segunda-feira, 11 de maio de 2015

Opala nobre - Um Arco-íris ao seu alcance

Opala nobre - Um Arco-íris ao seu alcance 
A opala nobre ou opala preciosa é uma gema de aspecto sem igual. Diferindo de outras gemas, as opalas nobres podem exibir todas as cores do arco-íris, que aparecem como reflexos de vários tamanhos e formas, com distribuição única na superfície de cada opala e que são realçados pelo contraste com a coloração de fundo da gema. Ao movimentar uma opala nobre, inclinando-a em várias direções, os reflexos visíveis vão se modificando gradativamente (em tipo de cor e distribuição), parecendo “caminhar” pela gema. Esta característica, que ocorre unicamente na opala, é denominada jogo de cores ou opalização.
DESCRIÇÃO DAS OPALAS NOBRES E ORIGEM DE SEU JOGO DE CORES
As opalas são compostas por dióxido de silício (sílica) hidratado, com fórmula química SiO2.nH2O. Nessa fórmula, “n” traduz um número variável de moléculas de água, que geralmente oscila entre 6 e 10% do peso do material, mas pode chegar excepcionalmente até 30%. As opalas são gemas mais frágeis que o quartzo, apresentando dureza de 5,5 a 6,5 na escala de Mohs (a dureza de uma gema reflete sua resistência a ser riscada), e fraca tenacidade (característica que reflete a resistência à torção, pressão ou a ser dobrado).
Diferindo da maior parte das gemas inorgânicas, a opala classifica-se como mineralóide e não, mineral, uma vez que tem estrutura interna amorfa e não-cristalina de seus átomos. Por outro lado, a opala nobre apresenta, sim, um tipo de organização tridimensional interna, na forma de múltiplas pequenas esferas de sílica de diâmetro uniforme, estreitamente empilhadas em camadas paralelas sobrepostas. Essa estrutura foi descoberta em 1964 com o auxílio do microscópio eletrônico e nela reside a origem do jogo de cores observado nas opalas. A inter-relação entre as esferas de sílica e os espaços entre as esferas provoca os fenômenos de difração, dispersão, interferência e reflexão da luz, resultando na visualização na superfície da gema das diversas cores do arco-íris (cores espectrais puras, cada uma composta de comprimentos de onda com variação mínima – vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e roxo). Eventualmente, ocorre a observação de cores intermediárias entre as cores fundamentais. A regularidade da distribuição espacial das esferas influencia o brilho das cores da gema.
Figura 01 Fotomicrografia de esferas de sílica em opalas:
       Opala comum                   Opala nobre



Nas opalas nobres, as esferas com diâmetro entre 150 e 400 nm (nanômetros, onde 1 nanômetro equivale a 0,000000001 metro) são as que têm jogo de cores. O tamanho das esferas e, conseqüentemente, dos espaços entre elas, tem relação direta com as cores que podem ser vistas em cada opala. As opalas com esferas menores (de aproximadamente 150 nm) geralmente produzem reflexos de cor azul e roxo. Esferas pouco maiores refletem roxo, azul e verde. A seguir, temos esferas que refletem roxo, azul, verde e amarelo. Com diâmetro pouco maior observam-se roxo, azul, verde, amarelo e laranja. Finalmente, com as esferas de maior diâmetro (350 a 400 nm) torna-se possível observar todas as cores do arco-íris – roxo, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho. Em opalas com esferas grandes, mesmo quando não estão todas as cores aparentes ao observar a gema numa posição fixa, basta inclinar ou girar a gema gradativamente que a mudança no ângulo de incidência da luz permitirá a observação de todas as cores espectrais numa determinada região, passando sucessivamente de uma para outra (e respeitando a ordem, do vermelho para o azul ou o inverso). Na natureza, as opalas com reflexos vermelhos são as mais raras.
Adicionalmente, a coloração de fundo da gema influencia a qualidade das cores refletidas. Sempre que uma opala recebe iluminação, uma parte da luz (que denominaremos aqui de “A”) que nela penetra passa por todos os fenômenos ópticos descritos anteriormente e, em última instância, é refletida na superfície da gema como cores espectrais puras, produzindo o jogo de cores próprio. O restante da luz (que denominaremos de parte “B) é transmitida, chegando mais profundamente na gema. Idealmente, as melhores opalas manifestam suas cores expressando apenas a parte A e essa situação se verifica nas opalas de fundo negro, que absorvem toda a luz B – isto resulta em cores espectrais mais nítidas. Já as opalas de fundo claro, por outro lado, refletem a luz B de volta para a gema (totalmente nas brancas e parcialmente nas de outras cores), onde pode se espalhar e ser refletida para a superfície da gema em conjunto com as cores originadas de A, diluindo-as.
O jogo de cores observado em cada gema apresenta uma combinação única e exclusiva (não existem duas opalas que sejam idênticas). As cores distribuem-se em faixas, pontos, linhas ou figuras geométricas, sejam isolados ou combinados na superfície da opala, às vezes distribuídos aleatoriamente e outras vezes harmonizando-se em padrões belíssimos (vide seção de Avaliação de opalas nobres, abaixo).
TIPOS DE OPALAS NOBRES
As opalas nobres são classificadas de acordo com a coloração de seu fundo (ou “corpo” da gema) e de sua estrutura (apenas opala ou opala combinada a rocha matriz) em vários tipos:
A) Opala negra: entram neste patamar as opalas opacas que apresentam coloração negra, cinza escura, azul escura, verde escura ou marrom escura. Como visto anteriormente, as opalas negras realçam os reflexos coloridos em sua superfície, dando-lhes mais definição. Comparando-se opalas com outras características semelhantes, as de fundo negro são mais valiosas que as demais. Na atualidade, o único país com produção comercial de opalas negras é a Austrália.
 Cabochão de opala negra (figura 04, 05, 06, 07, 08)
         figura 04                      figura 05                    figura 06                     figura 07                  figura 08                                 



