quarta-feira, 1 de julho de 2015

O ELEVADOR DOS DIAMANTES

O ELEVADOR DOS DIAMANTES


Nada melhor do que a simbologia para a vulgarização de temas técnicos complexos, ou a geologia ao alcance de todos
apresentamos o elevador dos diamantes, uma vulgarização do mesmo tema e mostrada por Antonio Liccardo da UFOP

O modelo apesar de oriundo da Africa, poderia ser em tese aplicado no Tapajós, já que foram encontradas amostras de lamproito, material destes elevadores na área diamantífera da região. 

O ENIGMA DOS DIAMANTES DO TAPAJÓS - PARÁ

O ENIGMA DOS DIAMANTES DO TAPAJÓS

Os diamantes do Tapajós são quase 100% gemológicos e pequenos, ou seja, pelos conhecimentos dos geólogos da África do Sul, eles foram transportados por centenas de km, o transporte tendo destruídos os diamantes mais fracos, mas eles também não são rolados, mostrando todas as facetas e são até bi-piramidados, às vezes perfeitamente euédricos e por esta razão, eles não foram transportados;
Uma flagrante contradição sem contar outros problemas como a quase ausência dos guias tradicionais do diamante; Isto é só o início do ENIGMA


Tapajos Diamonds are almost 100% for gemology and small; by South African geologists knowledge, they were transported for hundreds of miles, transport having destroyed the weaker diamonds, but they are also not rolled, showing all facets and are to bi-pyramided, sometimes quite euhedral and for this reason they were not transported;
A contradiction not counting other problems like near absence of traditional guides diamond; This is only the beginning of puzzle

O geólogo José Inácio Stoll Nardi neste artigo joga a primeira pedra no caminho para entender esse enigmo; iremos aguardar as outras pedras com ansiedade.


