domingo, 6 de julho de 2014

A História de Tocantins (OURO)

Brasão do Estado de Tocantins
Titulo História de Tocantins 1500-1730

Os pioneiros e a força de sua raça

Segundo estudiosos, o homem está na América há mais de 12 mil anos, vindo da Ásia para o Alasca através do estreito das eras glaciais, quando o nível do mar foi rebaixado, unindo a Sibéria ao Alasca, pelo estreito de Bering. Por isso, acredita-se que foram os grupos humanos de origem asiática que começaram o povoamento das Américas.

Esses nativos, chamados de “índios” pelos descobridores europeus, que pensavam ter chegado à Índia, formam povos com diferenças tanto na raça quanto na língua. Vivendo da caça e coleta, depois passaram a dominar a agricultura (milho, mandioca, fumo), usar cerâmica, ferramentas e armas (arco e flecha). No trabalho, o homem caça, pesca, faz guerra; a mulher planta, cozinha. A coivara, queimada da mata antes do plantio, ainda hoje uma prática da agricultura brasileira herdada dos primeiros habitantes do Brasil.

Indíos do Tocantins
Quatro séculos após o descobrimento do Brasil, no ano de 1910, Cândido Mariano da Silva Rondon fundou o Serviço de Proteção ao índio (hoje FUNAI), depois de chefiar uma missão para construir a linha telegráfica entre Cuiabá e Vale do Araguiaia. Até então os índios eram abatidos a tiros. A partir da Comissão Rondon, a sobrevivência das tribos do Brasil Central e da Amazônia passou a ser questionada no Brasil. Merecidamente, o marechal Rondon é considerado o defensor dos índios.

Rio Tocantins, uma descoberta francesa

Em 07 de junho de 1494, acordo assinado na cidade espanhola de Tordesilhas (por isso mesmo chamado Tratado de Tordesilhas) traçou uma linha imaginária a 370 léguas das Ilhas de Cabo Verde, delimitando que as terras a oeste dessa linha pertenceriam a Espanha e a leste pertenceriam a Portugal, dividindo-se as terras do Novo Mundo recém-descoberta. Imediatamente os homens de negócios da França, Holanda e Inglaterra financiaram suas expedições para partilhar das novas terras. Há constantes tentativas para fundar colônias no Brasil. Enquanto as capitanias de Pernambuco e S. Vicente (S. Paulo) prosperavam com seus engenhos de açúcar, franceses, ingleses e holandeses conquistavam a região Norte brasileira, estabelecendo colônias que servissem de base para posterior exploração do interior do Brasil.

Garimpos do Tocantins

Depois de devidamente instalados no forte de São Luís, na costa maranhense, uma das primeiras providências para expansão da colônia francesa era explorar os sertões do rio do Tocantins. Assim fez Daniel de la Touche, senhor de La Ravardiêre: “Em 1610, Mr. De Bault, um dos quarenta soldados expedidos do Maranhão ao Pará por La Ravardiére, sob mando de Mr. De La Blanjartier, topara na Serra dos Pacajás”, nas proximidades de onde hoje se localiza a Usina de Tucuruí, no Rio Tocantins. Portanto, o Rio Tocantins foi descoberto pelo francês La Blanjartier pela foz, que por ele subiu à cachoeira de Itaboca (Tucuruí).

Os Tupinambás habitavam a região próxima à cachoeira de Santo Antônio das Três Barras (onde é hoje a cidade de Itaguatins). Assim, fica evidenciado que cabe aos franceses a honra de haver descoberto o Rio dos Tocantins pela embocadura. (Fonte: Lysias Rodrigues, in “O Rio dos Tocantins”.)

As missões da Companhia de Jesus

Quinze anos depois dos franceses, os portugueses iniciam a colonização do Tocantins pela decidida ação dos jesuítas. O historiador Basílio de Magalhães (“Expansão Geográfica do Brasil Colonial”) afirma: “É obra de Antônio Vieira e dos seus companheiros de batina irradiação das missões dos seus centros principais, que eram Belém e Gurupá, pelos rios Tocantins, Xingu e Tapajós acima”.

Conta-nos Bernardo de Berredo, governador e capitão general do Maranhão (“Annaes Históricos do Estado do Maranhão): “0 Pe. Frei Cristovão de Lisboa... Passou a dilatá-lo no descobrimento do celebrado rio dos Tocantins, para o qual partiu da aldeia de Una em 8 de agosto (de 1625)...” No ano de 1636 o padre Luís Figueira é mandado de Portugal com a missão de estudar as tribos indígenas do Tocantins e indicar os locais para aldeamentos da Companhia de Jesus, a fim de tirar os índios da influência “herática” deixada pelos colonos franceses.


Em 1653, com a chegada do padre Antônio Vieira no Baixo Tocantins, foi reiniciada a conquista do Rio dos Tocantins. No dia 13 de dezembro daquele ano, padre Vieira chefiou uma missão que subiu o Tocantins e manteve os primeiros contatos com os índios tacaiunas, onde é hoje a cidade de Marabá. Padre Vieira regressou ao Baixo Tocantins sem os nativos para organizar as primeiras aldeias missionárias em Cametá. No ano de 1655 (e novamente em 1658), o padre José Thomé chefiou uma missão religiosa do Tocantins ao Araguaia, sendo considerado o primeiro jesuíta que esteve em contato com os carajás, e conseguiu descer mais de mil índios para o BaixoTocantins.

