Gema é uma substância geralmente natural e inorgânica
que, por sua raridade, beleza e durabilidade, é usada para adorno
pessoal. Na sua grande maioria são minerais, de modo que
gema e
pedra preciosa
são quase sinônimos. Mas existem gemas importantes que têm outra
origem, como a pérola e o marfim, que são substâncias orgânicas. Essas
não podem ser chamadas de pedras preciosas, simplesmente porque não são
pedras.
Existem dezenas de gemas e só o Brasil produz 90 tipos diferentes.
Algumas são muito conhecidas e várias delas são citadas na Bíblia.
Outras são conhecidas apenas por uma parcela restrita da população, seja
por terem sido descobertas em tempos relativamente recentes, seja por
não serem encontradas com facilidade no mercado.
Veremos a seguir algumas daquelas gemas bem tradicionais, famosas, conhecidas desde tempos muito remotos.
Ágata
A ágata é um tipo de calcedônia, que, por sua vez, é uma variedade de
quartzo. Ela é muito usada em joias e na decoração de interiores há mais
de 3 mil anos.
O que caracteriza a ágata são suas cores, distribuídas em faixas
paralelas, retas e/ou curvas. Ela forma-se em cavidades de rochas
vulcânicas, como basaltos, e costuma conter na sua porção central
cristais de outros minerais (como calcita, siderita, goethita e zeólita)
ou outras variedades do próprio quartzo (como cristal de rocha e
ametista). A forma externa reflete a forma da cavidade da rocha em que a
ágata se formou.
As cores mais comuns são vermelho, laranja, marrom, branco, cinza e
cinza-azulado. Mas a ágata pode ser colorida artificialmente, processo
que é usado desde o século XIX. O procedimento varia de acordo com a cor
desejada e é aplicado depois de a gema ter sido lapidada. Pelo menos
90% das ágatas vendidas no mundo foram tingidas, mas das ágatas
procedentes do Rio Grande do Sul só cerca de 40% recebem esse
tratamento. Ágatas azuis, verdes, rosa ou roxas são produto de
tingimento (mas na Austrália existe ágata azul). A cor preta pode ser
natural ou não.
O maior produtor do mundo é o Brasil. O Rio Grande do Sul produz essa
gema desde 1830 e dele provêm os mais belos exemplares conhecidos e o
maior volume de produção. Extrai-se ágata também em Minas Gerais e na
Bahia, bem como no Uruguai, cujas jazidas são um prolongamento das
jazidas do Rio Grande do Sul.
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Ágata branca e azul bruta
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Ágata colorida lapidada
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Água-Marinha
Á água-marinha é uma variedade do mineral chamado berilo e tem esse nome
por sua cor azul ou esverdeada, em tons claros, semelhante à cor do
mar. Seus cristais são prismáticos, de base hexagonal e chegam a atingir
mais de 100 kg. É considerada a pedra preciosa mais típica do Brasil e
aqui se encontrou a maior água-marinha conhecida. Ela foi encontrada em
Marambaia (MG) e pesava 111 kg, medindo 45 cm de altura por 38 cm de
largura. Outras águas-marinhas famosas são a
lúcia, a
marta rocha e a
cachacinha, todas brasileiras. Esta última tinha 65 kg.
Minas Gerias produz as águas-marinhas mais valiosas do mundo, mas essa
gema é produzida também no Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Ceará,
Alagoas e Paraíba.
Não existe água-marinha sintética, mas muitas vezes se vende topázio
natural e espinélio sintético azuis como se fossem água-marinha. Mais de
90% das gemas encontradas no comércio internacional devem sua cor azul
ao aquecimento a que foram submetidos berilos amarelos ou verdes, e a
cor obtida desse modo não pode ser distinguida do azul natural. Além
disso, as gemas de cor fraca são aquecidas a 400-500°C para ficarem mais
escuras.
As águas-marinhas mais valiosas são as azuis e quanto mais escuras,
maior o valor. Os preços vão de US$ 1 a US$ 750 por quilate (um quilate =
200 mg) para gemas lapidadas de 0,50 a 50 quilates.
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Água marinha bruta
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Água marinha lapidada
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Âmbar
O âmbar é uma resina fóssil de cor geralmente amarela, podendo ser
marrom-escuro, marrom-esverdeado, marrom-avermelhado ou branco. Não é,
portanto, uma pedra preciosa, e sim uma gema orgânica. É de transparente
a semitranslúcido e muito leve (densidade 1,08), podendo flutuar em
água salgada. É muito usado como gema e em objetos ornamentais, podendo
receber lapidação facetada ou simples polimento.
Pode conter muitas bolhas de ar e até mesmo insetos e restos vegetais.
Quando atritado contra um pano de lã fica eletrizado e consegue atrair
objetos leves, como pequenos pedaços de papel.
Os principais produtores de âmbar são Alemanha e Rússia, vindo a seguir a
Itália. No Brasil nunca foi encontrado. A maior peça conhecida dessa
gema é o
Âmbar Burma, que tem 15,250 kg e está no Museu de História Natural de Londres.