Há várias décadas são conhecidas ocorrências aluvionares de Diamantes nos rios Cupari e Itapacurá, ambos afluentes da margem direita do rio Tapajós, o primeiro à jusante da cidade de Itaituba e o segundo, à montante da mesma. Garimpagem intermitente e rudimentar nestas áreas têm produzido algumas gemas de boa qualidade. Mais recentemente, novas descobertas são mencionadas em áreas de confluência dos rios Jamanxim e Tapajós, ao longo de tributários menores do baixo Jamanxim, em região ao norte de Novo Progresso, em drenagens menores ao longo da estrada Itaituba – Rurópólis e ao longo de alguns ramais rodoviários ao sul de Rurópolis. Com a migração da tecnologia garimpeira do ouro para o diamante, começam a pipocar informações de quase todo o Tapajós. Esta série de ocorrências diamantíferas sugere que a bacia do Tapajós pode abrigar depósitos importantes deste precioso mineral.
É importante tecermos algumas considerações sobre a gênese dos Diamantes em regiões como a do Tapajós, baseados nos conceitos dos estudiosos SHIREY & SHIGLEY (2013). Lembremos a regra de Clifford (1966), que enuncia – “kimberlitos diamantíferos se introduziram nas porções mais antigas dos crátons, enquanto kimberlitos estéreis se introduziram em rochas mais jovens”.  Esta relação é bem evidente no cráton Kaapvaal (África do Sul), onde os kimberlitos diamantíferos estão intrudidos no cráton e os estéreis, fora do cráton.
A erosão de antigos crátons tem produzido intemperismo nos kimberlitos aflorantes e a deposição dos Diamantes nos aluviões resultantes. Sem alçamento crustal (uplift), tais Diamantes permanecem depositados em bacias geológicas sedimentares, como no oeste da África, Zimbabwe e Brasil. Onde o cráton tem sido alçado, os Diamantes são liberados de suas rochas hospedeiras e transportados pelas drenagens junto com os sedimentos.
Ondas sísmicas evidenciam a presença de Mantle Keel (quilha mantélica), subjacente a muitas regiões continentais antigas (crátons) e aí se inclui o cráton Amazônico ou mais especificamente, a região drenada pelo alto Tapajós e tributários, foco desta análise.
Situado abaixo das crostas continental e oceânica, está o manto peridotítico rígido – este conjunto compreende a litosfera. Através dos crátons, o manto litosférico se estende de 40 Km até a profundidade de 250-300 Km. Sob os oceanos, esta camada se estende até a profundidade de 110 Km. Por causa desta forma protuberante mais espessa e sua associação antiga no tempo à crosta continental do cráton, esta parte do manto é chamada Mantle Keel.
O Mantle Keel é causador de algumas particularidades associadas aos continentes – estabilidade tectônica, elevação acima do piso oceânico e a ocorrência de Diamantes. Erupções kimberlíticas que transportaram Diamantes para a superfície, também carrearam amostras de rochas do manto litosférico – os xenólitos. E a partir destes, conseguimos conhecer melhor a natureza do Mantle Keel, sob os continentes, como por exemplo, que ele inclui 5% de Eclogitos. O Mantle Keel é a fonte de quase todos os Diamantes gema do mundo e daí, a importância que devemos dispensar ao mesmo.
Acredita-se que a crosta e o Mantle Keel subjacente ao continente, foram criados juntos em processo de consolidação crustal e estabilização cratônica. A duração deste processo é pouco conhecida; pode ter demandado muitas dezenas de milhões de anos, iniciando com a formação da crosta continental mais antiga (próximo de 4 bilhões de anos atrás). 
O significado disto, para a formação do Diamante, é que no fundo do Mantle Keel, sob cada região crustal continental antiga, há pressão alta suficiente e comparativamente baixa temperatura para permitir a cristalização de Diamantes, desde que receba fluídos saturados em Carbono, do manto convectivo sobrejacente.
Assim, o fundo do keel pode ser comparado a uma “caixa de gelo” (ice box), embora com muito mais elevadas temperaturas, capaz de armazenar Diamantes, durante bilhões de anos e mantê-los isolados da circulação convectiva do manto, muito embora, passíveis de serem carreados por um magma kimberlítico ascendente. Tanto Peridotitos, como Eclogitos contem Diamantes; mas Peridotitos que irromperam em superfície com Diamantes inclusos são raros, ao passo que Eclogitos com conteúdo diamantífero são comuns.
As atividades geológicas relacionadas às placas tectônicas, como vulcanismo, orogênese e magmatismo intrusivo próximo da superfície da crosta, geralmente podem destruir os diamantes, as que ocorrem em condições de P (pressão), T (temperatura) e oxidação, nas quais Diamantes não podem cristalizar ou permanecer estáveis.
No caso da região do Tapajós, houve o episódio intrusivo / vulcânico, predominantemente ácido e secundariamente, intermediário (riolíto- dacítico / granítico - granodiorítico), que se estendeu de 1,8 até 1,0 GA. Ainda que tal magmatismo / vulcanismo tenha sido causado dominantemente por refusão de rochas siálicas, não se tem ideia de quanto e como este fenômeno poderia ou não, ter atingido e influenciado os depósitos diamantíferos guardados nas profundezas do Mantle Keel subjacente.        
A realidade é que alguns garimpos daquela região têm produzido gemas de muito boa qualidade, o que sugere transporte longo, mas pudemos observar cristais de Diamante bi-piramidados, perfeitamente euédricos, o que sugere pequeno transporte a partir da área fonte. Também já foram verificadas na região, ocorrências de Diamantes associados a sedimentos pós-vulcânicos, ou seja não primários, fenômeno que poderia ter um papel na equação contraditória. Tais litologias sedimentares deverão ser brevemente melhor observadas, descritas e classificadas para que possamos situá-las do ponto de vista geocronológico.
Muitas pesquisas ainda deverão ser feitas para se determinar as prováveis fontes destas gemas preciosas na região do Tapajós e para explicar a contradição diamantes gemológicos/diamantes não rolados