Também em 1658 o padre Francisco Velloso subiu o rio e fez descer para o Baixo Tocantins mais de mil índios tupinambás para aculturá-los nas aldeias da Companhia de Jesus. No ano seguinte, o padre Manuel Nunes chefiou outra missão, indo até a ilha do Bananal, trazendo de volta mais 1 milheiro de indígenas pequiquaras e 250 Inheinguaras, “estes últimos como presa de guerra”. Já em 1668, uma tropa de brancos e índios tendo como missionário o padre Gaspar Misseh, atinge o alto Tocantins e localiza os índios poquizes, depois de caminhar oito dias da margem do rio. Partindo do Baixo Tocantins, a 16 de dezembro de 1674, o padre Antônio Tavares Raposo, com 35 homens brancos e 300 índios, subiu rio acima até a terra dos guarajus (Porto Nacional).

Com a subida da expedição do padre Antônio Raposo estava então todo o Rio Tocantins descoberto, com a maioria de sua população morando nos aldeamentos da Companhia de Jesus, no Baixo Tocantins.


O Povoamento do Tocantins

O processo de colonização do território do atual Estado do Tocantins é complexo e varia, segundo a historiografia (estudo histórico e crítico sobre a história) estudada. Há mesmo diferenças de interpretação de precedência histórica, entre as entradas e bandeiras dos paulistas, com o ciclo da criação de gado pelo homem do Nordeste brasileiro. Embora sejam responsáveis pelas primeiras expedições nas terras tocantinas, as bandeiras praticamente em nada contribuíram para a colonização do antigo Norte de Goiás. Isso porque a missão dos bandeirantes era aprisionar os nativos, usando-os como mão-de-obra nas lavouras de açúcar em São Paulo. Ou para citar Capistrano de Abreu, “bandeiras eram partidas de homens empregados em prender e escravizar o gentil indígena”.


Quando, na terceira década do século XVIII, acontecia a descoberta de ouro no Sul do Tocantins, a região já detinha um extenso corredor de picadas para os caminhos de gado entre Piauí, Maranhão e ribeiras do Rio São Francisco.

Portanto, desde o início do desbravamento e povoamento destas ribeiras, sempre existiram dois Goiás: o Sul, colonizado pelos paulistas e o Norte, colonizado pelo vaqueiro e dono de curral, vindos do Nordeste brasileiro. Para compreender a socialização do homem no antigo Norte de Goiás, hoje Estado do Tocantins, há de se consultar a vasta bibliografia sobre a colonização no Médio São Francisco (sendo comarca de Pernambuco), Bahia, Piauí, Maranhão e Pará.

Ciclos da Economia

- Criação de gado, através da picada da Bahia. Expansão das fazendas de criação dos sertões da Bahia, Pernambuco, Piauí, que começa no século XVII e se prolonga até a terceira década do século XVIII, quando se descobre as minas de ouro em Natividade, Arraias, Almas, etc.

- Mineração de ouro, que se estende até o final do século XVIII.

- Lavoura de algodão e fumo, a partir da Segunda metade do século XVIII. Devido a independência dos Estados Unidos, a indústria Têxtil da Inglaterra ficou sem mercado importador dessas matérias-primas.

- Borracha da mangabeira (caucho), no início deste século, que resultou na colonização do vale do Áraguaia.

- Mineração de cristal de rocha, antes da construção da rodovia Belém-Brasília.

- Agropecuária, após a construção da rodovia Belém-Brasília.

- Agroindustrialização, vocação econômica para colocar o Tocantins no mercado nacional e internacional.

As minas do Tocantins

No início do século 18, bandeirantes na caça ao índio descem o Araguaia e sobem o Rio das Mortes, descobrindo ouro em Cuiabá (Mato Grosso). Na mesma época os paulistas descobrem ouro no Alto São Francisco (Minas Gerais) e Alto Araguaia (Goiás).

No Alto Tocantins, vaqueiros descobrem ouro nas Terras novas (Natividade, Almas, Arraias, São Félix da Palma - hoje Minaçú, Goiás), nascendo aí os primeiros núcleos urbanos de garimpeiros, comerciantes, funcionários do Reino e escravos africanos. Os governadores do Pará A minas de Tocantins e Maranhão disputavam jurisdição sobre os garimpos. O governador do Maranhão nomeava autoridades suas para os arraiais de São Félix da Palma, Natividade, Chapada, Carmo e Pontal.

No ano de 1733, a Coroa ordena que as minas das Terras Novas (Alto Tocantins) fossem incorporadas à capitania de S. Paulo. Na mesma época, as autoridades do Reino ordenam que o capitão de S. Paulo convocasse uma junta para estudar e propor que as minas do Alto Araguaia (Goiás) e Alto Tocantins (Terra Novas) fossem elevadas ao grau de capitania, inclusive que transferisse a fundição de S. Paulo para a nova capitania.

O século do ouro

“A sede insaciável do ouro estimulou tantos a deixarem suas terras e meterem-se por caminhos tão ásperos, como são os das minas, que diflcultosamente se poderá contar o número de pessoas que atualmente lá estão...