B) Opala semi-negra: é a gema opaca de coloração cinza, com tonalidade média. Essas gemas são produzidas principalmente na Austrália, com achados eventuais em outros países, inclusive o Brasil.
C) Opala branca: corresponde à opala opaca de coloração branca ou com outras cores em tonalidades claras (como amarelo, laranja ou cinza). É a mais encontrada no mercado mundialmente, originando-se da Austrália, do Brasil e dos Estados Unidos, principalmente. Por serem menos raras e apresentarem em geral coloração menos chamativa que as opalas negras ou cinzas, costumam ter menor valor e serem mais acessíveis, mas existem exemplares excepcionais que atingem elevado valor.
Opala branca bruta (figura 11) Cabochão de opala branca (figura 12 e 13)
figura 11                                                           figura 12                        figura 13




D) Opala cristal: é a opala transparente a translúcida, com coloração clara de fundo. Por sua transparência podem ser vistas várias camadas de reflexos coloridos no interior da gema. Ocorrem nos mesmos depósitos descritos anteriormente para as opalas brancas.
E) Opala cristal negra: é a opala transparente a translúcida, com coloração escura de fundo. Ocorrem nos mesmos depósitos descritos anteriormente para as opalas negras.
Opala cristal bruta (figura 14) Cabochão de opala cristal (figura 15)
        figura 14                  figura 15


F) Opala matacão: é a opala que ocorre em cavidades e fissuras muito estreitas de rocha matriz porosa (um conglomerado ferruginoso laranja escuro a marrom). Pelo intercrescimento entre a opala e a rocha matriz, constituindo belos desenhos e padrões, ou pela reduzida proporção de opala em relação à quantidade de rocha matriz, esse material na atualidade é lapidado preservando-se a rocha matriz em conjunto com a opala. A rocha matriz que se mistura com e cobre a opala no fundo da gema praticamente se comporta como o fundo escuro das opalas negras e realça intensamente os reflexos de cores. Além disso, a matriz acrescenta resistência à peça. Estas opalas são encontradas apenas na Austrália. Existem vários subtipos de opala matacão e, para permitir melhor padronização em sua descrição, a Associação Gemológica Australiana sugere a seguinte distinção:
F.1. opala matacão negra: estas gemas são as preparadas a partir de peças brutas em que a opala se manifesta como fina camada intimamente aderida a sua matriz. Na lapidação das gemas, toma-se o cuidado de polir adequadamente a opala e manter a matriz como fundo, que constitui praticamente toda a espessura do corpo da gema. Assim, a gema final tem duas camadas: uma superior, de opala opaca negra, e outra inferior (fundo) de matriz;
F.2. opala matacão cristal: preparadas a partir de material como o descrito em F.1., as gemas resultantes têm duas camadas – uma superior de opala translúcida a transparente clara e outra inferior de rocha matriz. As gemas têm aspecto escuro devido à coloração da rocha matriz, que se torna visível através da opala;
F.3. opala matacão clara: preparadas a partir de material como o descrito em F.1., as gemas resultantes têm duas camadas – uma superior de opala opaca clara (cinza ou esbranquiçada) e outra inferior de rocha matriz;
F.4. “noz de Yowah” (Yowah nut): é o subtipo de opala matacão que se forma como pequenos nódulos arredondados ou ovóides de rocha matriz, geralmente com diâmetro máximo de 5 cm, contendo pequena cavidade central parcial, preenchida por opala nobre. Esses nódulos são clivados, expondo a opala entrelaçada à rocha matriz e então são polidos, formando belos e incomuns exemplares.
F.5. opala matacão na matriz ou opala na matriz: trata-se de opala que se formou preenchendo pequenas cavidades ou como uma rede de finos veios envoltos por rocha matriz porosa, ou ainda entre os grãos da rocha matriz. Uma vez lapidada, diferencia-se dos demais tipos por apresentar menor proporção de opala em relação à quantidade de rocha matriz. As gemas prontas demonstram rocha matriz evidente tanto no fundo quanto na face anterior, salpicada por pontos, linhas ou bandas de opala nobre.
Opala matacão bruta (figura 16) Noz de Yowah bruta (figura 17) Cabochão de opala matacão (figura 18) Cabochão de opala na matriz (figura 19) Cabochão de noz de Yowah (figura 20)
                   figura 16                              figura 17                           figura 18                     