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Âmbar
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Ametista
Gema muito apreciada por sua bela cor roxa, a ametista é uma variedade
de quartzo transparente a semitransparente. É encontrada em cavidades de
rochas vulcânicas e em pegmatitos, outro tipo de rocha ígnea. É muito
usada como gema e em objetos ornamentais. Seus cristais podem atingir
grandes dimensões, havendo, no Museu Britânico, um cristal com cerca de
250 kg.
Na coleção particular de Dom Pedro II, ex-imperador do Brasil, havia um
cristal de 80 x 30 cm, ao que consta procedente do Rio Grande do Sul.
Nesse estado descobriu-se um geodo (cavidade revestida internamente de
cristais) medindo 10 x 5 x 3 m, com 35 toneladas. A cor da ametista que
ficar muito tempo exposta ao Sol pode enfraquecer. Isso acontece no
Brasil principalmente com as ametistas provenientes do Pará. A cor assim
perdida pode ser recuperada com uso de raios X.
Aquecida a aproximadamente 475°C, a ametista pode transformar-se em
citrino, um quartzo de cor amarela, laranja ou excepcionalmente
vermelha. O Rio Grande do Sul produz muito citrino por esse processo.
Convém lembrar, porém, que nem todo citrino é obtido a partir da
ametista, existe citrino natural.
Algumas raras ametistas quando aquecidas ficam verde-amareladas e
recebem o nome de brasilinita (não confundir com brasilianita, que é
outra gema). O maior produtor mundial de ametista é o Brasil (Rio Grande
do Sul, seguido da Bahia). Outros produtores são Rússia (Sibéria), Sri
Lanka, Índia, Madagascar, Uruguai, EUA e México.
O preço desta gema é relativamente baixo. Ametistas lapidadas de 0,5 a 1
quilate custam entre US$ 0,50 e US$ 20 por quilate, mesma faixa de
preço do citrino. Ametistas sintéticas de ótima qualidade vêm sendo
produzidas na Rússia e já são abundantes no mercado internacional.
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Ametista bruta
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Ametista lapidada
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Diamante
O diamante é a gema mais cara que se pode encontrar no mercado e difere
das demais em vários aspectos. É composto de carbono puro, como a
grafita (ou grafite), mas é completamente diferente desse mineral - na
cor, no brilho, na dureza, na densidade e no valor. É transparente,
quase sempre incolor ou com cor clara. De todos os diamantes produzidos,
99,9% são incolores ou levemente amarelados. Salvo raras exceções,
quanto mais escura é a cor de uma gema, mais valor ela tem. Mas o
diamante não: quanto menos colorido ele for, maior é o valor (a não ser
que tenha uma cor bem definida). O diamante pode ser amarelo, castanho,
cinza, preto, leitoso, às vezes azul ou verde e raríssimas vezes
vermelho.
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Diamante
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Tem um brilho intenso (chamado de brilho adamantino) e é a substância
mais dura que se conhece. Na escala de mohs, que vai de 1 a 10, ele tem
dureza 10, sendo 150 vezes mais duro que o rubi e a safira, que têm
dureza 9. Por essa razão, para serrar ou polir um diamante é preciso
usar o próprio diamante. Embora muito duro, isto é, difícil de ser
riscado, é frágil, sendo fácil de quebrar. Em muitos locais, o diamante
ocorre numa rocha chamada kimberlito (foto). Na África do Sul, os
kimberlitos têm em média apenas 67 mg de diamante em cada tonelada de
rocha, mas mesmo assim o aproveitamento é lucrativo. No Brasil, é
encontrado em aluviões e eluviões, não sendo ainda conhecidos
kimberlitos diamantíferos economicamente aproveitáveis. Pode aparecer
também em arenitos e conglomerados.
Em 1983, descobriu-se, na Austrália, que também o lamproíto, outro tipo
de rocha, pode conter diamantes. De todo o diamante produzido, apenas
1/3 é próprio para uso em joias, mas esse 1/3 corresponde a 80% do valor
total da produção. O restante é usado como abrasivo e em instrumentos
de corte e perfuração.
A maioria dos diamantes brutos comerciais tem de 0,3 a 1 quilate. A
formação do diamante se dá a uma profundidade entre 150 e 200 km, sob
temperaturas de 1.100 a 1.500ºC e pressão também muito alta. De lá, ele é
trazido para cima por magma kimberlítico ou lamproítico, que é bem mais
jovem que o diamante. Atualmente já se extraem diamantes do fundo do
mar.
Embora muita gente chame o diamante de brilhante, está errado. Brilhante
é um tipo de lapidação, não uma pedra preciosa. Como esse estilo de
lapidação é o mais usado para o diamante, estabeleceu-se essa confusão. A
lapidação de um diamante pode durar vários dias, enquanto a lapidação
de outras gemas raramente excede alguns minutos.
