As gemas vêm do interesse dos homens há 10000 anos. Ametista, Cristal
de rocha, Âmbar, Granada, Jade, Jaspe, Coral, Lápili-lazúli, Pérola,
Serpentina, Esmeralda e Turquesa foram as primeras a serem conhecidas.
Não
existe uma definição aceita por todos para esse termo, porém há um
denominador comum, todas as gemas têm algo especial, alguma beleza em
torno delas. Elas são principalmente minerais (Safira), minerais
agregados (Jaspe), orgâincas (Pérola), sintéticas (Esmesralda
Sintéticas) ou mais raramente rochas (Lápili-Lazúli). As Gemas podem
ser, por algum processo de aprimoramento de sua cor ou aparência,
tratadas.
Algumas gemas são raras e belas devido a cor, a um
fenômeno óptico exclusivo, ou brilho diferenciado. Outras são especiais
devido a sua dureza ou inclusões excluvisas.
A raridade é outro
fator importante na avaliação de uma gema. Como algumas das
características que valorizam as gemas só se apresentam depois da pedra
estar lapidada, o termo gema geralmente refere-se a uma pedra lapidada. A
lapidação é a valorização de um material que de outra forma poderia
passar apenas como um material bruto insignificante.
Existem
centenas de tipos diferentes de gemas e materiais gemológicos. Como
sabemos a atribuição de valor para gemas é um processo bastante
subjetivo. Raridade, cor, tamanho, grau de pureza, transparência, formas
e perfeição de lapidação são alguns fatores que têm grande influência
na avaliação.Além disso, a diversidade de procedência das gemas, a
situação político-econômica do país produtor e a distância do local de
produção aos centros de consumo levam os mercados envolvidos a
estabelecer valores de formas variadas.
Devemos considerar que
outro fator de influência na avaliação de gemas é a complexidade dos
vários níveis de mercados existentes e como são interpretadas as
cotações em cada um desses níveis.
Comercialmente, as gemas são
divididas em pedras coloridas e diamantes (mesmo os que não são
incolores) além de ambas terem seu peso medido em quilate (1ct=0,2g).
2 – ESMERALDA
O nome vem do grego
smaragdos. Ele significa “pedra verde”(Foto 3). É a mais nobre variedade de berilo.
Seu verde é tão incomparável que esta cor tão peculiar passou a ser
chamada de verde-esmeralda. A substancia corante para a esmeralda é o
cromo. A cor é muito resistente à luz e ao calor, não se modificando até
uma temperatura de 700 ou 800°C.
As esmeraldas são formadas pro
processo hidrotermal associado ao magma e metamorfismo. Jazidas são
encontradas em filões de pegmatito ou em seus arredores.
2.1 - Jazidas mais importantes:
Mnia de Muzo (Colômbia) (foto 4), Mina de Chivor (Colômbia), jazidas na
Bahia, Minas Gerais, Goiás; Zimbabue, África do Sul e Russia.

Foto 1: Mina de Muzo. Colômbia. Foto 2: Esmeraldas colombianas. Colômbia.
Unicamente na Colômbia são encontradas as raríssimas esmeraldas
“Trapiche”(foto 5) caracterizado por um crescimento parecido com uma
roda, de vários cristais prismáticos.
As jazidas de Minas Gerais
se extendem desde o norte de Rio Casca até o sul de Guanhães. Nessa
área deve-se destacar as minas Belmont (a maior do Brasil), Piteiras e o
garimpo de capoeirana (cooperativa).
Foto 3: Esmeralda “Trapiche”. Mina Chivor (Colômbia).
Para Schrorcher
et al.
(1982), a geologia básica dos terrenos encontrados na região
Itabira/Nova Era é caracterizada por um embsamento cratônico arqueano
composto basicamente por terrenos gnáissicos migmatíticos,
comcaracterísticas poligenéticas e polimetamórficas, incluindo rochas
graniticas do tipo Granito Borrachudos; por um cinturão de rochas verdes
arqueanas pertencentes ao Supergrupo Rio das Velhas; por
metassedimentos do paleoproterozóico do supergrupo Minas; e pelos
metassedimentos do mesoproterozóico, constituído essencialmente por
quartzitos do Supergrupo Espinhaço.
Em termos estratigráficos, o
Garimpo de Capoeirana e as Minas Belmont e Piteiras estão localizados
em uma área onde afloram metarcóseos a metagrauvacas com intercalações
concordantes de mica xistos e quartzitos micáceos. Secundariamente, há
rochas anfibolíticas, intercalacões de xistos metaultramáficas e
aparecimento descontínuo de veios pegmatíticos. Nesse contexto, as
metaultramáficas e os veios pegmatíticos são as rochas mais importantes
para mineralização da esmeralda.
Em relação a genese da
esmeralda, todas as jazidas e/ou ocorrências de minas Gerais estão
associados aos xistos derivados de rochas metaultramáficas, em locais de
intensa percolação de fluidos hidrotermais relacionados aos pegmatitos,
devido as condições tectônicas propícias. Esses xistos, representados
essencialmente por biotita/flogopita xisto, clorita xisto,
tremolita/actinolita xisto.
As áreas mineralizadas ocorrem nas
proximidades do contato entre xistos metaultramáficos e as rochas
granitos gnáissicas, do tipo Granito Borrachudos, estéreis em esmeralda.
A formação das esmeraldas mineiras (foto 6) está intimamente associada à
interação química ocorrida entre a fase pegmatítica berilífera e as
rochas metaultramáficas portadoras dos elementos (Cr, V, Fe).

