sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

OPALA Aprenda Sobre Este Mineral Organico Fossilizado

OPALA Aprenda Sobre Este Mineral Organico Fossilizado


Opala

O mineralóide Opala é sílica amorfa hidratada, o percentual de água pode chegar a 20%. Por ser amorfo, ele não tem formato de cristal, ocorrendo em veios irregulares, massas, e nódulos. Tem a fratura conchoidal, brilho vítreo, dureza na escala de Mohs de 5,5-6,6, gravidade específica 2,1-2,3, e uma cor altamente variável.

A opala varia do branco direto incolor, azul leitoso, cinza, vermelho, amarelo, verde, marrom e preto. Freqüentemente muitas destas cores podem ser vistas simultaneamente, em decorrência de interferência e difração da luz que passa com o minuto, aberturas regularmente arranjadas dentro do microestructura do opala, conhecido como difração de Bragg (Retículo de Bragg).

Estas aberturas são preenchidas com silicone secundário e dão forma a "lamellae" finos dentro da opala durante a solidificação. O termo opalescente é usado geral e erroneamente para descrever este fenômeno original e bonito, que é denominado corretamente de jogo da cor. Contrário a isto, opalescente é aplicado à leitosa aparência turva de terra comum ou opala do potch. Potch não mostra um jogo da cor.

As veias da opala que indicam o jogo da cor são freqüentemente muito finas, e esta causou métodos incomuns de preparar a pedra como uma gema. Uma opala doublet é uma camada fina de material colorido, suportada por um mineral preto, como basalto ou obsidiana. O revestimento protetor mais escuro enfatiza o jogo da cor, e resultados em uma exposição mais atrativa do que um potch mais claro. Dado a textura das opalas, podem ser completamente difíceis de polir a um lustre razoável. As partes traseiras cortadas triplet, o material colorido com um revestimento protetor escuro, e têm então um tampão do espaço livre com quartzo (cristal de rocha) no alto, que faz exame de um lustrador elevado, e agem como uma camada protetora para a opala comparativamente delicada.

Além das variedades de gema que mostram um jogo da cor, há outros tipos da opala comum, tais como: opala leite (um azulado leitoso a esverdeado); opala resina (mel-amarelo com um lustre resinoso); opala madeira (causado pela recolocação do material orgânico na madeira com opala); Menilite (marrom ou cinza) e hialite, uma opala vidro-desobstruído incolor chamado às vezes Vidro de Müller.

A opala é um mineralóide gel que é depositado em temperatura relativamente baixa para escorrer nas fissuras de quase todo tipo de rocha, geralmente sendo encontrado nas formações ferrífero-manganesíferas, arenito, e basalto. A palavra opala vem do sânscrito upala, do Grego opallios e do latim opalus, significando "pedra preciosa."

A opala é um dos minerais que podem formar fósseis; os fósseis resultantes, embora não tenham algum interesse científico extra, atraem colecionadores.

Uma fração grande da opala do mundo vem da Austrália. A cidade de Coober Pedy, em particular, é uma das principais fontes. As variedades terra comum, água, geléia, e opala de fogo são encontradas na maior parte no México e Mesoamérica.

Assim como ocorrem naturalmente, as opalas de todas as variedades sintéticas estão disponíveis experimental e comercialmente. O material resultante é distingüível da opala natural por sua regularidade; sob a ampliação, os remendos da cor são vistos para serem arranjados em forma de "pele de lagarto" ou "chicken wire" padrão. Os sintéticos são distinguidos mais dos naturais pela falta de reflexo fosforecente sob luz UV. As sintéticas são, também, geralmente de densidade mais baixa e freqüentemente mais porosas; algumas podem até mesmo furar à lingüeta.

Dois notáveis produtores do opala sintética são as companhias Kyocera e Inamori do Japão. A maioria das opalas chamadas sintéticas, entretanto, são denominadas mais corretamente de imitações, porque contêm as substâncias não encontradas na opala natural (por exemplo, estabilizadores plásticos). As opalas de Gilson vistas freqüentemente na jóia do vintage são, na realidade, um vidro laminado consistindo imitação com os bocados da folha interspersed.


 
  • 1 Reserva no Brasil
    • 1.1 Pedro II - Piauí

 Reserva no Brasil


 Pedro II - Piauí


A Opala também é encontrada no Brasil, municipío de Pedro II (Piauí), localizado ao Norte do Estado.

A reserva de opala da cidade de Pedro II (Piauí), é a única de qualidade nobre no Brasil que, juntamente com as reservas australianas formam as únicas reservas de opala com importância no planeta. As reservas de opala de Pedro II estão estimadas em: 12 milhões, 469 mil, 354 gramas de reserva medida; 50 milhões, 269 mil, 416 gramas de reserva indicada e 38 milhões, 529 mil. 230 gramas de reserva inferida. 
A opala, pedra preciosa conhecida por produzir lampejos das sete cores do arco-íris, tem sua maior jazida brasileira na cidade piauiense de Pedro II
Grupo: Quartzo.
Cor: Branco, cinzento, azul, verde, alaranjado, negro em parte opalascente.
Sistema: Amorfo, sem forma determinada.
Composição química: Dióxido de silício hidratado.
São extremamente sensíveis e devem ser tratadas com muito cuidado. Intensificação consciente das emoções. Aumenta a criatividade, o amor e a sabedoria. Combate o desequilíbrio emocional. Associada à paz e a conscientização. Não deve ser usada por adolescentes ou em conjunto com outras pedras. Em nível físico, aumenta a assimilação de proteínas e ajuda o combate aos problemas pulmonares. Ajuda o tratamento do autismo, da dislexia, da epilepsia e dos problemas visuais.
Signos: Câncer (21/6 a 21/7), Libra (23/9 a 22/10), Peixes (20/2 a 20/3).
Mês: Outubro
 Profissões: Músico.

A Opala é uma gema com grande concentração de água (pode chegar até 20%). Por ter uma estrutura amorfa (não têm ordenação específica a nível microscópico), é uma pedra preciosa diferente das demais. Sua estrutura peculiar combinada a sua composição de esferas de sílica hidratada concede a opala uma característica única; suas cores mudam de acordo com a posição do observador em relação à pedra.
O maior produtor mundial de opalas é a Austrália. Outras fontes são Etiópia, oeste dos Estados Unidos, Honduras e no Brasil ? na cidade de Pedro II, no estado do Piauí. O fato de a opala ser tão rara se explica devido às condições muito específicas que a opala precisa para se formar e o tempo que demora para tal. Cientistas estimam que demora cerca de 5 milhões de anos para se formar 1 centímetro de opala
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A opala é um dos minerais que podem ocorrer em forma fóssil; os fósseis resultantes, embora não tenham algum interesse científico extra, é um prato cheio para colecionadores devido à beleza e raridade.

Topo esquerda - Vértebra de tartaruga _____________________Madeira Fossil Opalizada
Topo meio - Osso da perna de um dinossauro
Topo Direita - Casco de um caracol Baixo Esquerda
Pinhão Baixo Direita - Arcada dentaria de uma moréia



A opala deriva suas cores de uma maneira parecida com a do arco-íris, por difração. Normalmente uma Opala tem várias cores, pois quando a luz passa pelas esferas de sílica, dependendo do seu tamanho, chega a superfície da pedra como uma onda de diferentes cores, fazendo um lindo efeito na pedra chamado jogo-de-cores. A cor da superfície é chamada de cor da base, que pode ser: cristal, semi-cristal, negra, semi-negra e branca.




 


Opala Negra




A mais cobiçada de todas as opalas. Para ser caracterizada como "negra", a cor da base precisa ser entre preto e alguns tons de cinza. Preços podem chegar a atingir 25,000 dólares o quilate !!!

  Opala Cristal


 Possui a cor da base cristalina e sua grama pode custar até 8,250 dólares ! Os cristais são extremamente cobiçados para serem facetadas como os diamantes. Ocorrem com maior freqüência na Etiópia.  Opala Branca


Possui a cor da base Branca, o quilate pode custar até 1,000 dólares ! Muito comum no Brasil.
Não só a cor da base determina o preço de uma Opala, existem outros fatores como o padrão do jogo de cores, a intensidade do brilho e a quantidade de cores que a pedra possui. Existem outras, mas estas são as principais características para a avaliação de uma opala.

Gema é uma substância geralmente natural e inorgânica

Gema é uma substância geralmente natural e inorgânica que, por sua raridade, beleza e durabilidade, é usada para adorno pessoal. Na sua grande maioria são minerais, de modo que gema e pedra preciosa são quase sinônimos. Mas existem gemas importantes que têm outra origem, como a pérola e o marfim, que são substâncias orgânicas. Essas não podem ser chamadas de pedras preciosas, simplesmente porque não são pedras.

Existem dezenas de gemas e só o Brasil produz 90 tipos diferentes. Algumas são muito conhecidas e várias delas são citadas na Bíblia. Outras são conhecidas apenas por uma parcela restrita da população, seja por terem sido descobertas em tempos relativamente recentes, seja por não serem encontradas com facilidade no mercado.

