domingo, 12 de abril de 2015

Turquesa

Turquesa

O termo turquesa, empregado desde a mais remota Antiguidade, tem origem incerta. Uma versão sustenta que deriva do francês arcaico “tourques”, que significa “pedra da Turquia”, não por proceder deste país, mas pelo fato de que as pedras provenientes da Península do Sinai chegavam à Europa através dele. Outra versão dá conta de que o termo referia-se a algo estranho ou distante, como tudo que se associava ao Oriente.
Esta pedra preciosa deve sua beleza à extraordinária cor azul celeste. Há relatos de sua aplicação como pedra ornamental desde aproximadamente 3.000 a.C. e, possivelmente, antes da Primeira Dinastia do Antigo Egito. Era também muito apreciada pelas antigas civilizações astecas do México e da América Central. A principal fonte histórica de turquesa é o Irã, que segue tendo grande relevância no fornecimento mundial.
O certo é que os turcos estavam familiarizados com esta gema, especialmente com exemplares oriundos da antiga Pérsia, o atual Irã.
Em termos de composição química, a turquesa consiste de um fosfato hidratado de alumínio e cobre, cuja exuberante cor deve-se a este último elemento. Geralmente, parte do alumínio é substituída por ferro. À medida que isto ocorre, o material tende a uma tonalidade verde azulada, que geralmente possui menor aceitação comercial.
A turquesa é opaca a semi-translúcida e ocorre principalmente em rochas sedimentares, na forma massiva compacta, no Irã (minas de Nishapur, na Província de Khorassan), México, China, Peru e EUA (sudoeste do país, nos Estados do Arizona, Colorado, Nevada, Novo México e Califórnia).
No Brasil, até onde sabemos, houve ocorrências sem produção significativa no Estado da Bahia, na região de Casa Nova, hoje encoberta pelas águas da barragem de Sobradinho; e em Minas Gerais, na localidade de Conselheiro Mata.

Sua alta porosidade permite a impregnação com ceras, resinas, plásticos ou outras substâncias, com o objetivo de estabilizar a cor e manter o polimento.Vários tipos de turquesa reconstituída são produzidos a partir de turquesa natural de baixa qualidade, muito clara e pouco dura, e dela se diferenciam pelas ausências da típica textura superficial, bem como pela menor densidade e maior porosidade. A turquesa é mais comumente lapidada em cabochões de diversas formas, além de contas, sendo também utilizada em esculturas e outros objetos de adorno.



