Angola deve faturar US$1.3 bilhões na venda de diamantes em 2014
Segundo o Ministro de Geologia e Mineração de Angola o país africano
faturou US$1,2 bilhões na venda de seus diamantes até novembro deste
ano. Parece que será fácil bater a meta de US$1,3 bilhões para o ano
todo.
A principal produção de Angola vem do kimberlito de Catoca, a quarta
maior mina de diamantes primários do mundo. O kimberlito de Catoca é
controlado pelo consórcio formado pela estatal Angolana Endiama, a
russa Alrosa e pela Brasileira Odebrecht.
Petrobras a um passo do rebaixamento
A agência de risco Moody´s colocou a Petrobras na fila
para um possível rebaixamento. Isto ocorre uma vez que a Petrobras
ainda não auditou o seu balancete, atrasado desde o fim do terceiro
trimestre.
Se isso ocorrer o grau atual de Baa2 pode se transformar em Baa3 ou até
pior, o que, neste caso seria o fim do grau de investimento já que a
petroleira está apenas dois níveis acima das empresas sem
confiabilidade.
Isso afastará, imediatamente, os grandes fundos de ações que são proibidos de investir em empresas pouco seguras.
As vendas de ações, resultantes do rebaixamento, forçariam novas quedas
desvalorizando mais ainda as ações da estatal. Com um rebaixamento
maior a Petrobras terá imensa dificuldade em se financiar no futuro
próximo.
Petrobras é processada por cidade americana
A Petrobras está sendo processada em vários países
pelos mais variados grupos. No entanto o último processo contra a
estatal brasileira não foi feito por uma pessoa física, mas sim por uma
cidade: Providence. A cidade está tentando recuperar as perdas em bônus,
causadas pela corrupção de altos funcionários da Petrobras.
O caso foi registrado no dia 24 e responsabiliza a Petrobras e seus executivos, inclusive a CEO Graça Foster .
Assim como o processo contra Eike Batista a Petrobras e seus executivos
são acusados de não informar sobre os problemas internos da empresa ao
mercado, levando investidores ao prejuízo.
A cidade está procurando compensar os prejuízos que os investidores
tiveram ao comprar os bônus e ações da Petrobras entre 2010 e 2014.
Esta nova tendência de responsabilizar os executivos poderá,
eventualmente, colocar a Presidente Dilma no banco dos réus: ela era a
Presidente do Conselho da Petrobras quando
A Petrobras e o mercado: quais são os
poços que podem fechar com os preços do barril de petróleo abaixo de
US$59. Ou, até onde a Petrobras consegue suportar um mercado em queda?
Nos últimos meses fomos surpreendidos pela forte queda dos preços do petróleo para níveis de 2008.
Apesar dos óbvios benefícios econômicos existe um lado escuro nesta
história que afeta os países produtores e os empregos criados na área do
petróleo que atingem 40% do total de empregos gerados no mundo.
O impacto da queda nas petroleiras é, obviamente, direto e pode ser simplesmente mortal.
Até gigantes do petróleo como a Arábia Saudita começam a ter sérios
prejuízos. Os Sauditas informam que terão um déficit de US$39 bilhões em
2015 se os preços se mantiverem nos patamares atuais.
Até onde os preços irão cair e por quanto tempo, são as perguntas que devem ser respondidas.
Alguns analistas juram que o petróleo, por razões históricas, deve se
aproximar do preço do gás, como ocorria antes de 2007 e que a queda
consequentemente é natural. Neste caso o preço do barril, que hoje gira
em torno de US$58, ainda deve cair até o patamar de US$33.
O impacto na economia mundial de uma prolongada queda dos preços do óleo
será, sem dúvida nenhuma, muito positivo e poderá iniciar um novo ciclo
de crescimento econômico aliado a um superciclo de commodities.
Bom para a mineração e para vários setores da nossa economia.
Mas essa queda pode, também, levar de roldão a nossa maior e mais importante empresa: a Petrobras.
Como veremos, neste cenário, as consequências serão desastrosas.
Será que a Petrobras resiste uma queda nos preços desta magnitude? Ou
melhor, até onde a nossa estatal irá resistir antes de começar a fechar
os poços de petróleo?
A resposta está, mais uma vez, no all-in sustaining cost (AISC) do
barril produzido em cada poço. Este AISC, que a Petrobras não divulga, é
o custo total de produção somado aos impostos, custos de manutenção
presente e futuros e todos os demais custos durante a vida do poço até o
custo final de fechamento. Tudo isso somado e dividido pela quantidade
de barril produzido é o AISC do petróleo.
Hoje a mineração está se adequando às novas exigências do mercado,
sempre em busca de maior transparência. É o caso da mineração de ouro
que sistematicamente publica o AISC.
Infelizmente não é o caso da Petrobras ou da Vale, que se recusam a
publicar o AISC impedindo aos acionistas de ver qual é a situação real
da empresa em um determinado momento.