Veremos a seguir algumas daquelas gemas bem tradicionais, famosas, conhecidas desde tempos muito remotos.

Ágata
A ágata é um tipo de calcedônia, que, por sua vez, é uma variedade de quartzo. Ela é muito usada em joias e na decoração de interiores há mais de 3 mil anos.

O que caracteriza a ágata são suas cores, distribuídas em faixas paralelas, retas e/ou curvas. Ela forma-se em cavidades de rochas vulcânicas, como basaltos, e costuma conter na sua porção central cristais de outros minerais (como calcita, siderita, goethita e zeólita) ou outras variedades do próprio quartzo (como cristal de rocha e ametista). A forma externa reflete a forma da cavidade da rocha em que a ágata se formou.

As cores mais comuns são vermelho, laranja, marrom, branco, cinza e cinza-azulado. Mas a ágata pode ser colorida artificialmente, processo que é usado desde o século XIX. O procedimento varia de acordo com a cor desejada e é aplicado depois de a gema ter sido lapidada. Pelo menos 90% das ágatas vendidas no mundo foram tingidas, mas das ágatas procedentes do Rio Grande do Sul só cerca de 40% recebem esse tratamento. Ágatas azuis, verdes, rosa ou roxas são produto de tingimento (mas na Austrália existe ágata azul). A cor preta pode ser natural ou não.

O maior produtor do mundo é o Brasil. O Rio Grande do Sul produz essa gema desde 1830 e dele provêm os mais belos exemplares conhecidos e o maior volume de produção. Extrai-se ágata também em Minas Gerais e na Bahia, bem como no Uruguai, cujas jazidas são um prolongamento das jazidas do Rio Grande do Sul.

 
 Ágata branca e azul bruta
Ágata branca e azul bruta
 Ágata colorida lapidada
Ágata colorida lapidada
 



Água-Marinha
Á água-marinha é uma variedade do mineral chamado berilo e tem esse nome por sua cor azul ou esverdeada, em tons claros, semelhante à cor do mar. Seus cristais são prismáticos, de base hexagonal e chegam a atingir mais de 100 kg. É considerada a pedra preciosa mais típica do Brasil e aqui se encontrou a maior água-marinha conhecida. Ela foi encontrada em Marambaia (MG) e pesava 111 kg, medindo 45 cm de altura por 38 cm de largura. Outras águas-marinhas famosas são a lúcia, a marta rocha e a cachacinha, todas brasileiras. Esta última tinha 65 kg.

Minas Gerias produz as águas-marinhas mais valiosas do mundo, mas essa gema é produzida também no Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas e Paraíba.

Não existe água-marinha sintética, mas muitas vezes se vende topázio natural e espinélio sintético azuis como se fossem água-marinha. Mais de 90% das gemas encontradas no comércio internacional devem sua cor azul ao aquecimento a que foram submetidos berilos amarelos ou verdes, e a cor obtida desse modo não pode ser distinguida do azul natural. Além disso, as gemas de cor fraca são aquecidas a 400-500°C para ficarem mais escuras.

As águas-marinhas mais valiosas são as azuis e quanto mais escuras, maior o valor. Os preços vão de US$ 1 a US$ 750 por quilate (um quilate = 200 mg) para gemas lapidadas de 0,50 a 50 quilates.
 
 Água marinha bruta
Água marinha bruta
 Água marinha lapidada
Água marinha lapidada
 




Âmbar
O âmbar é uma resina fóssil de cor geralmente amarela, podendo ser marrom-escuro, marrom-esverdeado, marrom-avermelhado ou branco. Não é, portanto, uma pedra preciosa, e sim uma gema orgânica. É de transparente a semitranslúcido e muito leve (densidade 1,08), podendo flutuar em água salgada. É muito usado como gema e em objetos ornamentais, podendo receber lapidação facetada ou simples polimento.

Pode conter muitas bolhas de ar e até mesmo insetos e restos vegetais. Quando atritado contra um pano de lã fica eletrizado e consegue atrair objetos leves, como pequenos pedaços de papel.

Os principais produtores de âmbar são Alemanha e Rússia, vindo a seguir a Itália. No Brasil nunca foi encontrado. A maior peça conhecida dessa gema é o Âmbar Burma, que tem 15,250 kg e está no Museu de História Natural de Londres.
 Âmbar
Âmbar



Ametista
Gema muito apreciada por sua bela cor roxa, a ametista é uma variedade de quartzo transparente a semitransparente. É encontrada em cavidades de rochas vulcânicas e em pegmatitos, outro tipo de rocha ígnea. É muito usada como gema e em objetos ornamentais. Seus cristais podem atingir grandes dimensões, havendo, no Museu Britânico, um cristal com cerca de 250 kg.

Na coleção particular de Dom Pedro II, ex-imperador do Brasil, havia um cristal de 80 x 30 cm, ao que consta procedente do Rio Grande do Sul. Nesse estado descobriu-se um geodo (cavidade revestida internamente de cristais) medindo 10 x 5 x 3 m, com 35 toneladas. A cor da ametista que ficar muito tempo exposta ao Sol pode enfraquecer. Isso acontece no Brasil principalmente com as ametistas provenientes do Pará. A cor assim perdida pode ser recuperada com uso de raios X.

Aquecida a aproximadamente 475°C, a ametista pode transformar-se em citrino, um quartzo de cor amarela, laranja ou excepcionalmente vermelha. O Rio Grande do Sul produz muito citrino por esse processo. Convém lembrar, porém, que nem todo citrino é obtido a partir da ametista, existe citrino natural.

Algumas raras ametistas quando aquecidas ficam verde-amareladas e recebem o nome de brasilinita (não confundir com brasilianita, que é outra gema). O maior produtor mundial de ametista é o Brasil (Rio Grande do Sul, seguido da Bahia). Outros produtores são Rússia (Sibéria), Sri Lanka, Índia, Madagascar, Uruguai, EUA e México.

O preço desta gema é relativamente baixo. Ametistas lapidadas de 0,5 a 1 quilate custam entre US$ 0,50 e US$ 20 por quilate, mesma faixa de preço do citrino. Ametistas sintéticas de ótima qualidade vêm sendo produzidas na Rússia e já são abundantes no mercado internacional.
 
 Ametista bruta
Ametista bruta
 Ametista lapidada
Ametista lapidada
 





Diamante
O diamante é a gema mais cara que se pode encontrar no mercado e difere das demais em vários aspectos. É composto de carbono puro, como a grafita (ou grafite), mas é completamente diferente desse mineral - na cor, no brilho, na dureza, na densidade e no valor. É transparente, quase sempre incolor ou com cor clara. De todos os diamantes produzidos, 99,9% são incolores ou levemente amarelados. Salvo raras exceções, quanto mais escura é a cor de uma gema, mais valor ela tem. Mas o diamante não: quanto menos colorido ele for, maior é o valor (a não ser que tenha uma cor bem definida). O diamante pode ser amarelo, castanho, cinza, preto, leitoso, às vezes azul ou verde e raríssimas vezes vermelho.

 Diamante
Diamante
Tem um brilho intenso (chamado de brilho adamantino) e é a substância mais dura que se conhece. Na escala de mohs, que vai de 1 a 10, ele tem dureza 10, sendo 150 vezes mais duro que o rubi e a safira, que têm dureza 9. Por essa razão, para serrar ou polir um diamante é preciso usar o próprio diamante. Embora muito duro, isto é, difícil de ser riscado, é frágil, sendo fácil de quebrar. Em muitos locais, o diamante ocorre numa rocha chamada kimberlito (foto). Na África do Sul, os kimberlitos têm em média apenas 67 mg de diamante em cada tonelada de rocha, mas mesmo assim o aproveitamento é lucrativo. No Brasil, é encontrado em aluviões e eluviões, não sendo ainda conhecidos kimberlitos diamantíferos economicamente aproveitáveis. Pode aparecer também em arenitos e conglomerados.

Em 1983, descobriu-se, na Austrália, que também o lamproíto, outro tipo de rocha, pode conter diamantes. De todo o diamante produzido, apenas 1/3 é próprio para uso em joias, mas esse 1/3 corresponde a 80% do valor total da produção. O restante é usado como abrasivo e em instrumentos de corte e perfuração.

A maioria dos diamantes brutos comerciais tem de 0,3 a 1 quilate. A formação do diamante se dá a uma profundidade entre 150 e 200 km, sob temperaturas de 1.100 a 1.500ºC e pressão também muito alta. De lá, ele é trazido para cima por magma kimberlítico ou lamproítico, que é bem mais jovem que o diamante. Atualmente já se extraem diamantes do fundo do mar.

Embora muita gente chame o diamante de brilhante, está errado. Brilhante é um tipo de lapidação, não uma pedra preciosa. Como esse estilo de lapidação é o mais usado para o diamante, estabeleceu-se essa confusão. A lapidação de um diamante pode durar vários dias, enquanto a lapidação de outras gemas raramente excede alguns minutos.

