segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Mistérios da Geologia: luzes associadas aos terremotos são explicadas

Mistérios da Geologia: luzes associadas aos terremotos são explicadas

Por Pedro Jacobi  
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Por muitos séculos misteriosas luzes  foram observadas antes, durante e depois de  terremotos. Essas luzes já tiveram as explicações mais controversas. Até UFOs  foram considerados como os causadores delas. Em geral, as luzes, são descritas  como bolas de fogo, esferas de luz ou chamas que oscilam segundos antes de um  terremoto (veja as fotos).
 Os geólogos, no entanto, acreditavam que elas estariam relacionadas a  ambientes geológicos tipo rifts e que deveria existir uma explicação bem mais  simples e científica.
Somente agora, pela primeira vez, um estudo científico publicado pela  Seismological Research Letters assinado pelo geólogo canadense Robert Thériault  propõe um mecanismo para explicar essas misteriosas luzes.
O grande problema com esse estudo é a falta de precisão nas descrições feitas  pelos observadores. Esses sempre adicionam um elemento pessoal, não científico,  que acaba comprometendo os estudos subsequentes. Observações documentadas e  filmadas, como as de Pisco em 2007, no terremoto de 8.0, no Peru, são raras. Esses  filmes, feitos por câmaras de segurança, foram comparados com os dados  sismográficos e mostram que as luzes ocorreram ao mesmo tempo em que as ondas  sísmicas se propagavam.
O estudo publicado por  Thériault levou em consideração todos os relatórios considerados  “confiáveis” desde o ano 1.600 até hoje. Dos 65 terremotos estudados 56 ocorreram em  uma zona de rift e 97% desses casos estavam associados a uma falha vertical e  nunca a falhas de baixo ângulos.
Os autores sugerem que o stress causado pelo atrito no plano de falha, durante  um terremoto, gera cargas elétricas que se propagam principalmente em planos de  falhas verticalizados. Essas cargas positivas, ao atingir a superfície formam  fortes campos elétricos que ionizam os gases e criam as luzes.
Os estudos laboratoriais indicam que esses campos elétricos podem ser mais  frequentes em alguns tipos de rochas do que outros.


Ano novo chinês se aproxima: será a virada do ouro?

Ano novo chinês se aproxima: será a virada do ouro?
No dia 31 de janeiro será a passagem para o ano novo Chinês, o ano do cavalo. Esta proximidade é, também, o momento em que a China costuma intensificar a compra do ouro, uma tradição milenar. O ouro futuro já subiu $23/oz,  para entrega em fevereiro, refletindo as expectativas dos investidores. Já o ouro para março subiu neste novo ano mais de 4%.
Tudo em linha com o ano novo chinês e com as expectativas do mercado. Ainda é cedo para chamar esses aumentos de uma virada nos preços do ouro, mas fique atento, pois se houver uma virada real neste trimestre ela pode acontecer agora com a pressão compradora do ano do cavalo chinês.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Garimpo: começa corrida pela cassiterita

Garimpo: começa corrida pela cassiterita

A recuperação do preço do estanho no mercado internacional, acompanhando a tendência de alta das commodities minerais observada nos últimos tempos, está fazendo ressurgir com força no Pará o garimpo de cassiterita, como é mais conhecido o minério de estanho. Em São Félix do Xingu, berço daquele que foi, na primeira metade da década de 1980, um dos maiores garimpos de cassiterita do Brasil, a garimpagem, retomada no primeiro semestre deste ano, já ocupa hoje perto de 1.500 pessoas, incluídas aquelas que desenvolvem atividades de apoio. O estanho tem como principal aplicação industrial a produção de soldas para a indústria eletroeletrônica.

O garimpo está localizado na mesma área onde foi explorada, há quase três décadas, a antiga mina de cassiterita, na hoje vila de São Raimundo, um próspero distrito de São Félix do Xingu localizado a cerca de 28 km de distância da sede do município. A comunidade local, que já havia se acostumado à rotina da atividade agropastoril, voltou a experimentar a febre do garimpo entre abril e maio deste ano, quando começaram a chegar ali as primeiras levas de garimpeiros procedentes de Ariquemes, berço histórico da exploração garimpeira de cassiterita no Brasil.

Acionada na época pela Prefeitura Municipal de São Félix do Xingu, preocupada com os impactos sociais e ambientais que se prenunciavam com a retomada da atividade garimpeira, a Superintendência do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) no Pará deslocou para aquele município, em julho deste ano, uma primeira equipe técnica. À frente do grupo, o superintendente João Bosco Pereira Braga implantou ali, em caráter pioneiro, um projeto que já vinha sendo maturado pela administração central do DNPM em Brasília. O projeto está hoje se ampliando no Pará e deverá futuramente ser estendido a todo o país.

A previsão é do geólogo Paulo Brandão, que representa a Diretoria de Gestão de Títulos Minerários do DNPM no projeto Coordenação de Ordenamento Mineral (Cordem). “Este é um projeto piloto que vai ser levado às demais superintendências do DNPM em todo o Brasil”, disse ele na quinta-feira, ao participar, em Belém, da entrega dos dois primeiros títulos de Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) em São Félix do Xingu. A beneficiada foi a Cooperativa dos Garimpeiros de Ariquemes, entidade que congrega, principalmente, os trabalhadores responsáveis pela retomada da exploração mineral no município.

