domingo, 31 de agosto de 2014

Mineradora descobre reservas de ouro e platina

Mineradora descobre reservas de ouro e platina

A empresa canadense Colossus Minerals Inc., que começou a operar na região há pouco mais de um mês, anunciou ontem a descoberta de novas reservas de ouro, platina e paládio em Serra Pelada, no município paraense de Curionópolis. De acordo com o site Globo Amazônia, que deu a notícia em primeira mão, a mineradora descobriu dois depósitos nos arredores do foco central de garimpo da mina. Na década de 1980, Serra Pelada ganhou notoriedade internacional como o maior garimpo a céu aberto do mundo.

Consultado sobre o assunto, o geólogo Alberto Rogério, que por muitos anos pertenceu aos quadros do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) no Pará e que hoje atua como consultor técnico do Instituto Brasileiro de Mineração, o Ibram, adotou uma postura cautelosa. Ele disse ter tomado conhecimento do assunto pela internet, mas ressaltou que, até onde se sabe, os depósitos minerais existentes em Serra Pelada são aqueles já anunciados anteriormente: 33 toneladas de ouro, 4 de platina e 6 de paládio, um metal muito utilizado em ligas finas e trabalhos de joalheria.

De acordo com Alberto Rogério, o paládio tem hoje a cotação em bolsa de 450 dólares a onça (o equivalente a 31,1 gramas), contra US$ 1.200 para o ouro e US$ 1.500 para a platina. Com a notícia das descobertas, conforme revelou ontem a própria Colossus, as ações da mineradora canadense subiram 8,8% na Bolsa de Valores de Toronto.

O informe da mineradora, transmitido ontem à tarde para a imprensa de Marabá, confirmou a descoberta de dois depósitos com alta concentração de ouro e platina, o que aumenta ainda mais as expectativas de que existam mais reservas minerais ainda não descobertas na região. Os depósitos foram encontrados a 150 metros ao norte e 50 metros a oeste da zona central de Serra Pelada. A empresa pretende escavar mais profundamente a região onde os depósitos foram encontrados para expandir a exploração.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a retomada de Serra Pelada, cujo garimpo havia sido desativado em 1992, vinha sendo negociada desde 2003, mobilizando mais de vinte entidades de garimpeiros – entre associações, sindicatos e cooperativas. A entrada em cena da mineradora canadense Colossus Minerals Inc., porém, só começou a ser costurada há cerca de três anos.

RAMPA

A Colossus deve começar em outubro deste ano a construção de uma rampa subterrânea com extensão de 1,6 mil metros para investigar a área onde os novos depósitos foram encontrados.

CONCENTRAÇÃO

Segundo o vice-presidente de exploração da empresa, Vic Wall, as descobertas indicam que toda a região apresenta índices elevados de concentração de ouro.

>> Parceria da Colossus com Cooperativa já rende frutos

Em julho de 2007, a Colossus fez uma parceria com a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), para a exploração de ouro numa área de cem hectares do antigo garimpo, exatamente onde foram descobertos agora os novos depósitos.

A área de exploração, porém, já havia sido aumentada em março deste ano, quando a mineradora adquiriu mais de 770 hectares de novos terrenos. Essas áreas, no entorno do antigo garimpo, permanecem ainda inexploradas.