A extração de diamantes começou provavelmente entre 800 a.C. e 600 a.C.
na Índia, e até o século XVIII ele só era produzido no Oriente. Em 1730,
foram descobertas as jazidas brasileiras e o nosso país tornou-se o
maior produtor mundial. Em 1870, a liderança passou a ser da África do
Sul. Em 2004, os maiores produtores, em volume, foram Rússia, Botswana e
República Democrática do Congo. Levando em conta o valor da produção,
os maiores produtores são Botswana, Rússia e África do Sul. O Brasil
produz cerca de 1 milhão de quilates por ano, principalmente no Estado
do Mato Grosso. Praticamente todos os estados, porém, possuem diamantes,
como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraná e Roraima.
Ele é a mais cara das gemas, ou uma das três mais valiosas, dependendo
do critério considerado. O seu preço é determinado em grande parte pela
natureza do mercado, em que uma só empresa, a De Beers Consolited Mines,
controla 75% do mercado. Diamantes brutos podem ter preços entre US$
0,40 e US$ 2.900 por quilate para pedras de até 5,60 quilates. Os
lapidados vão de US$ 70 a US$ 62.795 por quilate para gemas de 0,005 a
5,99 quilates.
A produção sintética do diamante é feita desde 1954, mas só a partir de
1984 passou a haver produção de pedras com qualidade gemológica. As
pedras sintéticas constituem 80% dos diamantes não gemológicos. As
imitações de diamante de melhor qualidade são a
moissanita sintética e a
zircônia cúbica,
mas há várias outras. Essa gema tem grande afinidade com gorduras e
óleos, que podem ser removidos com uma mistura de água com amônia (ou
detergente caseiro) em partes iguais.
Esmeralda
Assim como a água-marinha, a esmeralda é uma variedade de berilo, só que
com cor verde, em tom escuro a médio. Se contém menos de 0,1% de óxido
de cromo, é considerada apenas berilo verde, não esmeralda.
Forma cristais prismáticos de base hexagonal, como a água-marinha, mas
não é transparente, porque apresenta incontáveis fraturas e fissuras,
muitas delas preenchidas por impurezas. Apenas gemas muito pequenas
mostram-se bem límpidas. É lapidada geralmente em um tipo facetado
próprio, chamado de lapidação esmeralda, no qual a mesa (faceta maior) é
retangular ou quadrada, com os cantos cortados.
As primeiras minas de esmeralda surgiram no Egito, mas já não há
produção nesse país. Ela já era comercializada dois mil anos antes de
Cristo, na Babilônia, mas foi rara até a época do Renascimento, quando
se descobriram as jazidas sul-americanas. Hoje é produzida
principalmente na Colômbia, Zâmbia, Zimbábue, Tanzânia, Madagascar e
Brasil (Goiás, Bahia e Minas Gerais).
Entre as esmeraldas que se tornaram famosas estão a
kakovin, a
imperador jehangir e a
devonshire.
A esmeralda é uma das três gemas mais valiosas (as outras são o rubi e o
diamante), em razão de sua cor, principalmente. As gemas de melhor
qualidade, com 5 a 8 quilates, podem valer até US$ 5.600 por quilate.
Gemas de mesmo peso com qualidade média variam de US$ 100 a US$ 580 por
quilate. A esmeralda é sintetizada comercialmente desde 1940. Ao
contrário do que acontece com outros minerais, toda a produção de pedras
sintéticas destina-se à joalheria.
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Esmeralda bruta
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Esmeralda lapidada
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Granada
Granada não é o nome de uma pedra preciosa, mas de um grupo delas.
Geralmente aparecem na natureza na forma de belos cristais granulares
(daí seu nome), nas cores vermelha, amarela, marrom, preta e mais
raramente verde ou incolor. São de transparentes a semitransparentes.
As granadas mais comuns chamam-se
almandina,
piropo,
spessartina,
grossulária,
uvarovita e
andradita
(esta assim chamada em homenagem a José Bonifácio de Andrade e Silva,
que foi, além de estadista, importante mineralogista). Para uso como
gema, as mais importantes são piropo, almandina e demantoide. Para
outros fins, a mais importante é a almandina. Quando não servem para uso
em joias, as granadas são empregadas como abrasivos (em lixas,
principalmente) e em relógios (como “rubis”).
Os principais produtores são República Checa, África do Sul (piropo),
Rússia, Austrália, Sri Lanka, Áustria, Hungria, Alemanha, Índia,
Madagascar e EUA. No Brasil, ocorrem em Minas Gerais, Espírito Santo,
Bahia, Paraíba, Ceará, Rondônia e Rio Grande do Norte. A almandina e o
piropo valem de US$ 0,50 a US$ 35 por quilate para gemas de 0,5 a 30
quilates. A rodolita tem faixa de preço semelhante: de US$ 0,50 a US$
25.
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Granada bruta
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Granada lapidada
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Jade
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Jade lapidado
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Jade é o nome usado para designar duas gemas diferentes, a
jadeíta e a
nefrita.
Ele tem sido usado como pedra preciosa desde a antiguidade,
principalmente na China. Os astecas o empregavam na forma de amuleto e
era mais apreciado que o ouro. Hoje é usado principalmente no Oriente.
