sábado, 27 de dezembro de 2014

Petrobras é processada por cidade americana

Petrobras é processada por cidade americana



A Petrobras está sendo processada em vários países pelos mais variados grupos. No entanto o último processo contra a estatal brasileira não foi feito por uma pessoa física, mas sim por uma cidade: Providence. A cidade está tentando recuperar as perdas em bônus, causadas pela corrupção de altos funcionários da Petrobras.

O caso foi registrado no dia 24 e responsabiliza a Petrobras e seus executivos, inclusive a CEO Graça Foster .

Assim como o processo contra Eike Batista a Petrobras e seus executivos são acusados de não informar sobre os problemas internos da empresa ao mercado, levando investidores ao prejuízo.

A cidade está procurando compensar os prejuízos que os investidores tiveram ao comprar os bônus e ações da Petrobras entre 2010 e 2014.

Esta nova tendência de responsabilizar os executivos poderá, eventualmente, colocar a Presidente Dilma no banco dos réus: ela era a Presidente do Conselho da Petrobras quando

A Petrobras e o mercado: quais são os poços que podem fechar com os preços do barril de petróleo abaixo de US$59.

A Petrobras e o mercado: quais são os poços que podem fechar com os preços do barril de petróleo abaixo de US$59. Ou, até onde a Petrobras consegue suportar um mercado em queda?



Nos últimos meses fomos surpreendidos pela forte queda dos preços do petróleo para níveis  de 2008.

Apesar dos óbvios benefícios econômicos existe um lado escuro nesta história que afeta os países produtores e os empregos criados na área do petróleo que atingem 40% do total de empregos gerados no mundo.

O impacto da queda nas petroleiras é, obviamente, direto e pode ser simplesmente mortal.

Até gigantes do petróleo como a Arábia Saudita começam a ter sérios prejuízos. Os Sauditas informam que terão um déficit de US$39 bilhões em 2015 se os preços se mantiverem nos patamares atuais.

Até onde os preços irão cair e por quanto tempo, são as perguntas que devem ser respondidas.

Alguns analistas juram que o petróleo, por razões históricas, deve se aproximar do preço do gás, como ocorria antes de 2007 e que a queda consequentemente é natural. Neste caso o preço do barril, que hoje gira em torno de US$58, ainda deve cair até o patamar de US$33.

O impacto na economia mundial de uma prolongada queda dos preços do óleo será, sem dúvida nenhuma, muito positivo e poderá iniciar um novo ciclo de crescimento econômico aliado a um superciclo de commodities.

Bom para a mineração e para vários setores da nossa economia.

Mas essa queda pode, também, levar de roldão a nossa maior e mais importante empresa: a Petrobras.

Como veremos, neste cenário, as consequências serão desastrosas.

Será que a Petrobras resiste uma queda nos preços desta magnitude? Ou melhor, até onde a nossa estatal irá resistir antes de começar a fechar os poços de petróleo?

A resposta está, mais uma vez, no all-in sustaining cost (AISC) do barril produzido em cada poço. Este AISC, que a Petrobras não divulga, é o custo total de produção somado aos impostos, custos de manutenção presente e futuros e todos os demais custos durante a vida do poço até o custo final de fechamento. Tudo isso somado e dividido pela quantidade de barril produzido é o AISC do petróleo.

Hoje a mineração está se adequando às novas exigências do mercado, sempre em busca de maior transparência. É o caso da mineração de ouro que sistematicamente publica o AISC.

Infelizmente não é o caso da Petrobras ou da Vale, que se recusam a publicar o AISC impedindo aos acionistas de ver qual é a situação real da empresa em um determinado momento.

No gráfico ao lado, gerado por Ed Morse, especialista renomado na área de energia, que conseguiu informações fidedignas sobre os custos de empate (break-even) de alguns dos principais poços da Petrobras plotados contra a produção projetada em 2020.

É importante salientar que o break-even destes poços é menor do que o AISC pois ele só relaciona os custos diretos de produção. Ou seja, se considerado o custo total de empate (o AISC)  a situação fica ainda pior.

No gráfico vemos que, com o barril a US$58, três grandes campos brasileiros já estão no vermelho.

É o caso de Libra, Piracucá e Panoramix.

Libra foi manchete há dois meses atrás, quando foi leiloado. O consórcio ganhador tem a Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC e pagou à União R$15 bilhões como bônus de assinatura.

Menos mal, já que o País recebeu alguma coisa por um campo que já se encontra no vermelho e que tem um break-even de quase US$70/barril. Libra, que era a cereja no bolo da Petrobras, onde se concentrava a maior reserva do Brasil, com 12 milhões de barris de Petróleo, não entrará em produção aos preços do petróleo atual. Um prejuízo bilionário ao país (41,65%) e à Petrobras que tem 40% e a operação.

Esperava-se que Libra iria dobrar as reservas de petróleo do Brasil...

Outro campo antieconômico é o Piracucá, com um break-even próximo dos US$70/barril, onde a Repsol acredita em um volume “in situ”, preliminar, de 550 milhões de barris. Piracucá está situado no bloco BM-S-7, nas águas da Bacia de Santos. Outro poço da Repsol, o Panoramix, também na Bacia de Santos, com uma produção de 1.570 barris por dia também deverá ser fechado com os preços atuais.


Libra
Com custos mais baixos, mas ameaçados no curtíssimo prazo estão os poços Maromba, Carcará e Júpiter, todos com break-even entre US$58 a US$50 por barril.

O mais importante destes é o de Carcará onde foi encontrado um grande reservatório, com 470 metros de espessura, 50% maior do que o de Libra contendo petróleo de melhor qualidade e de altíssima pressão, talvez a maior reserva já registrada na área do pré-sal.