Garimpo de ouro no Pará

Garimpo de ouro no Pará

O Pará volta a receber atenção devido à sua tradição extrativista. Desta vez, evidencia-se a divisão entre os índios da etnia Kayapó com respeito à dúvida sobre se o território em que eles vivem deve ser explorado para mineração ou preservado para subsistência.
Estima-se que entre 4 e 5 mil garimpeiros revirem a terra em busca de ouro numa região denominada Terra Indígena Kayapó, no sudeste do Pará. A ação tem efeitos desastrosos sobre a natureza, mas uma parte dos índios desta etnia apoia a exploração aurífera desde que um percentual dos ganhos dos exploradores fique na aldeia. O acordo soa estranho se levarmos em consideração que índios não precisavam vincular-se à economia moderna para preservar seu modo de vida. Eles notaram, porém, que o dinheiro lhes traria alguns benefícios a despeito dos danos ambientais.
Por causa desta divergência de opiniões entre os índios, as instituições que zelam pela integridade das florestas, da fauna e dos povos nativos ficam sem saber se devem endurecer a fiscalização ou aceitar os acordos entre as partes.
É assim que companhias de mineração como a Vale mantêm seus negócios em regiões longínquas do país onde se supõe que deveria haver preservação ambiental e étnica.
Apesar dos riscos humanos e naturais que as atividades extrativas oferecem ao Pará, o garimpo expande-se no sudeste paraense com poucos empecilhos além da necessidade de negociação. O maior destes é a reprodução da prática de intermediação que encarece e inviabiliza o Brasil. Isto significa que, em vez de geração de riqueza por trabalhadores brasileiros, estes não fazem mais que extrair e repassar várias vezes um produto até o consumidor final sem que haja desenvolvimento tecnológico.
Quando me referi à tradição extrativista do país, inspirei-me na lembrança de Serra Pelada. Durante os anos 1980, e com seu ápice em 1983, aproximadamente 100 mil garimpeiros foram tentar a sorte no sudeste paraense atrás de dinheiro fácil. Eles extraíram 42 toneladas de ouro neste período através de mineração a céu aberto, enquanto uma cidade pequena se fundava no meio da selva pelos familiares destes garimpeiros, já que mulheres e crianças estavam proibidas de entrar nas áreas mineradoras.
O Pará teve o ciclo da borracha, mais tarde teve o do ouro, e hoje continua sendo caracterizado como uma terra extrativista onde há riquezas a desbravar pelo homem moderno. Esta aposta gerou controvérsia quando se propôs a divisão do Pará em três estados para que supostamente se aproveitasse melhor seu potencial econômico e se o administrasse com maior eficiência. É possível desconfiar de tais medidas porque haveria gastos públicos maiores com burocracia e individualização dos lucros.
Quando o negócio é grande no Brasil, o rabo que se prende é longo. Por isso as punições de instituições fiscalizadoras a miúdo incidem sobre pessoas comuns – penso nos milhares de garimpeiros – que precisam de renda para sustentar suas famílias. No entanto, o chefe que controla todo o negócio estará bem protegido, possivelmente sob o guarda-chuva da burocracia que emperra o progresso do Brasil.
Na mesma tacada, reitero que nosso país é povoado por intermediários que agregam custo, mas não fazem o mesmo com valor através de pesquisa e desenvolvimento. Deste modo, o ouro que muitos garimpeiros tiram com suas unhas traz poucos benefícios a estes trabalhadores carentes e ao Brasil, mas faz a vida de uma casta de pessoas que mantêm o país na periferia produtiva e na brutalidade educativa.
Portanto, o corolário deste modo de produção extrativista é desastroso para o Brasil. Alivia a vida de poucos, mas condena a de muitos que beiram o sacrifício para sobreviver. Até os índios caem nessa armadilha, ludibriados pelo Estado brasileiro.

Ouro: geólogos buscam minas em 4 regiões no Pará

Ouro: geólogos buscam minas em 4 regiões no Pará

Para as pesquisas geológicas, os anos 90 foram quase uma década perdida, com poucos investimentos. Porém, nos últimos anos, o trabalho foi retomado e hoje há uma espécie de caça ao tesouro em quatro grandes regiões do Pará. São levantamentos geológicos com grande detalhamento que alimentam a esperança de encontrar novas províncias minerais no Estado, mantendo o Pará no mapa da mineração por mais uma centena de anos.

Entre as regiões estudadas está a do Tapajós, que atraiu milhares de pessoas no final dos anos 70 e ao longo da década de 80, quando entrou em decadência com o esgotamento dos garimpos.

Estão sendo feitos levantamentos também no entorno do antigo garimpo de Serra Pelada, numa região que se estende pelos municípios de Novo Repartimento, Marabá, Itupiranga, Pacajá e Anapu, somando mais de 18 mil quilômetros quadrados.

ESTUDOS

O nordeste do Estado também está na mira dos geólogos. Há estudos nos municípios de Viseu, Cachoeira do Piriá, Nova Esperança do Piriá, Santa Luzia do Pará, Garrafão do Norte, Bragança, Capitão Poço e Ourém.

Todos esses estudos são feitos pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), entidade que ontem comemorou 40 anos com sessão especial na Assembleia Legislativa do Pará. Parte do trabalho está prevista para terminar a partir do final do ano que vem. Até lá será possível indicar quais regiões do Estado poderão fomentar um novo ciclo do ouro nas próximas décadas. Os recursos para esses estudos já somam mais de R$ 20 milhões e vêm de convênios e também do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Autor do requerimento para realização da sessão, o deputado Airton Faleiro disse que o objetivo era apresentar à sociedade o importante trabalho da CPRM, ainda pouco conhecido do grande público. A CPRM é responsável por levantar e também organizar conhecimento geológico sobre o território brasileiro. A entidade acaba de concluir, por exemplo, um banco de dados com informações geológicas do Estado que será apresentado hoje na Universidade Federal do Pará.

A sessão teve a presença do superintendente da CPRM no Pará, Manfredo Ximenes, e do diretor-presidente, Agamenon Dantas.

ÁREAS

Entre as regiões estudadas está a do Tapajós. Estão sendo feitos levantamentos também no entorno do antigo garimpo de Serra Pelada, numa região que se estende pelos municípios de Novo Repartimento, Marabá, Itupiranga, Pacajá e Anapu.