A extração de diamantes começou provavelmente entre 800 a.C. e 600 a.C. na Índia, e até o século XVIII ele só era produzido no Oriente. Em 1730, foram descobertas as jazidas brasileiras e o nosso país tornou-se o maior produtor mundial. Em 1870, a liderança passou a ser da África do Sul. Em 2004, os maiores produtores, em volume, foram Rússia, Botswana e República Democrática do Congo. Levando em conta o valor da produção, os maiores produtores são Botswana, Rússia e África do Sul. O Brasil produz cerca de 1 milhão de quilates por ano, principalmente no Estado do Mato Grosso. Praticamente todos os estados, porém, possuem diamantes, como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraná e Roraima.

Ele é a mais cara das gemas, ou uma das três mais valiosas, dependendo do critério considerado. O seu preço é determinado em grande parte pela natureza do mercado, em que uma só empresa, a De Beers Consolited Mines, controla 75% do mercado. Diamantes brutos podem ter preços entre US$ 0,40 e US$ 2.900 por quilate para pedras de até 5,60 quilates. Os lapidados vão de US$ 70 a US$ 62.795 por quilate para gemas de 0,005 a 5,99 quilates.

A produção sintética do diamante é feita desde 1954, mas só a partir de 1984 passou a haver produção de pedras com qualidade gemológica. As pedras sintéticas constituem 80% dos diamantes não gemológicos. As imitações de diamante de melhor qualidade são a moissanita sintética e a zircônia cúbica, mas há várias outras. Essa gema tem grande afinidade com gorduras e óleos, que podem ser removidos com uma mistura de água com amônia (ou detergente caseiro) em partes iguais.




Esmeralda
Assim como a água-marinha, a esmeralda é uma variedade de berilo, só que com cor verde, em tom escuro a médio. Se contém menos de 0,1% de óxido de cromo, é considerada apenas berilo verde, não esmeralda.

Forma cristais prismáticos de base hexagonal, como a água-marinha, mas não é transparente, porque apresenta incontáveis fraturas e fissuras, muitas delas preenchidas por impurezas. Apenas gemas muito pequenas mostram-se bem límpidas. É lapidada geralmente em um tipo facetado próprio, chamado de lapidação esmeralda, no qual a mesa (faceta maior) é retangular ou quadrada, com os cantos cortados.

As primeiras minas de esmeralda surgiram no Egito, mas já não há produção nesse país. Ela já era comercializada dois mil anos antes de Cristo, na Babilônia, mas foi rara até a época do Renascimento, quando se descobriram as jazidas sul-americanas. Hoje é produzida principalmente na Colômbia, Zâmbia, Zimbábue, Tanzânia, Madagascar e Brasil (Goiás, Bahia e Minas Gerais).

Entre as esmeraldas que se tornaram famosas estão a kakovin, a imperador jehangir e a devonshire. A esmeralda é uma das três gemas mais valiosas (as outras são o rubi e o diamante), em razão de sua cor, principalmente. As gemas de melhor qualidade, com 5 a 8 quilates, podem valer até US$ 5.600 por quilate. Gemas de mesmo peso com qualidade média variam de US$ 100 a US$ 580 por quilate. A esmeralda é sintetizada comercialmente desde 1940. Ao contrário do que acontece com outros minerais, toda a produção de pedras sintéticas destina-se à joalheria.
 
 Esmeralda bruta
Esmeralda bruta
 
 Esmeralda lapidada
Esmeralda lapidada



Granada
Granada não é o nome de uma pedra preciosa, mas de um grupo delas. Geralmente aparecem na natureza na forma de belos cristais granulares (daí seu nome), nas cores vermelha, amarela, marrom, preta e mais raramente verde ou incolor. São de transparentes a semitransparentes.

As granadas mais comuns chamam-se almandina, piropo, spessartina, grossulária, uvarovita e andradita (esta assim chamada em homenagem a José Bonifácio de Andrade e Silva, que foi, além de estadista, importante mineralogista). Para uso como gema, as mais importantes são piropo, almandina e demantoide. Para outros fins, a mais importante é a almandina. Quando não servem para uso em joias, as granadas são empregadas como abrasivos (em lixas, principalmente) e em relógios (como “rubis”).

Os principais produtores são República Checa, África do Sul (piropo), Rússia, Austrália, Sri Lanka, Áustria, Hungria, Alemanha, Índia, Madagascar e EUA. No Brasil, ocorrem em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Paraíba, Ceará, Rondônia e Rio Grande do Norte. A almandina e o piropo valem de US$ 0,50 a US$ 35 por quilate para gemas de 0,5 a 30 quilates. A rodolita tem faixa de preço semelhante: de US$ 0,50 a US$ 25.
 
 Granada bruta
Granada bruta
 
 Granada lapidada
Granada lapidada



Jade
 Jade lapidado
Jade lapidado
Jade é o nome usado para designar duas gemas diferentes, a jadeíta e a nefrita. Ele tem sido usado como pedra preciosa desde a antiguidade, principalmente na China. Os astecas o empregavam na forma de amuleto e era mais apreciado que o ouro. Hoje é usado principalmente no Oriente.


O jade não possui transparência, sendo, por isso, lapidado em cabuchão ou na forma de pequenas esculturas. A jadeíta é o mais raro e o mais valioso dos dois tipos de jade. Tem (como a nefrita) cor variável: branco, violeta, marrom, vermelho-alaranjado ou amarelo, mas principalmente verde intenso (devido ao cromo), às vezes com manchas brancas. Varia de semitransparente a quase opaco, com brilho vítreo a sedoso. É produzido principalmente em Mianmar (ex-Birmânia). Outros produtores são: China, Tibete, Japão, Guatemala e EUA.

A nefrita é uma variedade do mineral chamado actinolita. É o mais comum e mais resistente dos dois tipos de jade. É fibrosa, de translúcida a opaca, de brilho vítreo. A mais importante é a nefrita verde-escura, conhecida como jade-chinês (ou jade-espinafre). É usada principalmente em objetos ornamentais e sua lapidação requer um aquecimento prévio, seguido de brusco resfriamento. Os principais produtores de nefrita são Rússia e China. Outros produtores são Canadá, Nova Zelândia, Zimbábue e EUA. No Brasil, é encontrada em Roraima e na Bahia.




Jaspe
Como a ágata, o ônix e a cornalina, o jaspe é um tipo de calcedônia, variedade de quartzo. É muito usado como pedra ornamental. É opaco a levemente translúcido, contendo frequentemente impurezas de óxido de ferro.

Mostra imensa variedade de cores, conforme as impurezas presentes: a hematita dá cor vermelha; argilas dão cores branca, cinza e amarela; goethita dá cor marrom-escura etc.

O melhor jaspe está na Índia e na Venezuela. Outros produtores são EUA (jaspe orbicular), França, Alemanha, Rússia (listras vermelhas e verdes), Chipre, Egito, Itália, Brasil e África do Sul. No Brasil existe jaspe em Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.

A variedade mais conhecida e apreciada é a vermelha, produzida no Brasil, África do Sul, Índia, Austrália e Madagascar. África do Sul, Austrália e México produzem o jaspe leopardo, comum no mercado brasileiro. O jaspe-paisagem, também encontrado no nosso comércio, provém da África do Sul e dos EUA (Arizona).






Lápis-Lazúli
O lápis-lazúli (e não "lápis-lázuli", como pronunciam alguns) é uma gema que, ao contrário da imensa maioria das demais, não é um mineral, e sim uma rocha. De fato, ele é uma rocha composta principalmente de lazurita e calcita, com hauynita, pirita, sodalita e outros minerais. A pirita forma pontos amarelos e é um bom meio de identificar o verdadeiro lápis-lazúli. Tem cor azul-escura e pode ser de opaco a semitranslúcido. É usado como gema e em objetos ornamentais.

O lápis-lazúli de melhor qualidade é o produzido no Afeganistão. Existe produção também no Chile, Irã, Rússia e EUA. A lazulita assemelha-se muito a ele, o mesmo acontecendo com a sodalita (mas esta não costuma ter pirita). O lápis-lazúli é sintetizado desde 1976 com muita perfeição, podendo ser extremamente difícil diferenciá-lo do natural. É considerado a pedra nacional do Chile, onde é extraído em Cerro Azul, no norte do país.
 
 Lápis-lazúli bruto
Lápis-lazúli bruto
 
Lápis-lazúli lapidado
Lápis-lazúli lapidado





Opala
A opala é uma gema que se destaca das demais pela enorme variedade de cores que pode exibir simultaneamente e pelas mudanças que essas cores sofrem quando a gema é movimentada (fenômeno chamado de jogo de cores). Varia de transparente (opala de fogo) a quase opaca. Ela tem composição semelhante à do quartzo (óxido de silício), mas contém também água (3% a 21%), ou seja, é uma sílica hidratada. Por isso, deve-se evitar que seja submetida a calor intenso, porque a perda de água pode levar a gema a se fraturar ou no mínimo perder a cor.

