domingo, 28 de dezembro de 2014

Dragas reviram o rio Tapajós em busca de ouro e diamante

Dragas reviram o rio Tapajós em busca de ouro e diamante

Os riscos da bacia do Tapajós voltar novamente a ficar barrenta são cada vez maiores. Centenas de dragas, agora com maior potência e mais poder de destruição do meio ambiente, estão revirando o leito do rio e funcionando a todo vapor em busca de ouro e diamante.

Os riscos da bacia do Tapajós voltar novamente a ficar barrenta são cada vez maiores. Centenas de dragas, agora com maior potência e mais poder de destruição do meio ambiente, estão revirando o leito do rio e funcionando a todo vapor em busca de ouro e diamante.
Há décadas, a região do Tapajós é alvo de milhares de garimpos ilegais em busca de ouro e diamante. Depois de sofrer uma intensa fase de exploração durante os anos 70 e 80, a exploração ficou quase estagnada décadas seguintes. Nos últimos cinco anos, porém, o garimpo voltou a prosperar com força total, mas de maneira mais perversa ainda.
As novas tecnologias e a utilização de cianeto na apuração do ouro deram novo gás na exploração do mineral, mas pode ser mortal para várias espécies, entre elas o próprio homem.
A pressão cresce e os fiscais do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) com seu poder de atuação reduzido, praticamente assistem a agressão a um dos mais belos rios da Amazônia.
Mais grave, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) que deveria fiscalizar a atividade não possui agentes suficientes para coibir mais este desastre ambiental.
O Ministério de Minas e Energia tenta regularizar a atividade na região, e procura solução ao caos fundiário. Mas o próprio presidente do ICMBio, Roberto Vizentin, reconhece que quase tudo é ilegal.
“O garimpo é uma das questões que mais nos preocupa nessa região”, enfatiza.
Com tantos garimpos, é natural o aumento da ocupação irregular na região já marcada por conflitos fundiários. Segundo o Incra, entre 5 mil e 6 mil famílias demandam regularização de terras nestas áreas.

CIANETO Segundo estimativas atualmente há cerca de 60 mil homens trabalhando na extração de ouro e diamante na bacia do Tapajós. É mais da metade dos 110 mil garimpeiros que estão espalhados por toda a Amazônia.
Quase todo esse batalhão atua de forma irregular, seja utilizando materiais ou máquinas proibidas, seja agindo sem qualquer tipo de autorização e fiscalização. Antigamente era só o mercúrio, agora também o cianeto, produtos usados para apurar o ouro, que seguem direto para o leito dos afluentes e do próprio rio Tapajós.
Para complicar ainda mais a situação, os garimpeiros passaram a utilizar retroescavadeiras para cavar mais fundo o solo e chegar a camadas da terra ainda não explorada. Até cinco anos atrás, esse tipo de equipamento, conhecido como “PC”, não era usado na exploração do ouro. O número é impreciso, mas calcula-se que hoje há cerca de 150 retroescavadeiras revirando terras na bacia do Tapajós.
É muito fácil observar balsas carregando os equipamentos pelo rio. Apesar da ilegalidade total, tudo transcorre normalmente. O maquinário é caro. Uma “PC” nova, com todos os apetrechos, custa cerca de R$ 600 mil.
O alto preço, porém, não mete medo nos garimpeiros que apostam na falta de fiscalização da Sema e na alta lucratividade para ampliar ainda mais suas áreas de garimpo.

ELDORADO As ações dos garimpeiros aumentaram diante da escalada vertiginosa do preço do ouro que voltou a viabilizar que a bacia do Tapajós voltasse a ser alvo de ações de garimpo. O rio Tapajós voltou a ser um eldorado.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Mineração de Itaituba, a região está produzindo meia tonelada de ouro por mês, o que representa mais de 26 milhões de dólares, de acordo com o preço atual do metal. Há cinco anos, este volume mensal não passava de 200 quilos. “O preço disparou e o negócio voltou a atrair muita gente para o garimpo”, conta um empresário da cidade.
Em 2005, o preço da onça do ouro (31,10 gramas) teve média de US$ 445. Em 2009, a cotação dobrou e chegou a US$ 974 e não parou mais de subir. Hoje o preço da onça está em US$ 1.643.
A situação é grave, principalmente diante da falta de autorização para lavra, da maioria dos garimpeiros. Eles culpam a Sema de morosidade na liberação e regularização da exploração e sabedores da ineficiência do órgão, apostam quase todos na impunidade, para perpetrar mais este crime ambiental.