Turmalina Paraíba

Turmalina Paraíba

As turmalinas conhecidas sob a designação ”Paraíba”, em alusão ao Estado onde foram primeiramente encontradas, causaram furor ao serem introduzidas no mercado internacional de gemas, em 1989, por suas surpreendentes cores até então jamais vistas. A descoberta dos primeiros indícios desta ocorrência deu-se sete anos antes, no município de São José da Batalha.
Estas turmalinas ocorrem em vívidos matizes azuis claros, azuis turquesas, azuis “neon”, azuis esverdeados, azuis-safira, azuis violáceos, verdes azulados e verdes-esmeralda, devidos principalmente aos teores de cobre e manganês presentes, sendo que o primeiro destes elementos jamais havia sido detectado como cromóforo em turmalinas de quaisquer procedências.
A singularidade destas turmalinas cupríferas pode ser atribuída a três fatores: matiz mais atraente, tom mais claro e saturação mais forte do que os usualmente observados em turmalinas azuis e verdes de outras procedências.
Em fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de pedras preciosas de Tucson, no Estado do Arizona (EUA), teve início a escalada de preços desta gema. A mística em torno da turmalina da Paraíba havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo das mais de duas décadas que se seguiram, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de minerais.
A elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à escassez de sua produção, estimulou a busca de material de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do Norte. Estas minas passaram a produzir turmalinas cupríferas de qualidade média inferior às da Mina da Batalha, mas igualmente denominadas “Paraíba” no mercado internacional, principalmente por terem sido oferecidas muitas vezes misturadas à produção da Mina da Batalha.
Embora as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só as adquiram após tratamento térmico.
Até 2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção da presença de cobre com teores anômalos, através de análise química por fluorescência de raios X de energia dispersiva (EDXRF). No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios gemológicos do mundo, em torno da definição do termo “Turmalina da Paraíba”.
Até o ano de 2001, o termo “Turmalina da Paraíba” referia-se à designação comercial das turmalinas da espécie elbaíta, de cores azuis, verdes ou violetas, que contivessem pelo menos 0,1% de CuO e proviessem unicamente do Brasil, precisamente dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
Tudo começou a mudar quando, naquele ano, uma nova fonte de turmalinas cupríferas foi descoberta na Nigéria, na localidade de Ilorin (mina de Edeko), voltando a ocorrer quatro anos mais tarde, em meados de 2005, desta vez em Moçambique, na região de Alto Ligonha, a aproximadamente 100 km ao sudoeste da capital Nampula.
De modo geral, as elbaítas com cobre destes países africanos não possuem cores tão vívidas quanto às das brasileiras, embora os melhores exemplares da Nigéria e de Moçambique se assemelhem aos brasileiros.
O achado destes depósitos africanos ocasionou acalorados debates no mercado e entre laboratórios, uma vez que as gemas de cores azuis a verdes saturadas procedentes da Nigéria e de Moçambique não podem ser diferenciadas das produzidas no Brasil por meio de exames usuais e tampouco por análises químicas semi-quantitativas obtidas pela técnica denominada EDXRF.
Há alguns anos, felizmente, constatou-se ser possível determinar a origem das turmalinas destes 3 países por meio de dados geoquímicos quantitativos de elementos presentes como traços, obtidos por uma técnica analítica conhecida por LA-ICP-MS.
Em fevereiro de 2006, o Comitê de Harmonização de Procedimentos de Laboratórios, que consiste de representantes dos principais laboratórios gemológicos do mundo, decidiu reconsiderar a nomenclatura de turmalina da “Paraíba”, definindo esta valiosa variedade como uma elbaíta de cores azul-néon, azul-violeta, azul esverdeada, verde azulada ou verde-esmeralda, que contenha cobre e manganês e aspecto similar ao material original proveniente da Paraíba, independentemente de sua origem geográfica.
Esta política é consistente com as normas da CIBJO, que consideram a turmalina da Paraíba uma variedade ou designação comercial, e a definem como dotada de cor azul a verde devida ao cobre, sem qualquer menção ao local de origem. 
Por outro lado, como essas turmalinas cupríferas são cotizadas não apenas de acordo com seu aspecto, mas também segundo sua procedência, tem-se estimulado a divulgação, apesar de opcional, de informações sobre sua origem nos documentos emitidos pelos laboratórios de gemologia, caso disponham dos recursos analíticos necessários.

Turmalina

Turmalina


Pedra preciosa com maior diversidade de cores e tons, que podem variar de um exemplar para outro ou estar presentes, simultaneamente, em uma única pedra, matizando-a de uma extremidade à outra ou do centro para a periferia. Isto se deve a sua complexa composição química, que permite a alternância e combinação de diferentes elementos.
Além de gemas lapidadas de beleza singular, fornece formidáveis espécimes de coleção. Seu nome deriva do cingalêsturmali, significando pedras preciosas misturadas.
A turmalina é, em realidade, um grupo de minerais e, quimicamente, trata-se de silicatos de boro e alumínio.
Em estado bruto apresenta forma prismática, com estrias longitudinais. Sua seção transversal apresenta quase invariavelmente uma forma triangular caracteristicamente arredondada.
Existem nomenclaturas de turmalinas que utilizam critérios mineralógicos e de cor, porém as seguintes designações comerciais são as mais utilizadas: rubelita (rosa a vermelha), indicolita ou indigolita (azul), verdelita (verde), schorlita (preta), dravita (marrom) e acroíta (incolor).
Diz-se que para qualquer cor que se deseje uma pedra preciosa, haverá sempre uma turmalina que atenda a este gosto.
O Brasil, notadamente os Estados de Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia e Espírito Santo, bem como diversos países da África, são responsáveis pela maior parte da produção mundial. Em Minas, a denominada Província Pegmatítica Oriental concentra 3 regiões mundialmente famosas como fontes desta cobiçada gema:
a) Araçuaí-Jequitinhonha-Salinas-Virgem da Lapa;
b) Malacacheta-Rio Urupuca-São José da Safira;
c) Conselheiro Pena-Divino das Laranjeiras-Galiléia.