Possui inúmeras variedades, podendo-se dividi-las em dois grupos: as opalas comuns (sem jogo de cores e raramente usadas como gema) e as opalas preciosas (com jogo de cores e bem mais raras). Quanto à cor, as opalas podem ser brancas (cores claras) ou negras (com um fundo escuro); estas últimas são mais belas, mais raras e, portanto, mais valiosas. Entre as variedades gemológicas destacam-se a opala de fogo, a opala-arlequim e a opala-musgo.
A opala ocorre em fendas e cavidades de rochas ígneas, como nódulos em calcários e em fontes termais. Pode formar-se também sobre outros minerais e mesmo vegetais, dentes e conchas fósseis, além de às vezes formar estalactites. Opalas com jogo de cores são mais raras que o diamante. O preço das variedades brancas varia de US$ 1 a US$ 120 por quilate em gemas de 1 a 15 quilates.

Há opalas sintéticas, mas não é muito difícil distingui-las das naturais. A única variedade que admite lapidação facetada é a opala de fogo. As demais são lapidadas sempre em cabuchão, sendo comum lapidar com a gema o material sobre o qual ela se formou. O principal produtor é a Austrália (mais de 90%), seguindo-se Índia, México, Nova Zelândia e EUA. No Brasil destacam-se as jazidas de Pedro II, no Piauí, existindo opala também na Bahia, no Ceará e no Rio Grande do Sul.
 
 Opala bruta
Opala bruta
 
 Opala lapidada
Opala lapidada




Pérola
A pérola é a mais importante e a mais usada das gemas orgânicas. É produzida por moluscos marinhos ou de água doce e constituída principalmente (92%) de aragonita, uma forma de carbonato de cálcio. Contém também conchiolina (6%) e água (2%). Esses constituintes depositam-se em camadas em torno de um núcleo, e é a camada de aragonita que dá à pérola brilho e iridescência.

São geralmente brancas e esféricas, mas podem ter formato irregular (pérola-barroca) e cor cinza-alaranjada, preta, avermelhada, prateada, amarelada, azulada ou esverdeada. Costumam medir de 1 a 30 mm; as pérolas encontradas no comércio têm em média 7 mm.

O brilho é tipicamente nacarado, podendo ter reflexos metálicos se for pérola de água doce. São fáceis de riscar (baixa dureza), mas muito resistentes a fraturas. O corpo estranho que desencadeia o processo de formação da pérola raramente é um grão de areia, ao contrário do que muitos pensam. Geralmente, é um verme que perfura a concha e atinge o corpo do molusco.
 Uma pérola e a concha onde se formou
Uma pérola e a concha onde se formou


Cerca de 70% das pérolas são usadas em colares, mas as pérolas azuis nunca são perfuradas, pois isso altera sua cor. A principal imitação de péroilas é obtida com contas de vidro. Às vezes, usa-se coral rosado do Mediterrâneo. Pérolas falsas são fabricadas desde 1680. Entre as imitações mais conhecidas, encontram-se as chamadas pérola-girassol, pérola-indestrutível e pérola-romana.

Ela é usada sempre no seu estado natural, sem passar por lapidação. A maior produção e a melhor qualidade encontram-se no Golfo Pérsico. Outros produtores são Sri Lanka, Austrália, Filipinas, Venezuela, Golfo do México, ilhas do Pacífico, Europa e China. O Japão lidera a produção de pérolas cultivadas, junto com a China; esses dois países respondem por 96% da produção mundial. No Brasil, não há produção de pérolas, mas elas parecem ocorrer na porção sul da Ilha de Marajó, no Pará.

As pérolas têm valor inferior ao das pedras preciosas. Quanto mais esférica, mais valiosa ela é e seu valor cresce na razão do quadrado do seu peso. Não existe pérola sintética. Apesar de provocada artificialmente, a pérola cultivada forma-se por um processo natural e o produto resultante não é sintético, muito menos artificial. Hoje praticamente não existe pérola natural no comércio, apenas pérolas cultivadas.

Uma pérola pode perder o brilho e sofrer escamação pelo contato excessivo com suor, laquê ou cosméticos. Recomendam-se que pessoas de pele clara usem pérolas rosadas, brancas ou prateadas; as de pele escura devem preferir pérolas douradas ou creme.




Rubi
O rubi, assim como a safira, é uma variedade do mineral chamado coríndon. Chama-se de rubi o coríndon de qualidade gemológica com cor vemelha, e de safira as gemas de coríndon de qualquer outra cor. Ele forma geralmente pequenos cristais hexagonais de brilho vítreo, encontrados em mármores dolomíticos, basaltos decompostos e cascalhos. Pode ser confundido com várias gemas, como espinélio, almandina, jacinto, piropo, topázio e rubelita.

Quando tem qualidade inferior, é usado em relógios e outros aparelhos de precisão, bem como na produção de raios laser e maser. O rubi é geralmente lapidado em cabuchão, estilo sempre adotado quando mostra asterismo (faixas luminosas que parecem flutuar sobre a gema). Pode receber também lapidação facetada oval. O maior rubi conhecido foi descoberto nos EUA. No estado bruto tinha 694,2 g; lapidado deu várias gemas, a maior delas com 750 quilates. Sua qualidade, porém, não era boa. Em 1934, encontrou-se um rubi astérico de 593 g, no Sri Lanka.

É produzido principalmente em Mianmar, Tailândia e Vietnã. Outros produtores importantes são Quênia e Tanzânia. As pedras de melhor qualidade provêm de Mianmar, Índia, Sri Lanka, China e Rússia. É raro no Brasil, existindo na Bahia e em Santa Catarina.

O rubi é uma das quatro gemas mais valiosas, destacando-se principalmente as pedras vermelho-escuras, levemente púrpuras. O rubi de Mianmar de melhor qualidade (extra fine), sem tratamento, com 4 a 5 quilates, vale entre US$ 28.000 e US$ 40.000 por quilate. Gemas maiores que isso não têm cotação de mercado, sendo o preço acertado entre compradores e vendedores. Fabrica-se rubi sintético desde 1885, pelo menos. Ao contrário do que ocorre com a esmeralda, só 10% das pedras sintéticas são usadas em joias. Esse rubi com o passar do tempo perde o seu brilho.




Safira
 Safira bruta
Safira bruta
A safira é a outra variedade de coríndon famosa como pedra preciosa. Com exceção da cor vermelha, que identifica o rubi, pode ter qualquer cor (pode ser até incolor), mas a mais apreciada e mais valiosa é a azul. A safira incolor chama-se leucossafira ou safira branca; e a alaranjada, padmaragaya. Costuma ocorrer em mármores, basaltos, pegmatitos e lamprófiros e pode ter asterismo, como o rubi.

Entre as safiras famosas, estão a Estrela Negra (233 g no estado bruto) e a Stuart. Das gemas lapidadas, a maior de todas é a Estrela da Índia (563 quilate), que está no Museu Americano de História Natural de Nova Iorque. A Logan (azul, de 423 quilate, descoberta no Sri Lanka, que talvez seja a maior safira azul facetada do mundo) e a Estrela da Ásia (330 quilates) estão na Smithsonian Institution, em Washington, nos Estados Unidos. É também famosa a safira Ruspoli, de 135,8 quilates.

É produzida principalmente no Sri Lanka. Outros produtores importantes são Mianmar (ex-Birmânia), Tailândia e Vietnã. As melhores safiras vêm da Índia, mas as jazidas estão praticamente esgotadas. Ótimas gemas vêm de Mianmar; e as maiores, da Austrália. É rara no Brasil, existindo no Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Minas Gerais. O maior centro de lapidação é a Índia.

É uma das gemas mais valiosas, principalmente a azul. A cinza tem valor gemológico só se mostrar asterismo. É sintetizada do mesmo modo que o rubi. Quando não serve para confecção de joias, é usada em canetas esferográficas sofisticadas e instrumentos ópticos.



Topázio
Outra gema tradicional, o topázio forma cristais prismáticos que podem ser incolores ou de cor branca, amarela, laranja, marrom, rósea, salmão, vermelha ou azul. Tem brilho vítreo e varia de transparente a translúcido. A variedade mais valiosa é o topázio-imperial, só produzida em Ouro Preto (MG). É usado apenas como gema.

Em 1740, foi encontrado no Brasil (Ouro Preto, MG) o topázio Bragança, que se pensava inicialmente ser um diamante e que tinha 1.680 quilates. O Museu Americano de História Natural de Nova Iorque tem um topázio bem formado de 60 x 60 x 80 cm. No Brasil podem ser encontrados cristais com até mais de um metro e com mais de cem quilos.