Cada ano vêm nas frotas quantidades de portugueses e de estrangeiros, para passarem às minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil vão brancos, pardos e pretos, e muitos índios de que os paulistas se servem. A mistura é de toda a condição de pessoa: homens e mulheres, moços e velhos, pobres e ricos, nobres e plebeus, seculares e clérigos, religiosos de diversos institutos, muitos dos quais não têm no Brasil convento nem casa”. (Antonil - Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas, 1711)

Os primeiros arraiais

Nesse período, a imigração nas minas de ouro vai fundando núcleos de povoação. De 1730 a 1734, o garimpeiro Amaro Leite começa a explorar as minas do Rio Maranhão, afluente do Tocantins. Entre 1732 a1737, o garimpeiro Manuel Rodrigues Tomar é expulso pelas autoridades da Meia Ponte e, acompanhado com crescido número de companheiros, fundou as povoações das minas de ouro de Crixás, Trairas, São José do Tocantins, Santa Rita e Agua Quente.

No ano da 1734, o garimpeiro Antônio Ferraz de Araújo fundara os arraiais da Natividade e Almas. Em 1736, pernambucanos e baianos descobrem ouro na Chapada dos Negros, origem do arraial de Arraias. No mesmo ano, o garimpeiro Carlos Marinhos lança os alicerces dos arraiais de São Félix e Chapada.

Em 1738, Antônio Sanches descobre ouro no Pontal. Em 1741, garimpeiros dão origem ao arraial da Conceição. No ano de 1746 o garimpeiro Manoel de Sousa Ferreira organiza a povoação das minas de ouro do Carmo. (Alencastre, Capistrano de Abreu, Enciclopédia dos municípios, do TBGE.)

Picada da Bahia

A descrição, a seguir é de Lysias Rodrigues. “Não se pode precisar com certeza a data da abertura da célebre picada da Bahia, por onde, mais tarde, vinham do litoral todos os abastecimentos necessários aos mineradores de ouro”. Somos levados a crer que ela tenha sido aberta pela bandeira de que nos fala o padre Manuel Rodrigues, que “de Pernambuco veio a descoberta do sertão de Parahupava e que foi aniquilada pelos ferozes índios tocantins que na língua Tupi-Guarani quer dizer “índio com nariz de tucano”, nariz comprido.

“Esta picada da Bahia cruzava o vale do São Francisco, e pelo planalto que dali ascende para oeste, vinha sair no Vão do Paranã, para ir passar depois pela margem norte da Lagoa Feia”, hoje, cidade de Formosa, em Goiás, segundo observação de Luiz dos Santos Vilhena. “É evidente que por esta picada da Bahia muitos foram os que passaram; alguns negros, escravos fugidos, vieram ter ao Vão do Paranã e talvez por terem achado o ouro, ali estabeleceram-se em um povoado, sob a invocação de SantoAntônio”, futura povoação de Couros, hoje, cidade de Formosa. Toda região oeste da Bahia, fronteira com o Tocantins e Goiás, antigamente pertencia à capitania de Pernambuco.

Theotônio Segurado

Quando Theotônio Segurado teve de jurisdicionar pela primeira vez nos sertões do Tocantins, é possível que ele tenha se surpreendido e se entusiasmado com o futuro da Bacia Araguaia-Tocantins, considerando sua infância e juventude de ribeirinho no Baixo Alentejo, em Portugal. Tido como inteligente, laboroso e benemérito homem público, Theotônio Segurado muito fez pelo desenvolvimento econômico da região, inclusive como defensor de nossa emancipação política.

Acatado entre as autoridades maiores de sua época, sendo considerado consultor de ministros nas questões mais importantes de Goiás, Theotônio Segurado pretendia mesmo era se envolver com as vastidões do Norte goiano, região onde demonstrou liderança política e antevia como celeiro do Brasil e integrada com o mercado internacional, mediante a produção de bens exportáveis pelo caudaloso Tocantins via Porto de Conde, em Belém do Pará.

Brasão da Família Segurado

Como ouvidor da extensa comarca de Palma, Theotônio Segurado teve oportunidade de se manifestar várias vezes em documentos, projetos e idéias para desenvolver a região, através de políticas de incentivos para aumento da população, lavoura e comércio, destacando-se a navegação mercantil, com botes e batelões descendo carregados de sola, açúcar, algodão em pluma, fumo em rolo, carne salgada, toucinho e outras riquezas locais para permutar gêneros de importação do mercado europeu.

Mesmo ainda. hoje destratado pelos “carreiristas” e “cronistas” de Goiás e Tocantins o pesquisador sério com a historiografia há de convir que “ausência do ouvidor Theotônio Segurado muito favoreceu a tarefa do padre Luís Gonzaga de Camargo Fleury” no derrotismo e acomodamento pela reunificação do Norte ao Sul goiano.

Felipe Cardoso

BRIGADEIRO FELIPE ANTÔNIO CARDOSO

(Nascido em Arraias em 1773 e morto em Vila Boa de Goiás no dia 24 de julho de 1868). Era filho do Capitão Domingos Antônio Cardoso que, tendo vindo de Portugal para as minas do Norte de Goiás, hoje área do Estado do Tocantins, prestou relevantes serviços à milícía de Segunda Linha nas últimas décadas do século XVIII.