O jade não possui transparência, sendo, por isso, lapidado em cabuchão
ou na forma de pequenas esculturas. A jadeíta é o mais raro e o mais
valioso dos dois tipos de jade. Tem (como a nefrita) cor variável:
branco, violeta, marrom, vermelho-alaranjado ou amarelo, mas
principalmente verde intenso (devido ao cromo), às vezes com manchas
brancas. Varia de semitransparente a quase opaco, com brilho vítreo a
sedoso. É produzido principalmente em Mianmar (ex-Birmânia). Outros
produtores são: China, Tibete, Japão, Guatemala e EUA.
A nefrita é uma variedade do mineral chamado
actinolita. É o
mais comum e mais resistente dos dois tipos de jade. É fibrosa, de
translúcida a opaca, de brilho vítreo. A mais importante é a nefrita
verde-escura, conhecida como
jade-chinês (ou
jade-espinafre).
É usada principalmente em objetos ornamentais e sua lapidação requer um
aquecimento prévio, seguido de brusco resfriamento. Os principais
produtores de nefrita são Rússia e China. Outros produtores são Canadá,
Nova Zelândia, Zimbábue e EUA. No Brasil, é encontrada em Roraima e na
Bahia.
Jaspe
Como a ágata, o ônix e a cornalina, o jaspe é um tipo de calcedônia,
variedade de quartzo. É muito usado como pedra ornamental. É opaco a
levemente translúcido, contendo frequentemente impurezas de óxido de
ferro.
Mostra imensa variedade de cores, conforme as impurezas presentes: a
hematita dá cor vermelha; argilas dão cores branca, cinza e amarela;
goethita dá cor marrom-escura etc.
O melhor jaspe está na Índia e na Venezuela. Outros produtores são EUA (
jaspe orbicular),
França, Alemanha, Rússia (listras vermelhas e verdes), Chipre, Egito,
Itália, Brasil e África do Sul. No Brasil existe jaspe em Minas Gerais,
Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.
A variedade mais conhecida e apreciada é a vermelha, produzida no
Brasil, África do Sul, Índia, Austrália e Madagascar. África do Sul,
Austrália e México produzem o
jaspe leopardo, comum no mercado brasileiro. O
jaspe-paisagem, também encontrado no nosso comércio, provém da África do Sul e dos EUA (Arizona).
Lápis-Lazúli
O lápis-lazúli (e não "lápis-lázuli", como pronunciam alguns) é uma gema
que, ao contrário da imensa maioria das demais, não é um mineral, e sim
uma rocha. De fato, ele é uma rocha composta principalmente de lazurita
e calcita, com hauynita, pirita, sodalita e outros minerais. A pirita
forma pontos amarelos e é um bom meio de identificar o verdadeiro
lápis-lazúli. Tem cor azul-escura e pode ser de opaco a semitranslúcido.
É usado como gema e em objetos ornamentais.
O lápis-lazúli de melhor qualidade é o produzido no Afeganistão. Existe
produção também no Chile, Irã, Rússia e EUA. A lazulita assemelha-se
muito a ele, o mesmo acontecendo com a sodalita (mas esta não costuma
ter pirita). O lápis-lazúli é sintetizado desde 1976 com muita
perfeição, podendo ser extremamente difícil diferenciá-lo do natural. É
considerado a pedra nacional do Chile, onde é extraído em Cerro Azul, no
norte do país.
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Lápis-lazúli bruto
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Lápis-lazúli lapidado
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Opala
A opala é uma gema que se destaca das demais pela enorme variedade de
cores que pode exibir simultaneamente e pelas mudanças que essas cores
sofrem quando a gema é movimentada (fenômeno chamado de jogo de cores).
Varia de transparente (opala de fogo) a quase opaca. Ela tem composição
semelhante à do quartzo (óxido de silício), mas contém também água (3% a
21%), ou seja, é uma sílica hidratada. Por isso, deve-se evitar que
seja submetida a calor intenso, porque a perda de água pode levar a gema
a se fraturar ou no mínimo perder a cor.
Possui inúmeras variedades, podendo-se dividi-las em dois grupos: as
opalas comuns (sem jogo de cores e raramente usadas como gema) e as
opalas preciosas (com jogo de cores e bem mais raras). Quanto à cor, as opalas podem ser
brancas (cores claras) ou
negras
(com um fundo escuro); estas últimas são mais belas, mais raras e,
portanto, mais valiosas. Entre as variedades gemológicas destacam-se a
opala de fogo, a
opala-arlequim e a
opala-musgo.
A opala ocorre em fendas e cavidades de rochas ígneas, como nódulos em
calcários e em fontes termais. Pode formar-se também sobre outros
minerais e mesmo vegetais, dentes e conchas fósseis, além de às vezes
formar estalactites. Opalas com jogo de cores são mais raras que o
diamante. O preço das variedades brancas varia de US$ 1 a US$ 120 por
quilate em gemas de 1 a 15 quilates.
Há opalas sintéticas, mas não é muito difícil distingui-las das
naturais. A única variedade que admite lapidação facetada é a opala de
fogo. As demais são lapidadas sempre em cabuchão, sendo comum lapidar
com a gema o material sobre o qual ela se formou. O principal produtor é
a Austrália (mais de 90%), seguindo-se Índia, México, Nova Zelândia e
EUA. No Brasil destacam-se as jazidas de Pedro II, no Piauí, existindo
opala também na Bahia, no Ceará e no Rio Grande do Sul.