O maior topázio lapidado é o Princesa Brasileira, tem 21,327 quilates e foi encontrado em Teófilo Otoni (MG). Estima-se que provavelmente 80% das gemas vendidas como topázio-imperial sejam, na verdade, citrino. O principal produtor mundial de topázio é o Brasil, seguindo-se Rússia, Irlanda, Japão, Grã-Bretanha, Índia, Sri Lanka e EUA. No Brasil é produzido principalmente em Minas Gerais, mas existe também no Ceará e na Bahia.

O topázio avermelhado (cherry) situa-se entre as pedras preciosas mais valiosas, mas o azul está na faixa de preço do quartzo enfumaçado e do quartzo rutilado, sendo mais barato que o citrino. Valem mais as pedras parecidas com a água-marinha. O topázio vermelho varia de US$ 33 a US$ 2.000 por quilate, para gemas de 0,5 a 50 quilates. O rosa varia de US$ 2 a US$ 1.400 por quilate. O salmão, de US$ 2 a US$ 1.200 e o alaranjado, de US$ 2 a US$ 450, sempre para gemas entre 0,5 e 50 quilates. O topázio amarelo vale, depois de lapidado, de US$ 2 a US$ 100 por quilate, para gemas de 0,5 a 20 quilates; o azul, de US$ 0,80 a US$ 3,50 por quilate, para gemas de 0,5 a 100 quilates. O topázio não é sintetizado, pelo menos em escala comercial.
 
 Topázio imperial bruto
Topázio imperial bruto
 
 Topázio lapidado
Topázio lapidado




Turmalina
Assim como as granadas, as turmalinas constituem um grupo de minerais, e não uma espécie só. São 11 espécies, mas as usadas como gema são, em sua maioria, variedades de elbaíta. A turmalina preta é outra espécie, a schorlita. Formam em geral cristais colunares alongados verticalmente, quase sempre com faces curvas e estriadas na direção de maior comprimento. A cor é muito variável e, de acordo com ela, a elbaíta recebe nomes como rubelita (rosa ou vermelha), indicolita(azul), acroíta (incolor), verdelita (verde).

Um cristal de turmalina pode ter uma cor em cada extremidade e ainda uma terceira no centro, ou ter uma cor por fora e outras no seu interior distribuídas concentricamente. A turmalina de duas cores é chamada de turmalina bicolor. Se tem cor rosa no centro e verde externamente recebe o nome popular de turmalina melancia. A indicolita é bastante rara e a schorlita, a mais comum.

São gemas opacas a transparentes, de brilho vítreo. A rubelita costuma ter muitas fissuras. As mais usadas em joias são as amarelo-esverdeadas, amarelo-mel, azul-escuras, vermelhas, verde-escuras e rosa. São produzidas principalmente na Namíbia, no Brasil e nos EUA, vindo em seguida Rússia, Mianmar (ex-Birmânia), Sri Lanka (turmalina amarela), Índia e Madagascar. No Brasil, destaca-se o Estado de Minas Gerais, mas existem turmalinas também no Ceará, em Goiás e na Bahia. Em 1978, no Município de Conselheiro Pena (MG), descobriram-se vários cristais de rubelita gemológica com dezenas de quilogramas.

Não existe turmalina sintética no comércio de gemas. O valor dessas gemas cresce com a intensidade da cor, mas entre as verdes valem mais as mais claras (mais parecidas com a esmeralda). Nas turmalinas bicolores o valor maior corresponde ao maior contraste de cor. A turmalina paraíba, a mais valiosa de todas as turmalinas, com a cor azul néon vale de US$ 15 a US$ 15.000 por quilate, para gemas de 0,5 a 3 quilates. A verde néon é um pouco menos cara: de US$ 10 a US$ 9.000 por quilate. Como as reservas brasileiras de turmalina paraíba estão esgotadas e as da África estão no fim, esses preços deverão subir, se já não subiram.

As variedades rubelita, verdelita e bicolor variam de US$ 1 a US$ 280 por quilate, para gemas com 0,5 a 20 quilates. A indicolita é um pouco mais cara que elas: de US$ 2 a US$ 480 por quilate. Dravita e uvita custam de US$ 3 a US$ 30 por quilate, para gemas com 0,5 a 1 quilate. A schorlita, a mais barata de todas, vale de US$ 0,20 a US$ 1,80 por quilate, para pedras com até 100 quilates.
 
 Turmalina-melancia bruta
Turmalina-melancia bruta
 
 Turmalina bicolor (lapidada) e com três cores (bruta)
Turmalina bicolor (lapidada) e com três cores (bruta)




Turquesa
Outra gema tradicional, usada há muitíssimo tempo, a turquesa é bem conhecida por sua cor azul-celeste, verde-azulada ou verde-amarelada. Varia de semitransparente a opaca e tem brilho porcelânico, enquanto a maioria das gemas tem brilho vítreo. É porosa, suja com facilidade e é fácil de riscar, exigindo, portanto, cuidados no seu uso. Além disso, está sujeita a alterações de cor por ação de luz solar, suor, cosméticos e desidratação.

Há várias imitações de turquesa feitas com materiais diversos, como a chamada turquesa viena. A turquesa pode ser confundida com amazonita, crisocola, jade e outros minerais. É lapidada sempre em cabuchão, sendo usada na Ásia, assim como o jade, para pequenas esculturas.

É produzida principalmente no Egito, EUA, Irã e Turquia, seguindo-se Rússia, Austrália, Afeganistão, Israel, Tanzânia e China. As melhores pedras vêm do Irã. No Brasil há pequena produção na Bahia. A turquesa não é uma gema cara. Dentre as diversas variedades, tem mais valor a compacta e de cor azul-celeste. É sintetizada desde 1972 e não é muito fácil diferenciar a sintética da natural. A presença de pontos brancos indica uma origem natural.



CURIOSIDADES
* Em certos países da Europa, o âmbar e o coral são usados pelas crianças contra mau-olhado e contra tosse.

* A ametista é considerada símbolo da sinceridade, da lucidez, servindo, acreditam alguns, para combater a embriaguez, o sono e até mesmo gafanhotos. É a pedra do anel de formatura dos professores e do anel dos bispos. Seu nome vem do grego amethystos (não ébrio), porque se acreditava na Idade Média que a bebida servida em cálice feito com essa gema não provocava embriaguez.

* Não existe refugo na produção de diamante; tudo é aproveitado, até mesmo o pó que se forma na lapidação.

* O menor diamante lapidado tem 0,00063 quilate, 57 facetas e 0,53 mm de diâmetro. Foi lapidado na Antuérpia (Bélgica). O maior e mais célebre de todos os diamantes já encontrados é o Cullinan, descoberto na mina Premier, em Pretória (África do Sul), em 25 de janeiro de 1905, por Sir Thomas Cullinan. Tinha 3.106 quilates (621,2 gramas) no estado bruto. Lapidado, deu uma gema de 530,2 quilates e 104 outras menores.

* O mais caro diamante lapidado do mundo tem 101,84 quilates. Foi vendido em Genebra (Suíça), em 14 de novembro de 1990, por US$ 12,8 milhões. O mais alto preço já pago por um diamante bruto foi US$ 9 milhões por uma pedra de 255,10 quilates, em 1989.

* Em 1993, a Nasa anunciou a descoberta de enormes concentrações de nuvens de microdiamantes no interior da Via Láctea, com uma massa total de 6 sextilhões de toneladas.

* Um diamante azul de 6,04 quilates foi vendido por US$ 7.981.835 em 2007, sendo esse o maior preço por quilate já pago na venda de um diamante. O diamante azul Hope, da Smithsonian Institution, é considerado por alguns a peça de museu mais visitada do mundo. A empresa suíça Pat Says Now fabricou um mouse revestido de ouro 18 K e cravejado com 59 diamantes, vendido por US$ 24 mil.

* A mais cara obra de arte contemporânea é um crânio feito pelo artista britânico Damien Hirst, coberto com 8.601 diamantes e avaliado, em 2007, em US$ 105,2 milhões; chama-se Pelo Amor de Deus.

* Em outubro de 2007, a Philips holandesa e a joalheria nova-iorquina A Link apresentaram na Índia um televisor de tela plana de 42 polegadas, contendo no gabinete 2.250 diamantes.

* Na Antiguidade, acreditava-se que o diamante quando usado na segunda-feira trazia azar, sendo o sábado o dia mais indicado para seu uso. Segundo o Talmude, se ficasse embaçado diante de um suspeito de crime, este era culpado. No século XVIII, era tido como dissipador de raios e fantasmas e defensor da virtude. Acreditava-se também que era capaz de se reproduzir. Os birmaneses acreditam que se ingerido é tão venenoso quanto o arsênio.

* Na Antiguidade, recomendava-se que a esmeralda só fosse usada na sexta-feira. No século IV, era tida como fonte de felicidade. Se seu proprietário agisse de modo incorreto, ela se estilhaçaria. Era considerada por Aristóteles remédio contra a epilepsia. Já se acreditou que a esmeralda pudesse tornar invisível o homem solteiro e até há pouco era usada como remédio contra febre, disenteria e mordidas de animais venenosos. Atualmente é usada como amuleto na Índia. É a gema usada no anel do papa.