Esse tocantinense dcArraias, aos 27 anos de idade, obteve praça no Segundo Regimento de Cavalaria de Goiás, com sede em Arraias, e teve a graduação de cabo de esquadra a 29 de janeiro de 1800. Sua propensão pela carreira das armas manifestou-se desde cedo. Pouco tempo depois era promovido a alferes do mesmo Regimento de Cavalaria. A l3 de maio de 1808 foi nomeado Primeiro-Tenente, agregado à milícia de Arraias.

Espírito empreendedor e amando a terra que fora seu berço, o moço militar, ao lado do Ouvidor da Palma, desembargador Joaquim Theotônio Segurado, pugnou pelo desenvolvimento comercial da Comarca da Palma, já concorrendo com extremo zelo para o ativo progresso da sonhada Província da Palma (1821-1824). Em 13 de maio de 1811 foi promovido ao posto de Capitão, ainda em Arraias.

No ano de 1825, a 12 de outubro, foi promovido a Coronel, em cuja patente foi governador interino das Armas de Exército, Felipe Antônio Cardoso continuou residindo em Goiás, onde veio a falecer na avaçada idade de 95 anos, deixando uma numerosa descendência, sobressaindo entre seus filhos diletos a figura impávida do Coronel Felipe Antônio Cardoso Santa Cruz, fundador do Jornal “0 Tocantins” (1-1-1855) e Deputado Geral pela Provincia de Góias.

O Revolucionáro

O pequeno círculo social do julgado de Arraias não oferecia horizontes para o militar Felipe Cardoso e assim ele pediu sua transferência para Vila Boa, vila capital de Goiás, local mais propício para o exercício da carreira das armas. Quando em 4 de outubro de 1820 o português Manoel Inácio Sampaio, último capitão general assumiu o Governo de Goiás, o capitão Felipe Antônio Cardoso residia na vila Capital. Refere-nos o passado que Felipe Cardoso liderava o pequeno cenáculo que a história respeitosamente hoje declina, como tributo de gratidão e que o despotismo dos capitães-generais (governadores) condenava.

Pregava-se abertamente contra Portugal. As proclamações e os jornais revolucionários sucediam-se. Em fins de julho daquele ano a atmosfera política era insustentávl em Goiás, A caldeira estava cheia de vapor. Ou vingaria a mão de ferro do governador Sampaio ou triunfariam os protagonistas das novas idéias. O Capitão Felipe Cardoso e outros militares brasileiros deviam agir nos quartéis, enquanto os padres pregavam ao povo os patrióticos ideais.

Estava marcada para o dia 14 de agosto de 1821 a explosão do patriotismo contra o governo português. Eis que na véspera uma hetera (prostituta elegante e distinta) denunciou o movimento. O capitão Felipe Cardoso e outros brasileiros são presos. Abre-se a devassa. O governador Sampaio proclama aos povos. A 20 de agosto de 1821 a devassa estava terminada e como consequência, era decretada a deportação dos implicados. O capitão Felipe Cardoso teve ordem de se retirar para o distrito de Arraias, sua terra natal. No Norte de Goiás, então Comarca da Palma, o capitão Felipe Cardoso volta a propagar as idéias nativistas junto às lideranças tocantinenses. Inclinado pelos movimentos revolucionários e contrário ao despostimos, o capitão Felipe Cardoso discute o abandono da região Norte de Goiás e consegue despertar o ideário separatista da Comarca da Palma para se criar a Provincia da Palma, com apoio do ouvidor Theotônio Segurado e líderes regionais.


Mato Grosso vive ‘boom’ do ouro

Mato Grosso vive ‘boom’ do ouro


Atividade garimpeira a todo vapor em Peixoto de Azevedo - Gilberto Pereira de Souza | Fotos: Mary Juruna/Gilberto Pereira de SouzaProdução cresce vertiginosamente e movimenta a economia dos municípios. Nos últimos nove anos houve um salto de 4.676% na extração, que hoje registra oito toneladas/ano e pode chegar a 15 toneladas/ano em 2015.
A princípio os dados podem parecer absurdos, mas, de fato, nos últimos anos Mato Grosso voltou a produzir ouro em ritmo acelerado. Para se ter ideia deste crescimento vertiginoso, basta analisar os números equivalentes à produção do minério no Estado. Em 2003, por exemplo, Mato Grosso tinha um valor quase que irrisório de lavras exploradas, algo em torno de 173 quilos ao ano. Em 2011, no entanto, o volume atingiu 8.092 toneladas, o que representa um salto de 4.676% na produção.

Os dados são do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPN) e confirmam Mato Grosso em terceiro lugar no ranking dos maiores produtores do metal amarelo no País, ficando atrás apenas de Minas Gerais e Goiás, que ocupam a 1º e 2º posições, respectivamente.

Pepitas de ouro encontradas no garimpo da Cidade Rosa - Foto: Mary Juruna | Fotos: Mary Juruna/Gilberto Pereira de SouzaA comercialização do ouro vive em crescente expansão e valorização em todo o mundo. As bolsas de Nova York, Londres, Hong Kong e Sidney – principais comercializadoras da commodity – registram uma cotação do ouro em ascendência. Em maio de 2002, a cotação do minério girava em torno de US$ 300 a onça-troy (o equivalente 31,104 gramas de ouro), em maio de 2012, a cotação é de US$ 1.650 por onça-troy.