            figura 19                                  figura 20



A ORIGEM DAS OPALAS NOBRES
As opalas nobres requerem condições muito especiais para sua formação e, curiosamente, apesar de seu elevado teor de água, a opala encontra essas condições geralmente em regiões áridas e semi-áridas, com chuvas sazonais.
Há milhões de anos, soluções de água e dióxido de silício (SiO2) se infiltraram para o interior de fendas e rachaduras de rochas vulcânicas ou espaços e cavidades desenvolvidos em rochas sedimentares, tornando-se ali aprisionadas pela baixa permeabilidade de seu envoltório. Com o passar do tempo, parte da água da suspensão sofreu evaporação e isso resultou no aumento gradativo da concentração de sílica. Quando essa concentração atingiu um nível crítico, as moléculas de sílica começaram a se agrupar, formando esferas sólidas. Com o surgimento de grande quantidade de esferas, a solução passou a se transformar em um gel e então ocorreu a deposição gravitacional das esferas em camadas (estima-se que cada 1 cm de espessura depositada levou um período de aproximadamente 5 milhões de anos para se processar). O tamanho das esferas é diretamente proporcional ao período de tempo que decorre entre sua formação e a deposição final (ou seja, quanto mais tempo levar sua deposição, maiores são as esferas). Se a evaporação de água ocorre em velocidade constante, formam-se esferas de diâmetro uniforme e que por sua vez se depositam em camadas sucessivas organizadas. A evaporação adicional de água levou à solidificação do material, constituindo então a opala nobre (após a deposição das esferas, estima-se um período adicional de 1 a 2 milhões de anos para a completa solidificação dos depósitos). Opala também se deposita entre grãos de argila e areia em arenitos, cimentando-os e constituindo rocha matriz.
Dentre os depósitos de opala nobre conhecidos mundialmente, praticamente todos os de origem sedimentar ocorrem apenas na Austrália. Sítios de extração das demais localidades e algumas poucas exceções localizadas também na Austrália são de origem vulcânica (inclusive os sítios brasileiros, que ocorrem em meio a formações de basalto).
EXTRAÇÃO E PRODUÇÃO MUNDIAL DE OPALAS NOBRES
Comprovando a raridade da opala nobre, do total de opalas extraídas mundialmente na atualidade, 95% consiste em opala comum, sem opalização e geralmente de cor única e monótona (negra, cinza, branca, azulada, esverdeada, amarelada ou alaranjada, conforme o sítio de origem), com aspecto leitoso a opaco. Dentre os 5% restantes que apresentam jogo de cores, aproximadamente 80% (ou 4% da produção mundial) são gemas de qualidade intermediária, acessíveis e as mais comuns no mercado. Finalmente, os outros 20% de opalas nobres (ou 1% da produção mundial) são os exemplares de qualidade excepcional, que muitas vezes alcançam valor por quilate superior ao de belos diamantes.
O país que mais se destaca na produção de opalas nobres no momento é a Austrália, responsável por 90 a 95% da produção mundial (único produtor comercial de opala negra e também produtor de opala branca, opala na matriz e opala matacão). Outros países também apresentam sítios de extração de opalas nobres, destacando-se o Brasil (produtor de opalas brancas, com achados eventuais de opalas negras ou cinzas), os Estados Unidos, Honduras, Japão, Etiópia e México.
LAPIDANDO A OPALA NOBRE
As opalas nobres usualmente são lapidadas em cabochão para realçar seu jogo de cores (vide comentários sobre Lapidação em Cabochão na seção “Dúvidas” do site). O formato mais popular e o mais utilizado é o oval, seguindo-se o redondo, mas os demais formatos tradicionais de cabochões também podem ser aplicados ao material. Pela raridade e valor das opalas, lapidários experientes avaliam com cuidado o formato das pedras brutas e a distribuição da barra de cor (a camada de onde se originam os desejados reflexos de cores) para melhor aproveitá-los na confecção da gema. Um cuidado especial é deixar o cabochão com espessura adequada para torná-lo mais resistente. Opalas de boa qualidade também podem ser lapidadas em formas livres (cabochões fantasia ou mesmo mini-esculturas).
TRATAMENTO DE OPALAS NOBRES
Algumas opalas podem ser tratadas para melhorar sua aparência:
- opalas com fissuras: resinas sintéticas, muito utilizadas em gemas transparentes com inclusões (como as esmeraldas), têm aplicação para opalas com fissuras, podendo diminuir sua visibilidade e oferecendo um tratamento duradouro. Óleos e ceras podem ser utilizados com o mesmo propósito, mas são tratamentos de pequena durabilidade;
- opalas na matriz: um processo muito utilizado e que tira proveito da característica porosa da matriz argilosa de opalas de algumas regiões consiste em mergulhar essas opalas primeiro em solução açucarada e depois em ácido sulfúrico. Com a reação química entre o açúcar e o ácido, partículas de carbono se depositam na superfície da matriz, escurecendo-a e realçando o jogo de cores das lâminas de opala.
DOUBLETS E TRIPLETS
Opalas nobres também são encontradas em gemas compostas, onde geralmente duas ou mais camadas de diferentes materiais são unidos para a composição da gema final:
- doublets (gemas duplas): nestas gemas, uma fina camada de opala nobre (branca ou negra) é cimentada sobre uma opala comum de coloração escura, com uso de cola transparente, ou sobre uma opala comum de cor clara, uma calcedônia ou vidro, porém com uso de cola escura.
- triplets (gemas triplas): são gemas formadas por uma camada de opala entre um fundo escuro (geralmente opala comum escura ou ônix negro, com cola transparente ou opala comum clara, calcedônia ou vidro, com cola escura) e uma camada frontal transparente (de cristal de rocha ou vidro). Os propósitos da camada frontal nestas gemas são dar maior proteção à camada de opala e obter um acabamento convexo, assemelhando-se à abóbada de um cabochão.
A principal vantagem das gemas compostas é seu preço em relação ao valor das gemas naturais (e doublets são geralmente mais valiosos que triplets porque suas camadas de opala são mais espessas). Por outro lado, sua desvantagem é que devem ser protegidas de exposição prolongada à água, pois pode ocorrer infiltração líquida entre as diversas camadas e prejudicar sua aparência.
OPALAS SINTÉTICAS
Existem no mercado opalas sintetizadas em laboratório. As primeiras opalas fabricadas pelo homem datam de 1964, através de método desenvolvido por John Slocum. Outros métodos foram desenvolvidos com o passar dos anos e os avanços tecnológicos têm permitido aprimorar o aspecto das gemas. Nesse material se produzem esferas de óxido de silício hidratado que são circundadas por substância (geralmente não presente nas opalas naturais e com origem que pode ser orgânica ou não) que dê estabilidade ao conjunto e permita que seja trabalhado nos formatos requeridos para peças de joalheria. No momento, existem vários tipos de opalas sintéticas, que estão sendo produzidas no Japão, na Austrália, na Rússia e na China.
Cabochão de opala sintetica (figura 21)
              figura 21