* O maior cristal conhecido de granada foi descoberto na Noruega, tinha 2,30 m e 37,5 t.

* O maior jade conhecido foi descoberto na China, em 17 de setembro de 1978: é um bloco de 603 m3 e 143 t.

* Em um templo de Xangai (China), há uma estátua de Buda de 1,5 m de altura e 3 t, esculpida em jade branco.

* O nome jade deriva do espanhol piedra de ijada, que significa pedra para cólicas, pois se acreditava que curasse infecções renais. Dessa crença deriva também o nome nefrita, do grego nephros, rim. No Museu Metropolitano de Nova York e no Museu Britânico, em Londres, há dois blocos de nefrita, cada qual com cerca de uma tonelada.

* Acreditam alguns ser o jaspe útil para afastar o medo de fantasmas e bruxarias. Na Antiguidade, era considerado provocador de chuva.

* A maior opala conhecida é a Olympia Australis, de 17.700 quilates, descoberta na Austrália, em agosto de 1950. Está exposta lá, em Melbourne, e seu valor é estimado em US$ 1.800.000.

* Na Antiguidade, a opala valia mais que o diamante e pensava-se que tinha o poder de evitar o mau-olhado, de curar doenças nos olhos e de advertir do perigo. No século XIX, passou a ser considerada de mau agouro, razão pela qual durante certo tempo seu uso diminuiu muito.

* A maior pérola conhecida, a Pérola da Ásia, tem 121 g. De cada 40 conchas, só uma, em média, contém pérola. Mas conchas com várias pérolas podem ser encontradas. Elas são usadas como gema há seis mil anos. A joia mais antiga que se conhece feita com pérolas é um colar de três fios e 216 pérolas encontrado em escavações feitas no Irã e que se encontra no Museu do Louvre, em Paris (França).

* Segundo os hindus, as pérolas são lágrimas congeladas nascidas do contato das nuvens com as águas. Os gregos diziam que delas emanavam forças vivificantes e protetoras. Na Antiguidade, era triturada e misturada com vinho e cerveja quando se pretendia homenagear pessoas de alta linhagem.

* No século IV, o rubi era símbolo do amor. Antigamente, era usado para combater epidemias, pesadelos e melancolia, além de aumentar a inteligência e curar desgostos amorosos. Acreditava-se também que combatia a obesidade.

* A grife Victoria’s Secret, de Nova Iorque, confeccionou um biquíni com 3.024 gemas, entre elas 1.988 safiras e um diamante de 5 quilates.

* Acreditam alguns que a safira usada sobre o coração proporciona valentia. São Jerônimo via nela um meio de adquirir prestígio junto aos poderosos e proteção contra a cólera divina. Era tida como remédio contra a febre e os egípcios a ingeriam como tônico.

* Os que usam cristais para tratamento de saúde dizem que a safira é útil no caso de suores excessivos, úlceras e distúrbios da visão, principalmente a safira-macho (azul-celeste). Com leite ou vinagre, é usada para combater reumatismos e resfriados. A safira é a gema usada no anel dos cardeais.

* O topázio na Antiguidade simbolizava a amizade e atribuía-se-lhe o poder de acalmar a cólera e conter hemorragias.

* A turquesa era usada pelos egípcios no tratamento da catarata. Acreditava-se outrora que protegia contra acidentes e que tinha o poder de acusar a presença de veneno, exsudando abundantemente. Para Aristóteles, era antídoto contra picadas de cobra.

Rubi e safiras de Minas Gerais, Brasil

Rubi e safiras de Minas Gerais, Brasil




RESUMO
Rubis e safiras de quatro depósitos em Minas Gerais, denominados Sapucaia, Indaiá e Palmeiras, na região de Caratinga-Manhuaçu, e Malacacheta, mais ao norte, foram caracterizados em termos geológicos, gemológicos, químicos e espectroscópicos, com o objetivo de interpretar causas de cor, gênese, bem como analisar o potencial econômico dos depósitos. Resultados de análises químicas e espectroscopia UV-visível mostram que a provável causa da cor azul é transferência de cargas entre Fe2+ e Ti4+, enquanto Cr3+ causa tonalidades violeta e púrpura, efeito alexandrita e fluorescência. A ausência de Ce e La e o teor relativamente mais alto de Ga distinguem as amostras de Malacacheta das demais. Além de sugerir particularidades genéticas, a diferença em termos de elementos-traços, pode ser utilizada como indicador de proveniência das gemas. Inclusões de um polimorfo de Al2SiO5 e indícios de campo sugerem que o coríndon deve ter sido gerado por processos metamórficos regionais, o que expande as possibilidades para a descoberta de novas ocorrências de rubi e safiras nos terrenos de alto grau metamórfico do leste de Minas Gerais.
Palavras-chave: Coríndon, rubi, safira, Minas Gerais, elementos traços, gemologia.

ABSTRACT
Rubies and sapphires from four deposits in Minas Gerais named Sapucaia, Indaiá and Palmeiras, in the region of Caratinga-Manhuaçu, and Malacacheta, farther north, were characterized in terms of geology, gemology, chemistry and spectroscopy in order to interpret causes of color and genesis. The economical potential of the deposits was also analyzed. Chemical analyses and UV-visible spectroscopy reveal that the probable cause of the blue color is a charge transfer between Fe2+ e Ti4+, while Cr3+ causes violet and purplish tints, alexandrite effect and fluorescence. Absence of Ce and La and relatively higher Ga-contents distinguish the Malacacheta samples from the others. Besides suggesting genetic particularities, the difference in terms of trace elements might be used as a provenience indicator for the gems. Inclusions of an Al2SiO5 polimorph and field evidences suggest that the origin of corundum might be due to regional metamorphic processes, thus expanding the possibilities for the discovery of new occurrences of ruby and sapphires in the high grade metamorphic terrain in eastern Minas Gerais.
Keywords: Corundum, ruby, sapphire, Minas Gerais, trace-elements, gemology.



1. Introdução
Nos últimos anos, novas ocorrências de coríndon surgiram em Minas Gerais, conhecido produtor de gemas coradas e diamante. Os depósitos de Palmeiras, Indaiá, Sapucaia e Malacacheta produzem safiras azuis, com tons violeta ou púrpura e rubi de tamanhos pequenos, mas com boa intensidade de cor e transparência. Indaiá é um depósito já conhecido (Epstein et al. 1994; Liccardo, 1999) e que teve sua produção interrompida em 1996, mas que, esporadicamente, apresenta alguma produção por garimpeiros. Do mesmo modo que em Indaiá, Palmeiras e Sapucaia, descobertas recentes na mesma região, apresentam um bom potencial gemológico, com gemas de tonalidades variando do azul ao púrpura, às vezes com efeito alexandrita, eventualmente com presença de rubi (Liccardo e Jordt-Evangelista, 2001). O depósito de Malacacheta, conhecido há várias décadas como produtor de alexandrita, sempre produziu safiras azuis como subproduto nas minerações. Atualmente tais safiras estão sendo comercializadas como material lapidável e sendo tratadas termicamente em Bangkok. Esse artigo reporta características desses depósitos e suas gemas, assim como mais informações sobre as já conhecidas safiras de Indaiá.

2. Histórico
A presença de coríndon no Brasil tem sido mencionada há muito tempo em literatura (Hussak, 1916; Guimarães, 1934), sem que existisse, no entanto, uma produção de material com qualidade-gema. A primeira menção de safiras azuis com qualidade para lapidação foi em Coxim, Mato Grosso do Sul (Eppler, 1964). Nesses depósitos, a safira é encontrada como mineral satélite em cascalhos produtores de diamante e nunca houve produção constante, sendo que algumas pedras são esporadicamente comercializadas.
Em Malacacheta, pequenos cristais de safira azul e incolor/leitosa foram retirados juntamente com crisoberilo e alexandrita durante anos, desde a década de 80, contudo com pouca produção comercial.
A descoberta dos depósitos de Indaiá no início da década de 90 foi a mais promissora até então, tendo sido descrita por Themelis (1994) como a primeira ocorrência comercial de coríndon no Brasil. Em 1999, iniciou-se uma pequena produção em Sapucaia, cerca de 25km ao sul de Indaiá, com gemas muito semelhantes, inclusive com moderado efeito alexandrita (Liccardo & Jordt-Evangelista, 2000). Em 2000, surgiram notícias sobre o depósito de Palmeiras, cerca de 60km a sudeste de Sapucaia, com gemas semelhantes aos depósitos anteriores, mas com tons predominantemente mais avermelhados. A falta de tradição na exploração de rubi e safira, em meio a tantas outras gemas no Estado de Minas Gerais, faz com que os garimpeiros que atuam nos pegmatitos da região concentrem-se na extração de outras gemas, principalmente água-marinha e, em Malacacheta, alexandrita e crisoberilo.

