi por quase 160 anos, a maior produtora mundial de diamantes. Além disso, tal produção representa uma das maiores freqüências médias mundiais de diamantes gemológicos (82,2%, conforme demonstrado). Por isso, ainda atualmente a cidade de Diamantina constitui um importante pólo de comercialização de diamantes em termos internacionais.

6. Agradecimentos
Agradecimentos especiais são direcionados à Min. Tejucana na pessoa de seu diretor, Eng. Fernando Vieira (Diamantina), pelo acesso aos dados dessa mineradora e autorização para publicação dos mesmos, bem como à Min. Rio Novo e ao seu geólogo-chefe à época, Dr. Ronald Fleischer (Belo Horizonte), pelas facilidades e gentilezas prestadas.

Como é cotado o preço do ouro?

Como é cotado o preço do ouro?

Em 2013, o preço da cotação do ouro desabou cerca de 9,3%. Mas como será feita a cotação desse metal precioso?

O ouro é um dos metais preciosos mais antigos do mundo, e tem cotação calculada com base na variação do dólar. É possível comprar e vender ouro em barras e em pó.

O ouro é vendido no chamado mercado de balcão, por agências de instituições financeiras especializadas, como bancos e corretoras. É possível comprar o ouro a partir de 1 grama.

A operação de compra pode ser feita por telefone, com pagamento via boleto bancário. Depois da compra, o investidor pode deixar o ouro custodiado em uma instituição bancária credenciada.

Também é possível fazer aplicações em ouro, comprando lotes de, no mínimo, 250 gramas. Nessas transações de compra e venda, a cotação do ouro varia de acordo com o dólar norte-americano e depende também da oferta e demanda do metal.

No Brasil, o comércio de ouro acontece, principalmente, na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). No exterior, as cotações do metal são feitas em relação à onça troy, que equivale a 31,104g. O preço final está associado às cotações de Londres e de Nova Iorque.

O ouro é um metal precioso com alto índice de liquidez. No Brasil, investimentos em ouro iguais ou menores a R$ 20 mil, não apresentam incidência de Imposto de Renda.

Mina de Ferro em Tucuruí poderá ser a maior do Pará

Mina de Ferro em Tucuruí poderá ser a maior do Pará



Rodovia Transcametá Km 4 da BR 163, local onde foi encontrada a maior mina de ferro da região

Uma imensa área de minério de ferro ao lado da estação de tratamento de água da cidade

Empresários da cidade de Tucuruí anunciaram no último dia 15, o descobrimento de uma Mina de Ferro, localizada há apenas 4 km do centro da cidade nas proximidades da Casa Penal do estado.
O anuncio esta dando uma grande reviravolta na cidade, que passa por uma recessão na geração de emprego e renda, devido ao término do ciclo das grandes obras do governo federal que dominaram aos longos dos anos o mercado de trabalho de Tucuruí e região com a construção da Hidrelétrica e das Eclusas de Tucuruí.
O empresário Jahir Gonçalves Seixas de 89 anos, destes 41 anos voltados pelo trabalhando no desenvolvimento de Tucuruí, anunciou no dia da Proclamação da Republica, o descobrimento de uma imensa mina de ferro, a notícia esta sendo comemorada por toda a população de Tucuruí como uma salvação para a falta de empregos na cidade e o retorno ao crescimento que se encontra estagnado no município.
Maior do Pará – Após os estudos realizados por empresa especializada contratada pelo agropecuarista Jahir Seixas, foi constatada nas proximidades do Km 4 da BR 163 (Rodovia Transcametá), a existência de uma mina de ferro de uma proporcionalidade nunca vista na região, maior até que a existente no município de Canãa do Carajás no sudeste paraense.
Vale – Segundo informações a empresa já esta viabilizando a implantação de um escritório e laboratório para a análise e posteriormente a criação de um projeto para a nova mina. Com isso o município de Tucuruí dará novamente sua grande parcela de contribuição ao país, atualmente com a geração de energia e agora com o fornecimento de minério pata todo o mundo.
Ferrovia – Com a identificação do potencial da nova mina a Vale já esta realizando estudos para a construção de uma ferrovia com mais de 600 km de extensão com isso ligando o município de Tucuruí até Canãa dos Carajás, viabilizando o escoamento do minério através da Hidrovia Araguaia Tocantins pelas Eclusas de Tucuruí.
Impacto – Para a construção da Mina de Ferro em Tucuruí, muitas barreiras terão que ser vencidas, pois na localidade encontram-se os mananciais que abastecem a cidade com água potável, além da obra do novo cemitério público da cidade, com isso a empresa terá que realizar uma reestruturação da área para poder receber a autorização ambiental para a extração do minério, haja vista, que no local uma empresa iniciou as obras para a construção de um loteamento e após o início dos serviços de escavação e terraplenagem tiveram a mais de um ano o embargo das obras pelo IBAMA por falta de autorização da SEMA municipal e estadual.
Com a definição pela empresa exploradora de minério para a criação da mina de ferro em Tucuruí o município e a região que foi no passado tão impactada com o barramento do Rio Tocantins e até os dias atuais ainda não foram totalizadas as suas compensações pelas perdas territoriais na fauna e flora, e culminando com o fechamento do Rio Tocantins que encontra-se sem navegabilidade até hoje, com isso, nesta nova fase toda a população terá oportunidades de observar as condicionantes e exigir seus cumprimentos antes da exploração das riquezas do município. (Wellington Hugles)
No local poderá estar encoberta a maior mina de ferro da região

Localização na Rodovia BR 163 Km 4 a Mina de Ferro de Tucuruí poderá ser a maior do Pará