DESCREVENDO E AVALIANDO UMA OPALA NOBRE
Apesar de não existir sistema padronizado que permita qualificar as opalas nobres de modo objetivo, os seguintes parâmetros servem de referência em sua avaliação:
a) Origem: as opalas são classificadas em naturais (esta categoria inclui as opalas matacão), compostas e sintéticas. Em ordem decrescente, as naturais são as mais valiosas, seguindo-se as compostas e depois as sintéticas.
b) Coloração, composição e opacidade do corpo da gema: determina-se se a gema é formada apenas por opala ou por opala e rocha matriz; se é opaca, translúcida ou transparente; e qual é a coloração de fundo da opala (branco, negro ou semi-negro). Respeitadas as outras características, como regra geral, as opalas negras são as mais valiosas. Seguem-se as opalas matacão (negra, cristal e clara) e as cristais. Finalmente, tem-se as semi-negras, as brancas, as nozes Yowah e as opalas na matriz.
c) Opalização – quantidade de cores: observam-se quais são as cores refletidas pela opala. Para efeito de descrição, citam-se as cores em ordem decrescente de proeminência na gema (da que é mais evidente em toda a superfície da opala até a que menos aparece). Recordando, a depender do tamanho das esferas na composição de uma opala, as possíveis combinações de cores que podem ser refletidas são: vermelho – laranja – amarelo – verde – azul – roxo (todas as cores, em opalas com as maiores esferas), ou laranja – amarelo – verde – azul – roxo, ou amarelo – verde – azul – roxo, ou verde – azul – roxo, ou azul – roxo (poucas cores e geralmente com predomínio do azul, em opalas com as menores esferas). As opalas mais desejáveis são as que têm a reflexão de todas as cores espectrais, pois apresentam esferas maiores, mais raras. Dentre estas, ainda, as opalas que refletem predominantemente a cor vermelha (como cor praticamente única ou predominando sobre as outras cores que também aparecem) são mais raras e, portanto, mais valiosas. A ordem decrescente de valor para a cor que predomina é vermelho, laranja, amarelo, verde, azul/roxo.
d) Opalização – uniformidade das cores: idealmente, as cores refletidas devem ser visíveis por toda a superfície da gema e também quando a gema é observada por vários ângulos.
e) Opalização – brilho das cores: preferem-se gemas com intenso brilho das cores, que mantenham cores evidentes mesmo quando vistas à distância. Gemas com cores mais apagadas, pouco brilhantes, têm menor valor.
f) Opalização – padrão das cores: descreve o arranjo da cor pela gema, que pode ser indistinto ou organizado, constituindo desenhos e/ou formas geométricas. Os principais padrões reconhecidos são: arlequim (extremamente raro, é constituído por várias figuras geométricas de dimensões e formatos semelhantes, como losangos, quadrados, retângulos ou triângulos, agrupados e parecendo formar um mosaico); escrita chinesa (onde finas linhas retas e curvas se entrecruzam, assemelhando-se aos símbolos de idiomas orientais); palha (com várias linhas finas próximas entre si); em ladrilhos ou blocos (definem-se vários segmentos grandes de cores observados simultaneamente na superfície da gema); em lampejos (observam-se áreas evidentes e de tamanhos variáveis de cores que cintilam subitamente à medida que a gema é inclinada ou girada); floral (é um dos mais comuns, onde vários reflexos de tamanhos e cores diversos estão presentes na gema); pontilhado (onde vários pontinhos de cor se distribuem por toda a superfície da gema). O tipo, a precisão e as cores do padrão determinam sua qualidade e, conseqüentemente, influenciam o valor da gema.
Escrita chinesa                             Floral                         Em ladrilhos                   



