sábado, 3 de janeiro de 2015

Ouro


Ouro

 
Metal precioso: a medalha de ouro é a mais almejada
Metal precioso: a medalha de ouro é a mais almejada
O ouro foi um dos primeiros elementos a ser descoberto pelo homem (2600 a.C), juntamente com o carbono, mercúrio, ferro, prata, cobre e outros. Já por volta de 1400 a.C., o ouro teve sua aplicação no Egito, era usado para valorizar os sarcófagos das múmias dos faraós.

Por este e outros motivos o ouro mereceu lugar de destaque por ser metal precioso de beleza característica. Este metal pode ser encontrado livremente na natureza, é o chamado ouro nativo, estima-se existir cinco quilates de ouro para cada milhão de toneladas de terra, daí o porquê de ser tão raro. O ouro nativo (100 % puro) é designado como ouro 24 quilates, ele é maleável, ou seja, não apresenta consistência para fabricar objetos.

Sendo assim, no processo de obtenção de jóias preciosas, por exemplo, é preciso adicionar prata (Ag) e cobre (Cu) formando então uma liga metálica com o ouro. Esta ligação permite maior dureza ao material, tornando possível a confecção das mais variadas jóias: anéis, colares, relógios, etc. A porcentagem da mistura é de 75 % em ouro e 25 % em prata e cobre, o que dá origem ao ouro 18 quilates.

Propriedades do ouro: é o metal mais maleável e dúctil. Exemplo: um grama de ouro pode ser transformado em lâminas de até um metro quadrado, além de ser um bom condutor de calor e eletricidade. A razão pela qual o ouro foi escolhido para fabricar jóias preciosas é pelo fato de ser quimicamente estável, ou seja, não é atacado pela maioria dos reagentes, preservando assim sua beleza.

Em razão da valorização do ouro surgiram as imitações, a Pirita (FeS2) é uma delas. Essa liga de ferro e enxofre possui características parecidas com as do Au: a mesma cor e o mesmo brilho, e por isso foi apelidada de “Ouro dos Tolos”. Mas é possível diferenciar essas espécies através de testes, um deles consiste na passagem de corrente elétrica. O ouro conduz corrente e a pirita não. É válido lembrar que para esse teste é preciso que o ouro e a pirita estejam no estado sólido, e não fundido (derretido).

Duro como diamante


Duro como diamante

 
É possível imitar a composição do diamante?
É possível imitar a composição do diamante?
Até pouco tempo, o diamante era conhecido como o material mais duro existente na natureza. Mas a evolução das pesquisas científicas, ao lado das sínteses em laboratório, deu origem a um material que ameaça possuir uma dureza mais elevada do que a do então conhecido diamante.
A enigmática descoberta tem em sua composição cristais de nitreto de carbono. Na verdade, esse material já vem sendo pesquisado desde os anos 80. Nesta época, o nitreto de beta-carbono (beta-C3N4) chamou a atenção de um cientista norte-americano para o cálculo da dureza das substâncias, e o resultado comprovou se tratar de algo muito duro.
O método usado pelos atuais cientistas se baseia na junção de nitreto de titânio e nitreto de carbono, ambos materiais duros, mas o composto resultante possui dureza duas vezes maior do que cada material isolado.
A substância que deseja tomar o lugar do diamante, na forma sólida e de cor levemente rosa, ainda precisa dar alguns passos para garantir sua consistência e, é claro, a beleza única, para ser dura e procurada como o tradicional diamante.