Aumento este bastante significativo, mais ainda se levarmos em consideração que, mesmo em tempos de crise na economia mundial, o preço pago pelo ouro esteve sempre valorizado, atribuindo-lhe a característica de uma aplicação segura.

A valorização do ouro, entretanto, não é sentida apenas nas grandes bolsas de valores. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Extrativistas de Minérios do Estado de Mato Grosso (Sindminério), Laerte Lisboa Lima, o crescimento da exploração aurífera é real e crescente em muitos municípios mato-grossenses. Fato esse, que gera uma movimentação econômica bastante elevada nas localidades onde o minério é explorado.

Em Poconé, na Baixada Cuiabana, por exemplo, a busca pelo ouro volta a movimentar a região o que, consequentemente, contribui para aquecer a economia local. José Lúcio do Amaral, que trabalha neste setor, revela que existem ao menos 12 garimpos no município e que, segundo ele, são responsáveis por 70% da economia da Cidade Rosa. “É fácil perceber que esta atividade gera emprego e remuneração aqui na cidade. O trabalho de exploração do ouro é um dos pilares de sustentação da nossa economia, isto porque o garimpeiro ‘deixa aqui’ o dinheiro que consegue por aqui”, ressalta Amaral.

Ele afirma que essa exploração de ouro na região teve uma queda significativa após o Plano Collor, em 1990. ‘O Plano veio como um balde de água fria para os garimpeiros, muitos ficaram endividados e acabaram abandonando a atividade’. Ele revela, porém, que aos poucos a atividade foi retomada na região, atingindo números significativos a partir do ano 2000. “De lá para cá a atividade tem se expandido e a expectativa de analistas é de que os números possam ser cada vez mais expressivos”, assegurou Amaral. No último mês, ele afirma que o grama do ouro estava sendo comercializado no município ao valor de R$ 86.

Presidente da Cooperativa do Vale do Rio Peixoto (Cooagavep), Marco Antonio Reis, acredita que Mato Grosso vive novo ciclo do ouro. | Fotos: Mary Juruna/Gilberto Pereira de SouzaPeixoto de Azevedo (692 Km ao norte da Capital) é outra cidade cuja economia passa por momentos de glória, graças também à produção aurífera local. Segundo o presidente da Cooperativa do Vale do Rio Peixoto (Cooagavep), Marco Antonio Reis, a região do Vale do Peixoto possui 657 mil hectares de reserva garimpeira, o que contribui para elevar ainda mais os índices da atividade mineradora.

Reis relata que mais ou menos 1700 garimpeiros – dos municípios de Novo Mundo, Matupá, Guarantã do Norte, Peixoto de Azevedo, Nova Guarita, Terra Nova e do Distrito de União do Norte – estão associados à Cooperativa. Juntos eles conseguem extrair cerca de 300 quilos de ouro ao mês na região.

Esse trabalho organizado dentro das cooperativas favorece a produção do minério que, aos poucos, está sendo realizada de forma organizada e sustentável. Em Peixoto mesmo, existem mais de 50 áreas legalizadas para extração do ouro e outras 12 áreas recuperadas, conforme assegura Reis.

O presidente do Sindiminério, Laerte Lisboa assegura que a economia crescente no município é visível por todos. “Há uns três anos atrás você andava por Peixoto e encontrava à sua disposição umas duzentas casas para você morar, sem nem precisar pagar por isso, Hoje em dia, para você conseguir uma casa no município, você tem que fazer uma verdadeira romaria nas ruas. O comércio reabriu as portas e a vida na cidade mudou completamente” lembra ele.

Ainda assim, o presidente do Sindicato alerta para o fato de que muitos garimpeiros e mineradoras ainda exercem a atividade na base da informalidade. Justamente por isso, os altos números apresentados pelo DNPM podem ser ainda maiores dos que os computados pela Receita.

Mercado Promissor

O setor mineral de Mato Grosso é considerado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) como um dos mais promissores do Estado, sendo que atualmente a extração do ouro desperta maior atenção entre todos os demais minérios (diamante, fósforo e potássio, ferro, calcário, entre outros). Os municípios onde foram identificados indícios e até mesmo comprovada a existência de minérios são Paranatinga, Alta Floresta, Aripuanã, Vila Rica, Pontes e Lacerda, Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Nova Xavantina e Tangará da Serra.
Ainda segundo o Ibram, em torno de 75% do minério produzido no Brasil é exportado. Entre os principais compradores estão o Reino Unido, a Suíça, Emirados Árabes e Estados Unidos.

Entraves

A dificuldade para conseguir a legalização de áreas para extração mineral e as altas taxas aplicadas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) à cadeia produtiva do minério são os principais obstáculos encontrados por aqueles que visam exercer a atividade legalmente.

O representante da Coogavep, revela que existe muita burocracia para se obter as licenças para exploração. “Nós da cooperativa tentamos atrair os garimpeiros, pois sabemos que juntos é muito mais fácil conseguir a liberação das áreas. Trabalhamos com uma equipe de geólogos, engenheiros florestais, biólogos, enfim, temos uma estrutura que possibilita que o trabalhador consiga mais rapidamente exercer a exploração legal do ouro”.