 Lampejo                                  Pontilhado                       Arlequim



g) Dimensões: gemas maiores são mais raras, e portanto, mais valiosas. Idealmente, não devem ser nem muito finas e nem muito espessas.
h) Lapidação e formato: avalia-se a regularidade do acabamento da lapidação e o tipo de formato.
i) Inclusões: observação da presença, quantidade e distribuição de inclusões (geralmente de opala comum, rocha matriz ou gipso) em meio à superfície da opala. Esses achados podem tornar menos chamativos os reflexos coloridos ou interferir em determinado padrão das cores. Opalas sem inclusões são menos valiosas.
j) Imperfeições: nesta categoria entram as fraturas e fissuras, sejam acidentais ou por desidratação do material.
l) Tratamento: também deve ser considerado qualquer tratamento realizado na opala. Gemas sem tratamento são mais valiosas.
As opalas são gemas de avaliação muito difícil, particularmente porque cada gema é única. Os comentários apresentados acima não têm a pretensão de definirem regras absolutas de avaliação destas gemas, mas apenas de servir como orientações gerais de detalhes que devem ser levados em consideração. Ao escolher uma opala, busque sempre uma gema que seja cativante para você. Não necessariamente as opalas mais caras são as de seu agrado. Muitas pessoas preferem opalas com reflexos azuis e roxos às gemas com reflexos avermelhados.
Ainda, não se esqueça que, pelo complexo jogo de suas cores, as opalas são muito difíceis de fotografar. A gema real é sempre muito mais bela do que o aspecto revelado em suas fotos. Nosso olhos conseguem captar nuances impressionantes que os atuais equipamentos de fotografia ainda não expressam.
CUIDADOS COM A OPALA
As opalas são gemas delicadas. Conhecendo suas características e usando o bom senso é fácil cuidá-las, preservando sua beleza. Algumas medidas que são aconselháveis no cuidado das opalas incluem:
- limpeza com pano suave seco ou discretamente molhado. Não são necessários produtos químicos para sua limpeza.
- manter as opalas e jóias com opalas que estão em desuso sempre limpas e guardadas em invólucros individuais (como saquinhos plásticos ou de tecido). Opalas expostas ao ambiente recebem a deposição de pó em sua superfície e, como partículas de quartzo (de maior dureza que a opala) são o componente principal do pó comum, essas gemas podem ser riscadas quando são submetidas a atrito nessas condições. Com o tempo, o polimento da gema perde qualidade, diminuindo o brilho da gema e a nitidez de seu jogo de cores. Procure um especialista, pois um simples re-polimento pode deixar sua gema como nova mais uma vez.
- evitar exposição a calor excessivo, pois esta condição pode desidratá-las e resultar em fissuras espontâneas em sua estrutura, diminuindo sua opalização dramaticamente;
- evitar armazenamento sem proteção em ambientes secos (como os refrigerados com ar condicionado ou no interior de cofres bancários, onde o nível de umidade é controlado a níveis reduzidos), condição em que também podem sofrer desidratação e fissuras. Aconselha-se para armazenamentos prolongados guardar a opala em saquinho plástico lacrado com pequena quantidade de água para manter certa umidade ambiente;
- no dia-a-dia, evitar situações que exponham as gemas a impactos (como exercícios, ou atividades que exijam movimentos bruscos);
- no design e preparo de jóias com opalas deve-se sempre buscar a montagem com metais de modo a proteger a gema. Também é importante evitar transmitir-lhe calor durante a cravação.
MITOS
Alguns mitos falsos a respeito das opalas nobres que merecem discussão são os seguintes:
- essas gemas não são porosas, portanto não absorvem água (é desnecessário mantê-las em imersão para “reidratação”) ou óleos;

- as fissuras que ocorrem em uma opala são irreversíveis. O aspecto das gemas melhora quando são molhadas ou cobertas por óleos, mas esses tratamentos são apenas paliativos, pois as fissuras ficam mascaradas a olho nu, mas permanecem inalteradas em número e tamanho. Assim que a água secar ou que o óleo for removido, elas voltarão a estar bem aparentes. A tendência de uma opala em desenvolver fissuras depende principalmente de seu sítio de origem. Várias opalas originadas no México e em algumas localidades dos Estados Unidos são particulamente suscetíveis a estes problemas. As opalas brasileiras, por outro lado, são bem resistentes. Para evitar o desenvolvimento posterior de fissuras em gemas já prontas para comercialização, muitos lapidários tomam o cuidado de guardar o material bruto seco por extenso prazo de tempo (3 a 6 meses), às vezes até em condições adversas (como ao ar livre, no sol), para permitir que a exposição ao ambiente teste sua estabilidade. Após esse período de tempo, as gemas podem ser lapidadas com segurança, uma vez que a possibilidade de surgimento de fissuras em pedras assim testadas passa a ser muito reduzida.