No gráfico ao lado, gerado por Ed Morse, especialista renomado na área
de energia, que conseguiu informações fidedignas sobre os custos de
empate (break-even) de alguns dos principais poços da Petrobras plotados
contra a produção projetada em 2020.
É importante salientar que o break-even destes poços é menor do que o
AISC pois ele só relaciona os custos diretos de produção. Ou seja, se
considerado o custo total de empate (o AISC) a situação fica ainda
pior.
No gráfico vemos que, com o barril a US$58, três grandes campos brasileiros já estão no vermelho.
É o caso de Libra, Piracucá e Panoramix.
Libra foi manchete há dois meses atrás, quando foi leiloado. O consórcio
ganhador tem a Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC e pagou à União
R$15 bilhões como bônus de assinatura.
Menos mal, já que o País recebeu alguma coisa por um campo que já se
encontra no vermelho e que tem um break-even de quase US$70/barril.
Libra, que era a cereja no bolo da Petrobras, onde se concentrava a
maior reserva do Brasil, com 12 milhões de barris de Petróleo, não
entrará em produção aos preços do petróleo atual. Um prejuízo bilionário
ao país (41,65%) e à Petrobras que tem 40% e a operação.
Esperava-se que Libra iria dobrar as reservas de petróleo do Brasil...
Outro campo antieconômico é o Piracucá, com um break-even próximo dos
US$70/barril, onde a Repsol acredita em um volume “in situ”, preliminar,
de 550 milhões de barris. Piracucá está situado no bloco BM-S-7, nas
águas da Bacia de Santos. Outro poço da Repsol, o Panoramix, também na
Bacia de Santos, com uma produção de 1.570 barris por dia também deverá
ser fechado com os preços atuais.
Com custos mais baixos, mas ameaçados no curtíssimo prazo estão os poços
Maromba, Carcará e Júpiter, todos com break-even entre US$58 a US$50
por barril.
O mais importante destes é o de Carcará onde foi encontrado um grande
reservatório, com 470 metros de espessura, 50% maior do que o de Libra
contendo petróleo de melhor qualidade e de altíssima pressão, talvez a
maior reserva já registrada na área do pré-sal.
Carcará, onde espera-se uma produção superior a 40.000 barris por dia,
não irá sobreviver se o preço do barril cair abaixo de US$50. Outro
prejuízo bilionário.
O campo de Júpiter, mais um que não vai sobreviver com preço abaixo de
US$50/barril, tem uma reserva potencial grande. Nele foi intersectada
uma coluna de hidrocarbonetos com cerca de 313 metros, com rochas
apresentando boas condições de porosidade e permeabilidade. Júpiter é
controlado pelo consórcio operado pela Petrobras, com 80%, em parceria
com a Petrogal Brasil, com 20%. Além da capa de gás, o poço confirmou
uma coluna de óleo de cerca de 87 metros.
Se o preço do barril afundar mais ainda ultrapassando o patamar de US$50
e chegando aos US$40 o desastre será simplesmente imenso.
A maioria dos poços do pré-sal como o gigante Lula, antigo Tupi, com
reservas estimadas entre 5 a 8 bilhões de barris de petróleo de alta
qualidade e o Tupi Sul com reservatórios de excelente qualidade, em
rochas carbonáticas, junto com vários outros, serão inviabilizados.
Neste grupo está, também, o Carioca que a Agência Nacional de Petróleo
propalou que seria o terceiro maior campo de petróleo do mundo. O
megacampo deve ter sido a maior descoberta de petróleo em 30 anos
segundo a ANP. Nesta faixa de break-even os importantes campos
Peregrino, Itaipu e Iara ficarão, também, antieconômicos.
Se o barril cair aos US$40 veremos a produção da Petrobras colapsar e a
empresa irá se reduzir aos poucos poços com custos operacionais entre
US$30 a US$40 como os do campo Papa-Terra com capacidade diária
planejada de mais de 140 mil barris de óleo cru ou Bauna e Piracaba com
produção de 24 mil bpd de óleo leve.
Será o fim de uma era.
Se os analistas estiverem certos e o preço migrar para US$33/barril, o
pior dos cenários, a Petrobras como conhecemos deixará de existir,
restando somente a parte da importação, refino e distribuição.
Arábia Saudita sofre com a queda do petróleo
Arábia Saudita já projeta um enorme déficit para 2015, de US$38,6 bilhões, devido à queda dos preços do petróleo.
É o primeiro déficit desde 2011.
No país o petróleo é responsável por 90% do PIB. Mesmo assim a Arábia
Saudita não irá diminuir os investimentos fixados em US$229,3 bilhões,
já que dispõe de uma reserva fiscal de US$750 bilhões, que poderá ser
usada caso necessário.
O país de 28 milhões de habitantes produz 9,6 bilhões de barris por dia, quatro vezes mais do que o Brasil produz.