quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Justiça suspende licença da Belo Sun

Justiça suspende licença da Belo Sun


A Justiça Federal em Altamira suspendeu ontem o licenciamento ambiental do projeto Volta Grande de Mineração, empreendimento que a mineradora canadense Belo Sun pretende instalar na mesma região onde está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará.
A decisão, que atende processo apresentado pelo Ministério Público Federal (MPF) na semana passada, obriga a empresa a fazer os estudos de impacto sobre os indígenas da região, que são exigidos por lei e até agora não foram apresentados. A empresa alega que, dadas a localização da mina, não há impacto sobre os índios.
"A condução do licenciamento ambiental sem a necessária e prévia análise do componente indígena demonstra grave violação à legislação ambiental e aos direitos indígenas", diz o juiz Sérgio Wolney Guedes.
A ação determina a suspensão da licença prévia à Belo Sun. Em caso de descumprimento da decisão, a empresa terá de pagar multa diária de R$ 20 mil.
Para o MPF, a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) do Pará também estaria cometendo diversas ilegalidades ao ignorar todas as recomendações, advertências e preocupações, ao desconhecer os impactos de Belo Monte e permitir que os estudos indígenas sejam apresentados depois da concessão da licença, impondo "aos indígenas duplamente afetados (por Belo Monte e por Belo Sun) o ônus que deveria ser do empreendedor, de arcar com as externalidades negativas do empreendimento".
A Sema, segundo o MPF, já se pronunciou favorável a emitir a licença para o empreendimento sem exigir os estudos e chegou a colocar o assunto em votação na reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) do último dia 18 de novembro.
A promotora do Ministério Público do Estado do Pará (MP), Eliane Moreira, pediu vistas do processo e o assunto deveria voltar à pauta no próximo dia 2 de dezembro. Com a decisão judicial de ontem, a concessão de licença está paralisada.
Por meio de nota, Belo Sun informou que não comenta decisões judiciais e que "tomará as medidas legais que entender cabíveis, no tempo adequado".
A empresa planeja investir até US$ 1,1 bilhão na extração e beneficiamento de ouro em Senador José Porfírio, município vizinho a Altamira. A previsão é produzir 4.684 quilos de ouro por ano. Em sua página na internet, a Belo Sun afirma que está à frente do "maior projeto de exploração de ouro do Brasil".
Para o MPF e MPF, há uma série de irregularidades no processo de licenciamento da mina de ouro. A Belo Sun afirma que não há nenhum problema no projeto e garante que já cumpriu todas as etapas exigidas pela legislação ambiental.



terça-feira, 19 de novembro de 2013

Minério de ferro: mercado começa a acreditar em um Bull Market

Minério de ferro: mercado começa a acreditar em um Bull Market

Por Pedro Jacobi 
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Apesar das previsões pessimistas do início do ano os preços do minério de ferro  subiram, em 2013, acima de $130/t ( a maioria acreditava em preços abaixo de $100/t). Por  mais que os analistas do desastre esperneassem mais os preços se consolidaram e  estabilizaram, estimulados por uma demanda contínua da China.
Agora as coisas mudaram.
Os analistas dos grandes bancos e das grandes  mineradoras já estão trabalhando com cenários bem mais positivos para 2014 e  2015. É mais um Bull Market que poucos conseguiram prever.

Os australianos do  Australian BC Iron já trabalham com preços bem acima dos $100/t pelos próximos  dois anos. Afinal, não poderia ser diferente já que os embarques de minério de  ferro nos portos  australianos  para a China aumentaram 43% no mês passado...
Este Bull Market parece que tem fôlego. Desde a última queda do preço do minério  de ferro em 2013 os preços subiram 23% alavancando os preços das ações das  mega-mineradoras de ferro que não fazem outra coisa a não ser investir em  expansões de suas minas e na logística e infraestrutura destas.
A World Steel Association já se dobrou ao bull e acredita em preços acima de  $120/t para 2014 enquanto o World Bank, muito mais otimista trabalha com preços  de $135/t para esse ano.
O que podemos dizer, nós meros mortais?
Que, possivelmente, todos, mais uma vez estarão errados. Foi o que dissemos no  início de 2013 quando percebemos que a ofertanão seria maior do que a procura e  que a maioria dos giga-projetos e mega-minas e expansões iriam atrasar  consideravelmente. Isso ocorreu, o mercado não foi saturado e os preços ao invés  de cair, subiram.
Agora as coisas mudaram. As grandes mineradoras como a Vale, BHP e Rio Tinto  estão a pleno vapor investindo dezenas de bilhões em seus projetos de ferro no  mundo inteiro. Ainda existem problemas como os atrasos de Simandou entre outros,  mas não dá para negar que veremos centenas de milhões de toneladas de minério  ferro novo, chegando aos portos chineses com um all in cash cost abaixo de  US$60/t. Ou seja, minério barato de alta qualidade. A estas horas, se eu fosse  minerador chinês ou indiano com preços CIF China acima de US$90/t eu já  começaria a botar as barbas de molho e pensar em diversificar. Não há como  competir com os brasileiros e australianos quando o assunto é preço.
Mesmo com a nova revolução urbana chinesa a caminho e com o natural crescimento  no consumo de commodities os preços do minério deverão se acomodar em patamares  mais baixos. O Bull Market não pode continuar com esse novo influxo de minério.  O que veremos é uma nova revolução na mineração chinesa que deverá se modernizar  ou, simplesmente, se extinguir. Talvez a China adote medidas protecionistas  evitando que os seus mineradores quebrem. Tudo isso pode acontecer  simultaneamente, mas é totalmente improvável que, neste cenário macroeconômico,  os preços do minério de ferro continuarão a escalada de 2013 e que previsões  como a do World Bank de $135/t média para 2014 venham a se concretizar.

Com custos elevados e preços do ouro em baixa a Kinross demite no Brasil, Chile e Estados Unidos

Com custos elevados e preços do ouro em baixa a Kinross demite no Brasil, Chile e Estados Unidos

Nem tudo brilha na Kinross, uma das 10 maiores mineradoras de ouro do mundo. Com o ouro em queda e o seu all-in sustaining cost em torno de US$1200/onça só existe um caminho. Este caminho é o do sacrifício cuja receita passa por corte de custos, a otimização de suas operações, a venda de ativos e as demissões.
É isso que leva a empresa a fundir suas operações dos Estados Unidos com as da América do Sul, o que irá causar a demissão de muitos.
No entanto tudo isso será inócuo se a empresa não baixar os elevadíssimos custos (all-in sustaining costs) operacionais: ela prevê algo entre $1.100-$1.200/oz para 2013 o que ainda é muito elevado. Os investidores sentindo o risco já começam a abandonar o barco: as ações da Kinross já caíram 50% neste ano e deverão cair bem mais se o ouro não voltar a subir.

Petronas não vai comprar ações da OGX

Petronas não vai comprar ações da OGX
Em um passe de mágica Eike Batista vê 850 milhões de dólares voando pela janela. A Petronas decidiu não investir e comprar 40% dos campos petrolíferos da OGX. A notícia não poderia ser pior e abate o pouco de esperança que a falida OGX ainda tinha.

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