Garimpeiro Janjão: ”Ainda vejo no ouro o futuro de Itaituba e região do Tapajós”

Garimpeiro Janjão: ”Ainda vejo no ouro o futuro de Itaituba e região do Tapajós”

Janjão faz um relato de sua trajetória de vida do Maranhão até Itaituba

Garimpeiro Janjão
Garimpeiro Janjão
A garimpagem do Tapajós, após longa trajetória em sua produção, ganha novo componente que é o alto investimento em pesquisa e tecnologia. Mesmo com as controvérsias e os impasses das PLGS que atualmente estão “travando” um processo mais dinâmico na sua produção, isto muito mais que obstáculos têm servido de desafios a serem superados.
Desafios e um olhar diferenciado sobre o futuro dessa economia que ainda representa mais da metade do dinheiro que circula na região, tem sido a meta constante do garimpeiro Janjão, que com o sucesso de sua exploração aurífera abandonou a atividade empresarial (ramo de confecções e locação de motos) que tinha em Itaituba para se dedicar exclusivamente a garimpagem.
Janjão homenageado no dia do garimpeiro (21 de Julho)
Janjão homenageado no dia do garimpeiro (21 de Julho)
Mas consolidar um investimento de sucesso não foi tarefa das mais fáceis. Sem capital de giro suficiente para explorar ouro, Janjão como é mais conhecido, “na cara e na coragem” iniciou seu primeiro ciclo de exploração no Garimpo São Bento (o nome do garimpo é uma homenagem a sua cidade natal, São Bento, no Maranhão) numa atividade que perdurou 1977 a 1993 (documentado de acordo com a legislação mineral do País). Como um autêntico guerreiro que abre pausa numa luta, João Raimundo de Barros (Janjão) deu uma parada para retornar dessa vez com mais estrutura, já que iniciou com apenas três pares de máquina, mas tirava em méda 200 gramas/dia.
A determinação do ex-empresário no ramo de confecções e de locação de motos deu certo, Janjão, de forma estratégica como investidor visionário, com sua produção aumentando consideravelmente, no segundo ciclo de exploração adquiriu máquinas PCS se adequando ao novo ciclo de exploração com uso dessas máquinas, retirando 2até 4 kilos de ouro ao dia e para facilitar sua interação com Itaituba e região em sua infraestrutura, com duas aeronaves.
“Cheguei em 1976, de São Bento, do Maranhão, lá trabalhava como agricultor, vim ao Pará passando por Tomé Açu, onde trabalhei com o fazendeiro Jovino dos Reis Botelho, de diarista, tropeiro, empreiteiro e juquireiro”, disse Janjão.
Garimpo São Bento com alto investimento em PCS
Garimpo São Bento com alto investimento em PCS
João Raimundo de Barros que sintetizou acima sua jornada de saída do estado do Maranhão chegou ao nosso Estado ainda jovem, com 20 anos, com a cabeça cheia de sonhos e o coração repleto de esperança. Janjão diz que estudou somente na escola da vida, sendo aprovado com louvor na disciplina “Sofrimento e soube como vencer dificuldades”.
Sobre essa página virada em sua vida Janjão diz não ter nenhuma receita pronta, mas acredita que a fé em Deus seja a principal alavanca para quem quiser, como ele, galgar os diversos degraus da vida e se tornar um autêntico vencedor em qualquer ramo de atividade.

A Era do Ouro - 1/2

Novo modelo de exploração garimpeira proíbe uso de PCS e dragas no rio Tapajós

Novo modelo de exploração garimpeira proíbe uso de PCS e dragas no rio Tapajós

Prefeita Eliene Nunes, secretário José Colares e Jandira Rodrigues, durante reunião em Itaituba