3. Localização e acessos
Três dessas ocorrências situam-se no eixo Manhuaçu-Caratinga, cerca de 250km a leste de Belo Horizonte . A ocorrência de Indaiá pertence ao município de Vargem Alegre, aproximadamente a 20km a noroeste de Caratinga, a montante do Córrego São Gabriel.No município de Sapucaia, cerca de 25km a sudoeste de Caratinga, nas cabeceiras do córrego Ferrugem, encontra-se a segunda ocorrência. O depósito de Palmeiras situa-se no município de Manhuaçu, no distrito de mesmo nome, 12km a noroeste da cidade. Nessas ocorrências, o acesso, em parte, é feito por estradas de terra, que, na estação das chuvas (setembro a janeiro), tornam-se dificilmente transitáveis.


Os depósitos de Malacacheta situam-se às margens do córrego do Fogo e ribeirão Soturno, a aproxidamente 12km a norte da cidade de Malacacheta. O acesso a essa região é um pouco melhor que os das anteriores, mesmo na estação de chuvas. Malacacheta está cerca de 270km da região de Indaiá, Palmeiras e Sapucaia.
4. Contexto geológico regional
O coríndon da região de Manhuaçu-Caratinga se encontra em depósitos secundários sobre terrenos gnáissicos-migmatíticos, com presença eventual de litotipos granulíticos e charnoquíticos, além de inúmeros corpos pegmatíticos que entrecortam todas as rochas . Os terrenos fazem parte do núcleo do Orógeno Neoproterozóico Araçuaí (Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos, 2000).
Em Malacacheta, os depósitos também são colúvio-aluvionares encaixados em rochas metamórficas pré-cambrianas. Regionalmente, o contexto geológico mostra a existência de um batólito granítico intrudido em xistos peraluminosos das Formações Salinas e Capelinha e rochas metaultramáficas que cortam os xistos da Formação Capelinha . O corpo granítico, sem indícios de metamorfismo, foi datado em 537±8 Ma (Basílio, 1999) e as rochas encaixantes são de idade proterozóica.

5. Características dos depósitos
Na faixa que compreende os depósitos de coríndon, ocorrem litologias pertencentes a terrenos metamórficos de médio até alto grau, como xistos, gnaisses, granulitos e charnoquitos. Esses terrenos são cortados por corpos pegmatíticos pouco diferenciados, por vezes mineralizados em água-marinha. O coríndon é sempre encontrado em depósitos sedimentares recentes, sem indícios da possível rocha que o originou.
Os depósitos podem abranger cinco tipos gerais: aluviões recentes, paleoaluviões de terraço suspenso, paleoaluviões de fundo de vale, colúvios e elúvios. A grande maioria dos depósitos de coríndon está associada a paleoaluviões plio-pleistocênicos, formados sob condições de fluxos torrenciais e retrabalhamento (Addad, 2001). Os depósitos ocupam atualmente as partes mais profundas dos preenchimentos sedimentares de vales, onde armadilhas de relevo condicionaram sua deposição, ou terraços aluvionares suspensos, relacionados ao desenvolvimento de paleosuperfícies. A alta densidade do coríndon faz com que esteja associado a pesados blocos de quartzo e fragmentos de encaixantes, nas porções mais inferiores.
Nesse contexto secundário, o retrabalhamento sedimentar fragmenta e "seleciona" os clastos e os concentra em níveis e pláceres. Do ponto de vista do seu aproveitamento gemológico, essa seleção fornece fragmentos com menor quantidade de defeitos de cristalização, de fraturas e inclusões, que correspondem a partes com maior resistência mecânica a impactos e abrasão. Isto significa que, a partir de uma população original de fragmentos, existe uma tendência segundo a qual, após o transporte por uma determinada distância dentro de um fluxo sedimentar, os clastos recuperados apresentam uma maior porcentagem de qualidade gema, pela eliminação de fragmentos mecanicamente mais frágeis.

6. Métodos de extração
Os depósitos de coríndon, usualmente inconsolidados, mostram uma relativa facilidade mecânica de explotação. Camadas de sedimentos cobrem os níveis mineralizados, geralmente cascalheiras aluvionares ou porções grosseiras de colúvios. O descapeamento não oferece maiores dificuldades técnicas, salvo quando se trata de aluviões recentes ou paleoaluviões posicionados sob leitos ativos de cursos de água, quando é necessário o bombeamento da água infiltrada ou o isolamento da porção a ser trabalhada. As gemas podem, então, ser separadas por processos que envolvem classificação granulométrica, lavagem e concentração-catação.
Em Indaiá, após o rush da extração, em meados de 90 (Epstein et al. 1994), os garimpos paralisaram os trabalhos e hoje a extração é realizada individualmente nos leitos dos rios. O mesmo acontece em Sapucaia, que ao final da década era trabalhada com tratores e calhas para a concentração do material. Na área de Palmeiras, somente garimpos em aluvião estão produzindo, apesar de tentativas de mecanização. A extração organizada tem esbarrado em problemas ambientais e, por isso, está paralisada.
Em Malacacheta, as áreas de extração (cerca de 4x4m) são escoradas com madeira para contenção de terra e a água é bombeada continuamente com motores movidos a diesel ou gás. Equipes de até cinco pessoas trabalham em cada área, retirando o material mineralizado e buscando, principalmente, a alexandrita, que ocorre associada.

7. Amostras e análises
Amostras de coríndon, juntamente com seus minerais satélites, foram coletadas com lavagem de cascalho e peneiramento. A quantidade de material em bruto permitiu análises destrutivas e algumas amostras coletadas puderam inclusive ser lapidadas. Em Palmeiras, foram obtidas 16 gemas facetadas e 18 cabochões; em Sapucaia, 6 facetadas e 4 cabochões; em Malacacheta, 4 facetadas e, em Indaiá, 5 facetadas.
As amostras das quatro ocorrências foram submetidas a análises gemológicas tradicionais e, ainda, cinco exemplares de cada depósito foram moídos para análises químicas por INAA (Análise por Ativação Neutrônica Instrumental) e uma por ICP-OES (Plasma Indutivamente Acoplado com Espectrometria de Emissão Óptica), para complementação de alguns elementos. Além disso, foram realizadas análises em espectroscopia UV-Visível, ATD/ATG (Análises Termodiferencial e Termogravimétrica) e MEV/EDS (Microscopia Eletrônica de Varredura com Espectrometria de Energia Dispersa). As amostras submetidas à espectroscopia foram preparadas em secções cortadas perpendicularmente ao eixo c dos cristais. Os testes termodiferencial e termogravimétrico realizados em um mineral anidro (coríndon) resultam na identificação de fases hidratadas associadas a esse mineral, como a bohemita e o diásporo.

8. Características e resultados
8.1 Malacacheta
A safira de Malacacheta ocorre em cristais euédricos transparentes, no formato típico de barrilete e tamanho normalmente pequeno (<1cm). A maior parte apresenta um marcante zonamento de cor, sendo incolor com um núcleo ou mancha de coloração azul intenso, boa transparência, tendendo a translúcida, principalmente na parte incolor. O pleocroísmo nas amostras azuis costuma ser moderado, de azul-escuro a azul-claro. Fotografias representativas de amostras de Malacacheta encontram-se na. Análises gemológicas convencionais resultaram num índice de refração variando de 1,759 a 1,764 para o raio extraordinário e 1,767 a 1,770 para o raio ordinário. A birrefringência média é de 0,009). Sob luz UV essas safiras mostram resposta moderada a fraca, de tons avermelhados para todas as amostras azuis, tanto em SW como em LW. Uma amostra incolor a levemente rosada apresentou reação muito forte ao UV de ondas longas (LW).
As inclusões sólidas identificadas em microscópio óptico e microscópio eletrônico de varredura foram ilmenita, ilmenita magnesiana e um polimorfo de Al2SiO5. O comportamento, na análise termogravimétrica, indica ausência de diásporo ou boehmita, comumente presentes em coríndon e causadores de perda de transparência.
As análises químicas resultaram, para as amostras de Malacacheta, na seguinte composição em elementos menores e traços: Cr 20 a 58ppm, Fe 3582 a 4415ppm; Ga 180 a 192ppm; Ti 392ppm; Na 69-90ppm; Mn 13ppm; La 0 a 3ppm e V 18ppm - para o Ti, Mn e V somente uma análise). A presença desses elementos indica que, muito provavelmente, a coloração azul das safiras de Malacacheta tenha como causa uma transferência de cargas eletrônicas entre os íons Fe+2 e o Ti+4. Considerando-se esses teores de Fe e Ti e as características ópticas da safira, é possível que um tratamento térmico sob condições adequadas possa redistribuir a coloração azul ou mesmo transformar a cor branca leitosa em azul profundo na maior parte do material produzido em Malacacheta. Os espectros UV-Visível mostraram picos intensos nas regiões de 485 e 585nm, possivelmente associados à presença de Fe3+.




