terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Será que a Coréia do Norte vai virar, de cabeça para baixo, o mercado mundial de terras-raras?

Será que a Coréia do Norte vai virar, de cabeça para baixo, o mercado mundial de terras-raras?
As notícias vindas de Jongjiu na Coréia do Norte estão deixando muitos americanos de cabelo em pé. Os Estados Unidos precisam das terras-raras para a sua indústria bélica, seus smartfones, TVs, mísseis, imãs de alta performance, catalizadores e para se manter a frente da tecnologia mundial.
  A descoberta de o que está sendo chamado de o maior jazimento de terras-raras do mundo com um potencial de 6 bilhões de toneladas ou de 65 trilhões de dólares de valor pode mudar completamente o cenário das TR do mundo. Se esse depósito for confirmado ele terá seis vezes mais terras-raras do que a China que já controla 95% da produção e das reservas  mundiais.
A empresa das Ilhas Virgens a SRE Minerals Limited tem uma joint venture com o Governo da Coréia do Norte para a exploração dessas terras-raras. No momento ainda não foram feitos os estudos definitivos de cálculos de reservas que certifiquem o tamanho real dos depósitos. Portanto os números falados ainda são especulativos mas tudo leva a crer que os jazimentos de Jongju sejam fora de escala. O que a SER Minerals publica é que o alvo tem um potencial para 6,02 bilhões de toneladas de minério com 216,2 milhões de toneladas contidas de TREO (total de óxidos de terras-raras) conforme abaixo:
-664.9 Mt @ >9.00% TREO,
-634.0 Mt @ >5.70 ≤ 9.00% TREO,
-2.077 Bt @ >3.97 ≤ 5.70% TREO,
-340.4 Mt @ >1.35 ≤ 3.97% TREO,
-2.339 Bt @ ≤1.35% TREO
Um jazimento dessa proporção ainda não havia nem sido sonhado.
Em abril de 2014 começam os 96.000m de sondagem que serão seguidos por mais 120.000m da fase 2 que irão criar uma certificação no padrão Jorc, aceito internacionalmente. O interessante é que ainda existem vários outros alvos que poderão aumentar ainda mais os recursos coreanos.
Se esse jazimento for confirmado e entrar em produção é possível que a China seja fortalecida nessa equação. Afinal a China é o único país a sustentar, auxiliar e proteger a Coréia do Norte nos últimas décadas. Além disso é a China que detém a tecnologia e o mercado mundial das TR o que a Coréia do Norte, um país pobre e de baixa tecnologia, está longe de ter.
É complexa a situação da SER Minerals que ficará pressionada entre a Coreia do Norte e a China. Possivelmente a SRE Minerals Limited  e a Pacific Century serão engolidas pelas estratégias políticas que irão ditar todos os passos do projeto à distribuição das TR em Jongju.
A empresa tem a concessão por 25 anos e poderá colocar uma refinaria como parte do negócio.

Aço e o Japão: houve uma época...

Aço e o Japão: houve uma época...
Houve uma época que o Japão era um dos maiores produtores de aço do mundo e que o Brasil era o seu maior fornecedor. Foi nessa época que a Vale se estabeleceu como uma grande mineradora e exportadora de minério de ferro.
Essa época passou e hoje, para comparação, a China produziu em 2013, nada mais nada menos do que, sete vezes mais aço do que o Japão. Em 2013 o mundo todo produziu 1,6 bilhões de toneladas de aço e a China, a maior produtora, foi responsável por 48% desse montante. Foram 780 milhões de toneladas de aço produzidos em 2013, 7,2% acima da produção de 2012.
Números maiúsculos que mostram que a revolução chinesa continua em andamento.
O Chairman da Sumitomo Metal Corp  Shoji Muneoka diz que a China está aumentando a sua produção acima da demanda mundial. Enquanto isso o Japão está paralisado em 100 milhões de toneladas de aço nos últimos 20 anos uma evidente prova de que a economia japonesa já estabilizou.
Mas nem tudo está perdido na indústria do aço japonês. Apesar de uma produção equivalente a 7% do mercado mundial o aço japonês tem vantagens competitivas pela qualidade e por produtos com grande valor agregado. Essa diferença compensa, parcialmente, o não crescimento da indústria.
Os japoneses encontraram nichos onde eles tem pouca competição. Eles estão concentrando em placas de ferro especiais para a indústria automobilística e criando novas plantas na Tailândia e México, além de expandir algumas plantas antigas como a Yawata Works no Japão. É devido a essa vantagem competitiva, dentro de um nicho de mercado, que os japoneses acreditam estar livres da competição das siderúrgicas chinesas nos próximos 5 anos, afirma o Presidente da Kobe Steel Hiroya Kawasaki.
Nós achamos que o Sr. Kawasaki está um pouco otimista demais quando o assunto é aço e China. Os chineses já mostraram inúmeras vezes, que eles, quando querem, podem mudar e quebrar todos os paradigmas. Vamos aguardar.
Foto: wudli