Prefeita Eliene Nunes, secretário José Colares e Jandira Rodrigues, durante reunião em Itaituba
Prefeita Eliene Nunes, secretário José Colares e Jandira Rodrigues, durante reunião em Itaituba
Após sucessivas reuniões com debates, críticas e propostas, na noite de quinta-feira, dia 07, Itaituba criou um divisor de águas virando uma página que em sessenta anos de garimpagem ainda mantém um modelo de exploração arcaico e que agora entra em linha de vanguarda com uma visão mais ampla e de futuro.
Foi repassada par a Semma Estadual proposta de instrução normativa para a nova fase de exploração da atividade garimpeira no Tapajós. O documento foi elaborado por várias entidades de classe representativas da categoria, assim como também a Prefeitura, Câmara de vereadores, CDL, Associação Comercial e outros. O documento foi oficialmente assinado pelo Secretário de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), Davi Leal; por José colares, Secretário de Estado de Meio Ambiente (Semma); Jandira Rodrigues, Secretária de Meio Ambiente e produção de Itaituba; DNPM, Prefeitura e mais doze entidades de classes de Itaituba, Jacareacanga e Novo Progresso.
A proposta objetiva a normatização da atividade garimpeira no Tapajós com a meta de minimizar impactos ambientais, e ajustar a conduta para que se torne viável a obtenção ou renovação de Licença Ambiental, que no documento ficou definida nas categorias, garimpo de com a utilização de escavadeiras hidráulicas (conhecida por PC), garimpo por meio de equipamento flutuante (dragas, balsas, Chupadeiras, balsinhas). De acordo com o secretário de estado José Colares, da Semma, a medida foi resultado de um pacto com Itaituba através dos representantes da garimpagem e outros segmentos empresariais, políticos, enfatizando que o Estado honrará o acordo, mas será rigoroso também para que tudo que foi estabelecido na instrução normativa seja também respeitado pelo setor  mineral.
Em sua primeira parte a instrução normativa traz orientações gerais para todos os tipos de garimpos onde será exigida daqui pra frente saúde e segurança do trabalhador, uso obrigatório de equipamentos de proteção individual, em área de garimpeiro sequeiro deve ser obrigatoriamente construído latrina e local para absorver resíduos sólidos com aterramento do lixo co distância mínima de 40 metros após o limite legal das Áreas de Proteção Permanente (APP).
Estabelece, ainda, que seja dado tratamento adequado ao resíduo reciclável (tais como óleo, pilha e outros, assim como também água fervida e filtrada para efeito de consumo. Os garimpos que utilizam bico jato e chupadeira (par de máquinas) deverá usar bico jato a uma distância mínima respeitando a área de amortecimento da Área de Proteção Permanente (APP), correspondente a margem do rio, de acordo com o que estabelece o Código Florestal.
Pepita de ouro pesando mais de 1 kg, extraída ilegalmente, numa prova de que é possível estender a legalidade para um universo maior de garimpeiros
Pepita de ouro pesando mais de 1 kg, extraída ilegalmente, numa prova de que é possível estender a legalidade para um universo maior de garimpeiros
Fica expressamente proibido a garimpagem com par de máquina em todos os afluentes diretos e indiretos do rio Tapajós, com a extração com par de máquina obedecendo várias recomendações entre elas dimensões máximas dos barrancos 20 x 20, avanço de lavra (exploração do barraco seguinte) só será permitido com a recuperação concomitante ao barranco anterior, sendo em um dos seus treze artigos também obrigatória a recuperação do relevo com reflorestamento da área total alterada após exaustão da atividade. Além do mais deverá ser apresentado um técnico responsável com ART para extração mineral e recuperação ambiental. Em relação ao garimpo que explora ouro com equipamentos flutuantes (dragas, balsas chupadeiras, barcos, escariantes, balsinha, chupão e outros) foram estabelecidas 9 condicionantes ficando proibido a utilização dos equipamentos flutuantes em todos os afluentes direto e indiretos do rio Tapajós. Por outro lado os equipamentos flutuantes para serem usados no rio tapajós deverá ser cadastrado com vistas ao controle e vistorias pela Semma e os órgãos de competência, deve atuar em uma distância mínima de 1000m de um equipamento flutuante para outro, ficando também mil metros distante da margem do rio Tapajós.
Também o equipamento flutuante só poderá usar bomba de especificação de até 16 polegadas. O estudo ambiental deve descrever o número de equipamentos flutuantes a serem utilizados na PLG atendendo as distâncias estabelecidas acima no rio Tapajós, sendo que será aceita apenas a quantidade de 40 equipamentos flutuantes. Sobre o uso de mercúrio o mesmo dever ser controlado em circuito fechado ou com equipamento sem utilização de mercúrio a ser estabelecido em regulamentação específica para o mercúrio, também deve ser apresentado um técnico responsável com ART para extração mineral.
Para as PCs torna-se obrigatório o cadastramento desse tipo de máquina com apresentação de documentos comprobatórios de nota fiscal de origem da PC junto ao órgão ambiental, pois o uso de escavadeiras hidráulicas só será permitido para o desenvolvimento de lavra em tiras”Strip mine” obedecendo as dimensões máximas de 15 x 50m. Também se faz necessário separar meio metro da capa do lacral para melhor recuperação do solo, sendo que o avanço de lavra (exploração da tira seguinte) só será permitido com a recuperação concomitante da tira anterior. Também deve ser apresentado um técnico responsável com ART para extração mineral e recuperação ambiental.
A assinatura do documento aconteceu por volta das 19 horas no auditório da Prefeitura onde os secretários de Estado, prefeita Eliene Nunes, representantes de sindicatos, cooperativas e associações assinaram o documento se comprometendo em cumprir os acordos estabelecidos em propostas tiradas de várias reuniões e também fizeram discursos reiterando o compromisso feito entre o Município, Estado e União para um evento considerado por eles como “histórico”.

Vale brilha menos e recebe grau BBB

Vale brilha menos e recebe grau BBB




A mineradora que um dia foi a segunda maior do mundo tem hoje um valor de mercado de US$42 bilhões.

O crescimento da Vale nos últimos quatro anos, mesmo quando o minério de ferro estava em ascendência, é negativo. As ações da empresa, que hoje valem $18 eram negociadas por $52 em janeiro de 2011. Uma queda de 65%.

É uma história de horror que trouxe enormes prejuízos para seus acionistas.

Hoje a Morningstar colocou a Vale no nível de crédito BBB. Isto significa, ao investidor, que a empresa já apresenta um risco moderado de não conseguir pagar os seus débitos.

Para uma empresa que já esteve no topo esse nível de risco, considerado por muitos como próximo de junk, é mais um fator para afugentar investidores.

Mesmo com todos esses problemas a Vale, uma empresa multinacional de capital aberto listada nas bolsas internacionais, sem consultar aos seus acionistas, agiu de forma estranha e foi uma das maiores doadoras da campanha de Dilma, junto com as suspeitíssimas  Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Odebrecht, OAS e Camargo Correia que hoje são acusadas na operação Lava a Jato.

Algo a ser considerado ou apenas mais um ato de mau gerenciamento do dinheiro dos acionistas?