Carcará, onde espera-se uma produção superior a 40.000 barris por dia, não irá sobreviver se o preço do barril cair abaixo de US$50. Outro prejuízo bilionário.

O campo de Júpiter, mais um que não vai sobreviver com preço abaixo de US$50/barril, tem uma reserva potencial grande. Nele foi intersectada uma coluna de hidrocarbonetos com cerca de 313 metros, com rochas apresentando boas condições de porosidade e permeabilidade. Júpiter é controlado pelo consórcio operado pela Petrobras, com 80%, em parceria com a Petrogal Brasil, com 20%.  Além da capa de gás, o poço confirmou uma coluna de óleo de cerca de 87 metros.

Se o preço do barril afundar mais ainda ultrapassando o patamar de US$50 e chegando aos US$40 o desastre será simplesmente imenso.

A maioria dos poços do pré-sal como o gigante Lula, antigo Tupi, com reservas estimadas entre 5 a 8 bilhões de barris de petróleo de alta qualidade e o Tupi Sul com reservatórios de excelente qualidade, em rochas carbonáticas, junto com vários outros, serão inviabilizados. Neste grupo está, também, o Carioca que a Agência Nacional de Petróleo propalou que seria o terceiro maior campo de petróleo do mundo. O megacampo deve ter sido a maior descoberta de petróleo em 30 anos segundo a ANP.  Nesta faixa de break-even os importantes campos Peregrino, Itaipu e Iara ficarão, também, antieconômicos.

Se o barril cair aos US$40 veremos a produção da Petrobras colapsar e a empresa irá se reduzir aos poucos poços com custos operacionais entre US$30 a US$40 como os do campo Papa-Terra com capacidade diária planejada de mais de 140 mil barris de óleo cru ou Bauna e Piracaba com produção de 24 mil bpd de óleo leve.

Será o fim de uma era.

Se os analistas estiverem certos e o preço migrar para US$33/barril, o pior dos cenários, a Petrobras como conhecemos deixará de existir, restando somente a parte da importação, refino e distribuição.

Arábia Saudita sofre com a queda do petróleo

Arábia Saudita sofre com a queda do petróleo


Arábia Saudita já projeta um enorme déficit para 2015, de US$38,6 bilhões, devido à queda dos preços do petróleo.

É o primeiro déficit desde 2011.

No país o petróleo é responsável por 90% do PIB. Mesmo assim a Arábia Saudita não irá diminuir os investimentos fixados em US$229,3 bilhões, já que dispõe de uma reserva fiscal de US$750 bilhões, que poderá ser usada caso necessário.

O país de 28 milhões de habitantes produz 9,6 bilhões de barris por dia, quatro vezes mais do que o Brasil produz.

Economia da Índia cresce e acelera importações de minério de ferro

Economia da Índia cresce e acelera importações de minério de ferro



A Índia tem o décimo maior PIB do mundo e o terceiro maior baseado na paridade do poder aquisitivo (PPP). É uma economia gigantesca que cresce a 5% ao ano o que não poderia deixar de impactar os mercados mundiais.

Pouco tempo atrás a Índia era a terceira maior exportadora de minério de ferro do planeta. No entanto, com a queda dos preços, o país simplesmente parou de exportar minério. Hoje os mineradores indianos, que produzem um minério de mais baixa qualidade, focam no mercado interno.

Mesmo assim a Índia continua precisando de uma grande quantidade de minério para manter a sua gigantesca economia crescendo a 5% ao ano.

Somente nos primeiros sete meses de 2014 a importação de minério de ferro, atingiu 6,8 milhões de toneladas. A maioria deste minério vem da África do Sul (40%) e da Austrália (15%).

Mesmo com as mineradoras locais em plena produção, os analistas esperam que a demanda do aço deva crescer em janeiro de 2015, forçando o país a importar mais minério de ferro.

Somente uma siderurgia indiana, a JSW Steel pretende importar mais do que 10 milhões de toneladas no ano que vem.

Com essa estratégia a Índia está causando um sério enxugamento do minério de ferro no mercado mundial.

Por um lado ela deixou de exportar mais de 120 milhões de toneladas por ano e pelo outro importa, ou retira do mercado, outras 20 milhões de toneladas.

Em outras palavras, somente a Índia irá subtrair mais de 140 milhões de toneladas do minério de ferro do mercado mundial em 2015.

Este minério era destinado aos portos chineses...

Some-se a este número toda a produção que desapareceu após o fechamento de dezenas de minas em 2014 e veremos que o tão propalado aumento da oferta da Vale + Rio + BHP não será assim tão impactante.

É até possível que em 2015 vejamos um forte crescimento nos preços do minério de ferro, ao contrário do que, todos os analistas predizem: um novo bull...

Foto: mina de minério de ferro da estatal indiana NMDC

Ouro Roxo é fechado

Ouro Roxo é fechado 




A mineradora Ouro Roxo, atuando no Garimpo Ouro Roxo foi fechada por ordem da Justiça Federal.

Ouro Roxo é um dos jazimentos de ouro descobertos pela Rio tinto na década de 90. Desde então ele vem sendo garimpado e mais recentemente submetido a uma pequena lavra pela mineradora Ouro Roxo, que negociou  com os garimpeiros.

Ouro Roxo tem uma história conturbada e violenta que levou à morte o geólogo Nelson Bueno, um dos acionistas do empreendimento, misteriosamente assassinado em Manaus.

A lavra foi paralisada pelo Juiz Rafael Leite por irregularidades no licenciamento ambiental.



Foto: Foto histórica de uma escavação onde foi descoberto o primeiro filão do Ouro Roxo