Turquesas: gemas raras na Amazônia

Turquesas: gemas raras na Amazônia

Pedras preciosas podem ser apreciadas no
Museu de Geociências da UFPA



Pedras com brilhos e cores que impressionam. Escondidos sobre o solo amazônico por milhões de anos, elementos químicos formaram grandes jazidas de minerais, como alumínio e ferro, mas também moldaram pedras preciosas, como quartzo, malaquita, ametistas, turquesas e até diamantes.
Suas propriedades, ocorrências e composição são objeto de estudo de pesquisadores do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará e muitas destas pedras e outros minerais estão expostos para visitação no Museu de Geociências da Instituição.
Apesar de ter sua riqueza mineral reconhecida, a região amazônica não tem expressão gemológica. "No passado, fomos produtores de diamantes, mas esta pedra preciosa foi exaurida. O pouco que ainda temos está submerso no Rio Tocantins, na área da barragem da Hidrelétrica de Tucuruí. Entre os anos de 1979 e 1985, no município de Curionópolis, também tivemos extração de toneladas de malaquita, uma pedra preciosa de tons verdes, mas seus veios também estão esgotados", revela Marcondes Lima da Costa, professor da Faculdade de Geologia e curador do Museu de Geociênicas do IG/UFPA.
O pesquisador explica que, hoje, ainda há grande produção de ametista - pedra violeta ou púrpura - em Alto Bonito, região de Carajás. A comercialização é voltada, principalmente, para a Região Sul do País e para o mercado internacional. O mineral também já foi encontrado e extraído na região de Pau D'arco, com qualidade reconhecida em termos de cor.

Novos veios podem ser encontrados em Carajás

Entre as pedras mais raras encontradas em solo paraense, estão as turquesas, gemas preciosas que variam da cor verde até o azul, conhecido como azul turquesa. Esta pedra tem em sua composição vários elementos, como o fósforo, o alumínio e o cobre, sendo este último o responsável pelas tonalidades de cor que o mineral assume. “Entre os três elementos, o cobre é o mais raro de ser encontrado. Mas, ainda que todos eles estejam presentes no ambiente, isso não garante que a turquesa irá formar-se. Sua estrutura mineral exige condições muito especiais que a natureza não obtém facilmente. A formação de turquesas está sujeita a especificidades geológicas, geoquímicas e meteorológicas ligadas à formação dos solos e de veios hidrotermais na área”, detalha o geólogo da UFPA.
Marcondes Lima da Costa conta que essas pedras preciosas são encontradas em ambientes hidrotermais, ou seja, com águas quentes, em áreas próximas à superfície, onde a água é rica em fosfato, alumínio e cobre. No Brasil, há ocorrência de turquesas no Rio Grande do Norte e em Minas Gerais, mas não temos uma produção comercial expressiva. “Encontramos duas ocorrências de turquesas no Pará: em Maicuru, ao norte do município de Monte Alegre, no oeste do Pará; e na Ilha de Itacupim, no nordeste paraense. As duas regiões são ricas em fosfato. Além de estarem em pequena quantidade, os veios encontrados no Pará não podem ser explorados por estarem localizados em áreas de reserva ambiental", revela o professor.
Os veios foram localizados em áreas que apresentaram erosão. "Maicuru é uma serra com 600 metros de altitude e as turquesas foram encontradas nos seus profundos vales. Em Itacupim, as pedras aparecem no litoral onde a maré desgasta a rocha. Não há moradores na região de Maicuru, mas na Ilha de Itacupim, há duas colônias de pescadores e ninguém havia percebido a existência das gemas. Os moradores viam a coloração distinta das rochas apenas como mais um elemento da paisagem da Ilha”, conta o pesquisador.
Marcondes Lima da Costa acredita que há chances de encontrarmos mais veios de turquesas no Pará, especialmente na região de Carajás, “nessa área, temos a maior jazida de cobre do País e, em locais como o Igarapé Bahia, encontramos grandes quantidades de fosfato. Porém, as pedras mais interessantes localizadas na área são a libhetenita e o neodímio-florencita, minerais raros que não são adequados para a lapidação, ou seja, não são aproveitáveis como gemas, mas muito utilizados como artefato por colecionadores de pedras”.
Além de indicar locais onde há maior probabilidade de ocorrência de gemológicas e mineralógicas, a descoberta de gemas e minerais raros no Estado tem importância acadêmica e econômica. “Nestes casos, não é possível a exploração, mas a localização de novos veios é importante para entendermos a história e a composição dos solos na Amazônia e para indicar novas atividades econômicas às populações que vivem nesses locais, não apenas pela exploração direta de gemas, mas também pelo artesanato e turismo, por exemplo", defende o pesquisador da UFPA.