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Opala bruta
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Opala lapidada
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Pérola
A pérola é a mais importante e a mais usada das gemas orgânicas. É
produzida por moluscos marinhos ou de água doce e constituída
principalmente (92%) de aragonita, uma forma de carbonato de cálcio.
Contém também conchiolina (6%) e água (2%). Esses constituintes
depositam-se em camadas em torno de um núcleo, e é a camada de aragonita
que dá à pérola brilho e iridescência.
São geralmente brancas e esféricas, mas podem ter formato irregular
(pérola-barroca) e cor cinza-alaranjada, preta, avermelhada, prateada,
amarelada, azulada ou esverdeada. Costumam medir de 1 a 30 mm; as
pérolas encontradas no comércio têm em média 7 mm.
O brilho é tipicamente nacarado, podendo ter reflexos metálicos se for
pérola de água doce. São fáceis de riscar (baixa dureza), mas muito
resistentes a fraturas. O corpo estranho que desencadeia o processo de
formação da pérola raramente é um grão de areia, ao contrário do que
muitos pensam. Geralmente, é um verme que perfura a concha e atinge o
corpo do molusco.
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Uma pérola e a concha onde se formou
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Cerca de 70% das pérolas são usadas em colares, mas as pérolas azuis
nunca são perfuradas, pois isso altera sua cor. A principal imitação de
péroilas é obtida com contas de vidro. Às vezes, usa-se coral rosado do
Mediterrâneo. Pérolas falsas são fabricadas desde 1680. Entre as
imitações mais conhecidas, encontram-se as chamadas
pérola-girassol,
pérola-indestrutível e
pérola-romana.
Ela é usada sempre no seu estado natural, sem passar por lapidação. A
maior produção e a melhor qualidade encontram-se no Golfo Pérsico.
Outros produtores são Sri Lanka, Austrália, Filipinas, Venezuela, Golfo
do México, ilhas do Pacífico, Europa e China. O Japão lidera a produção
de pérolas cultivadas, junto com a China; esses dois países respondem
por 96% da produção mundial. No Brasil, não há produção de pérolas, mas
elas parecem ocorrer na porção sul da Ilha de Marajó, no Pará.
As pérolas têm valor inferior ao das pedras preciosas. Quanto mais
esférica, mais valiosa ela é e seu valor cresce na razão do quadrado do
seu peso. Não existe pérola sintética. Apesar de provocada
artificialmente, a pérola cultivada forma-se por um processo natural e o
produto resultante não é sintético, muito menos artificial. Hoje
praticamente não existe pérola natural no comércio, apenas pérolas
cultivadas.
Uma pérola pode perder o brilho e sofrer escamação pelo contato
excessivo com suor, laquê ou cosméticos. Recomendam-se que pessoas de
pele clara usem pérolas rosadas, brancas ou prateadas; as de pele escura
devem preferir pérolas douradas ou creme.
Rubi
O rubi, assim como a safira, é uma variedade do mineral chamado
coríndon. Chama-se de rubi o coríndon de qualidade gemológica com cor
vemelha, e de safira as gemas de coríndon de qualquer outra cor. Ele
forma geralmente pequenos cristais hexagonais de brilho vítreo,
encontrados em mármores dolomíticos, basaltos decompostos e cascalhos.
Pode ser confundido com várias gemas, como espinélio, almandina,
jacinto, piropo, topázio e rubelita.
Quando tem qualidade inferior, é usado em relógios e outros aparelhos de precisão, bem como na produção de raios
laser e
maser.
O rubi é geralmente lapidado em cabuchão, estilo sempre adotado quando
mostra asterismo (faixas luminosas que parecem flutuar sobre a gema).
Pode receber também lapidação facetada oval. O maior rubi conhecido foi
descoberto nos EUA. No estado bruto tinha 694,2 g; lapidado deu várias
gemas, a maior delas com 750 quilates. Sua qualidade, porém, não era
boa. Em 1934, encontrou-se um rubi astérico de 593 g, no Sri Lanka.
É produzido principalmente em Mianmar, Tailândia e Vietnã. Outros
produtores importantes são Quênia e Tanzânia. As pedras de melhor
qualidade provêm de Mianmar, Índia, Sri Lanka, China e Rússia. É raro no
Brasil, existindo na Bahia e em Santa Catarina.
O rubi é uma das quatro gemas mais valiosas, destacando-se
principalmente as pedras vermelho-escuras, levemente púrpuras. O rubi de
Mianmar de melhor qualidade (
extra fine), sem tratamento, com 4
a 5 quilates, vale entre US$ 28.000 e US$ 40.000 por quilate. Gemas
maiores que isso não têm cotação de mercado, sendo o preço acertado
entre compradores e vendedores. Fabrica-se rubi sintético desde 1885,
pelo menos. Ao contrário do que ocorre com a esmeralda, só 10% das
pedras sintéticas são usadas em joias. Esse rubi com o passar do tempo
perde o seu brilho.