Outras duas cooperativas – a Coomix e a Coogata – já estão organizadas e deverão em breve receber também os seus títulos de lavra. Conforme esclareceu o superintendente João Bosco Braga, o DNPM optou por estimular o associativismo e o cooperativismo no ordenamento da atividade. “É muito mais fácil você dialogar e encaminhar a solução de problemas com uma entidade do que se entender individualmente com centenas ou milhares de trabalhadores”, enfatizou.

João Bosco informou que o garimpo de Vila São Raimundo está em áreas tituladas no século passado em nome de três grandes mineradoras – Vale (na época, a estatal Companhia Vale do Rio Doce), a Metalmig, de São Paulo, e a Mineração Planície Amazônica, uma subsidiária da Paranapanema. Ele disse que o preço do estanho, como de toda commodity mineral, costuma oscilar bastante. Na década de 1980, por exemplo, uma brusca queda de preço, da ordem de 70%, provocou a paralisação das atividades no Pará. Atualmente, a cassiterita está cotada a US$ 15,4 mil a tonelada e o estanho em torno de US$ 22 mil.
Desafio é legalizar a pequena mineração

Tendo como principais parceiros as prefeituras e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), o DNPM pretende levar o projeto Coordenação de Ordenamento Mineral (Cordem/Pará) a 47 municípios paraenses. O primeiro foi São Félix do Xingu; o segundo, o polo oleiro-cerâmico de São Miguel do Guamá e Irituia. “A grande mineração está resolvida no Pará. O nosso desafio será ordenar e legalizar a pequena mineração”, afirmou o superintendente João Bosco Braga.

O superintendente do DNPM observou que a cadeia mineral, mantida pelas indústrias extrativa e de transformação, responde hoje por 45 mil empregos. Só o polo oleiro-cerâmico de São Miguel do Guamá e Irituia, segundo ele, garante ocupação e renda para cerca de 30 mil pessoas, enquanto os garimpos remanescentes do Tapajós empregam hoje em torno de 40 mil trabalhadores. “Eu não ponho em dúvida a enorme importância da grande mineração para a economia brasileira nem estou discutindo a qualidade do emprego. O que eu quero mostrar é que a pequena mineração precisa também ser valorizada”, acrescentou.

João Bosco Braga disse que o Cordem será desenvolvido no Pará tendo em mira três grandes alvos. O primeiro, as regiões de garimpos – de ouro, cassiterita e gemas. O segundo, os minerais empregados em larga escala na construção civil, especialmente areia, brita e seixo, mapeados e dispersos por três grandes por três grandes áreas – a região metropolitana, o polo Santarém e o polo Marabá/Carajás. Como terceiro alvo o DNPM aponta os polos oleiro-cerâmicos, que no Pará são dois, hoje claramente identificados: o de São Miguel/Irituia e o de Santarém.

Também dispersa é a distribuição de garimpos, conforme destacou João Lobo Braga. Os de ouro estão localizados principalmente nos vales do Tapajós e do Gurupi – abrangendo os municípios de Viseu, Cachoeira e Nova Esperança do Piriá, além de pequenas ocorrências esparsas e sazonais na região de Rio Maria e Redenção. De acordo com o DNPM, são três as áreas garimpeiras que até hoje produzem gemas no Pará – a de ametista em Marabá, a de opala e diamantes em São Geraldo do Araguaia e a de diamantes do rio Cupari, em Itaituba.

João Bosco Braga destacou que o garimpo de ametista do alto Bonito, entre Marabá e Paruapebas, ainda em operação, foi talvez o maior produtor do Brasil. Se não em volume, certamente no tocante à pureza e à qualidade. “A ametista do Pau d’Arco (como ela era conhecida na época e que nada tem a ver com o atual município do mesmo nome) era a melhor do Brasil”, enfatizou. 

Petrobras tem a maior perda em 2013 e 2014 pode ser pior

Petrobras tem a maior perda em 2013 e 2014 pode ser pior
A Petrobras foi a empresa brasileira, listada em bolsa, que teve a maior desvalorização em 2013. A queda do seu valor de mercado foi de 34,1 bilhões de dólares. Em segundo lugar ficou a megamineradora Vale, com 15,6 bilhões de dólares de desvalorização.
Os problemas da Petrobras são muitos e de difícil solução. Poços secos ou com produção em queda, poços paralisados em manutenção, dívida estratosférica, produção em queda, importação em alta, pouco dinheiro em caixa, preços de combustíveis defasados no mercado interno, Governo fazendo política demagógica em ano eleitoral, alta do dólar que faz a dívida ficar mais premente, venda de ativos por preços espúrios, muito abaixo do valor lançado nos balanços e mais uma série de fatores fazem da Petrobras uma péssima aposta para 2014.
Por mais otimistas que tentamos ser o ano de 2014, por ser eleitoral, tem tudo para ser muito ruim para a Petrobras que necessita urgentemente de caixa para sobreviver. Como conseguir esse aporte se as suas vendas e leilões não estão atraindo os investidores nas proporções alardeadas? Como efetuar o ambicioso plano de investimentos de mais de 200 bilhões de dólares se os preços dos combustíveis estão atrelados a uma política governamental demagógica que não vê a empresa e os acionistas, mas sim os votos?
Como crescer se a empresa se recusa a entrar no óleo e gás dos folhelhos desconsiderando completamente a experiência dos Estados Unidos que está revolucionando a economia em menos de 10 anos?
Tudo leva a crer que a Petrobras terá mais um ano terrível.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