Composição, forma e cor

As pedras preciosas em estado bruto podem passar despercebidas diante de um olhar leigo. "A beleza da maioria delas aparece, apenas, após a lapidação. Nesse processo, cada mineral ganha dimensões simétricas e tem suas faces polidas. Só então, elas começam a refletir à luz, ganhando o brilho e a transparência pelos quais são famosas", explica Marcondes Costa. De acordo com o Instituto de Gemas e Jóias da Amazônia (Igama), em território paraense, já foram registradas mais de 250 ocorrências de gemas minerais, com destaques para as ametistas, citrinos e cristais de rocha.
A beleza está relacionada com a raridade de cada pedra preciosa. Uma das especificidades da turquesa é que a pedra é microporosa e não tem brilho como os cristais. Elas são mais opacas e não podem ser lapidadas e sim "boleadas", como se seus contornos fossem aperfeiçoados não para serem simétricos e geométricos, mas para assumir em um formato mais abobadado. A raridade e valor estão associados a sua forma e cor que, por sua vez, dependem da composição da gema. "Cada gema de turquesa é única. As azuis são mais valorizadas que as verdes por terem menor ocorrência, mas a cor é influenciada pelos outros minerais que estão presentes no solo e na pedra. A azurita é uma pedra de cor azul, a malaquita é verde e ambas podem ser encontradas misturadas com a turquesa, que, certamente, é a gema mais interessante encontrada, no momento, na região amazônica”, assegura o pesquisador da UFPA.

As gemas

As gemas vêm do interesse dos homens há 10000 anos. Ametista, Cristal de rocha, Âmbar, Granada, Jade, Jaspe, Coral, Lápili-lazúli, Pérola, Serpentina, Esmeralda e Turquesa foram as primeras a serem conhecidas.
Não existe uma definição aceita por todos para esse termo, porém há um denominador comum, todas as gemas têm algo especial, alguma beleza em torno delas. Elas são principalmente minerais (Safira), minerais agregados (Jaspe), orgâincas (Pérola), sintéticas (Esmesralda Sintéticas) ou mais raramente rochas (Lápili-Lazúli). As Gemas podem ser, por algum processo de aprimoramento de sua cor ou aparência, tratadas.
Algumas gemas são raras e belas devido a cor, a um fenômeno óptico exclusivo, ou brilho diferenciado. Outras são especiais devido a sua dureza ou inclusões excluvisas.
A raridade é outro fator importante na avaliação de uma gema. Como algumas das características que valorizam as gemas só se apresentam depois da pedra estar lapidada, o termo gema geralmente refere-se a uma pedra lapidada. A lapidação é a valorização de um material que de outra forma poderia passar apenas como um material bruto insignificante.
Existem centenas de tipos diferentes de gemas e materiais gemológicos. Como sabemos a atribuição de valor para gemas é um processo bastante subjetivo. Raridade, cor, tamanho, grau de pureza, transparência, formas e perfeição de lapidação são alguns fatores que têm grande influência na avaliação.Além disso, a diversidade de procedência das gemas, a situação político-econômica do país produtor e a distância do local de produção aos centros de consumo levam os mercados envolvidos a estabelecer valores de formas variadas.
Devemos considerar que outro fator de influência na avaliação de gemas é a complexidade dos vários níveis de mercados existentes e como são interpretadas as cotações em cada um desses níveis.
Comercialmente, as gemas são divididas em pedras coloridas e diamantes (mesmo os que não são incolores) além de ambas terem seu peso medido em quilate (1ct=0,2g).
2 – ESMERALDA
O nome vem do grego smaragdos. Ele significa “pedra verde”(Foto 3). É a mais nobre variedade de berilo.
Seu verde é tão incomparável que esta cor tão peculiar passou a ser chamada de verde-esmeralda. A substancia corante para a esmeralda é o cromo. A cor é muito resistente à luz e ao calor, não se modificando até uma temperatura de 700 ou 800°C.
As esmeraldas são formadas pro processo hidrotermal associado ao magma e metamorfismo. Jazidas são encontradas em filões de pegmatito ou em seus arredores.
2.1 - Jazidas mais importantes:
Mnia de Muzo (Colômbia) (foto 4), Mina de Chivor (Colômbia), jazidas na Bahia, Minas Gerais, Goiás; Zimbabue, África do Sul e Russia.