Foto 4: Esmeralda Mineira, Coloração devida ao íons de Cr, V, Fe. Itabira, MG.
3.2 - Aspectos mineralógicos:
De cor verde claro a muito escuro ao verde azulado muito forte,
tranparente a translúcido, brilho vítreo, dureza de Mohs 7,5 a 8,
acatassolamento ou “olho-de-gato e asterismo (raro). Índice de refração
de 1,577 a 1,583(± 0,017), pleocroísmo de moderado a forte, fratura
conchoidal de brilho vítero a resinoso, clivagem basal, inclusões
bifásicas e trifásicas, cristais negativos, “plumas” líquidas e
inclusões minerais (micas da série biotita-flogopita, hornblenda,
actinolita, tremolita, pirita, calcita,
cromita, dolomita,
pirrotita); o aspecto geral das inclusões nas esmeraldas é conhecido
como “jardim” que são utilizadas como um “selo de autenticidade” das
esmeraldas naturais diferindo-as das sintéticas.
A explotação da
esmeralda no garimpo de Capoeirana é feita por meio de poços, túneis e
galerias, com técnicas de mineração rudimentar e sem preocupação com o
aproveitamento total das esmeraldas gemológicas e meio ambiente(foto 7).

Foto 5: Garimpo Capoeira. Nova Era, MG.
Na Mina Belmont a elplotação é realizada a céu aberto e subterrânea
(foto 8), contando com sistema mecanizado desde a extração até o
beneficiamento final. Na lavra a céu aberto, o xisto altamente
decomposto favorece, sobremaneira a retirada mecânica do material
esmeraldífero. Todo material explotado, tanto na mina a céu aberto
quanto no subterrâneo, é transportado por meio de caminhões para usina
de beneficiamento, onde o material é deslamado (separação de finos,
<2mm), depois separação granulométrica, separação ótica, onde todo
material verde é separado por uma máquina e por fim catação manual das
esmeraldas (foto 9).

Foto 6: Mina Subterrânea, Mina Belmont. Itabira, MG. Foto 7: Catação Manual, Mina Belmont. Itabira, MG.
Além da Belmont Mineração podemos cita ainda empresas como: Rocha
mineração, Beibra, Garipo de capoerana, Garimpo na Bahia na cidade de
Anagé, Itaobi Campos verde ( GO ), Mineração Alexandrita
Existem muitas esmeraldas de grande valor e fama. A maios famosa das
jóias de esmeralda é um pequeno frasco de unção de 12cm de altura e 2205
quilates talhado de um único cristal de esmeralda.
PREÇOS DE ESMERALDAS LAPIDADAS
Cotações por quilate em dólares americanos
FRACA (TERCEIRA)
| | 1 - 2
| 2 - 3
| 3 - 4
|
de 0,50 a 1 ct
| 2 - 10
| 10 - 35
| 35 - 60
|
de 1 a 3 ct
| 2 - 15
| 15 - 50
| 50 - 80
|
de 3 a 5 ct
| 2 - 20
| 20 - 60
| 60 - 80
|
de 5 a 8 ct
| 2 - 30
| 30 - 60
| 60 - 100
|
acima de 8 ct
| 2 - 50
| 50 - 60
| 60 - 100
|
MÉDIA (SEGUNDA) BOA (PRIMEIRA)
| | 4 - 5
| 5 - 6
| 6 - 7
| 7 - 8
|
de 0,50 a 1 ct
| 60 - 90
| 90 - 170
| 170 - 250
| 250 - 360
|
de 1 a 3 ct
| 80 - 230
| 230 - 390
| 230 - 520
| 520 - 820
|
de 3 a 5 ct
| 80 - 300
| 300 - 510
| 510 - 620
| 620 - 1200
|
de 5 a 8 ct
| 100 - 430
| 430 - 580
| 580 - 750
| 750 - 1600
|
acima de 8 ct
| 100 - 440
| 440 - 700
| 700 - 850
| 850 - 1900
|
EXCELENTE (EXTRA)
| | 8 - 9
| 9 - 10
|
de 0,50 a 1 ct
| 360 - 660
| 660 - 2000
|
de 1 a 3 ct
| 820 - 1100
| 1100 - 3500
|
de 3 a 5 ct
| 1200 - 1700
| 1700 - 5500
|
de 5 a 8 ct
| 1600 - 3000
| 3000 - 5600
|
acima de 8 ct
| 1900 - 4000
| 4000 - 9000
|
Atualizado em outubro de 2005
3 – ALEXANDRITA
A gema alexandrita (Foto 11e 12), descoberta nos Montes Urais (Rússia),
foi batizada em homenagem ao Czar Alexandre II que no dia da descoberta
completava 12 anos de idade.