Amadeu Campos visita garimpo e encontra opala em Pedro II

Amadeu Campos visita garimpo e encontra opala em Pedro II

  
Riqueza peculiar que brota do solo de Pedro II, a opala é um símbolo do município. Sabendo disso, o apresentador Amadeu Campos, foi até a mina do Boi Morto, tentar garimpar a preciosa gema.
 

Com a ajuda dos trabalhadores Cícero Nascimento e Antonio Ferreira Neto, conhecido como Marola, Amadeu Campos colocou capacete, luvas e pôs suas mãos à obra. Depois de escavar um pouco, o jornalista acabou encontrando uma pedra, que segundo o mineiro, tem boa qualidade.


"Achei é minha, posso levar?", "pode", autorizou o garimpeiro.



Em seguida, Amadeu Campos mostrou o processo de peneiragem, lavagem e preparo para a venda da opala. Marola contou como foi descoberta a primeira opala no Boi Morto. “Um nativo da região ao fazer a capina encontrou uma pedra que chamou a sua atenção pelo brilho e colorido. Uma amostra foi levada ao Rio de Janeiro por um coronel para análise e lá detectaram a existência de opala no Piauí”, destaca o garimpeiro. A mina do Boi Morto é uma das mais famosas do mundo.



De outros pontos da cidade, a repórter Indira Gomes mostrou o ponto importante da cachoeira, ressaltando o potencial do ecoturismo e Dânio Sousa seguiu viagem para a cidade em uma Rural do ano de 1975. Estes veículos são muito comuns em Pedro II.


KIMBERLITE-HOSTED DIAMONDS

KIMBERLITE-HOSTED DIAMONDS
 
Ref: kimberlito, diamante, brecha, tufos, xenocristais, indicadores, olivina, ilmenita, piropo, espinélio, eclogito, granada, manto