Há estudos nos municípios de Viseu, Cachoeira do Piriá, Nova Esperança do Piriá, Santa Luzia do Pará, Garrafão do Norte, Bragança, Capitão Poço e Ourém e Altamira.

Começa o segundo ciclo do ouro no Pará

Começa o segundo ciclo do ouro no Pará

OEstado do Pará ganhou notoriedade nacional e internacional, na segunda metade do século passado, graças à sua extraordinária produção de ouro. Primeiro com os milhares de garimpos espalhados no vale do Tapajós,Altamira, etc., tendo como polo de referência a cidade de Itaituba. Acredita-se que tenham sido extraídas da região, a partir de 1950, cerca de 500 toneladas de ouro. Mais tarde, já na década de 1980, a notoriedade ficou por conta de Serra Pelada, que, com seu formigueiro humano, foi na época internacionalmente reconhecido como o maior garimpo de ouro do planeta.
No final da década de 1990, com o declínio da atividade garimpeira, o que fez despencar também os números da produção, parecia ter-se acabado o ciclo do ouro no Pará. Esta era, porém, uma percepção equivocada. Na verdade, o Pará, detentor de alguns dos mais importantes distritos auríferos do país, está iniciando precisamente agora o segundo ciclo do ouro, este com uma importância econômica provavelmente muito superior ao primeiro.
O que muda, neste novo cenário, são as características da atividade extrativa: em vez da garimpagem manual, com o emprego de mão de obra intensiva e em condições brutais de trabalho do garimpo, entra em cena a mineração empresarial, com seu arsenal tecnológico, a lavra mecanizada e as técnicas mais sofisticadas de extração de metais. Sobrevivendo residualmente, os garimpos convencionais passam a ter importância secundária. A tendência é de aumento progressivo dos volumes de produção e de significativa redução dos impactos ambientais. A bateia e o mercúrio, símbolos do garimpo no século passado, ocupam página virada na história da produção de ouro no Pará e na Amazônia.
Em Belém, o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), vinculado ao Ministério de Minas e Energia, dispõe de números que confirmam a nova corrida ao ouro no Estado do Pará. Num levantamento ligeiro, limitado somente às áreas com alguma tradição garimpeira, o Departamento confirmou, na sexta-feira, a existência de quase duas centenas de autorizações de pesquisa específicas para exploração de ouro em alguns municípios do Pará. Entre eles está Altamira, com 18 autorizações, Eldorado dos Carajás com 8, Marabá com 17 e Parauapebas com 15.
AUTORIZAÇÕES
Um caso especial é o município de Itaituba, no vale do Tapajós, região oeste do Pará. Berço da mais intensa atividade garimpeira do mundo durante quatro décadas (1950/1990), Itaituba conta hoje com 86 autorizações expedidas pelo DNPM só para pesquisa de ouro. No município de Itaituba já está confirmada a descoberta de pelo menos duas jazidas de classe mundial e se encontra em operação a única mina de exploração mecanizada hoje existente no Pará, a Serabi Mineração. Antes dela, o Pará só teve uma mina mecanizada de ouro – a do Igarapé Bahia, explorada pela Vale em Carajás na década de 1990, com produção realizada de quase 100 toneladas. A próxima será a Nova Serra Pelada, em Curionópolis.
Quando o assunto é ouro, aliás, Itaituba sempre é capaz de surpreender e impressionar. Além da única mina mecanizada e do grande número de autorizações de pesquisa, o município concentra também o maior quantitativo de Permissão de Lavra Garimpeira (PLG). Esse tipo de autorização é concedido pelo DNPM a empresas e pessoas físicas exclusivamente para a extração de ouro em depósitos secundários, através de processo manual ou mecanizado, em áreas não superiores a 50 hectares.
De acordo com o superintendente em exercício do DNPM no Pará, Raimundo Abraão Teixeira, existem hoje cerca de quatro mil PLG’s expedidas para o município de Itaituba. Ele lembra, porém, que por volta de 1993 a 1995, quando o Ministério de Minas e Energia autorizou essas permissões, houve uma verdadeira avalanche de pedidos para aquele município. “Nós chegamos a ter naquela época mais de 40 mil requerimentos somente para Itaituba”, finalizou.

Chalco tem prejuízo de US$4,1 bilhões no semestre

Chalco tem prejuízo de US$4,1 bilhões no semestre



A chinesa Chalco é a maior produtora de alumínio da China e uma das maiores do mundo. No semestre a Chalco teve um prejuízo assustador , causado, segundo ela, pela queda dos preços de 11%. Outro fator negativo é que em 2013 a Chalco teve grandes lucros em ganhos de capital, o que não ocorreu em 2014.

Esses dois fatores levaram a empresa a declarar um prejuízo líquido de 4,01 bilhões de dólares.

A empresa produziu no semestre 6 milhões de toneladas de alumina e 1,63 milhões de toneladas de alumínio, uma queda de 20%.