Economia Diamantífera

Economia Diamantífera

 
A organização da exploração de diamantes foi marcada por mudanças e particularidades
A organização da exploração de diamantes foi marcada por mudanças e particularidades
Nas primeiras décadas do século XVIII, o desenvolvimento da economia mineradora foi estabelecido graças às prospecções – em sua maioria executadas por bandeirantes – que permitiram a descoberta de várias regiões ricas em metais preciosos. Em tempos ainda mercantis, o acúmulo de ouro e prata servia como uma rápida alternativa para a resolução dos problemas econômicos de Portugal.
A busca por esse tipo de riqueza acabou também viabilizando a descoberta de locais ricos em pedras preciosas, principalmente o diamante. No ano de 1721, o minerador Bernardo Fonseca Lobo noticiou a descoberta das primeiras pedras na região do Serro Frio, no arraial do Tejuco, em Minas Gerais. Inicialmente, a notícia da descoberta foi mantida em sigilo pelo explorador e outras autoridades locais que realizaram a extração ilegal.
Justificando terem dificuldades para identificar o valor comercial das pedras, os colonizadores daquela região enviaram a boa nova para Portugal em 1729. Num primeiro momento, os portugueses decidiram expulsar todos os mineradores da região e arrendou a exploração do espaço diamantífero para particulares. Essa medida visava garantir antecipadamente o lucro da metrópole e regular a valorização das pedras no mercado internacional.
Os problemas recorrentes com o contrabando de pedras e a sonegação de impostos motivaram uma séria mudança no modelo de administração dessa atividade. No final de 1771, sob influência do marquês de Pombal, o chamado Distrito Diamantino passou a ser controlado diretamente pela Coroa Portuguesa. Para realizar a exploração, o governo colonial realizava o aluguel dos escravos oferecidos pela população local. Nesse tempo, os lucros com a extração tiveram um visível aumento.
Durantes as andanças pelo território colonial, o naturalista Saint-Hilare registrou em suas anotações a presença de uma intensa atividade econômica e cultural na região do Arraial do Tejuco, local onde a exploração dos diamantes era mais intensa. Outra personagem histórica da mesma localidade foi o explorador João Fernandes de Oliveira, conhecido pelo seu grande poderio econômico e seu famoso relacionamento com a ex-escrava Xica da Silva.
No século XIX, a redução no volume de diamantes encontrados na região levou a Coroa Portuguesa a modificar o sistema de controle e administração do Distrito Diamantino. No dia 6 de março de 1838, já sob o controle do Império Brasileiro, a região do Tejuco foi elevada à condição de cidade, e mudou seu nome para Diamantina. Em 1853, os organismos que controlavam a extração dos diamantes foram finalmente extintos.

Carvão e diamante, o que os difere?


Carvão e diamante, o que os difere?

 
Carvão e diamante: mesma composição!
Carvão e diamante: mesma composição!
Carvão e diamante são substâncias que têm a mesma composição, mas valores extremamente diferentes. Imagine só fazer joias usando carvão ou acender uma lareira colocando diamantes para queimar, não seria absurdo?
Na verdade, a semelhança entre diamante e carvão limita-se apenas ao fato de que o carvão é um mineral rico em carbono e os diamantes também são feitos de carbono.
E por que o diamante possui valor tão alto, ao contrário do carvão, que é simplesmente queimado?
Vejamos as diferenças no processo de formação:
Os diamantes são obtidos sob altíssimas pressões a partir do magma presente no interior da Terra (bem abaixo da crosta). Foram necessários vários séculos para que camadas de magma fossem sendo depositadas umas sobre as outras, acarretando em forte pressão. O magma foi sendo comprimido até se petrificar. O resultado você já sabe, diamantes belos, duráveis e muito valiosos.
Já o carvão surge de um processo bem mais simplificado e acessível, ele é obtido a partir da decomposição de folhas, vegetação e árvores. O local escolhido é embaixo da terra, onde as temperaturas se elevam em relativa pressão. O carvão é formado a partir das mudanças físicas e químicas propícias a essas condições, num tempo bem inferior ao que origina o diamante.
Portanto, não seria possível ambas substâncias possuírem o mesmo valor comercial, uma vez que o tempo de formação se difere nos dois processos.

História do Petróleo no Brasil

História do Petróleo no Brasil

A história do petróleo no Brasil remonta ao regime imperial com a extração de betume nas margens do rio Marau, na Bahia.