First Quantum vai investir US$6,4 bilhões no Cobre Panamá

First Quantum vai investir US$6,4 bilhões no Cobre Panamá O Projeto Cobre Panamá, um enorme cobre pórfiro, localizado a 120 km de Panama City, tem um total de 4,2 bilhões de toneladas com 0,35% Cu, e traços de ouro, prata e molibdênio. Trata-se de um corpo granodiorítico afetado por um stockwork e intensa alteração hidrotermal. A zona de alteração afeta o granodiorito e as encaixantes vulcânicas formando um corpo de 9.000m x 4.500m.
A canadense First Quantum, que comprou em 2013 o controle do Projeto Cobre Panamá da Inmet Mining, informa seus planos de investir um CAPEX  de US$6,4 bilhões. O mina deverá ter uma capacidade de 70 milhões de toneladas por ano nos primeiros dez anos passando para 100 milhões de toneladas até o final da vida útil, em 2050.
A empresa está investindo em outros 4 projetos de cobre, níquel, ouro, zinco e PGM em locais distintos como a Zâmbia, Peru e Panamá.

Petra Diamonds recupera diamante azul raro

Petra Diamonds recupera diamante azul raro
A mineradora Petra Diamonds recuperou em sua mina de Cullinan na África do Sul um raro diamante azul de 29,6 quilates. Espera-se que os preços deste diamante lapidado irá valer em torno de 3 milhões de dólares o quilate.
A mina de Cullinan lavra o kimberlito de Premier que é conhecido por ter produzido o mais famoso diamante do mundo Cullinan. Este diamante, também azul, foi descoberto em 1905 e tinha 3.106 quilates. Hoje, lapidado, o Cullinan está em Londres na Coroa Inglesa. A mina já produziu outros diamantes importantes como a Estrela de Josephine que foi vendido por 9,49 milhões de dólares em 2008.

Indonésia sob pressão

Indonésia sob pressão
Depois de a Indonésia banir as exportações de minério bruto todos acreditavam que os concentrados estariam livres para serem exportados, o que não iria penalizar tanto o país. No entanto, novas taxas sobre a exportação de concentrados paralisaram, também, a exportação destes. Desde que as novas regras foram anunciadas, ninguém exportou um quilo de concentrado, o que coloca em enorme risco as metas do Governo Indonésio. A mineração é uma das principais fontes de renda da Indonésia e os concentrados de cobre exportados pela Freeport-McMoran e Newmont são os mais importantes da pauta de exportação.
O aumento progressivo dos impostos sobre a exportação fez as mineradoras pararem de exportar e sentar na mesa de negociação com os representantes do Governo. As novas regras levam em conta os teores dos concentrados de cobre, ferro, zinco, manganês, ilmenita e chumbo, que devem ser certificados e taxados diferentemente. As taxas são elevadas e proibitivas dizem os mineradores.
No caso dos minérios brutos, como o minério de níquel laterítico (foto) e a bauxita, produtos importantes na cesta dos exportados, não haverá nenhuma solução intermediária. As minas serão fechadas até que sejam implantadas plantas de concentração. Neste período, que pode levar vários anos, o país não irá arrecadar e o desemprego irá aumentar.
Em breve, quando a poeira baixar, e o país contabilizar enormes prejuízos, é possível que essas novas regras sejam revistas e que uma solução intermediária seja encontrada.