IDENTIFICATION
SYNONYMS: Diamond-bearing kimberlite pipes, diamond pipes, group 1 kimberlites.
COMMODITIES (BYPRODUCTS): Diamonds (some gemstones produced in Russia from pyrope garnets and olivine).
EXAMPLES (British Columbia - Canada/International): No B.C. deposits, see comments below for prospects; Koala, Panda, Sable, Fox and Misery (Northwest Territories, Canada), Mir, International, Udachnaya, Aikhal and Yubilenaya (Sakha, Russia), Kimberly, Premier and Venetia (South Africa), Orapa and Jwaneng (Botswana), River Ranch (Zimbabwe).
GEOLOGICAL CHARACTERISTICS
CAPSULE DESCRIPTION: Diamonds in kimberlites occur as sparse xenocrysts and within diamondiferous xenoliths hosted by intrusives emplaced as subvertical pipes or resedimented volcaniclastic and pyroclastic rocks deposited in craters. Kimberlites are volatile-rich, potassic ultrabasic rocks with macrocrysts (and sometimes megacrysts and xenoliths) set in a fine grained matrix. Economic concentrations of diamonds occur in approximately 1% of the kimberlites throughout the world.
TECTONIC SETTING: Predominantly regions underlain by stable Archean cratons.
DEPOSITIONAL ENVIRONMENT / GEOLOGICAL SETTING: The kimberlites rise quickly from the mantle and are emplaced as multi-stage, high-level diatremes, tuff-cones and rings, hypabyssal dikes and sills.
AGE OF MINERALIZATION: Any age except Archean for host intrusions. Economic deposits occur in kimberlites from Proterozoic to Tertiary in age. The diamonds vary from early Archean to as young as 990 Ma.
HOST/ASSOCIATED ROCK TYPES: The kimberlite host rocks are small hypabyssal intrusions which grade upwards into diatreme breccias near surface and pyroclastic rocks in the crater facies at surface. Kimberlites are volatile-rich, potassic ultrabasic rocks that commonly exhibit a distinctive inequigranular texture resulting from the presence of macrocrysts (and sometimes megacrysts and xenoliths) set in a fine grained matrix. The megacryst and macrocryst assemblage in kimberlites includes anhedral crystals of olivine, magnesian ilmenite, pyrope garnet, phlogopite, Ti-poor chromite, diopside and enstatite. Some of these phases may be xenocrystic in origin. Matrix minerals include microphenocrysts of olivine and one or more of: monticellite, perovskite, spinel, phlogopite, apatite, and primary carbonate and serpentine. Kimberlites crosscut all types of rocks.
DEPOSIT FORM: Kimberlites commonly occur in steep-sided, downward tapering, cone-shaped diatremes which may have complex root zones with multiple dikes and "blows". Diatreme contacts are sharp. Surface exposures of diamond-bearing pipes range from less than 2 up to 146 hectares (Mwadui). In some diatremes the associated crater and tuff ring may be preserved. Kimberlite craters and tuff cones may also form without associated diatremes (e.g. Saskatchewan); the bedded units can be shallowly-dipping. Hypabyssal kimberlites commonly form dikes and sills.
TEXTURE/STRUCTURE: Diamonds occur as discrete grains of xenocrystic origin and tend to be randomly distributed within kimberlite diatremes. In complex root zones and multiphase intrusions, each phase is characterized by unique diamond content (e.g. Wesselton, South Africa). Some crater-facies kimberlites are enriched in diamonds relative to their associated diatreme (e.g. Mwadui, Tanzania) due to winnowing of fines. Kimberlite dikes may display a dominant linear trend which is parallel to joints, dikes or other structures.
ORE MINERALOGY: Diamond.
GANGUE MINERALOGY (Principal and subordinate): Olivine, phlogopite, pyrope and eclogitic garnet, chrome diopside, magnesian ilmenite, enstatite, chromite, carbonate, serpentine; monticellite, perovskite, spinel, apatite. Magma contaminated by crustal xenoliths can crystallize minerals that are atypical of kimberlites.
ALTERATION MINERALOGY: Serpentinization in many deposits; silicification or bleaching along contacts. Secondary calcite, quartz and zeolites can occur on fractures. Diamonds can undergo graphitization or resorption.
WEATHERING: In tropical climates, kimberlite weathers quite readily and deeply to "yellowground" which is predominantly comprised of clays. In temperate climates, weathering is less pronounced, but clays are still the predominant weathering product. Diatreme and crater facies tend to form topographic depressions while hypabyssal dikes may be more resistant.
ORE CONTROLS: Kimberlites typically occur in fields comprising up to 100 individual intrusions which often group in clusters. Each field can exhibit considerable diversity with respect to the petrology, mineralogy, mantle xenolith and diamond content of individual kimberlites. Economically diamondiferous and barren kimberlites can occur in close proximity. Controls on the differences in diamond content between kimberlites are not completely understood. They may be due to: depths of origin of the kimberlite magmas (above or below the diamond stability field); differences in the diamond content of the mantle sampled by the kimberlitic magma; degree of resorption of diamonds during transport; flow differentiation, batch mixing or, some combination of these factors.
GENETIC MODEL: Kimberlites form from a small amount of partial melting in the asthenospheric mantle at depths generally in excess of 150 km. The magma ascends rapidly to the surface, entraining fragments of the mantle and crust, en route. Macroscopic diamonds do not crystallize from the kimberlitic magma. They are derived from harzburgitic peridotites and eclogites within regions of the sub-cratonic lithospheric mantle where the pressure, temperature and oxygen fugacity allow them to form. If a kimberlite magma passes through diamondiferous portions of the mantle, it may sample and bring diamonds to the surface provided they are not resorbed during ascent. The rapid degassing of carbon dioxide from the magma near surface produce fluidized intrusive breccias (diatremes) and explosive volcanic eruptions.
ASSOCIATED DEPOSIT TYPES: Diamonds can be concentrated by weathering to produce residual concentrations or within placer deposits (C01, C02, C03). Lamproite-hosted diamond deposits (N03) form in a similar manner, but the magmas may be of different origin.
COMMENTS: In British Columbia the Cross kimberlite diatreme and adjacent Ram diatremes (MINFILE # - 082JSE019) are found near Elkford, east of the Rocky Mountain Trench. Several daimond fragments and one diamond are reported from the Ram pipes.
EXPLORATION GUIDES
GEOCHEMICAL SIGNATURE: Kimberlites commonly have high Ti, Cr, Ni, Mg, Ba and Nb values in overlying residual soils. However, caution must be exercised as other alkaline rocks can give similar geochemical signatures. Mineral chemistry is used extensively to help determine whether the kimberlite source is diamondiferous or barren (see other exploration guides). Diamond-bearing kimberlites can contain high-Cr, low-Ca pyrope garnets (G10 garnets), sodium-enriched eclogitic garnets, high chrome chromites with moderate to high Mg contents and magnesian ilmenites.
GEOPHYSICAL SIGNATURE: Geophysical techniques are used to locate kimberlites, but give no indication as to their diamond content. Ground and airborne magnetometer surveys are commonly used; kimberlites can show as either magnetic highs or lows. In equatorial regions the anomalies are characterized by a magnetic dipolar signature in contrast to the "bulls-eye" pattern in higher latitudes. Some kimberlites, however, have no magnetic contrast with surrounding rocks. Some pipes can be detected using electrical methods (EM, VLF, resistivity) in airborne or ground surveys. These techniques are particularly useful where the weathered, clay-rich, upper portions of pipes are developed and preserved since they are conductive and may contrast sufficiently with the host rocks to be detected. Ground based gravity surveys can be useful in detecting kimberlites that have no other geophysical signature and in delineating pipes. Deeply weathered kimberlites or those with a thick sequence of crater sediments generally give negative responses and where fresh kimberlite is found at surface, a positive gravity anomaly may be obtained.
OTHER EXPLORATION GUIDES: Indicator minerals are used extensively in the search for kimberlites and are one of the most important tools, other than bulk sampling, to assess the diamond content of a particular pipe. Pyrope and eclogitic garnet, chrome diopside, picroilmenite, chromite and, to a lesser extent, olivine in surficial materials (tills, stream sediments, loam, etc.) indicate a kimberlitic source. Diamonds are also usually indicative of a kimberlitic or lamproitic source; however, due to their extremely low concentration in the source, they are rarely encountered in surficial sediments. Weathered kimberlite produces a local variation in soil type that can be reflected in vegetation.
ECONOMIC FACTORS
TYPICAL GRADE AND TONNAGE: When assessing diamond deposits, grade, tonnage and the average value ($/carat) of the diamonds must be considered.. Diamonds, unlike commodities such as gold, do not have a set value. They can be worth from a few $/carat to thousands of $/carat depending on their quality (evaluated on the size, colour and clarity of the stone). Also, the diamond business is very secretive and it is often difficult to acquire accurate data on producing mines. Some deposits have higher grades at surface due to residual concentration. Some estimates for African producers is as follows:
PipeTonnage (Mt)Grade (carats*/100 tonne)
Orapa117.868
Jwaneng44.3140
Venetia66120
Premier33940
* one carat of diamonds weighs 0.2 grams
ECONOMIC LIMITATIONS: Most kimberlites are mined initially as open pit operations; therefore, stripping ratios are an important aspect of economic assessments. Serpentinized and altered kimberlites are more friable and easier to process.
END USES: Gemstones; industrial uses such as abrasives.
IMPORTANCE: In terms of number of producers and value of production, kimberlites are the most important primary source of diamonds. Synthetic diamonds have become increasingly important as alternate source for abrasives.