Foto 1: Mina de Muzo. Colômbia. Foto 2: Esmeraldas colombianas. Colômbia.
Unicamente na Colômbia são encontradas as raríssimas esmeraldas “Trapiche”(foto 5) caracterizado por um crescimento parecido com uma roda, de vários cristais prismáticos.
As jazidas de Minas Gerais se extendem desde o norte de Rio Casca até o sul de Guanhães. Nessa área deve-se destacar as minas Belmont (a maior do Brasil), Piteiras e o garimpo de capoeirana (cooperativa).

Foto 3: Esmeralda “Trapiche”. Mina Chivor (Colômbia).
Para Schrorcher et al. (1982), a geologia básica dos terrenos encontrados na região Itabira/Nova Era é caracterizada por um embsamento cratônico arqueano composto basicamente por terrenos gnáissicos migmatíticos, comcaracterísticas poligenéticas e polimetamórficas, incluindo rochas graniticas do tipo Granito Borrachudos; por um cinturão de rochas verdes arqueanas pertencentes ao Supergrupo Rio das Velhas; por metassedimentos do paleoproterozóico do supergrupo Minas; e pelos metassedimentos do mesoproterozóico, constituído essencialmente por quartzitos do Supergrupo Espinhaço.
Em termos estratigráficos, o Garimpo de Capoeirana e as Minas Belmont e Piteiras estão localizados em uma área onde afloram metarcóseos a metagrauvacas com intercalações concordantes de mica xistos e quartzitos micáceos. Secundariamente, há rochas anfibolíticas, intercalacões de xistos metaultramáficas e aparecimento descontínuo de veios pegmatíticos. Nesse contexto, as metaultramáficas e os veios pegmatíticos são as rochas mais importantes para mineralização da esmeralda.
Em relação a genese da esmeralda, todas as jazidas e/ou ocorrências de minas Gerais estão associados aos xistos derivados de rochas metaultramáficas, em locais de intensa percolação de fluidos hidrotermais relacionados aos pegmatitos, devido as condições tectônicas propícias. Esses xistos, representados essencialmente por biotita/flogopita xisto, clorita xisto, tremolita/actinolita xisto.
As áreas mineralizadas ocorrem nas proximidades do contato entre xistos metaultramáficos e as rochas granitos gnáissicas, do tipo Granito Borrachudos, estéreis em esmeralda.
A formação das esmeraldas mineiras (foto 6) está intimamente associada à interação química ocorrida entre a fase pegmatítica berilífera e as rochas metaultramáficas portadoras dos elementos (Cr, V, Fe).

Foto 4: Esmeralda Mineira, Coloração devida ao íons de Cr, V, Fe. Itabira, MG.
3.2 - Aspectos mineralógicos:
De cor verde claro a muito escuro ao verde azulado muito forte, tranparente a translúcido, brilho vítreo, dureza de Mohs 7,5 a 8, acatassolamento ou “olho-de-gato e asterismo (raro). Índice de refração de 1,577 a 1,583(± 0,017), pleocroísmo de moderado a forte, fratura conchoidal de brilho vítero a resinoso, clivagem basal, inclusões bifásicas e trifásicas, cristais negativos, “plumas” líquidas e inclusões minerais (micas da série biotita-flogopita, hornblenda, actinolita, tremolita, pirita, calcita, cromita, dolomita, pirrotita); o aspecto geral das inclusões nas esmeraldas é conhecido como “jardim” que são utilizadas como um “selo de autenticidade” das esmeraldas naturais diferindo-as das sintéticas.
A explotação da esmeralda no garimpo de Capoeirana é feita por meio de poços, túneis e galerias, com técnicas de mineração rudimentar e sem preocupação com o aproveitamento total das esmeraldas gemológicas e meio ambiente(foto 7).

Foto 5: Garimpo Capoeira. Nova Era, MG.
Na Mina Belmont a elplotação é realizada a céu aberto e subterrânea (foto 8), contando com sistema mecanizado desde a extração até o beneficiamento final. Na lavra a céu aberto, o xisto altamente decomposto favorece, sobremaneira a retirada mecânica do material esmeraldífero. Todo material explotado, tanto na mina a céu aberto quanto no subterrâneo, é transportado por meio de caminhões para usina de beneficiamento, onde o material é deslamado (separação de finos, <2mm), depois separação granulométrica, separação ótica, onde todo material verde é separado por uma máquina e por fim catação manual das esmeraldas (foto 9).