Safira
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Safira bruta
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A safira é a outra variedade de coríndon famosa como pedra preciosa. Com
exceção da cor vermelha, que identifica o rubi, pode ter qualquer cor
(pode ser até incolor), mas a mais apreciada e mais valiosa é a azul. A
safira incolor chama-se
leucossafira ou safira branca; e a alaranjada,
padmaragaya. Costuma ocorrer em mármores, basaltos, pegmatitos e lamprófiros e pode ter asterismo, como o rubi.
Entre as safiras famosas, estão a
Estrela Negra (233 g no estado bruto) e a
Stuart. Das gemas lapidadas, a maior de todas é a
Estrela da Índia (563 quilate), que está no Museu Americano de História Natural de Nova Iorque. A
Logan (azul, de 423 quilate, descoberta no Sri Lanka, que talvez seja a maior safira azul facetada do mundo) e a
Estrela da Ásia (330 quilates) estão na Smithsonian Institution, em Washington, nos Estados Unidos. É também famosa a safira
Ruspoli, de 135,8 quilates.
É produzida principalmente no Sri Lanka. Outros produtores importantes
são Mianmar (ex-Birmânia), Tailândia e Vietnã. As melhores safiras vêm
da Índia, mas as jazidas estão praticamente esgotadas. Ótimas gemas vêm
de Mianmar; e as maiores, da Austrália. É rara no Brasil, existindo no
Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Minas Gerais. O maior centro de
lapidação é a Índia.
É uma das gemas mais valiosas, principalmente a azul. A cinza tem valor
gemológico só se mostrar asterismo. É sintetizada do mesmo modo que o
rubi. Quando não serve para confecção de joias, é usada em canetas
esferográficas sofisticadas e instrumentos ópticos.
Topázio
Outra gema tradicional, o topázio forma cristais prismáticos que podem
ser incolores ou de cor branca, amarela, laranja, marrom, rósea, salmão,
vermelha ou azul. Tem brilho vítreo e varia de transparente a
translúcido. A variedade mais valiosa é o
topázio-imperial, só produzida em Ouro Preto (MG). É usado apenas como gema.
Em 1740, foi encontrado no Brasil (Ouro Preto, MG) o topázio
Bragança,
que se pensava inicialmente ser um diamante e que tinha 1.680 quilates.
O Museu Americano de História Natural de Nova Iorque tem um topázio bem
formado de 60 x 60 x 80 cm. No Brasil podem ser encontrados cristais
com até mais de um metro e com mais de cem quilos.
O maior topázio lapidado é o
Princesa Brasileira, tem 21,327
quilates e foi encontrado em Teófilo Otoni (MG). Estima-se que
provavelmente 80% das gemas vendidas como topázio-imperial sejam, na
verdade, citrino. O principal produtor mundial de topázio é o Brasil,
seguindo-se Rússia, Irlanda, Japão, Grã-Bretanha, Índia, Sri Lanka e
EUA. No Brasil é produzido principalmente em Minas Gerais, mas existe
também no Ceará e na Bahia.
O topázio avermelhado (
cherry) situa-se entre as pedras
preciosas mais valiosas, mas o azul está na faixa de preço do quartzo
enfumaçado e do quartzo rutilado, sendo mais barato que o citrino. Valem
mais as pedras parecidas com a água-marinha. O topázio vermelho varia
de US$ 33 a US$ 2.000 por quilate, para gemas de 0,5 a 50 quilates. O
rosa varia de US$ 2 a US$ 1.400 por quilate. O salmão, de US$ 2 a US$
1.200 e o alaranjado, de US$ 2 a US$ 450, sempre para gemas entre 0,5 e
50 quilates. O topázio amarelo vale, depois de lapidado, de US$ 2 a US$
100 por quilate, para gemas de 0,5 a 20 quilates; o azul, de US$ 0,80 a
US$ 3,50 por quilate, para gemas de 0,5 a 100 quilates. O topázio não é
sintetizado, pelo menos em escala comercial.
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Topázio imperial bruto
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Topázio lapidado
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Turmalina
Assim como as granadas, as turmalinas constituem um grupo de minerais, e
não uma espécie só. São 11 espécies, mas as usadas como gema são, em
sua maioria, variedades de
elbaíta. A turmalina preta é outra espécie, a
schorlita.
Formam em geral cristais colunares alongados verticalmente, quase
sempre com faces curvas e estriadas na direção de maior comprimento. A
cor é muito variável e, de acordo com ela, a elbaíta recebe nomes como
rubelita (rosa ou vermelha),
indicolita(azul),
acroíta (incolor),
verdelita (verde).
Um cristal de turmalina pode ter uma cor em cada extremidade e ainda uma
terceira no centro, ou ter uma cor por fora e outras no seu interior
distribuídas concentricamente. A turmalina de duas cores é chamada de
turmalina bicolor. Se tem cor rosa no centro e verde externamente recebe o nome popular de
turmalina melancia. A indicolita é bastante rara e a schorlita, a mais comum.