8.2 Indaiá
Safiras de colorações que variam de azul profundo ao violeta, quase púrpura , são encontradas em depósitos coluvionares e aluvionares de Indaiá. Os cristais apresentam-se anédricos, geralmente de tamanho pequeno (<1cm) e alguns mostram um moderado efeito alexandrita de azul para azul-púrpura e de púrpura para púrpura-violeta.
As análises gemológicas mostraram um pleocroísmo forte de azul para azulvioleta e de azul-claro para púrpura. Os índices de refração variam de 1,760 a 1762 para o raio extraordinário e 1,770 para o raio ordinário, com birrefringência variando de 0,008 a 0,010. Sob luz UV de ondas longas (LW), as amostras apresentam fluorescência variável de moderada a forte com coloração avermelhada .
As inclusões são constituídas de rutilo, ilmenita, zircão, moscovita, monazita , espinélio, biotita () e um dos polimorfos de Al2SiO5.
Análises químicas e espectroscópicas mostraram a presença de Fe, Ti e Cr como prováveis elementos causadores de cor nessas safiras. O efeito de mudança de cor (efeito alexandrita) e a forte fluorescência são associados à presença do íon Cr3+. Os elementos menores e traços quantificados foram: Cr 191 a 390ppm, Fe 2626 a 3615ppm; Ga 60 a 93ppm; Ti 185ppm; Na 57-78ppm; Mn 13 ppm; La 19 a 81ppm; Ce 66 a 159ppm e V 44ppm  - para o Ti, Mn e V somente uma análise).
Em termos de cor e transparência, as safiras mostram um bom potencial para aproveitamento gemológico, o qual pode ser sensivelmente aumentado com tratamento térmico adequado. Themelis (1994) sugere que 80% do material produzido nessa localidade se prestaria ao tratamento por aquecimento, com base em testes que realizou em atmosfera oxidante e temperatura em torno de 1750ºC.
Os espectros referentes às amostras de Indaiá são muito semelhantes aos obtidos em Palmeiras e Sapucaia, mostrando uma banda de absorção entre 370 e 420nm, que, em safiras azuis do Sri Lanka, Mianmar, Vietnam e outras (Smith et al., 1995), é associada à presença de Fe3+. A faixa entre 500 e 600nm, região indicativa do mecanismo Fe2+ - Ti4+ e da presença de Cr3+, apresenta-se na forma de bandas largas e suaves .
8.3 Sapucaia
A safira de Sapucaia ocorre em cristais euédricos, subédricos e fragmentos irregulares, nas cores azul, púrpura, violeta e preta . Apresenta-se em prismas hexagonais alongados e, muitas vezes, terminados em bipirâmide, sendo a superfície externa dos cristais normalmente lisa e freqüentemente recoberta por muscovita microcristalina. A maior parte dos cristais mostra dimensões em torno de 1cm, variando desde alguns milímetros até 8cm de comprimento (o maior exemplar encontrado).
Os cristais exibem pronunciada partição basal e romboédrica nos planos de geminação polissintética. Em termos de diafaneidade, são opacos até transparentes e parte pode ser aproveitada como gema, apesar das abundantes fraturas. Nos exemplares translúcidos e transparentes, foi verificada uma distribuição irregular da cor, além de inclusões opacas. Como efeitos ópticos especiais, foram observados o efeito alexandrita (safiras azuis em luz natural tornam-se violetas sob iluminação incandescente), o efeito seda (brilho prateado sedoso) e, nas safiras pretas, ocorre, ainda, o asterismo com a formação de estrela de seis pontas.
As análises gemológicas mostraram pleocroísmo moderado a acentuado nas amostras azuis, púrpura e violeta. Os índices de refração variam de 1,759-1,762, para o raio extraordinário, e 1,768-1,770, para o raio ordinário, com birrefringência média de 0,009 . Sob iluminação ultravioleta de ondas curtas (SW), as safiras mostraram uma reação fraca a moderada (violeta); em ondas longas, as amostras, nas cores violeta e púrpura, apresentaram reação de fluorescência muito forte (vermelha) e, nas outras cores, reação moderada (violeta).
As principais inclusões identificadas foram mica castanha , rutilo, ilmenita,diamante e um polimorfo de Al2SiO5, além da constatação de diásporo nos planos de geminação polissintética, muito semelhante ao material de Indaiá. As análises químicas mostraram os seguintes teores dos elementos menores e traços: Cr 54 a 1092ppm, Fe 4603 a 9312ppm; Ga 94 a 293ppm; Ti 361ppm; Na 58 a 169ppm; Mn 18 ppm; La 3 a 206ppm; Ce 21 a 300ppm e V 62ppm  - para o Ti, Mn e V somente uma análise).
Os estudos dessas safiras apontam boas possibilidades de aproveitamento gemológico, à semelhança da safira de Indaiá, principalmente em relação às de cor azul e violeta e com efeitos ópticos especiais. Possivelmente, esse aproveitamento poderá ser aumentado se essas safiras forem tratadas termicamente. Os espectros UV-Visível são semelhantes aos de Indaiá, com banda de absorção mais abrupta em torno de 370nm e uma banda suave entre 520 e 580nm, provavelmente relacionadas ao mecanismo de cor Fe2+ - Ti4+ .
8.4 Palmeiras
Os cristais encontrados em Palmeiras são euédricos, de coloração predominantemente avermelhada (rubi ou safira rosa), em menor escala também violeta ou púrpura e, raramente, azul, com hábito prismático alongado e em "barrilete", com tamanho variando de 0,5 a 4cm e 4). Alguns exemplares pequenos também mostraram o efeito alexandrita, semelhante a Indaiá e Sapucaia, mas o efeito óptico especial, que predomina nessas amostras, é o efeito seda e, esporadicamente, alguns rubis apresentam discreto asterismo. Uma parte dos cristais apresenta-se transparente, porém a maioria varia de opaca a translúcida.
Amostras de coloração vermelha e rosa apresentam pleocroísmo moderado para tons mais escuros e os cristais azuis e violeta possuem pleocroísmo fraco. Os índices de refração variam de 1,761 a 1,763, para o raio extraordinário, e 1,769 a 1,771. para o raio ordinário. A variação da birrefringência é de 0,008 a 0,010. Sob luz ultravioleta de ondas curtas (SW), a reação foi muito fraca e, em ondas longas (LW), as amostras de cores vermelha e rosa mostraram fluorescência muito forte.
Como inclusões sólidas ocorrem zircão, rutilo (arredondado e acicular), apatita, ilmenita, hematita, monazita e mica . Também, nessas amostras, o diásporo encontra-se nos planos de geminação polissintética.
Os teores dos elementos menores e traços são: Cr 596 a 1293ppm, Fe 2022 a 3733ppm; Ga 71 a 114ppm; Ti 172ppm; Na 63 a 73ppm; Mn 9 ppm; La 16 a 150ppm; Ce 98 a 368ppm e V 57ppm . A espectroscopia UV-Visível mostrou resultados muito semelhantes a Indaiá e Sapucaia, com banda de absorção de 370nm a 420nm e uma banda suave entre 520 e 580nm, provavelmente relacionadas à presença de Fe2+ - Ti4+ nas amostras azuladas e Cr+3 nas amostras rosadas ou avermelhadas .

9. Discussão
A descoberta de diversas ocorrências de coríndon com qualidade gemológica em áreas relativamente próximas é um forte indicativo do potencial para a existência de outros depósitos e de aumento da produção de rubi e safiras no Brasil.
As análises químicas apontam as causas de cor azul como sendo o mecanismo de transferência de cargas entre Fe2+ e Ti4+ e a presença de Cr3+, possivelmente, influencia nas tonalidades violeta e púrpura, assim como pode estar associada ao efeito alexandrita e à forte fluorescência de algumas amostras, principalmente em Palmeiras e Indaiá. Nas amostras de coloração vermelha e com tonalidades rosa, os teores de Cr são sensivelmente mais altos, podendo ser vinculados como causa dessas cores. Os espectros em UV-Visível são coerentes com essas possibilidades.
A ausência de Ce e La e o teor relativamente mais alto de Ga distinguem o coríndon de Malacacheta do coríndon da região de Manhuaçu-Caratinga, o que pode sugerir diferenças genéticas e esse fato pode ser utilizado como indicador de proveniência.
Indícios de campo, como as rochas predominantes nas regiões, sugerem que a gênese do coríndon pode ser associada a processos metamórficos regionais, o que expande as possibilidades de existirem novas ocorrências em todo o leste de Minas Gerais, cujo contexto geológico é muito semelhante.
Os resultados analíticos e as características físicas descritas indicam que a aplicação de tratamento térmico adequado no coríndon estudado pode vir a melhorar significativamente a qualidade das gemas produzidas e viabilizar uma produção sistemática. Malacacheta, por apresentar produção constante, e Indaiá, pela qualidade de suas safiras, são as ocorrências com melhores possibilidades para a sistematização da extração.
 As ocorrências devem valer bilhões de dólares e está abandonada, isso é o Brasil, se fosse em outro país, estariam explorando e tirando rubis/safiras caríssimas, tipo US$20.000,00 O CT!!