Foto 8: Alexandrita lapidada. Antônio Dias, MG Foto 9: Cristal de alexandrita. Antônio Dias, MG
No Brasil esta gema foi descoberta na década de 70 em pequenos garimpos
no Espírito Santo e Bahia. Pórem a produção se revelou pequena e de
baixa qualidade.
Em Minas Gerais, a primeira descoberta
aconteceu em 1975, no Córrego do Fogo, município de Malacacheta e em
1986 foi descoberta a que seria a maior jazida já registrada na
história, no distrito de Hematita, no município de Antônio Dias.
Atualmente essa área é explotada por duas empresas: Alexandrita
Mineração Comércio e Exportação Ltda, detentora da maior jazida de
alexandrita do mundo, com uma reserva de aproximadamente 60kg e a
Mineração Itaitinga.
Além dessas duas jazidas, existem outras
ocorrências de alexandrita, pórem sem importância econônica associadas
às jazidas de esmeralda, como em Belmont, Capoeirana e Esmeralda de
Ferros.
3.1 - Principais Jazidas:
Brasil, Sri Lanka, Zimbáue, Birmânia, Madagascar, Tanzânia e Russia (esgotadas).
Para que ocorra a cristalização da alexandrita, além do excesso de
alumínio e deficiência em sílica é necessária a presença de uma fonte de
cromo. Na grande maioria das ocorrências de alexandrita no mundo, são
descritos processos geológicos envolvendo rochas ácidas e ultramáficas
em ambientes ricos em alumínio (Munasinghe & Dissanayake 1981,
Ustinov & Chizhik 1994).
Na jazida de Hematita, observam-se
inúmeros pequenos corpos pegmatóides cortando as rochas ultramáficas da
região, e, nos concentrados aluvionares, constata-se a presença de
cianita, granada, berilo (esmeralda e água-marinha), crisoberilo,
estaurolita, muscovita, plagioclásio, e quartzo. Desse modo, a jazida de
Hematita enquadra-se no modelo de Beus (1966) de pegmatitos ricos em
Al2O3.
Relacionando os aspectos geológicos observados na região
de Malacacheta, com a presença de corpos graníticos e intercalações de
rocha metaultramáfica com xisto peraluminoso, Basílio (1999) propôs uma
gênese baseada num sistema metassomático envolvendo fluidos hidrotermais
de alta temperatura, ricos em berilo e oriundos do corpo granítico. A
interação desses fluidos com os xistos aluminosos e suas intercalações
metaultramáficas, fonte de cromo, propiciaram a formação da alexandrita.
Em relação às ocorrências de alexandrita associadas às jazidas de esmeralda, pouco se sabe.
A cor, a mudança de cor (efeito alexandrita) e o forte pleocroísmo são fatores determinantes na qualidade da alexandrita.
3.2 - Aspéctos Mineralógicos:
Sob a luz natural, a alexandrita apresenta-se verde ou mais raramente
azul (foto 13) e quando iluminada por luz incandescente, mostra-se em
tons de vermelho e violeta.
Seu intenso tricroísmo é
caracterizado, variando nas cores verde, amarelo, vermelho e, mais
raramente, azul. Assim como no rubi e na esmeralda, sua cor é resultante
da presença de íons
substituindo parte parte do alumínio nas posições octaédricas da estrutura cristalina.
Dureza 8,5; clivagem boa; fratura conchoidal;brilho vítreo ao subadamantino;mudança de cor; pleocroísmo

Foto 10: Alexandrita azul. Antônio Dias, MG
Quanto a explotação o método usado é igual ao método da esmeralda
PREÇOS DE ALEXANDRITAS LAPIDADAS
Cotações por quilate em dólares americanos
| | Fraca (Terceira)
| Média (Segunda)
| Boa (Primeira)
| Excelente (Extra)
|
até 0,50 ct
| 15 – 150
| 150 - 500
| 500 - 1500
| 1500 - 2000
|
de 0,50 a 1 ct
| 40 – 250
| 250 - 1000
| 1000 - 3000
| 3000 - 4500
|
de 1 a 2 ct
| 70 – 500
| 500 - 2800
| 2800 - 5500
| 5500 - 7000
|
de 2 a 3 ct
| 90 – 800
| 800 - 3800
| 3800 - 6500
| 6500 - 9000 |