Jade

Jade


Jade é um termo genérico utilizado para designar duas espécies minerais, a jadeíta e a nefrita. Geralmente, estes minerais ocorrem na forma opaca, embora eventualmente haja exemplares translúcidos.
Empregado pelos chineses há milhares de anos, o jade tem importância cultural, reputação e apreciação quase inescrutáveis no Oriente. Todo o material utilizado pelos chineses na forma de entalhes até o século XIII trata-se de nefrita, sendo que a jadeíta, oriunda da antiga Birmânia, passou a ter aplicação apenas mais tarde, principalmente a partir do século XVIII.
Na América Central, a jadeíta já era utilizada pela Civilização pré-colombiana Maia e pelos povos Olmecas que habitavam a planície costeira do Golfo do México, uma vez que uma de suas principais fontes, histórica e atual, é a Guatemala.

Embora a cor verde seja a mais característica e valorizada na jadeíta, esta ocorre numa ampla gama de matizes, entre eles branco, lavanda, preto, alaranjado e castanho, geralmente mosqueados. Possui brilho reluzente a oleoso.
A nefrita apresenta uma estrutura fibrosa e possui quase sempre a cor verde-espinafre, embora possa ocorrer também nos matizes branco, preto e amarelado.
A jadeíta de melhor qualidade é comercialmente denominada “imperial”; vai de translúcida a semi-transparente, e possui uma cor verde esmeralda vívida e brilhante. Este material é considerado o padrão de excelência a partir do qual são classificados todos os demais jades, incluindo a nefrita.

Topázio

Topázio

Algumas teorias procuram explicar a origem do termo topázio e a mais plausível é que derive do vocábulo sânscritotapas, significando fogo. Dotado de brilho intenso e grande dureza, sua lapidação resulta em exemplares facetados de rara beleza.
O topázio ocorre nas cores azul clara, incolor, amarela, verde clara, laranja, laranja-róseo(salmão), róseo e vinho arroxeado, as quatro últimas características da variedade imperial.
Descoberto por volta de 1760, o exuberante topázio imperial é a variedade mais valorizada desta espécie mineral e ocorre unicamente na região de Ouro Preto, em diversos depósitos numa área de aproximadamente 150 km2. Acredita-se que esta singular variedade tem origem hidrotermal, relacionada ao último evento vulcânico ocorrido na região.
A designação imperial foi atribuída à gema em homenagem a D. Pedro I que, segundo relatos históricos, teria se encantado com a exuberância dos matizes e tons de alguns exemplares de topázio que lhe foram oferecidos durante uma estada na antiga Vila Rica, em Minas Gerais, de onde foram extraídos.
Em termos de composição química, o topázio é um silicato de alumínio e flúor, incolor em seu estado puro. Acredita-se que as cores do imperial se devam à presença de elementos de transição e de terras raras dispersos na rede cristalina do mineral.
Existem topázios de cores algo similares ao imperial provenientes de outras fontes no mundo, porém a produção é pequena e descontínua, como em Katlang (Paquistão) e Solwesi (Zâmbia); ou apresenta importância apenas histórica, como a outrora proveniente da Rússia, onde o jazimento encontra-se praticamente esgotado.
Outros importantes produtores de topázios são Nigéria, Madagascar, Paquistão, Sri Lanka e Rússia, entre outros.

O topázio imperial pode ser submetido a tratamentos, por meio de técnicas amplamente utilizadas e aceitas no mercado internacional de gemas, visando melhorar o seu aspecto e tornar suas cores ainda mais atraentes, com o consequente aumento do seu valor monetário. O método mais usual é o tratamento térmico, através do qual obtêm-se gemas rosas a partir de exemplares alaranjados ou amarelo amarronzados. Este tratamento é estável e, geralmente, a melhor coloração é obtida após um lento aquecimento até uma temperatura de aproximadamente 450oC.
O topázio incolor adquire cor azul por irradiação, seguida de tratamento térmico; a saturação da cor resultante depende da intensidade da irradiação e não da cor original ou do tempo de exposição. Este tratamento é estável, não deixa qualquer radioatividade e não é nocivo à saúde, porém sua presença deve obrigatoriamente ser revelada ao público consumidor.
Quase sempre se pode intuir se um topázio azul tem cor natural ou induzida empiricamente, observando seu grau de saturação. Isso é possível porque mesmo os melhores topázios de cor azul natural apresentam coloração menos intensa que a da maior parte dos azuis tratados.