O presidente faz questão de ressaltar que a região do Vale do Peixoto é a primeira do Brasil a ter uma cooperativa nesta atividade. “Sozinhos os profissionais têm uma dificuldade enorme de exercer a função, é um processo demorado e caro. Juntos podemos facilitar e baratear essas taxas”, ressalta Reis.

Atividades minerais no Estado do Tocantins

Atividades minerais no Estado do Tocantins

As atividades de mineração no Tocantins se resumem, atualmente, a extração de minerais de uso imediato na construção civil (areia, argila, rochas britadas e cascalho), água mineral e calcários calcíticos e dolomíticos, e/ou magnesianos, para aplicação como insumo básico na fabricação de cimento e corretivos de solos, respectivamente, além de gemas (esmeralda, granada e quartzo). Em 2009 não houve produção de rochas fosfáticas e de zirconita secundária em razão destes empreendimentos estarem, naquele momento, em fase de implantação. Registrou-se, ainda, em 2009, lavras experimentais de ouro e manganês.
 
Espera-se para 2012 o início da produção industrial do fosfato de Arraias e o início da mineração em escala industrial da zirconita de Jaú do Tocantins, além do desenvolvimento da produção de ouro através de duas plantas de concentração nos municípios de Natividade e Almas. Em Almas, ainda, a empresa Rio Novo Mineração Ltda. terminou a reavaliação das reservas de ouro da antiga Mina do Paiol (ex-CVRD), visando a sua possível implantação no ano de 2012, a qual deverá produzir até 3 ton/ano de ouro. Espera-se, também, para este ano a retomada dos garimpos de esmeralda de Monte Santo do Tocantins através da concessão de Permissões de Lavras Garimpeiras - PLG’s à cooperativas de garimpeiros formalmente constituídas. A CALTINS - Calcário Tocantins Ltda. e a VALMESA Mineração Ltda. viabilizaram, em 2010, a produção de minério de ferro a partir de uma jazida de poucos milhões de toneladas no município de Lagoa da Confusão. Depósitos de ouro e minério de manganês, ainda, não avaliados são, atualmente, alvos de lavras experimentais com guias de utilização nos municípios de Natividade, Porto Nacional, Monte do Carmo, Almas, Dianópolis, São Valério da Natividade, Paranã, entre outros.
 
Nos últimos anos, a pesquisa mineral no Tocantins revelou ocorrências, principalmente, de ouro, fosfato, minérios de ferro, níquel e cobre, e rochas ornamentais, ainda, não avaliadas, ou em fase de análise pelo DNPM, além de aumentar em muito as reservas de calcários (o Estado, em 2009, foi o 7º produtor nacional de calcário agrícola). Ainda, não foram descobertas reservas de grande porte destas substâncias acima (com exceção, talvez, do fosfato), entretanto, a continuidade da pesquisa mineral indica boas perspectivas.
 
São, também, promissores os resultados preliminares para a detecção de reservas significativas de jazidas polimetálicas, minérios de titânio, gemas, terras raras, etc.
 

A moeda mais cara do mundo

A moeda mais cara do mundo

Kimberlitos no Brasil


Estão em exposição na Goldsmith’s Hall em Londres.

Fabricada pela primeira vez em 1850, a moeda era produzida com o ouro cunhado na Califórnia, chamada de “Double Eagle”, seu valor de cunhagem é de US$ 20.
A maior parte da produção foi derretida para tentar conter a crise. Treze unidades são conhecidas, até hoje e uma delas foi arremata em leilão por US$ 7,6 milhões (R$ 13,1 milhões) em 2002.
Em 1907, passou por uma remodelação e foi descontinuada em 1933, quando o presidente Franklin Roosevelt tirou o país do “padrão ouro” para salvar a economia durante a Grande Depressão iniciada em 1929.
Este raro exemplar está em exibição na Goldsmith’s Hall em Londres.
Kimberlitos no Brasil

Kimberlito é vulgarmente conhecido como a rocha que contêm diamantes. Na realidade, não é um tipo específico de rocha, mas sim um grupo complexo de rochas ricas em voláteis (dominante CO2), potássicas, ultramaficas híbridas com uma matriz fina e macrocristais de olivina e outros minerais como: ilmenita, granada, diopsidio, flogopita, enstatita, cromita. Os Xenocristais e Xenólitos são comuns (inclusive de diamantes).
São formados pela fusão parcial do manto a profundidades maiores que 150 km. A ascensão do magma kimberlítico a superfície traz diversos xenocristais e xenólitos formados em grandes profundidades, entre eles o diamante, desde que o magma tenha passado por regiões no manto/crosta que fossem ricas neste mineral.
Ou seja, o magma que forma o kimberlito não é o produtor de diamante, apenas um meio de transporte.
Os depósitos da região de Kimberley na África do Sul foram os primeiros reconhecidos e deram origem ao nome.
Os diamantes de Kimberley foram encontrados originalmente em kimberlito laterizado. Classifica-se grosseiramente, em função das características do kimberlito de Kimberley o kimberlito como sendo “yellow ground” e “blue ground”.
 Yellow ground é relativo ao kimberlito intemperizado que se encontra na superfície. Blue ground é relativo ao kimberlito não intemperizado, encontrado em profundidades variáveis.
O kimberlito ocorre principalmente nas zonas de crátons, porções da crosta terrestre estáveis desde o período Pré-Cambriano. No Brasil existem três áreas cratônicas.
O cráton Amazônico é a principal delas, porém ao sul de Rondônia e norte do Mato Grosso também encontra-se kimberlitos.
O cráton do São Francisco ocupa grande parte de Minas Gerais e destaca-se na região sudeste do Brasil, porém nele, com exceção dos kimberlitos pobres da Serra da Canastra, não se conhecem rochas kimberlíticas mineralizadas.