São gemas opacas a transparentes, de brilho vítreo. A rubelita costuma
ter muitas fissuras. As mais usadas em joias são as amarelo-esverdeadas,
amarelo-mel, azul-escuras, vermelhas, verde-escuras e rosa. São
produzidas principalmente na Namíbia, no Brasil e nos EUA, vindo em
seguida Rússia, Mianmar (ex-Birmânia), Sri Lanka (turmalina amarela),
Índia e Madagascar. No Brasil, destaca-se o Estado de Minas Gerais, mas
existem turmalinas também no Ceará, em Goiás e na Bahia. Em 1978, no
Município de Conselheiro Pena (MG), descobriram-se vários cristais de
rubelita gemológica com dezenas de quilogramas.
Não existe turmalina sintética no comércio de gemas. O valor dessas
gemas cresce com a intensidade da cor, mas entre as verdes valem mais as
mais claras (mais parecidas com a esmeralda). Nas turmalinas bicolores o
valor maior corresponde ao maior contraste de cor. A
turmalina paraíba,
a mais valiosa de todas as turmalinas, com a cor azul néon vale de US$
15 a US$ 15.000 por quilate, para gemas de 0,5 a 3 quilates. A verde
néon é um pouco menos cara: de US$ 10 a US$ 9.000 por quilate. Como as
reservas brasileiras de turmalina paraíba estão esgotadas e as da África
estão no fim, esses preços deverão subir, se já não subiram.
As variedades rubelita, verdelita e bicolor variam de US$ 1 a US$ 280
por quilate, para gemas com 0,5 a 20 quilates. A indicolita é um pouco
mais cara que elas: de US$ 2 a US$ 480 por quilate. Dravita e uvita
custam de US$ 3 a US$ 30 por quilate, para gemas com 0,5 a 1 quilate. A
schorlita, a mais barata de todas, vale de US$ 0,20 a US$ 1,80 por
quilate, para pedras com até 100 quilates.
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Turmalina-melancia bruta
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Turmalina bicolor (lapidada) e com três cores (bruta)
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Turquesa
Outra gema tradicional, usada há muitíssimo tempo, a turquesa é bem
conhecida por sua cor azul-celeste, verde-azulada ou verde-amarelada.
Varia de semitransparente a opaca e tem brilho porcelânico, enquanto a
maioria das gemas tem brilho vítreo. É porosa, suja com facilidade e é
fácil de riscar, exigindo, portanto, cuidados no seu uso. Além disso,
está sujeita a alterações de cor por ação de luz solar, suor, cosméticos
e desidratação.
Há várias imitações de turquesa feitas com materiais diversos, como a chamada
turquesa viena.
A turquesa pode ser confundida com amazonita, crisocola, jade e outros
minerais. É lapidada sempre em cabuchão, sendo usada na Ásia, assim como
o jade, para pequenas esculturas.
É produzida principalmente no Egito, EUA, Irã e Turquia, seguindo-se
Rússia, Austrália, Afeganistão, Israel, Tanzânia e China. As melhores
pedras vêm do Irã. No Brasil há pequena produção na Bahia. A turquesa
não é uma gema cara. Dentre as diversas variedades, tem mais valor a
compacta e de cor azul-celeste. É sintetizada desde 1972 e não é muito
fácil diferenciar a sintética da natural. A presença de pontos brancos
indica uma origem natural.
CURIOSIDADES
* Em certos países da Europa, o âmbar e o coral são usados pelas crianças contra mau-olhado e contra tosse.
* A ametista é considerada símbolo da sinceridade, da lucidez, servindo,
acreditam alguns, para combater a embriaguez, o sono e até mesmo
gafanhotos. É a pedra do anel de formatura dos professores e do anel dos
bispos. Seu nome vem do grego amethystos (não ébrio), porque se
acreditava na Idade Média que a bebida servida em cálice feito com essa
gema não provocava embriaguez.
* Não existe refugo na produção de diamante; tudo é aproveitado, até mesmo o pó que se forma na lapidação.
* O menor diamante lapidado tem 0,00063 quilate, 57 facetas e 0,53 mm de
diâmetro. Foi lapidado na Antuérpia (Bélgica). O maior e mais célebre
de todos os diamantes já encontrados é o Cullinan, descoberto na mina
Premier, em Pretória (África do Sul), em 25 de janeiro de 1905, por Sir
Thomas Cullinan. Tinha 3.106 quilates (621,2 gramas) no estado bruto.
Lapidado, deu uma gema de 530,2 quilates e 104 outras menores.
* O mais caro diamante lapidado do mundo tem 101,84 quilates. Foi
vendido em Genebra (Suíça), em 14 de novembro de 1990, por US$ 12,8
milhões. O mais alto preço já pago por um diamante bruto foi US$ 9
milhões por uma pedra de 255,10 quilates, em 1989.
* Em 1993, a Nasa anunciou a descoberta de enormes concentrações de
nuvens de microdiamantes no interior da Via Láctea, com uma massa total
de 6 sextilhões de toneladas.
* Um diamante azul de 6,04 quilates foi vendido por US$ 7.981.835 em
2007, sendo esse o maior preço por quilate já pago na venda de um
diamante. O diamante azul Hope, da Smithsonian Institution, é
considerado por alguns a peça de museu mais visitada do mundo. A empresa
suíça Pat Says Now fabricou um mouse revestido de ouro 18 K e cravejado
com 59 diamantes, vendido por US$ 24 mil.