 
Do monopólio varguista à construção da P-50: momentos da exploração petrolífera no Brasil.
Do monopólio varguista à construção da P-50: momentos da exploração petrolífera no Brasil.
Quando falamos sobre o petróleo, muitas pessoas têm a errônea impressão de que essa substância somente apareceu na história com o advento da Revolução Industrial. Contudo, desde a Antiguidade temos relatos que nos contam sobre a existência desse material em algumas civilizações. Os egípcios utilizavam esse material para embalsamar os seus mortos, já entre os povos pré-colombianos esse mesmo produto era pioneiramente empregado na pavimentação de estradas.
No Brasil, a existência do petróleo já era computada durante os tempos do regime imperial. Nessa época, o Marquês de Olinda cedeu o direito a José Barros de Pimentel de realizar a extração de betume nas margens do rio Marau, na Bahia. Até as primeiras décadas do século XX, alguns estudiosos e exploradores anônimos tentaram perfurar alguns poços de petróleo sem obter êxito. Contudo, em 1930, o engenheiro agrônomo Manoel Inácio de Basto mudou essa situação.
Com base no relato de populares, ele teve a informação de que os moradores de Lobato, bairro suburbano de Salvador, utilizavam uma “lama preta” como combustível de suas lamparinas. Instigado por tal notícia, realizou testes e experimentos que atestavam a existência de petróleo nessa localidade. Contudo, não possuía contatos influentes que poderiam investir em sua descoberta. Persistente, em 1932, conseguiu entregar ao presidente Getúlio Vargas um laudo técnico que atestava o seu achado.
Nessa mesma década, a descoberta de importante riqueza foi cercada por uma série de medidas institucionais do governo brasileiro. Em 1938, a discussão sobre o uso e a exploração dos recursos do subsolo brasileiro viabilizou a criação do CNP - Conselho Nacional do Petróleo. Em suas primeiras ações, o conselho determinou várias diretrizes com respeito ao petróleo e determinou que as jazidas pertencessem à União. No ano seguinte, o primeiro poço de petróleo foi encontrado no bairro de Lobato.
Logo em seguida, novas prospecções governamentais saíram em busca de outros campos de petróleo ao longo do território brasileiro. No ano de 1941, o governo brasileiro anunciou o estabelecimento do campo de exploração petrolífera de Candeias, Bahia. Apesar das descobertas em pequena escala, o surgimento dessa nova riqueza incentivou, em 1953, a oficialização do monopólio estatal sobre a atividade petrolífera e a criação da empresa estatal “Petróleo Brasileiro S.A.”, mais conhecida como Petrobras.

Na década de 1960, novas medidas ampliaram o grau de atuação da Petrobras na economia brasileira. No ano de 1968, a empresa passou a desenvolver um projeto de extração, iniciando a exploração de petróleo em águas profundas. Após as primeiras descobertas, outras prospecções ampliaram significativamente a produção petrolífera brasileira. Em 1974, ocorreu a descoberta de poços na Bacia de Campos, a maior reserva de petróleo do país.
Com o passar do tempo, o Brasil tornou-se uma das únicas nações a dominar a tecnologia de exploração petrolífera em águas profundas e ultraprofundas. Em 1997, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, uma lei aprovou a extinção do monopólio estatal sobre a exploração petrolífera e permitiu que empresas do setor privado também pudessem competir na atividade. Tal medida visava ampliar as possibilidades de uso dessa riqueza.
Em 2003, a descoberta de outras bacias estabeleceu um novo período da atividade petrolífera no Brasil. A capacidade de produção de petróleo passou a suprir mais de 90% da demanda por essa fonte de energia e seus derivados no país. Em 2006, esse volume de produção atingiu patamares ainda mais elevados e conseguiu superar, pela primeira vez, o valor da demanda total da nossa economia. A conquista da autossuficiência permitiu o desenvolvimento da economia e o aumento das vagas de emprego.

No ano de 2007, o governo brasileiro anunciou a descoberta de um novo campo de exploração petrolífera na chamada camada pré-sal. Essas reservas de petróleo são encontradas a sete mil metros de profundidade e apresentam imensos poços de petróleo em excelente estado de conservação. Se as estimativas estiverem corretas, essa nova frente de exploração será capaz de dobrar o volume de produção de óleo e gás combustível do Brasil.
A descoberta do pré-sal ainda instiga várias indagações que somente serão respondidas na medida em que esse novo campo de exploração for devidamente conhecido. Até lá, espera-se que o governo brasileiro tenha condições de traçar as políticas que definam a exploração dessa nova fonte de energia. Enquanto isso, são várias as especulações sobre como a exploração da camada pré-sal poderá modificar a economia e a sociedade brasileira.