Foto 6: Mina Subterrânea, Mina Belmont. Itabira, MG. Foto 7: Catação Manual, Mina Belmont. Itabira, MG.
Além da Belmont Mineração podemos cita ainda empresas como: Rocha mineração, Beibra, Garipo de capoerana, Garimpo na Bahia na cidade de Anagé, Itaobi Campos verde ( GO ), Mineração Alexandrita
Existem muitas esmeraldas de grande valor e fama. A maios famosa das jóias de esmeralda é um pequeno frasco de unção de 12cm de altura e 2205 quilates talhado de um único cristal de esmeralda.
PREÇOS DE ESMERALDAS LAPIDADAS
Cotações por quilate em dólares americanos
FRACA (TERCEIRA)
1 - 2
2 - 3
3 - 4
de 0,50 a 1 ct
2 - 10
10 - 35
35 - 60
de 1 a 3 ct
2 - 15
15 - 50
50 - 80
de 3 a 5 ct
2 - 20
20 - 60
60 - 80
de 5 a 8 ct
2 - 30
30 - 60
60 - 100
acima de 8 ct
2 - 50
50 - 60
60 - 100
MÉDIA (SEGUNDA) BOA (PRIMEIRA)
4 - 5
5 - 6
6 - 7
7 - 8
de 0,50 a 1 ct
60 - 90
90 - 170
170 - 250
250 - 360
de 1 a 3 ct
80 - 230
230 - 390
230 - 520
520 - 820
de 3 a 5 ct
80 - 300
300 - 510
510 - 620
620 - 1200
de 5 a 8 ct
100 - 430
430 - 580
580 - 750
750 - 1600
acima de 8 ct
100 - 440
440 - 700
700 - 850
850 - 1900
EXCELENTE (EXTRA)
8 - 9
9 - 10
de 0,50 a 1 ct
360 - 660
660 - 2000
de 1 a 3 ct
820 - 1100
1100 - 3500
de 3 a 5 ct
1200 - 1700
1700 - 5500
de 5 a 8 ct
1600 - 3000
3000 - 5600
acima de 8 ct
1900 - 4000
4000 - 9000
Atualizado em outubro de 2005
3 – ALEXANDRITA
A gema alexandrita (Foto 11e 12), descoberta nos Montes Urais (Rússia), foi batizada em homenagem ao Czar Alexandre II que no dia da descoberta completava 12 anos de idade.

Foto 8: Alexandrita lapidada. Antônio Dias, MG Foto 9: Cristal de alexandrita. Antônio Dias, MG
No Brasil esta gema foi descoberta na década de 70 em pequenos garimpos no Espírito Santo e Bahia. Pórem a produção se revelou pequena e de baixa qualidade.
Em Minas Gerais, a primeira descoberta aconteceu em 1975, no Córrego do Fogo, município de Malacacheta e em 1986 foi descoberta a que seria a maior jazida já registrada na história, no distrito de Hematita, no município de Antônio Dias. Atualmente essa área é explotada por duas empresas: Alexandrita Mineração Comércio e Exportação Ltda, detentora da maior jazida de alexandrita do mundo, com uma reserva de aproximadamente 60kg e a Mineração Itaitinga.
Além dessas duas jazidas, existem outras ocorrências de alexandrita, pórem sem importância econônica associadas às jazidas de esmeralda, como em Belmont, Capoeirana e Esmeralda de Ferros.
3.1 - Principais Jazidas:
Brasil, Sri Lanka, Zimbáue, Birmânia, Madagascar, Tanzânia e Russia (esgotadas).
Para que ocorra a cristalização da alexandrita, além do excesso de alumínio e deficiência em sílica é necessária a presença de uma fonte de cromo. Na grande maioria das ocorrências de alexandrita no mundo, são descritos processos geológicos envolvendo rochas ácidas e ultramáficas em ambientes ricos em alumínio (Munasinghe & Dissanayake 1981, Ustinov & Chizhik 1994).
Na jazida de Hematita, observam-se inúmeros pequenos corpos pegmatóides cortando as rochas ultramáficas da região, e, nos concentrados aluvionares, constata-se a presença de cianita, granada, berilo (esmeralda e água-marinha), crisoberilo, estaurolita, muscovita, plagioclásio, e quartzo. Desse modo, a jazida de Hematita enquadra-se no modelo de Beus (1966) de pegmatitos ricos em Al2O3.
Relacionando os aspectos geológicos observados na região de Malacacheta, com a presença de corpos graníticos e intercalações de rocha metaultramáfica com xisto peraluminoso, Basílio (1999) propôs uma gênese baseada num sistema metassomático envolvendo fluidos hidrotermais de alta temperatura, ricos em berilo e oriundos do corpo granítico. A interação desses fluidos com os xistos aluminosos e suas intercalações metaultramáficas, fonte de cromo, propiciaram a formação da alexandrita.
Em relação às ocorrências de alexandrita associadas às jazidas de esmeralda, pouco se sabe.
A cor, a mudança de cor (efeito alexandrita) e o forte pleocroísmo são fatores determinantes na qualidade da alexandrita.
3.2 - Aspéctos Mineralógicos:
Sob a luz natural, a alexandrita apresenta-se verde ou mais raramente azul (foto 13) e quando iluminada por luz incandescente, mostra-se em tons de vermelho e violeta.
Seu intenso tricroísmo é caracterizado, variando nas cores verde, amarelo, vermelho e, mais raramente, azul. Assim como no rubi e na esmeralda, sua cor é resultante da presença de íons substituindo parte parte do alumínio nas posições octaédricas da estrutura cristalina.
Dureza 8,5; clivagem boa; fratura conchoidal;brilho vítreo ao subadamantino;mudança de cor; pleocroísmo