* A mais cara obra de arte contemporânea é um crânio feito pelo artista
britânico Damien Hirst, coberto com 8.601 diamantes e avaliado, em 2007,
em US$ 105,2 milhões; chama-se
Pelo Amor de Deus.
* Em outubro de 2007, a Philips holandesa e a joalheria nova-iorquina A
Link apresentaram na Índia um televisor de tela plana de 42 polegadas,
contendo no gabinete 2.250 diamantes.
* Na Antiguidade, acreditava-se que o diamante quando usado na
segunda-feira trazia azar, sendo o sábado o dia mais indicado para seu
uso. Segundo o Talmude, se ficasse embaçado diante de um suspeito de
crime, este era culpado. No século XVIII, era tido como dissipador de
raios e fantasmas e defensor da virtude. Acreditava-se também que era
capaz de se reproduzir. Os birmaneses acreditam que se ingerido é tão
venenoso quanto o arsênio.
* Na Antiguidade, recomendava-se que a esmeralda só fosse usada na
sexta-feira. No século IV, era tida como fonte de felicidade. Se seu
proprietário agisse de modo incorreto, ela se estilhaçaria. Era
considerada por Aristóteles remédio contra a epilepsia. Já se acreditou
que a esmeralda pudesse tornar invisível o homem solteiro e até há pouco
era usada como remédio contra febre, disenteria e mordidas de animais
venenosos. Atualmente é usada como amuleto na Índia. É a gema usada no
anel do papa.
* O maior cristal conhecido de granada foi descoberto na Noruega, tinha 2,30 m e 37,5 t.
* O maior jade conhecido foi descoberto na China, em 17 de setembro de 1978: é um bloco de 603 m3 e 143 t.
* Em um templo de Xangai (China), há uma estátua de Buda de 1,5 m de altura e 3 t, esculpida em jade branco.
* O nome jade deriva do espanhol
piedra de ijada, que significa
pedra para cólicas, pois se acreditava que curasse infecções renais.
Dessa crença deriva também o nome nefrita, do grego nephros, rim. No
Museu Metropolitano de Nova York e no Museu Britânico, em Londres, há
dois blocos de nefrita, cada qual com cerca de uma tonelada.
* Acreditam alguns ser o jaspe útil para afastar o medo de fantasmas e
bruxarias. Na Antiguidade, era considerado provocador de chuva.
* A maior opala conhecida é a Olympia Australis, de 17.700 quilates,
descoberta na Austrália, em agosto de 1950. Está exposta lá, em
Melbourne, e seu valor é estimado em US$ 1.800.000.
* Na Antiguidade, a opala valia mais que o diamante e pensava-se que
tinha o poder de evitar o mau-olhado, de curar doenças nos olhos e de
advertir do perigo. No século XIX, passou a ser considerada de mau
agouro, razão pela qual durante certo tempo seu uso diminuiu muito.
* A maior pérola conhecida, a Pérola da Ásia, tem 121 g. De cada 40
conchas, só uma, em média, contém pérola. Mas conchas com várias pérolas
podem ser encontradas. Elas são usadas como gema há seis mil anos. A
joia mais antiga que se conhece feita com pérolas é um colar de três
fios e 216 pérolas encontrado em escavações feitas no Irã e que se
encontra no Museu do Louvre, em Paris (França).
* Segundo os hindus, as pérolas são lágrimas congeladas nascidas do
contato das nuvens com as águas. Os gregos diziam que delas emanavam
forças vivificantes e protetoras. Na Antiguidade, era triturada e
misturada com vinho e cerveja quando se pretendia homenagear pessoas de
alta linhagem.
* No século IV, o rubi era símbolo do amor. Antigamente, era usado para
combater epidemias, pesadelos e melancolia, além de aumentar a
inteligência e curar desgostos amorosos. Acreditava-se também que
combatia a obesidade.
* A grife Victoria’s Secret, de Nova Iorque, confeccionou um biquíni com
3.024 gemas, entre elas 1.988 safiras e um diamante de 5 quilates.
* Acreditam alguns que a safira usada sobre o coração proporciona
valentia. São Jerônimo via nela um meio de adquirir prestígio junto aos
poderosos e proteção contra a cólera divina. Era tida como remédio
contra a febre e os egípcios a ingeriam como tônico.
* Os que usam cristais para tratamento de saúde dizem que a safira é
útil no caso de suores excessivos, úlceras e distúrbios da visão,
principalmente a safira-macho (azul-celeste). Com leite ou vinagre, é
usada para combater reumatismos e resfriados. A safira é a gema usada no
anel dos cardeais.
* O topázio na Antiguidade simbolizava a amizade e atribuía-se-lhe o poder de acalmar a cólera e conter hemorragias.
* A turquesa era usada pelos egípcios no tratamento da catarata.
Acreditava-se outrora que protegia contra acidentes e que tinha o poder
de acusar a presença de veneno, exsudando abundantemente. Para
Aristóteles, era antídoto contra picadas de cobra.