Kimberlito Redondão, na serra das Guaribas, sudoeste piauiense

A Riqueza dos nossos Recursos Minerais- RONDÔNIA

A Riqueza dos nossos Recursos Minerais
Estado de Rondônia detém um substrato geológico que demonstra potencialidade para uma vasta gama de recursos minerais economicamente aproveitáveis. A produção mineral presentemente avaliável
advém da extração de recursos que podem ser simplificadamente enquadrados na condição de substâncias metálicas e não-metálicas. No agrupamento das substâncias metálicas destacam-se os depósitos de ouro, estanho, ferro e manganês que constituem 85% do total dos recursos do Estado de Rondônia. As demais substâncias perfazem os restantes 15% dos jazimentos minerais cadastrados e incluem depósitos de diamante, ametista, berilo, água marinha, argila, areia, cascalho, granito, gnaisse, gabro, calcário, turfa, monazita ethorita.
SUBSTÂNCIAS METÁLICAS
Ouro - Os registros de jazimentos de ouro primário representam 57% dos depósitos auríferos, enquanto os jazimeritos aluvionares perfazem 34% e os sedimentos terciário-quaternários indiferenciados, 9%.
O Grupo Nova Brasilândia engloba a maior parte das ocorrências de ouro cadastradas de natureza primária, cuja associação mineral faz-se representar por pinta, calcopirita, arsenopirita, áxidos de ferro e manganês, turmalifla e rutilo.
As coberturas terciánio~quaternária5 indiferenciadas são constituídas de sedimentos expressivamente lateritizados, cuja granulometria varia de cascalho à argila. Englobam grande quantidade de registros auríferos que hospedam-se preferencialmente nas porções mais grosseiras e basais dos pacotes sedimentares, representando depósitos minerais relacionados ãerosão de rochas mais antigas, ocorrida durante os sucessivos ciclos de modelamento do relevo.
Os depósitos aluvionares encerram trinta e quatro jazimentos de ouro cadastrados. Os principais depósitos auríferos concentram-se ao longo do Rio Madeira, onde o metal ocorre sob a forma de cristais com granulometria grosseira, relacionados a níveis conglomeráticos e de areia grossa, em paleodepósitos de fácies de canal (barras de canal e de pontal) e leito ativo,
Cassiterita - O estanho, na forma de cassiterita, corresponde ao principal bem mineral atualmente em exploração no Estado de Rondônia. Os jazimentos primários deste metal, notadamente hospedados em granitos meso/neoproterozóicos, perfazem um total de 76% dos jazimentos estaniferos conhecidos no Estado. Evidências diretas da presença do metal em coberturas térciário~quaternária5 indiferenciadas representam 15% das ocorrências, contra 9% dos jazimentos incluidos nos sedimentos aluvionares. A Suíte Intrusiva Serra da Providência engloba 27 ocorrências de estanho primário, preferencialmente alojadas em biotita sienogranitos e álcalifeldspato granitos equigranulares. que foram afetados por processos metassomáticos, aos quais se associam as mineralizações.
Ferro e Manganês - Os depósitos de ferro e manganês tipificam jazimentos metálicos caracteristicamente associados a ambientes sedimentares e/ou vulcano~sedimentare5 A única ocorrência de ferro incluída na listagem de recursos minerais do Estado de Rondônia encontra-se inserida no contexto geológico do Grupo Nova Brasilândia.
Os jazimentos manganesíferos dispõem-se preferencialmente na Seqúência Metavulcano~sedimentar Roosevelt, com teores médios que variam de 0.1 a 5% de manganês. Nas rochas lateritizadas os teores podem atingir até 55% de metal contido, quando esta é portadora do elemento químico na estrutura cristalina da criptomelana e da pirolusita, identificáveis através de  analises mineralógicas; quartzo, goethite, limonita. pinta, arsenopirita, calcopirita e minerais argilosos representam as fases acessórias dos jazimentos. A associação temporal desses depósitos com tufos, brechas vulcânicas e formações ferriferas, deixa anteverpotencialidade metalogenética da seqüéncia para jazimentos vulcanogênicos contendo ouro, ferro, cobre, chumbo e zinco.
NíqueI/CobreCromo/Platinóides - Rochas máficas pertencentes à Formação Rio Branco (Grupo Nova Brasilândia) revelaram a presença de traços de pentlandita, calcopirita, bornita e cromita além de um provável mineral do grupo da platina. Valores altos de Ni. Cr e Cu também são registrados nos solos originados dos litotipos que constituem a unidade litoestratigráfica. No contexto da Formação Rio Branco destaca-se o chamado "Complexo Máfico Serra do Coloado" com fortes evidências de acamadamento ígneo e fracionamento de Ni e Cu, constituindo acumulações primárias de grande potencial. Merece destaque, igualmente. o seu capeamento lateritico, da ordem de 10 a 15 metros de espessura, importante metalotecto de niquel lateritico. Importantes ocorrências de cobre foram recentemente identificados nos calcários da Formação Pimenta Bueno.
SUBSTÂNCIAS NÃO-METÁLICAS