Alto teor, a arma da Vale que vai fazer a diferença

Alto teor, a arma da Vale que vai fazer a diferença






Como já apontado no Portal do Geólogo em várias ocasiões a Vale tem algo que nenhum competidor tem: um minério de ferro de altíssimo teor em grandes quantidades.

As vantagens desse minério são inúmeras.

Para as siderurgias, por exemplo, um minério de ferro de alto teor como o da Vale, significa um custo operacional muito mais baixo, menor permanência do minério no forno, menor queima de combustível, menor volume de escória gerado, menor poluição e, consequentemente, lucros mais elevados.

É esse o diferencial que o minério do projeto S11D adiciona ao mercado.

A diferença é tão importante que a Vale vai criar um novo brand, uma marca registrada, que terá, inclusive, um preço mais elevado.

O S11D tem, possivelmente, o melhor minério de ferro do mundo, com teores médios de 67% “in situ” é o que se pode chamar de DSO (direct shipping ore), minérios que podem ser transportados diretamente da jazida para o navio.

É inegável a qualidade do minério do S11D, mas será inteligente investir mais de US$20 bilhões neste momento difícil em que a Vale atravessa, para coloca-lo em produção?

Não seria a hora de aumentar a lucratividade, reduzir os débitos, enxugar os custos, vender ativos, verticalizar parte da produção aumentando o valor agregado dos produtos, consolidar a sua liquidez e esperar uma hora melhor para despejar um minério de altíssima qualidade que será vendido a preços baixíssimos?

As dúvidas sobre a melhor estratégia para a Vale, no momento, são muitas. Principalmente por que o minério de Carajás, que é vendido no mercado também tem um teor de ferro elevado e pode competir com vantagem com os australianos.

A vantagem da Vale é que nenhuma das grandes mineradoras australianas tem ainda um grande volume de minério de alto teor como os de Carajás e do S11D.

Bem pelo contrário.

Os minérios de ferro da Rio Tinto e BHP tem um teor médio abaixo de 60% de Fe o que obriga essas mineradoras a fazer o blending, uma mistura com os minérios de mais alto teor que estão se tornando raros.

Portanto se a Vale flanquear o mercado usando um produto de mais alta qualidade ela, no correr do tempo, fará com que o minério de alto teor tipo Brockman Premium australiano simplesmente desapareça do mercado.

Veja a seguir qual é a situação dos australianos quando o assunto é qualidade do minério de ferro...



Imagem: Mina de Whaleback em Hamersley, onde o minério de alto teor tipo Brockman Premium está se exaurindo...

Incrível! A China vai fechar 1.254 minas em 2015

Incrível! A China vai fechar 1.254 minas em 2015




É isso mesmo!

O projeto do Governo Chinês é de eliminar 77,79 milhões de toneladas de carvão de baixa qualidade o que irá implicar no fechamento de nada mais, nada menos do que 1.254 minas somente em 2015.

A mineração de carvão da China é a pior do mundo.

Neste setor impera pequenas minas, verdadeiros garimpos onde grassa a baixa qualidade, falta de controles, a insegurança e operações de alto custo, obsoletas. O Governo já vem fechando minas há décadas, mas agora, resolveu acelerar o processo.

Com isso os chineses esperam encorajar o uso de energias renováveis, parar a expansão dos garimpos de carvão e implantar regras modernas de segurança e respeito ao meio ambiente.

Mesmo assim 66% de toda a energia consumida na China ainda é originária do carvão, cuja queima polui a atmosfera, causando milhares de mortes e doenças.

A China espera reduzir a produção de carvão em 160 milhões de toneladas em 5 anos.