2013, um ano para ser esquecido

2013, um ano para ser esquecido

Por Pedro Jacobi  
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O ano de 2013 não foi um bom ano para a mineração brasileira.
Os mineradores estiveram, o ano todo, sob intenso fogo cerrado. Em meio as más notícias destacaram-se pulverização da OGX, as sequelas da crise mundial, a ameaça do novo Marco Regulatório da Mineração e a paralisação da emissão de concessões pelo DNPM.   

Um ano sem pesquisa mineral a espera do Código que não veio  

O ano viu a pesquisa mineral atingir o seu pior momento da história da mineração brasileira. Graças a uma decisão absurda, feita em 2011, de paralisar as concessões dos alvarás de pesquisa e de lavra o Brasil viu um verdadeiro apagão mineral que arrasou o setor, em 2013, como um tsunami.  

Vários projetos, onde seriam investidos bilhões de reais, foram jogados em um limbo, a espera do decreto de lavra que não vinha, atolado nos escritórios do MME.
Em 2013 centenas de empresas de pesquisa mineral de porte pequeno a médio, as junior companies, viram a sombra da incerteza cobrir os seus horizontes.   
Quando o DNPM paralisou a emissão dos alvarás de pesquisa as dezenas de milhares de processos que tramitavam no órgão começaram a virar pó. Pouquíssimos alvarás foram concedidos, a maioria graças a ações na justiça e todos os investimentos feitos na pesquisa mineral que antecederam os requerimentos possivelmente foram para o ralo.    

Hoje, com o Código remendado e ainda não aprovado, resta a dúvida se essas dezenas de milhares de alvarás retidos serão, algum dia, considerados.   

Tudo leva a crer que não! 

É sempre importante lembrar que sem alvarás de pesquisa não há pesquisa mineral no Brasil. Ao paralisar a concessão dos alvarás, desde o ano de 2011, o Governo simplesmente inviabilizou a pesquisa mineral no Brasil. Vimos o setor ser sucateado enquanto eram adiadas as descobertas de riquezas minerais e a produção de muitas minas.   
Em 2013 a população brasileira não viu os benefícios dos impostos decorrentes dessas descobertas e da arrecadação da nova CFEM contida no novo Código Mineral.  

Todos perdemos.

 A grande maioria das junior companies, que fazem a pesquisa mineral e as descoberta de jazidas no Brasil,  já estão deixando o Brasil onde investiam mais de 1 bilhão de reais por ano na pesquisa mineral gerando impostos, empregos e riquezas. O efeito cascata deste desinvestimento demoliu o setor. Os laboratórios demitiram e fecharam assim como as empresas de sondagem e as centenas de empresas prestadoras de serviços nas áreas da geologia e da mineração.   

Uma verdadeira catástrofe se abateu sobre o setor colocando milhares de famílias no desespero.  

A implosão do Grupo X
 
O ano de 2013 vai ser lembrado pela implosão do Grupo X que causou a maior perda financeira da história do planeta.   
No centro deste ciclone financeiro o empresário Eike Batista viu a sua fortuna de dezenas de bilhões de dólares, a sétima maior do planeta, virar pó e a sua empresa OGX perder 99% do seu valor de mercado em poucos meses.  

Com a explosiva desvalorização do Grupo X ficou claro a falta de controle que o Governo e a Bolsa de Valores têm sobre as informações veiculadas ao público e aos investidores. O sistema falhou gravemente e as auditorias externas se mostraram incapazes de detectar a falta de veracidade das afirmativas da OGX quanto as suas reservas e    previsões de produção.
O sistema apresentou as suas falhas que permitiram a catástrofe da OGX e das demais empresas de Eike.  

Não há como culpar os investidores por colocar o seu dinheiro em ativos de alto risco. Temos que culpar a OGX e seus executivos, os analistas, os auditores internos e externos e a própria Bovespa que não filtrou adequadamente as notícias. Fica muito claro que faltam dispositivos sérios como o NI-43-101 ou o Jorc, usados pelas grandes bolsas de valores do mundo que, quando seguidos à risca, protegem os investidores de situações como essa.  

O que fica de 2013?

Pouco.
Talvez a esperança de que em 2014 o novo Código Mineral seja aprovado rapidamente, com as emendas redigidas por Quintão, que devolvem o direito de prioridade ao requerente. Só assim teremos neste país a volta das empresas de pesquisa mineral.  
Que venha 2014!