Diamante - Os jazimentos diamantíferos cadastrados no Estado de Rondônia hospedam-se em sedimentos ahuvionares e eluvionares associados a pipes kimberliticos subaflorantes já identificados em trabalhos de prospecção geofísica terrestre. Referências ajazimentos diamantiferos nos leitos dos rios Pimenta Bueno e Machado assinalam a ocorrência desse bem mineral em arcas de exposição de rochas sedimentares paleozóícas. Na bacia do Rio Roosevelt constatou-se a freqüente ocorrência de diamantes de 4 a 5 quilates, alojados em níveis de cascalho integrantes de depósitos aluvionares, em associação com piropo, ilmenita, rutilo, cassiterita e ouro.
Ametista~Berilo~Ãgua Marinl,atropázio - Os registros de ametista / berilo/água marinha incluídos na listagem de recursos minerais do Estado de Rondônia inserem-se no contexto geológico do Grupo Nova Brasilàndia.
No município de Costa Marques ocorrências de ametista fomentaram o desenvolvimento de uma incipiente atividade garimpeira no inicio da década de 90. Tais ocorrências relacionam-se a pequenos e irregulares veios pegmatiticos associados aos granitos da Suíte ígnea Costa Marques. Ocorrências recentes de ametista na região da Mina de São Lourenço revelam depósitos bastante significativos (produção mensal média de 700kg), com cristais de grande dimensão em agregados de forte coloração, associados á Suíte São Lourenço/Caripunas ou aos Younger Granites de Rondônia.
O quartzo hiarino (cristal de rocha) ocorre também em sítios pegmatiticos relacionados aos granitos meso/neoproterozóicos Ocorrências de turnialina preta (schorlita) e granada vermelha (piropo) também são mencionadas na literatura especializada, associadas às rochas do Grupo Nova Brasilândia e Complexo Jamari
O topázio ,importante subproduto da exploração da cassiterita, á qual ocorre comumente associado, é atualmente o principal bem mineral explorado na região do Complexo Massangana.
Argila/Areia/CascalhoITurfa - Os depósitos referentes a esses recursos minerais, atualmente disponiveis no Estado de Rondônia, incluem dezenas de registros de jazidas em fase de exploração ou ocorrências esporadicamente aproveitáveis, Invariavelmente tais jazimentos associam-se aos sedimentos aluvionares relacionados aos jeitos ativos dos diversos cursos dágua que drenam o substratogeológico do Estado de Rondônia. Destaca-se igualmente, o caso do cascalho que é também lavrado a partir da desagregação das partes superiores dos perfis lateriticos (horizonte conorecionáriocolunar):
Depósitos de argilas plásticas, detentoras de elevado grau de pureza e de excelente qualidade, foram definidos na região de Porto Velho. Ensaios tecnológicos caracterizaram tais jazimentos como podadores de materiais para utulízação na indústria de cerâmica branca. É importante destacar, também. o imenso potencial das Formações Pimenta Bueno e Cacoal com relação à ocorrência de argilas industriais.
As argilas industriais e areias refratárias estão diretamente relacionadas aos depósitos aluviais recentes (planícies de inundação ou barras de canal), descortinando-se como bens de imenso potencial uma vez que as acumulações relacionadas ao sistema Guaporé/Mamoré/Madeira ainda não foram estudadas. A turfa também se inclui nas substâncias de ocorrência potencial associada aos depósitos lacustres e pantariosos que caracterizam a região conhecida como Vale do Guaporé
GranitoslGnaisseslGabros - As substâncias minerais reunidas neste item apresentam potencialidade econômica para serem explorados como rochas ornamentais e para material de construção, preferencialmente como brita. No trabalho de Silva et ai. (1996). são individualizadas áreas promissoras à produção de rochas ornamentais materializadas em maciços com extensões quilométricas, larguras de centenas de metros e desníveis de dezenas de metros. Petrograficamente, identificaram-se tipos litolágicos classificados como augengnaisses, gnaisses bandados, gnaisses foliados, granitos, charnockitos e meta-gabros. A granuIação dos referidos tipos litológicos varia de grossa a média e as colorações incluem rochas cinza-escuras, cinza-claras, rosadas, amareladas e pretas (no caso dos gabros).
Calcário - Jazimentos classificados como calcários, invariavelmente associados às coberturas sedimentares que constituem a Formação Pimenta Bueno e Cacoal, são referidos em diversos trabalhos de cunho regional efetuados no Estado de Rondônia, bem como em levantamentos recentes reafizados em áreas mais localizadas. O Projeto Sudeste de Rondônia refere-se a três ocorrências de rochas carbonáticas na região de Pimenta Bueno, sendo que a mais importante delas encontra-se localizada no alto curso do Igarapá FéIix Fleury, área detentora de uma jazida atualmente explorada pela iniciativa privada, através de contrato de arrendamento cedido pela CMR (Companhia de Mineração de Rondônia), portadora dos direitos minerários do depósito.