Foto 10: Alexandrita azul. Antônio Dias, MG
Quanto a explotação o método usado é igual ao método da esmeralda
PREÇOS DE ALEXANDRITAS LAPIDADAS
Cotações por quilate em dólares americanos
Fraca (Terceira)
Média (Segunda)
Boa (Primeira)
Excelente (Extra)
até 0,50 ct
15 – 150
150 - 500
500 - 1500
1500 - 2000
de 0,50 a 1 ct
40 – 250
250 - 1000
1000 - 3000
3000 - 4500
de 1 a 2 ct
70 – 500
500 - 2800
2800 - 5500
5500 - 7000
de 2 a 3 ct
90 – 800
800 - 3800
3800 - 6500
6500 - 9000

Febre do ouro

Febre do ouro





Um cartaz durante a febre do ouro da Califórnia.
Febre do ouro ou corrida do ouro designa um período de migração súbita e em massa de trabalhadores para áreas onde se fez alguma descoberta espectacular de quantidades comerciais de ouro. A mais conhecida ocorreu na Califórnia em 1849.
As febres do ouro constituíram um aspecto da cultura popular do século XIX. Os factores que induziram muitos a abandonar as suas casas, empregos e modos de vida convencionais em busca de ouro são variados:
  • relativas melhorias nas redes de transporte;
  • melhorias nos meios de comunicação, que contribuíram para difundir notícias e rumores;
  • certa insatisfação social;
  • um sistema monetário internacional baseado no padrão-ouro.
Curiosamente, poucos mineiros ficaram ricos, enquanto que os fornecedores dos mesmos e outros comerciantes encontraram a fortuna graças a estes processos.
Zonas em que ocorreram febres do ouro foram:
  • Sul dos Montes Apalaches, nos Estados Unidos, a norte de Atlanta e a oeste de Charlotte; na Geórgia em finais dos anos 30 do século XIX e na Carolina do Norte por volta de 1848.
  • Febre do ouro da Califórnia (em Dezembro de 1848 foi anunciada; mas a grande corrida se deu em 1849).
  • Colorado até final da década de 1850.
  • Austrália (1851).
  • Febre do ouro do Fraser (1858)
  • Norte de Nevada desde 1850.
  • Otago, Nova Zelândia desde 1861.
  • Este de Oregon anos 60 e 70 do século XIX.
  • Montana desde 1863.
  • Terra do Fogo, Argentina e Chile (1883)
  • Transvaal (África do Sul), em 1886. A chegada de mineiros foi um dos factores que alimentaram a Guerra dos Boers.
  • Klondike no Yukón, Canadá (1896).
  • Alaska (1898).
  • Minas Gerais no fim do século XVII e no século XVIII
  • A mais recente em Serra Pelada